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História Grimms - Histórias reais


Escrita por: TaayWang

Notas do Autor


LEIAM AS NOTAS FINAIS!!!

Capítulo 2 - Histórias reais


Fanfic / Fanfiction Grimms - Histórias reais

“Está na hora de você descobrir a verdade sobre os contos de fadas que ouvia quando era criança.” — Irmãos Grimm

Olhei para o prédio em minha frente. O sol forte batia em meu rosto, o nervosismo tomava conta de cada célula do meu corpo. Eu havia me preparado a vida toda para está ali, do outro lado da porta, onde os avaliadores já deveriam está fazendo as entrevistas. Stratford Arts School: uma das melhores escolas de artes do país, apesar de Stratford não ser uma cidade muito grande, aqui havia boas escolas e uma das melhores faculdades de artes. Desde cedo, eu estudei e treinei para conseguir, pelo menos, chegar na fase das entrevistas e aqui estou eu, depois de longos anos, prestes a realizar um dos meus grandes sonhos.


Desenhar desde os seus quatro anos de idade tem lá as suas vantagens, tia Rosalie sempre me apoiou bastante, ela diz que esse meu “dom” é de família, já que, segundo ela, meus pais também eram ótimos desenhistas e ela também, aliás. É uma pena ela não poder ter vindo me acompanhar hoje, pois está muito doente, já faz duas semanas que ela está no hospital. Por mim, eu nem estaria aqui, mas ela havia insistido, não queria que eu “estragasse a minha vida” por causa dela.


Segurei forte a minha mochila, suspirei e adentrei o prédio. A arquitetura era moderna:  paredes com uma tonalidade de cinza, com portas e armários rústicos, mas apesar disso, era aconchegante. Um longo corredor se seguia em minha frente, pessoas andavam pra lá e pra cá, algumas acompanhas, outras sozinhas, como eu, sozinhas, alguns tinham instrumentos em suas mãos e outros pincéis e papéis. Andei pelo corredor, seguindo pelo o caminho que eu já conhecia, pois há um mês atrás, eu havia vindo aqui para me inscrever nas entrevistas.

 

Virei a esquerda e andei mais uns passos, até virar novamente à esquerda, algumas pessoas já estavam lá, sentadas e esperando serem chamadas. Havia um lugar vago ao lado de uma menina de cabelos roxos, tatuagens e piercings por todo o corpo, sentei-me ao lado dela que pareceu nem ter me visto. Todos ao meu redor, pareciam estar prestando atenção em alguma coisa, então eu simplesmente encostei minha cabeça na parede e fechei meus olhos, tentando relaxar. “Alan Wilkerson” ouvi chamarem, porém não precisei abrir meus olhos, a próxima seria eu.

 

Se eu dissesse que não estou em ponto de entrar em combustão de nervosismo, eu estaria mentindo. Eu estou muito além de nervosa. Não que eu não seja um péssima desenhista, mas o problema é que além de mim, só quem já viu meus desenhos foi a tia Rosalie. Você deve estar se perguntando, “mas você não tem amigos?” não, eu não tenho. Possamos dizer que eu seja estranha demais pra isso, nunca fui boa em fazer amizades, na verdade, as pessoas nunca gostaram de me ter por perto e eu não faço ideia de o porquê, sempre me achei uma garota normal.

 

Apesar que meus desenhos sempre foram um pouco estranhos, quando eu reparava, já tinha desenhado monstros, espadas e armas, me lembro que uma vez eu até tentei arrumar uma amiga, mas assim que ela viu meus desenhos, ela correu e saiu gritando. Naquele dia, passei a noite toda chorando, até que tia Rosalie me disse que o problema não estava em mim e sim nas pessoas, que não gostavam do desconhecido, temiam o que fugia de seu controle, até hoje não entendi isso direito.


— Alexia Shmidt.


Fui interrompida dos meus pensamentos ao ouvir-me sendo chamada, abri meus olhos e parece que só então aquelas pessoas pareceram me notar. Levantei-me lentamente, já tirando meu portfólio da bolsa, sua capa era cheia de desenhos: havia lobos, morcegos e alguns monstros não identificados por mim, apenas vinham em minha mente e eu desenhava-os. Caminhei em passos curtos em direção a porta, suspirei e girei a maçaneta, do outro lado, havia apenas um enorme cômodo com paredes cinzas e na minha frente, uma mesa de vidro e três cadeiras de couro pretas e nelas estavam sentados os “jurados”, dois homens e uma mulher. Caminhei até eles.


— Bom dia, Srta Shmidt. — falou o homem que estava sentado a direita, tinha cabelos grisalhos, óculos redondos e era barrigudinho, se não estivesse usando um terno marrom – muito sem graça –, poderia até lhe confundir com um papai Noel moderno.


— Bom dia. — falei os olhando.


— Muito bem, o que você nos trouxe? Pelo que eu estou vendo aqui, em seu primeiro teste você trouxe algumas pinturas bastante interessantes… — falou a mulher, olhando alguns papéis em cima da mesa, ela usava um terninho azul com o cabelo preso em um coque alto, era bonita.


Assenti e lhes entreguei meu portfólio, começaram a folheá-lo minuciosamente, o que só me deixava mais nervosa. Não demonstravam expressões e muito menos se estavam gostando ou não, pareciam estátuas.
Depois do que para mim pareceram horas, eles finalmente me olharam.


— Bom, o seu trabalho é bom, claro que pode ser melhor, mas para uma iniciante, você me parecer ser boa, tem talento. — o homem da esquerda se pronunciou, ele parecia ser o mais severo dos três, tinha cabelos incrivelmente escuros, usava um terno preto e elegante, e seu semblante, bom, era rabugento. — Mas uma coisa me intriga, que desenhos são esses na capa de seu portfólio?  — perguntou, observando os meus estranhos desenhos.


— Me desculpe por isso, está aí por acaso, eu deveria ter colocado os trabalhos em outra pasta. — me desculpei rapidamente.


— Você não entendeu querida — continuou a mulher. —, nós não acreditamos em coincidência. – sorriu debochadamente e então eles se olharam, meus pés quase saíram voando de tanto nervosismo.


— Alexia Marshall Shmidt… — novamente o homem da direita falou, lendo a minha ficha técnica. Suspirei. Era agora. — Você acaba de ser aceita na Stratford Arts School.


— CARALHO! — gritei, levantando as minhas mãos pro alto, eles me repreenderam com o olhar. — Quer dizer… — fingi uma tosse falsa.  — Muito obrigada mesmo! Vocês não vão se arrepender.


— Tá, agora se retire da nossa sala que nós não temos só a senhorita para avaliar hoje. — falou o entrevistador rabugento, apenas assenti e fui me retirando. Girei a maçaneta da porta lentamente, mas antes de sair, olhei novamente para a sala, os três ainda me olhavam, porém a mulher não era mais ela, ela parecia um animal – uma raposa pra ser mais exata – e então, deu para vê-la murmurar um “Grimm”. Mas que droga é essa?

[...]

— Boa tarde, eu gostaria de ver a paciente Rosalie Marshall. — falei para a recepcionista do hospital. Assim que saí da entrevista, vim direto para cá, tia Rosalie não pode ficar sozinha, não se sabe ao certo qual é a sua doença ainda, mas é muito grave e além do mais, eu queria lhe contar a novidade. Ela ficaria muito feliz, ela sempre quis o meu melhor e sempre soube o quanto eu queria isso.


— Você deu uma baita sorte mocinha, o horário de visita termina em quinze minutos… — falou a senhora, me entregando um crachá com a palavra “visitante” impresso nele. —  Quarto 312, terceiro andar. — concluiu e eu sorrir em agradecimento, por mais que eu já soubesse onde ficava o quarto, já havia vindo aqui milhares de vezes em apenas três semanas.


Segui em direção ao elevador, assim que entrei, eu logo estranhei, pois ele estava vazio e bom, elevador de hospital nunca fica vazio. Dei de ombros. Assim que o elevador chegou a seu destino, fui direto para o quarto de tia Rosalie, bati em sua porta e logo em seguida ouvi um “pode entrar” fraquinho.


Ela estava deitada na maca, com agulhas cravadas em seus braços, seus cabelos castanhos já não eram mais os mesmos, haviam perdido o brilho e sua pele que antes era bem bronzeada – apesar de morarmos no Canadá –, agora estava branca feito papel. Os médicos ainda não descobriram qual é a sua doença, acham que pode ser algo novo, ela já havia tido três paradas cardíacas, a cada dia que se passava, ela ficava mais fraca. Isso estava acabando comigo. Vê-la nesse estado. Me lembro que quando eu era criança, ela era jovem e cheia de vida, vivia brincando e sorrindo comigo por aí.


Só de pensar em perdê-la, minha garganta trava. Ela sempre foi a minha única parente viva, a única que se importou comigo depois que meus pais morreram naquele infeliz acidente. Nós somos a única família, uma a outra e essa situação só me deixa mais angustiada.


— Lexi, querida? Você está bem? — falou, me tirando do transe.


— Claro, tia. — respondi, entrando no quarto.


— Você estava parada na porta já faziam uns cinco minutos. — eu sorri.


— Não era nada. — falei, me aproximando mais dela.


— Venha, sente-se aqui… — bateu a mãos em sua cama, fiz o que ela me mandou e sentei-me ao seu lado. — Como foi na entrevista? — acariciou a minha mão.


— Eu passei. — sorri abertamente.


— Isso é bom querida, mas nós precisamos conversar… — falou seriamente e o aparelho que verifica seus batimentos acelerou.


— Acho que não é uma boa hora, tia Rosalie, a senhora precisa descansar.


— Querida, você precisa saber a verdade agora! — ignorou o que eu disse. Mas que diabos ela está falando? — A muito tempo eu escondo algo de você… Todos nós escondemos.


— Do que a senhora está falando? — ela só pode tá delirando agora, seu aparelho começou a apitar. — Não importa. Eu vou chamar um médico pra vê o que está acontecendo com essa bodega.


— Não me interrompa novamente, Alexia. —  ela nunca me chama de Alexia, só quando a conversa é realmente séria. Eu apenas assenti. — Preste bem atenção, as histórias são reais, todas elas, infelizmente eu não irei está aqui para lhe ensinar tudo, mas tenho certeza que você se sairá bem. — seus olhos lacrimejaram. Mas o que tá acontecendo? — Nós não temos muito tempo, então serei direta: o instituto lhe procurará, irão lhe explicar certas coisas, mas não confie totalmente neles. Mantenha seus olhos e ouvidos abertos eu ire…


— Do que a se…


— Não me interrompa! — me olhou feio. — Tudo que você precisa saber está no trailer, não leve e nem o mostre a ninguém, mantenha-o escondido de todos, ele é muito valioso. Eu irei lhe mostrar somente o que você precisa saber por enquanto e lhe entregarei o objeto, o guarde com a sua vida.


— Que ob…


— Não o mostre a ninguém. Na hora você saberá o que fazer com ele, não esqueça que eu amo você, seus pais também te amavam, nunca esqueça disso. — lágrimas já rolavam pelos seus olhos. — Proteja o objeto. — e então, ela tocou em minha testa e como um passe de mágica, um pequeno relógio de bolso prateado caiu em meu colo. De onde isso surgiu?


Seus aparelhos começaram a apitar ensurdecedoramente e então, quando eu a olhei, já era tarde de mais. Ela estava imóvel, de olhos abertos, me olhando. Só me lembro de vários médicos entrando no quarto e me afastando dela. Eu ainda segurava o pequeno relógio.

 


Notas Finais


Genteeeeeeeee o capítulo foi betado pela Bjaay do RED <3
EU AMEI OS COMENTÁRIOS DE VOCÊS, vocês não tem noção como cada comentário da capítulo anterior encheu meu coraçãozinho de alegria. Vocês são uns anjos <3
O capítulo tá meio chatinho, mas no próximo já vai ser mais animado. Genteee do céu, de onde esse relógio surgiu? Já da pra ligar os pontos com o prólogo hahaha.
Quando será que o nosso lobinho vai aparecer? huehuehue

Aaah, eu também queria comentar com vcs que estou pensando em fazer uma nova fic com o JB com TDI (Transtorno Dissociativo de Identidade), o que vocês acham? Já estou com várias ideias lokas aqui hahaha
Me digam o que acharam e até o próximo <3

Twitter: https://twitter.com/Srabiebermorgan


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