História Grávida de Um Estranho - Grávida?!

 Angeline acordou enjoada novamente. Não era novidade, no último mês tudo o que mais tinha eram enjoos matinais e insônia.

Decidiu comer apenas um pouco de cereal, sabia que nada duraria em seu estômago até o almoço. Vestiu-se e pegou os materiais, graças a Deus hoje era sexta-feira, ela teria o sábado e o domingo inteiro para descansar. Isso de não dormir de noite e ficar sonolenta durante o dia estava matando-a.

Fechando a porta do apartamento ela se dirigiu ao elevador, onde Josh já estava esperando.

— Bom dia, linda.

— Bom dia.

Josh apertou o botão do térreo e virou-se para ela.

— O que aconteceu?

— Não dormi muito bem. — respondeu somente.

O sono que deveria ter vindo a noite, estava pesando agora. Josh aproximou-se, abraçando-a e dando-lhe um beijo na testa.

— Você deveria procurar um médico. Não parece muito bem.

Angeline suspirou.

— Deve ser só um resfriado ou algo do tipo. Vou estar melhor em alguns dias.

— Sério Angel, isso não é normal, há quanto tempo está se sentindo assim?

— Não é nada demais, — Disse, passando os braços pelo pescoço dele, Angel deu-lhe um selinho e sorriu. — por favor, não precisa se preocupar com isso. Eu estou bem.

Ela fez sua expressão mais fofa, esperando que isso o fizesse esquecer o assunto, mas Josh apenas franziu a testa.

— Realmente acho melhor que vá ao médico. Eu posso te acompanhar se quiser.

Angel parou por um tempo, pensando se realmente era necessário. Oras, provavelmente era uma coisinha boba, nada que precisava de tanta preocupação. Além do mais, nunca gostou de ir ao médico, poderia ser um medo bobo e infantil, mas não se sentia bem em um ambiente hospitalar, fazia-a sentir-se pior do que poderia de fato estar.

— Tudo bem. — respirou fundo, assentindo. — Já que ninguém vai me deixar em paz se eu não for ao médico, eu vou. Mas só para provar a vocês que não é nada demais.

Josh riu, concordando.

— Ok, vou pedir para Emma marcar uma consulta para você.

As portas do elevador se abriram e Angeline sorriu.

— Até mais tarde, então.

— Até.

No caminhou para a faculdade foi pensando em todas as coisas que tinha para fazer esse fim de semana. De repente, seu plano de ficar em casa dormindo foi por água a baixo.

[…]

— Achei que não vinha.

Bia falou aproximando-se e abraçando a amiga.

— E quase não vinha mesmo. Queria ter ficado dormindo.

Angeline fez uma carinha triste e as meninas riram.

— Larga de preguiça, hoje já é sexta.

— Ao menos isso, né? Vai poder dormir do sábado ao domingo.

As três riram enquanto sentavam-se.

— Pior que nem vai dar. — lamentou. — Sábado vou jantar na casa dos pais do Josh.

Mary virou-se animada.

— Vai conhecer os pais dele? Uau!

— A coisa 'tá séria mesmo, hein?

Angeline sorriu, estava feliz por ter encontrado Josh e por tudo estar indo tão bem.

— Parece que dessa vez vai.

Antes de mais algum comentário o senhor Hayden adentrou a sala de aula.

— Conversamos mais no intervalo. — Mary sussurrou.

[…]

O resto das aulas passaram se arrastando.

Quando finalmente bateu a hora de ir embora, ela organizou as coisas junto das amigas, no entanto, não teve tempo de pegar os materiais da cadeira, logo sua visão ficou embaçada e tudo ficou escuro.

Assim que recobrou a consciência, viu Mary, Bia e o senhor Hayden abanando-a e chamando seu nome.

— O que aconteceu?

— Ah, graças a Deus! — Mary exclamou.

— Você desmaiou. — Bia respondeu. — É sério Angeline, dessa vez você vai ter que ir ao médico, querendo ou não.

Após sentar-se na cadeira e beber a água que Marlene trouxera, Angeline se pronunciou:

— Eu sei, já marquei a consulta, não se preocupem. — Ela sorriu fraco. — Vão ver que não é nada demais.

— De qualquer maneira é melhor você ir logo, quanto antes souber, mas cedo poderá ficar curada.

Bia falou calmamente.

***

Angeline já estava entediada de ficar olhando para aquela sala branca, os quadros eram estranhos, algum tipo de arte abstrata e as pessoas pareciam sempre estar com pressa, andando de lá para cá a todo instante.

— Oh, me desculpem a demora.

A doutora apareceu no campo de visão de Angeline, tirando-a de seus pensamentos.

— Sem problemas Dra. Márcia, entendemos como é ocupada.

Josh respondeu simpaticamente, segurando a mão de Angeline que também sorriu.

— Quem é que precisa de cuidados médicos?

— Ela.

Josh disse apontando para Angeline, como se ela não fosse capaz de responder, e talvez não fosse mesmo, estava tão enjoada que tinha medo de abrir a boca e se livrar do almoço.

— Venha, querida.

— Vou ficar te esperando aqui. — Josh disse e deu-lhe um selinho.

Angeline ficou agradecida por ele não entrar com ela, por alguma razão queria estar sozinha agora.

Assim que adentraram a sala a doutora sentou-se por trás da mesa e pediu para Angeline sentar-se em sua frente.

— O que a traz aqui?

— Bem, ultimamente não tenho me sentido muito bem. Eu… — ela deu uma pausa. — ando enjoada, tenho insônia e passo o dia sonolenta, o que é horrível. Como mais que o normal, porém nada dura muito no meu estômago...

A doutora deu um risinho e Angeline achou estranha sua atitude.

— Responda-me uma coisa, senhorita Angeline. — a médica sorriu novamente. — Seu período está atrasado?

Por um segundo Angeline pensou, dando-se conta de onde a médica queria chegar. Balançou a cabeça rapidamente, tentando afastar o pensamento.

— Bem, sim… mas, não é isso…

— Bom, precisamos fazer alguns exames é claro, mas não tenho dúvidas de que você está grávida. — A doutora falou feliz, porém tudo o que Angeline fez foi desmaiar ali mesmo.