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História Gray Rose - Capítulo Único


Escrita por: AyegoPrincess

Notas do Autor


Mais uma da saga "one shots que escrevi no ano passado".
Primeiramente gostaria de dizer que o que vem à seguir não é uma historia bonita, mas eu já a amo muito de uma forma bem escritora ultra romântica do século passado. A Minrin me disse que eu sou meio cruel com os meus personagens, mas é só as vezes kkkk essa é uma delas.
Enfim...vocês foram avisados.
Bem vindos à guerra.

Capítulo 1 - Capítulo Único


Um bom soldado deve obedecer as ordens de seu capitão. Um bom soldado larga sua vida, sua família para servir sua nação. Um bom soldado abre mão da sua vontade para obedecer seu capitão. Um bom soldado morre em combate seguindo suas ordens. 

O que seria eu então? Obrigado por uma lei de conduta a seguir suas ordens. Ele diz “Sungmin, mate!” E eu mato. Claro que não foi sempre assim. Quando cheguei aqui eu pensava. Entre uma sirene e outra aquele garoto se perdeu. Ele se importava com a moral, ele se importava com o futuro de seu país e do mundo. Mas cada detalhe daquele lugar lhe transformou no que sou hoje.

Não estou aqui para colocar culpa em quaisquer variáveis que me tornaram “isso”. Afinal, fui eu aquele que se deixou envolver em toda aquela loucura. Eu poderia muito bem ter passado por tudo aquilo como tantos outros. Abalado psicologicamente por todo aquele derramamento de sangue. Neurótico e esquizofrênico, sempre esperando pelo sinal. Sempre pronto para o “Sim, senhor”.

Digamos que depois de algumas noites banhadas em lágrimas eu cansei de usar meu cérebro e deixei que eles o formatassem livremente. Uma verdadeira máquina assassina num rosto tão angelical. Talvez se meu antigo eu me visse hoje tivesse vergonha. Talvez nem mesmo me reconhecesse. Mesmo com as bochechas fartas, assim como sempre. Bochechas que abriram mão de suas covinhas para que os olhos possam contemplar covas muito maiores. 

Se eu encontrasse com o antigo eu, provavelmente diria para ele que o amor não vai leva-lo à lugar nenhum. É uma armadilha, principalmente se seu objeto de fascínio é o responsável por te transformar num psicopata. 

Sim, eu me apaixonei por aquele olhar maligno, aquele sorriso sádico e aquele ar autoritário. Eu me tornei a “putinha” do capitão. Mas diferente do que muitos pensam por aqui, isso não me trouxe quaisquer privilégios. O sentimento ali era completamente unilateral. Enquanto ele se enfiava cada vez mais em mim eu me enfiei cada vez mais num homem que só existe em minha imaginação.

Eu morreria por ele. Mas ele, por outro lado, me coloca na primeira linha de ataque e espera pelo dia em que meu corpo volte para seus braços sendo carregado, inerte, sem vida. Isto é, se ele ao menos se der ao trabalho de chegar perto de meu corpo esmaecido.

É como se ele estivesse preso a mim pelos gritos de dor que ele era capaz de arrancar de minhas cordas vocais maltratadas. Como se todas as vozes que imploravam por misericórdia não fossem o suficiente. Como se nenhuma delas ecoasse em seu subconsciente durante o período do silêncio. E assim, elas também pararam de me incomodar. 

Não que eu ache que por estar cumprindo ordens aquele sangue não esta em minhas mãos. Esta mais para um “não consigo ver minhas mãos em meio a tanto sangue”. Mas se eu quero estar com ele, preciso ser como ele. Um pensamento completamente egoísta eu presumo. Contudo, minha consciência deve ter se perdido em meio aos campos, ou talvez no meio de seus lençóis. 

Talvez o poeta entendesse este meu fascínio por aquilo que me tira a vida. Apenas se não estivessem todos mortos minha historia, tão feia, tomasse o belo formato de uma poesia. Porventura algo que lembrasse meu sorriso. Aquele primeiro sorriso tímido que dirigi a ele no dia em que nos conhecemos. Sim, para mim for tal qual amor à primeira vista. Mal eu sabia o preço que teria que pagar.

Em menos de uma semana ele me levou até seu quarto e começou a lapidar o que sou hoje. Naquele dia ele marcou meu corpo e em uma frase eu perdi minha identidade e me tornei seu objeto sexual. “Sua bunda pertence a mim agora”. Sem frases bonitas e carinhos. Meu amor não esta interessado no que eu posso agregar a ele, e sim no que ele pode conseguir de mim. O quanto eu posso satisfaze-lo. 

Nem ao menos era o único de sua vida. Tive que me tornar digno de uma pseudo exclusividade baseada, não em suas vontades, mas no medo de meus colegas. Um medo que se tornou demasiado grande para que desejassem descobrir o que poderia lhes acontecer se olhasse de mais para nosso sedutor capitão. Ele por outro lado, se divertia flertando com todos eles para que eu fosse atrás dele sedento por seu corpo. Eu sempre soube de seu jogo, mas isso nunca me impediu de joga-lo.

O medo era meu maior aliado, mas também meu maior inimigo. O único que chega perto de mim suficientemente é ele. O único que fala comigo é ele. Uma solidão completamente torturosa. Principalmente por que os únicos sons que trocamos num critério não profissional são gemidos. Gemidos estes que ele faz questão de que todo o quartel escute.

Você pode me perguntar como posso me prestar a isso sabendo que é um sentimento único e exclusivo meu. Houve um tempo em que eu tinha certeza de que ele me amava. Mesmo do jeito estranho dele. E que ele apenas tentava se proteger atrás de uma parede. Sempre preparado para o dia em que o “inimigo” acertasse meu corpo gravemente. Imaginava ele correndo até meu corpo sem vida e chorando sobre ele até limpar toda sujeira causada pela minha destruição. 

Mas tudo isso foi por água a baixo quando eu hesitei ao matar. Ele fez questão de castigar-me até que me pusesse desacordado sobre o chão cinza e frio. Ainda estando ali quando acordei. Ele não tratou de minhas feridas. Ele as abriu e deixou-me definhando para morrer sozinho. Sai daquela sala com a certeza de que o decepcionaria mais uma vez, agora pelo simples fato de estar vivo.

Depois disso não me iludi mais. Não quando, depois que ele considerou que meu corpo estava recuperado o suficiente para recebe-lo de novo. Não quando ele o fez pela primeira vez em meu quarto, foi tudo uma questão de conveniência. Ou quando ele fez questão de beijar cada milímetro de minhas cicatrizes, aquilo era só um artista dirimindo sua obra. Também não foi quando ele olhou em meus olhos quando atingiu seu ponto de êxtase. Eu havia conhecido o verdadeiro Kyuhyun, nada daquilo era capaz de alterar aquela imagem distorcida e real.

Não sei quando foi que me tornei um aprendiz de sua frieza. Mas sei que me tornei exatamente como ele quando o vi sorrir para mim no campo de batalha. Ambos cobertos na sujeira que nós criamos. Talvez aquele fosse um retrato fiel de como nossas almas estão por dentro.

O antigo Sungmin diria que assim que a guerra acabasse, poderíamos nos limpar e começar de novo, juntos. Numa casa no campo, longe de sirenes e explosões, quaisquer barulhos que remetessem às nossas origens. Talvez ele estivesse tão viciado em meu corpo a ponto de aceitar por alguns meses. Mas, a quem eu quero enganar, nós não podemos simplesmente esperar que a guerra acabe e possamos esquece-la, quando nós somos a guerra.


Notas Finais


Enfim gente kkkk espero que tenhamos sobreviventes. Se você gostou deixa o seu comentário ai dizendo que é um sobrevivente kkkk
Ps.: Eu escrevi essa enquanto escutava uma musica do MUSE chamada Pysycho. Eu ia inclusive batizar a fic assim, mas eu resolvi o esquema das flores e estou seguindo.


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