1. Spirit Fanfics >
  2. Grêmio Estudantil >
  3. Bandeira Amarela

História Grêmio Estudantil - Bandeira Amarela


Escrita por: Ovomaltina

Notas do Autor


Atrasada, mas presente <3

* Esse capítulo estava maior do que eu havia prometido e por isso tive que "repartir". Não leiam com expectativas de grandes interações sasusaku porque não vai rolar, perdão.
* Não foi betado ainda, qualquer errinho me comuniquem.

Boa leitura!

Capítulo 3 - Bandeira Amarela


Fanfic / Fanfiction Grêmio Estudantil - Bandeira Amarela

Grêmio Estudantil

 

Capítulo 03 – Bandeira Amarela

 

Em verdade, as aventuras são a parte torrencial e vertiginosa da vida.

Memórias Póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis

 

Por: Ovomaltina

A sorveteria The Big Chill, próxima a Praça Doze, era um dos locais não tão secretos para assuntos denominados como “bandeira amarela”.

O termo instituído por Karin, a jornalista venenosa, foi aceito com louvor por parte dos integrantes da equipe do Jornal. O grupo que tinham no Whatsapp era uma verdadeira mão na roda para facilitar a comunicação entre eles, entretanto, segundo Sai e Tenten, a dupla mais conspiradora da Shawnigan, não era seguro discutir certas coisas ali.

Bandeira amarela sinalizava assuntos importantes de nível médio. Bandeira vermelha sinalizava assuntos secretos. Toda vez que uma das duas fosse mencionada, todos já tinham ciência do que precisavam fazer.

The Big Chill, a sorveteria que tem a cara dos anos 70, foi o local escolhido para as reuniões de bandeira amarela. Ao término das aulas, após a bandeira ter sido mencionada, todos deveriam correr para a sorveteria.

Ino Yamanaka, a chefe de reportagem, era a mais cética de todos. Achava a ideia ridícula, mas sete era maior do que um e infelizmente não se podia ganhar todas.

Apelidada pelos seus amigos de “do contra”, se considerava a mais sã dentre eles. Nesses últimos meses, após perderem as eleições do Grêmio, enganou-se ao pensar que alguns dias seriam mais do que suficientes para Sakura, sua melhor amiga, e o restante do grupo, superarem a derrota. Isso não aconteceu.

Os ânimos de todos andavam acirrados mais do que o normal naquela semana e, após a bomba de hoje ter sido lançada por Karin sem aviso prévio, temia que a situação piorasse.

Assim que chegou, avistou Sakura debruçada sob o balcão vermelho da sorveteria. Ajustou a alça da mochila sobre os ombros e suspirou ao constatar o óbvio, Sakura era mesmo uma indecisa quando o assunto era sorvete e pouco parecia se importar com a fila que se formava atrás e, por consequência, as caras fechadas e olhares impacientes que eram direcionados para a menina de cabelos exóticos, saia xadrez curta e casaco inutilmente amarrado na cintura.

 — Testudinha, anda logo que os clientes estão putos e a polpa da sua bunda quase aparecendo não está sendo o suficiente para acalmá-los. Sussurrou sutilmente, apoiando as palmas das mãos sobre o balcão.

O susto seguido de uma passada de mão automática na saia foi o suficiente para Sakura sair do transe composto por Chocolate Belga e o clássico sabor de Flocos.

Ficou estática por segundos antes de franzir a testa e cruzar os braços. Estava mais cansada e ansiosa do que o habitual. Sentia que talvez a situação pudesse fugir do controle, estava preocupada com Karin, e as possíveis consequências sobre a notícia que ela vinculou, sem antes consulta-la, acarretariam.

— Um milk shake de frutas vermelhas e um sundae crocante para minha amiga. Ino pediu educadamente, tomando a frente de Sakura, deixando-a emburrada pela segunda vez em frações de segundos.

— Você é tão...

Antes que pudesse tentar expressar o tamanho da sua indignação, a loira fez um sinal com as mãos, interrompendo-a mais uma vez.

— Não temos tempo pra reclamações, Sakura.

A editora chefe amarrou o casaco cinza com o emblema dos Lobos na cintura mais uma vez. Pegou o seu sundae e caminhou até a mesa do fundo da Sorveteria. Pensou se deveria retrucar as gracinhas da amiga, mas estava cansada, ansiosa e com fome demais para isso.

Ino seguiu-a tranquilamente, com o milkshake em uma das mãos e a mochila em outra. Iria apenas se sentar e esperar que o restante da turma chegasse. Pelo menos esse era o plano inicial até encontrar mais uma chance de pentelhar a Haruno.

Jogou a mochila sobre a cadeira, cruzou as pernas e sem hesitação alguma fez questão de questionar sobre o assunto que mais tirava Sakura do sério.

— Você não tem vergonha de estar usando o casaco daquele que não deve ser mencionado?  

Fez uma careta ao ouvir a pergunta cínica da maior tiete do seu relacionamento com Sasuke. Estavam prestes a completar um ano de término, e mesmo assim sua melhor amiga ainda continuava a insinuar coisas que, segundo Sakura, não deveriam ser insinuadas jamais. Não foi atoa que proibiu suas amigas de mencionarem o nome do Sasuke quando o assunto fosse pessoal.

 O casaco cinza do time de basquete foi sutilmente pego “emprestado” pela garota enquanto ainda carregava o título de “namorada do Sasuke”, título esse que ela nunca suportou.

Enquanto ainda namoravam, Sakura era a “grande mulher por trás de todo homem” e ela odiava isso. Não importava se ela era a Editora Chefe do jornal da escola, aquela que sempre se dedicava extremamente a tudo que fazia. Para os outros estudantes, Sakura só era a namorada do capitão dos Lobos. Um objeto decorativo que ficava na arquibancada vendo Sasuke brilhar e receber todo o reconhecimento que merecia. E, por mais que ela também fizesse por merecer, nunca foi o suficiente. Pelo menos não enquanto Sasuke estava ao seu lado.

— Você tem vergonha de transar com o irmão caçula da sua amiga?

Sakura retribuiu uma pergunta sacana com outra ainda mais sacana.  

A chefe de reportagem ficou desnorteada por segundos com aquele questionamento retórico. Antes, é claro, de se irritar com o divertimento que Sakura tinha em tocar naquele assunto.

— Fala mais alto da próxima vez. Assim a sorveteria inteira fica sabendo!

Ino repreendeu-a cinicamente ao perceber que o feitiço tinha virado contra o feiticeiro. Seus planos de tirar sarro de Sakura foram por água abaixo e agora era ela que ocupava a posição nada confortável diante de um confronto com armas tão pessoais.

— Ino Yamanaka transa todas as quintas feiras com o irmãozinho da Temari na sala de projeção em cima do auditório. Alguém gritou e todos os clientes da sorveteria olharam para a mesa em que elas estavam.

A loira empalideceu. Levou a mão ao peito ao senti-lo congelar. O ar parecia ter se tornado rarefeito. Olhou para trás e viu a ruiva míope que, junto com Sakura, gargalhavam da sua cara.

Se tivesse a escolha de cair dura e morta no chão, seria esse o momento perfeito.

— SUA FILHA DA... Karin pôs a mão em sua boca.

— Sakura, parece que a filha do reverendo não faz só sexo casual com meninos mais novos, mas também fala palavrão.

Karin fazia jus a todos os apelidos que tinha. Se estivessem dentro da história de Mean Girls, ela seria Regina George, o seu blog seria o ‘’Livro do arraso” e os seguidores seriam seus zangões. E sim, aquele barro estava acontecendo.

Ino Yamanaka era a própria contradição do destino. Logo a filha do reverendo, era a mais cética dentre seus amigos. Simplesmente se recusava a acreditar em uma divindade e, por isso, era sempre a do contra, não só em casa, mas praticamente em todos os ambientes sociais que frequentava.

Quando se libertou dos dogmas religiosos que sempre foram impostos em sua vida, achou que podia fazer o que bem entendia e que nada mais lhe era proibido. Não havia inferno que a amedrontasse mais. Nessa mesma época, quando tinha acabado de fazer quinze anos, engatou um namoro com Sai, seu colega de turma e jornal, que contrapartida, sempre fora o seu oposto. Ela era a descrente e ele o crente de tudo.

O relacionamento chegou ao fim em meio a uma discussão sobre demônios. Sai podia jurar que em uma paralisia do sono ele viu uma succubus, que ao subir em cima dele, tentou fazer sexo com o objetivo de sugar suas energias vitais.

Era tarde de noite e, com muita insistência, seu pai havia deixado o rapaz dormir em sua casa pela primeira vez. Sai acordou todos falando sobre o tal demônio e seu pai, apavorado após tentar ungir todos os cômodos da casa, redigiu um sermão sobre aquilo ser fruto do pecado, que eles deveriam se cuidar espiritualmente para que aquilo não tornasse a acontecer. Na verdade, Ino sabia que seu pai só estava dizendo aquilo para que eles não transassem mais. Ninguém quer sua filha transado com alguém que alega ter sofrido uma tentativa de estupro vinda de um demônio.  

Depois de tanta inconveniência, a menina achou que o melhor a fazer seria voltar a ser apenas a amiga e, não, namorada de Sai.

Há um ano, quando fez dezesseis, conheceu Gaara, o irmãozinho caçula de uma das suas melhores amigas, Temari. O garoto ruivo era o mais novo a entrar no time de basquete e, naquela circunstância, estava sendo vítima de um trote bobo feito pelos colegas de time.

Ela teve que substituir Tenten de ultima hora em uma reportagem sobre o início da temporada dos jogos e, após passar pela entrada do vestiário, deu de cara com o rapaz, completamente nu.

Os meninos haviam roubado suas roupas. Ela teve que ligar para Rock Lee, o filho do treinador e também colega do Jornal, para pedir roupas para Gaara. Seria engraçado se ela não tivesse perdido a matéria e ficado com dó da carinha irritada que o menino fazia por ter sido trolado.

Depois disso, ficaram amigos, amigos com um alto grau de intimidade.

— Suas ridículas! Ele só é um ano mais novo que eu e nem é sobre isso que deveríamos estar falando.

Suspirou frustrada. Queria de qualquer forma mudar de assunto e como Karin, a criadora dos problemas, havia chegado, fez questão de lembrar o propósito para estarem ali ao invés de irem para a casa dormir, comer e problematizar no facebook.

— Ei! Senta logo aí. Pode começar a contar tim tim por tim tim do que aconteceu. Exijo detalhes!

Sakura espalmou as mãos sobre a mesa, encarando a ruiva como um zumbi encara um pedaço de carne. Ino tinha toda a razão, elas não tinham que estar discutindo a vida sexual de ninguém, pelo menos ninguém que não se chamasse Deidara/Kiba e transasse no vestiário da escola sob efeito de entorpecentes.  

— Ai caralho! Como vocês são chatas! Os outros nem chegaram ainda.

A ruiva zombou, jogando a bolsa no colo da Yamanaka e se sentando ao lado de Sakura. Ajeitou os óculos, cruzou as pernas de qualquer jeito, suspirou e divagou sobre a conversa que havia tido com o diretor há poucos minutos.

As meninas a encararam angustiadas. Estavam realmente curiosas para saber que o tinha acontecido. Mas a ruiva permanecia alheia aos questionamentos das amigas. Até pegou o celular para responder a mensagem que Sui havia mandado.

— Karin, sua vagabunda. Eu vou esfolar sua cara no asfalto quente se você não largar a porra desse telefone e começar a contar o que aconteceu.

Sakura não media palavras quando perdia a paciência. O risinho sarcástico expresso por Karin deixava claro o nível de costume que possuía com esse tipo de tratamento.

A amizade delas era assim, aos trancos e barrancos. Duas personas dominantes, trabalhando juntas em um jornal escolar e que dividem o mesmo objetivo de ferrar com os garotos integrantes do Grêmio Estudantil, era claro e evidente que a briga por controle existia com frequência ali. E isso não era de forma alguma um problema.

— Ai nossa, como você tá brava. Mas tudo bem, eu vou contar tudo.

Karin debochou mais uma vez. Limpou a garganta e suspirou. As meninas a encaravam atentamente.

— Seguinte, eu estava ajudando o Sui a treinar, sabe? Tarde da noite na quadra... Exprimiu um risinho nostálgico ao lembrar-se do que faziam naquela noite. Ino e Sakura se entreolharam tediosas, não era novidade alguma Karin e Suigetsu estarem “aprontando” dentro das acomodações da Shawnigan Lake. O colégio inteiro, desde o corpo docente até os alunos mais desinformados tinham conhecimento das aventuras do casal sacana, apelido esse que eles ganharam devido ao fato de serem extremamente filhos da puta com todo mundo, sem exceções.

  — Quando eu entrei para buscar umas coisas no armário do Sui, eu ouvi uns barulhos estranhos. Como a grande vagabunda inteligente que eu sou, me escondi e acabei vendo aquela cena do Deidara empurrando com vontade no...

— Tá bom, chega! Eu não preciso saber dessa parte!

A loira interrompeu, inalando o ar profundamente. Havia ficado enjoada só de imaginar.

— Ah Ino, como você é fraquinha.

Karin provocou enquanto ajeitava os óculos mais uma vez. Ino mostrou a língua e fez uma careta infantil. Estava tão habituada com as frases carregadas de sarcasmo vindas de Karin que pouco fazia diferença.

— Certo, você mentiu sobre as fontes e vindo de você isso não me surpreende em nada, mas que tipo de lorota você contou ao Orochimaru?

Sakura foi direta e certeira em sua colocação. De fato, não estava surpresa sobre não existir fonte alguma, mas o assunto era muito grave e, assim como Deidara e Kiba, Karin também estava usando as dependências da instituição como motel. Ela não poderia ter dito a verdade, do contrário seria penalizada como os dois mocinhos do pelotão do Sasuke foram. E que por sinal, Sakura torcia sem pudor algum para que os dois levassem um ultimate fate e caíssem de vez do lado de fora da Shawnigan. Isso com certeza seria crucial para convencer os alunos e o corpo docente a pedirem novas eleições para o Grêmio Estudantil.

— Ora, ora Sherloque Romes, eu acionei a minha carta na manga para sair ilesa disso. Ou você acha que o Deidara e o Kiba são os únicos que curtem rabo de macho?

A expressão “de queixos caídos” não poderia ser aplicada em outra hora que não fosse essa.

Karin não poderia ter sido mais explícita. Ficou bem claro para Sakura e Ino que a jornalista tinha mesmo uma língua de trapo. Karin era cheia de truques, a rainha dos shades mais obscuros, ela não falava coisas em vão e era extremamente cuidadosa com tudo que publicava no blog, do contrário, já teria perdido seu lugar ao sol no mar das fofocas faz tempo.

— Mas que droga. Você tem provas que incriminem até o diretor?

Ino perguntou perplexa. Não que fosse chocante descobrir que o diretor esquisito tivesse segredos bizarros porque isso já era algo que todo mundo podia esperar, mas fazer uso disso para se safar já era ir além dos limites.

— Tenho provas até suas. É por isso que eu digo: Na sala do auditório não!

Ino revirou os olhos ao ponderar mais uma vez sobre como era exaustiva aquela forma que Karin tinha de tirar onda com a sua cara.

— Que ótimo que você tenha carta nas mangas. Iremos mesmo precisar delas para conseguir novas eleições, afinal de contas esse é o nosso objetivo.

Sakura era mesmo uma competidora nata, daquelas que fazem de tudo para vencer. Para Ino, sua melhor amiga, chegava a ser assustador vê-la falando de uma forma tão minimamente calculista.

— O seu objetivo. O meu é só criar discórdia e conseguir privilégios mesmo.

No auge de todas as suas falas carregadas de deboche, Karin não poderia ter sido mais sincera. Não que ela não se importasse em ter perdido as eleições do Grêmio, mas o desejo de ver o cabaré pegando fogo e o prazer de ter sido aquela que acendeu o isqueiro era revigorante.

Sakura sorriu ao ouvir a resposta da amiga. Sabia que apesar das divergentes brigas pelo controle, podia contar com a amiga para todo e qualquer tipo de plano mirabolante que visasse foder com a vida dos Lobos gremistas que se atreveram a roubar seu lugar.

— Vocês duas me assustam...

Ino murmurou mais para si mesma do que para ser ouvida. Sabia que tudo aquilo daria uma merda das grandes mais cedo ou mais tarde, todavia, já estavam envolvidos demais para voltar atrás.

— Mas teremos que dar uma pausa, Sakura. Pelo menos por essa semana, nada de notas que sobre o trabalho do Grêmio ou qualquer coisa relacionada aos meninos. E, só para lembrar, o grande dia está chegando!

O grande dia realmente estava chegando. Dezoito anos de ceticismo e opiniões contrárias. O aniversário de Ino Yamanaka prometeria muitos momentos memoráveis para os Lobinhos da Taka e, principalmente, para os usurpadores do Jornal. 


Notas Finais


Para quem me acompanha em Gossip Girl Konoha, aguardem uma Karin pior que Hinata. Beijos no core <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...