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História Gravity - Life Changes


Escrita por: CoalaBeterraba

Notas do Autor


Sim, eu demorei e peço desculpas para vocês. :(

Mas vamos ao capítulo seis!
Boa leitura!

Capítulo 6 - Life Changes



Passando por essas mudanças de vida
Tenho que manter meus pés se movendo
Eu estou olhando para o céu
Tenho que manter meus olhos abertos
Vou manter minha mente de corrida
Eu continuo tentando voar

"Life Changes" - Good Charlotte

Duas semanas depois​

 

Sean e eu, depois de uma semana de tour por Los Angeles (e merecidas férias), estávamos buscando por uma escola para que ele começasse a estudar assim que o verão acabasse. As escolas de Los Angeles eram muito boas e eu tinha gostado bastante da estrutura da escola, que ficava em um bairro de boa vizinhança.

 

A proposta de emprego que eu tinha conseguido para trabalhar em Los Angeles era algo mais sem graça do que o ar dentro do pacote de salgadinho: eu teria que trabalhar um mês de graça e ganhar uma mixaria depois. A pessoa com quem eu falei me disse que “esse era o preço de estar no início da escadaria”.

 

Agora, eu estava à procura de um emprego qualquer que ajudasse no meu sustento e no sustento do meu irmão. Qualquer coisa iria me servir, eu não me importaria realmente de trabalhar como garçonete ou atendente de loja.

 

Estávamos à procura, também, de um apartamento pequeno e que nos servisse para morar. A maior parte dos apartamentos ficava no centro da cidade e eram muito caros. O dinheiro que eu tinha reservado para dois aluguéis e outras contas seria insuficiente: daria para um aluguel e uma conta de luz.

 

– Cristo. – praguejei para mim mesma enquanto lia os classificados de apartamentos e empregos. Sean estava assistindo TV deitado na cama do hotel. – Não acho nada decente.

 

Assim que disse isso, um anúncio me saltou aos olhos – este dizia: “Procuro por colega de quarto para dividir despesas de um apartamento próximo à Universidade da Califórnia em Los Angeles. Tratar com Meredith Sloan.”

 

Olhei o horário e deduzi que Meredith Sloan, seja quem for, poderia estar livre para me atender. Peguei meu celular e liguei no número indicado no anúncio.

 

– Alô? – ela atendeu.

 

– Meredith Sloan?

 

– Sim. – ela respondeu. – Quem está do outro lado?

 

– Oi! – falei. – Meu nome é Jade Lennox, liguei por causa do seu anúncio.

 

– Minha nossa! – ela disse, quase gritando em meus ouvidos. – Eu já não aguentava mais esperar alguém me ligar.

 

– Já quanto tempo está em busca de uma colega de quarto?

 

– Uma semana. – ela respondeu. – Pra mim é muito tempo, quero dizer, para quem estava usando o dormitório da faculdade há quase seis anos.

 

– Claro. – falei um pouco sem graça. – Posso te perguntar uma coisa?

 

– Por favor.

 

– Você se importaria com mais de um colega de quarto?

 

– Não permito garotos no meu apartamento. – ela disse. – Não para morar.

 

Mordi meu lábio inferior e estava prestes a deixá-la decepcionada. Mas eu precisava fazer uma tentativa.

 

– E se for uma criança de sete anos?

 

– Espera – ela começou. – Você tem um filho? Cadê o pai dessa criança, por Deus?

 

– Não, ele é meu irmão mais novo.

 

– Ah sim. – ela disse. – Olha, eu estou na cidade para resolver as coisas do meu apartamento por aqui mesmo, era pra eu estar na casa dos meus pais… podemos tomar café em algum lugar. – eu estava prestes a responder, mas não consegui. – Eu não perguntei seu nome, me desculpe a indelicadeza.

 

– Mas eu falei meu nome pra você no começo da ligação. – o telefone ficou em silêncio por um momento.

 

– Meu Deus, é verdade! – ela riu. – Acho que eu estou tão feliz por encontrar uma colega de quarto que eu deixei passar… é Jade seu nome, não é isso?

 

– Sim. – falei e ri fraco. – Onde quer se encontrar para tomar café?

 

– Olha, onde fica mais perto para você?

 

Expliquei-a que estava hospedada em um hotel perto do centro da cidade e resumi minha situação.

 

– Entendo. – ela disse. – Se o hotel tiver um lugar para tomar café, eu não me incomodo.

 

– Se for conveniente pra você, pode vir, sem problemas. – falei. – Como eu te disse, eu sou de Nova York, conheço pouco aqui.

 

– Estarei em 30 minutos por aí. – ela disse. – Te mando mensagem.

 

– Ok. – falei. – Até logo, Meredith.

 

– Até. – ela disse e saímos da ligação.

 

– Sean, a Dee vai tomar um banho – falei. – Como você já tá de banho tomado, coloca uma roupa porque vamos conhecer uma pessoa.

 

– Quem é, Dee? – ele ficou entusiasmado com a notícia.

 

– É uma moça chamada Meredith.


 

Depois de ter vestido Sean com uma bermuda branca, tênis e uma camiseta azul e eu, com uma camiseta regata branca, calças jeans e sapatilhas, fomos para o saguão do hotel e começamos a esperar por Meredith, que estava 10 minutos atrasada. Eu olhava para meu celular quase que de forma instantânea, mas nenhuma mensagem tratava de chegar.

 

Será que eu fui enganada ou estou paranóica?

 

De repente, uma moça entrou como um furacão pela porta do hotel – ela vestia um jeans azul, uma camiseta branca, sapatilhas azuis e carregava uma bolsa enorme na cor caramelo. Os óculos escuros estavam sendo segurados na cabeça cheia de cabelos louros, que ficavam um pouco abaixo de seus ombros.

 

Enquanto ela esperava pelo atendimento, ela pegou o celular dentro da bolsa e começou a digitar. Foi naquele instante que eu soube quem era ela – ela era a Meredith Sloan, com quem eu falava no telefone há quase uma hora atrás.

 

Minha certeza aumentou quando senti meu celular vibrar no bolso da calça que eu usava. Peguei o celular e vi o “Já estou aqui” dela. Tive de prender meus cabelos em um coque, pois minha nuca suava por conta do calor que fazia em Los Angeles naquele dia.

 

Quando chegamos perto dela, Sean fez questão de tocá-la. Ela olhou para baixo e sorriu.

 

– Oi, pequeno. – ela sorriu e se agachou.

 

– Qual é seu nome?

 

– Meu nome é Meredith. – ela respondeu. – E o seu?

 

– Dee, ela é a senhorita Meredith que você disse que nós íamos conhecer. – Sean disse e olhou para mim.

 

– Você é a Jade? – ela olhou pra mim é perguntou, enquanto se levantava.

 

– Sim. – respondi.

 

– Muito prazer, Jade. – ela disse e apertamos as mãos. – Meredith Sloan, mas pode me chamar de Mer.

 

– Jade Lennox. – falei e sorri. – Mas pode me chamar de Dee. E ele é o Sean, meu irmão mais novo.

 

– Ele é uma graça. – ela sorriu. – Vamos tomar um café?


 

– Então – Meredith começou. – O que trouxe vocês até Los Angeles?

 

– Mudança de vida. – respondi. – E uma proposta de emprego na minha área, que não deu em nada.

 

– Na sua área?

 

– Sou recém-formada em jornalismo. – respondi. – Mas eu teria que trabalhar de graça por um tempo. Tenho, basicamente, um filho pra criar.

 

– Por que não o deixou com seus pais?

 

– Minha mãe faleceu há um ano. – respondi. – E meu pai está preso há cerca de um mês. Essas são longas histórias que só com uma grande quantidade de tempo você escuta.

 

– Temos o dia todo. – ela disse e comecei a contar à Meredith a minha trajetória até Los Angeles.


 

– Santo Cristo. – ela disse. Sean estava entretido com o PSP que eu havia lhe comprado. – E esse menino, ele viu tudo isso? – assenti. – Coitadinho. Deve estar traumatizado. E você, então? Deve estar carregando todo esse peso nas costas.

 

– Eu estou acostumada à levar bordoadas da vida. – falei. – Não que eu tenha levado muitas, mas acho que você entendeu.

 

– Sim. – ela disse e tomou um pouco de uma água saborizada com framboesa, limão e hortelã que ela havia pedido para nós duas. Ela deixou que Sean pedisse waffles com calda de chocolate e refrigerante, além de um lanche. – Sobre o apartamento, ele fica perto de Westwood, que é perto da Escola de Medicina, que é onde eu faço faculdade.

 

— Entendi.  — falei.  — Você faz medicina?

 

— Vou começar a residência assim que o verão acabar. — ela respondeu — Vai procurar emprego na sua área?

 

— Vou procurar e espero encontrar. — sorri. — Mas, se eu não encontrar, até trabalhar de recepcionista eu aceito.

 

— Entendi.  — ela disse e sorriu.  — Quando vocês podem se mudar? Pergunto porque meu apartamento está na fase final. Talvez em três ou quatro dias eu já esteja lá.

 

— Então você nos aceita como colegas de apartamento?

 

— Claro que sim!  — ela sorriu. Seus olhos se iluminaram.  — Dee, tem um bar por lá que está precisando de balconista ou bartender. Acabei de me lembrar, vi o anúncio hoje de manhã.

 

— Mas isso é uma ótima notícia!  — falei.  — Podendo te ajudar nas contas, melhor ainda.

 

Ela ia falar algo, mas foi interrompida por seu celular, que começou a vibrar em cima da mesa. Ela atendeu.

 

— Sim?  — ela começou. Sorriu.  — Mas isso é uma ótima notícia! Quer dizer que eu já posso transportar tudo?  — ela esperou um pouco.  — Perfeito! Obrigada Carter.  — ela desligou o celular.  — Vocês têm muita coisa para transportar?

 

— Eu tenho minhas roupas, as roupas do Sean, laptop…  — respondi.  — Quando eu disse que deixamos Nova York para trás deixamos, de fato, tudo para trás.

 

— Entendi.

 

— Dee, você esqueceu que tem o Batman e as minhas revistinhas pra levar.  — Sean comentou.

 

— Você é muito fofo sabia Seano?  — Meredith disse e ele corou enquanto limpava a boca e as bochechas com o guardanapo de pano.

 

— Querem ir hoje pro apartamento?  — ela perguntou.

 

— Hoje?  — perguntei.  — Como assim?

 

— Está tudo finalizado.  — ela respondeu.  — Acabei de receber uma ligação do responsável pela reforma.

 

— Quanto mais cedo melhor.  — sorri.

 

— Espero vocês com o meu carro na frente do hotel.  — Meredith disse e assentimos.


 

Depois de quase dez minutos discutindo para ver quem pagaria pela comida, Meredith e eu rachamos a conta. Sean e eu fomos para nosso quarto arrumar nossas malas e pegar o restante de nossas coisas. Dei baixa no quarto, paguei pelas diárias e Meredith nos esperava na frente de um Jeep.

 

— Que carro grande, senhorita Meredith!  — Sean comentou.

 

— Você gostou, Sean?

 

— Sim!

 

— Todo mundo entrando no Expresso Meredith!

 

Colocamos as coisas no porta-malas do carro e entramos. A viagem foi alegre, com Sean e Meredith cantando músicas dos mais variados filmes da Disney. Eu só conseguia rir, rir de forma leve, como fazia algum tempo que eu não ria.

 

E eu estava confortável com aquilo.


 

Depois de termos deixado nossas coisas no apartamento plano que seria nossa nova casa, fomos ajudar Meredith a pegar suas coisas no dormitório da faculdade. Voltamos ao apartamento e ajudei-a a organizar tudo. Depois que tínhamos organizado as coisas, fui até o tal bar que estava contratando.

 

Ao conversar com o dono, percebi que eu deveria saber fazer uma porção de coisas. E, como eles estavam desesperados e não tinham outra opção, eu consegui o emprego e tinha de estar cedo no outro dia para conhecer o sistema do bar, os drinks oferecidos e para ver como eu me sairia na minha primeira noite como bartender no American Eagle  — um bar que tinha, como público, homens e mulheres do exército americano. Tinham as noites da família e as festas dos soldados.

 

Poderia ser um lugar legal de se trabalhar. Eu estava buscando por um novo começo e eu havia acabado de encontrar.

 


Notas Finais


Até o próximo!


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