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História Growing Up - Aquelas Situações


Escrita por: _Angels

Notas do Autor


DEUS NÃO QUER QUE EU POSTE ESTA FANFIC
Eu estou de volta, Yay! Queria fazer aquele clichêzão, então espero que gostem! <3

Capítulo 1 - Aquelas Situações


 

Nada havia mudado. O coro de aplausos ecoou em sua cabeça e a fumaça da vela flutuou em sua frente. Ela se afastou, fingindo um sorriso. De repente, seu corpo foi puxado e a boca de um outro alguém estava encostada na sua.

Amy retribuiu o beijo, não conseguindo superar a vergonha de estar beijando seu namorado na frente dos seus amigos. Mas Kieran não se importava, então continuou-a beijando por um longo tempo. No fim, mesmo depois de tantos beijos, ela ainda não havia se acostumado.

Quando se afastaram, sua irmã apareceu do além para lhe puxar para um abraço. Diferente de Kieran, Amelie não demonstrava afeto assim, tão facilmente. Então, quando o fazia, era sempre bem-vinda.

—Parabéns, minha cópia. —disse ela, em seu ouvido.

Amy riu.

—É, você não deveria mais me chamar assim. —contrariou, olhando para o cabelo da irmã.

Nos últimos meses, Amelie havia decidido que queria mudar. Ela acordou em uma manhã, tomou seu café, e ficou fora por dois dias inteiros. Quando voltou, com todos preocupados e com uma carta de recuperação da escola, seu cabelo estava azul e seu braço estava coberto de tatuagens.

Seus pais, em algum lugar do outro lado do continente, decidiram que não a aceitariam se ela continuasse com aquele comportamento. Foi nesse dia, que Amy viu sua irmã de um jeito que nunca havia visto antes. Ela ainda lembrava do jeito que Amelie usara para demonstrar que não se importava:

—Vão se foder! —gritou rindo sarcasticamente, enquanto apontava ambos os dedos médios para a câmera do computador.

Ou algo mais ou menos assim.

Amy sabia que não era “apenas uma fase” de sua irmã. Amelie não suportava ser comparada a ninguém, e quando o seu próprio namorado a comparou com Amy, ela terminou o relacionamento e disse que não suportava mais aquilo. Para ela, tudo tinha seu próprio significado. E não ser a única pessoa a possuir sua aparência, era a personificação da quebra de sua própria razão de vida.

—Ah, merda, eu preciso ir trabalhar! —disse Amelie, separando-se de Amy. Correu em direção à porta. —Tenho que correr, guarde um pedaço de bolo pra mim!

—Peça o telefone do pintor! —gritou de volta. Conseguiu escutar a risada da irmã, antes da porta bater.

Sorriu para os que ficaram, e continuou recebendo abraços educados de seus colegas de dormitório. Quando abraçou Daniel, porém, ele sussurrou algo em seu ouvido:

—Que pintor? —perguntou.

Amy teve certeza que ficou vermelha de vergonha. Em parte porque a respiração dele havia feito cócegas em seu pescoço e a lembrado do sonho erótico que teve com ele, de manhã. Em outra porque ela estava completamente afastando ele de sua irmã, já que sabia que ele gostava dela e não o queria como cunhado.

Não sabia bem o que queria, para ser sincera consigo mesma. Estava se convencendo de que estava feliz com Kieran.

—Um cara que frequenta a cafeteria. —esclareceu ela, vagamente.

Ela também sabia que Amelie e o pintor conversavam por horas, que Amelie pintava com ele no parque, e que ela dormiu na casa dele durante os dois dias pelos quais ficou fora. Mas algo em sua mente lhe impediu de revelar toda essa informação em meio à um abraço.

O olhar abatido dele atravessou seu coração, e ela percebeu muito bem quando ele deixou a cozinha e saiu da casa, carregando um livro consigo.

Depois de todos os cumprimentos, eles começaram a comer o bolo. Sumiu, em questão de minutos, fazendo com que fosse impossível cumprir o desejo da irmã. Amy não questionou, nem impediu, quando viu os outros devorando o bolo. Um de seus melhores amigos, John, o havia feito com muito amor, e ela sabia que ele ficava feliz quando via pessoas devorarem suas criações.

John era um cara muito alternativo para a idade. Beirava os 20, mas quase sempre estava no Dormitório, em busca de algum conhecido para conversar. Ele era alto, possuía os cabelos sempre aparados, e adorava cozinhar e programar jogos. John também fumava, o que fazia com que os pais de Amy o odiassem. Mas ele não ligava.

Não, John era muito legal para ligar.

—Hey, posso falar com você um instante, em particular? —a voz a assustou.

Ela se virou, dando de cara com Alicia. Por ser a irmã de Kieran, Alicia e Amy eram muito próximas, quase como se Amy também fosse a irmã mais velha dela. Alicia sempre estava disposta a aprender alguma coisa nova, o que causava desconforto em Amy, ao responder perguntas um tanto quanto constrangedoras.

Diferente de Kieran, Alicia ela loira e tinha olhos claros. A combinação fazia vários garotos deixarem mensagens idiotas em seu armário na escola, e ela odiava ter que ficar as recolhendo e jogando no lixo.

—Vou me arrepender? —questionou, desconfiada.

—Depende. —foi a única resposta que conseguiu.

Amy levantou e seguiu Alicia pra fora da casa. A sala de estar estava vazia, a não ser por Luna, dormindo no sofá com um livro cobrindo seu rosto. Ela era a outra irmã mais nova de Kieran, mas não gostava nem um pouco de Amy. Na verdade, Amy tinha a impressão de que Luna a odiava.

A porta bateu atrás de si, e de repente, elas estavam do lado de fora. O sol estava se pondo e Amy teve a impressão de ver Daniel falando com alguém, mas não conseguiu ver nada mais, pois foi arrastada para o lado de trás da casa.

Alicia parecia nervosa com alguma coisa. Ela ficou rodando de um lado para o outro, várias vezes, como se pensasse se realmente deveria fazer o que estava prestes a fazer. Com toda a demora, Amy se irritou. Tinha que praticar o violino, tinha teste amanhã.

—Fala logo, por favor?! —reclamou, com raiva.

—Ok. —disse. —Eu vou afirmar o óbvio aqui.

Amy concordou com a cabeça.

—Todo mundo sabe que o seu relacionamento com o meu irmão... Kieran —ela se corrigiu rapidamente —está indo de mal a pior. Então, eu decidi fazer isso logo, antes que eu me arrependesse.

—Fazer o que...?

—Eu gosto de você! —Alicia a interrompeu, fechando os olhos enquanto dizia a frase.

O coração de Amy quase saiu pela boca. Por um momento, ela cogitou rir, mas percebeu que a garota não fazia o mesmo. Começou a entrar em desespero, sem saber o que falar.

Não precisou.

Quando menos esperou, estava sendo prensada contra a parede enquanto era beijada pela irmã do seu namorado. Alicia segurou sua nuca fortemente, puxando os lábios de Amy para si. O beijo parecia desesperado, rápido demais para Amy entender o que estava acontecendo. Tentou se segurar, para impedir seus instintos de machucar Alicia, mas não conseguiu.

O beijo foi rompido, e agora ela se encontrava no chão, com uma marca vermelha no rosto. Lágrimas caíam pelo seu rosto, assim como ameaçavam cair pelo rosto de Amy. Ela descansou a mão em cima de sua boca, incapaz até de pedir desculpas. Sua mão ardia pelo golpe dado.

E, como se não fosse o suficiente, Luna entrou em cena. A garota chegou como um furacão, revoltada com alguma coisa. Mas parou quando viu o que acontecia.

Sua mente raciocinou a irmã no chão, com uma marca em seu rosto e lágrimas em seus olhos. E depois Amy, com uma mão fechada e a outra sobre a boca. Não precisou de mais nada para ficar com raiva.

—O que foi que você fez? —perguntou, tentando se acalmar.

Amy tentou balbuciar alguma coisa, mas não conseguiu dizer nada. Em vez disso, começou a chorar.

—O que foi que você fez?! —repetiu Luna, com raiva, correndo em direção à irmã.

O olhar preocupado em seu rosto fez Amy se sentir cada vez pior.

—Sua vadia... —

—Eu beijei ela, Luna. —interrompeu Alicia, entre as lágrimas.

Depois disso, ninguém mais disse nada. E tudo o que foi escutado, foram as lágrimas de ambas as garotas.

***

Amelie servia mais um café para a mesa nove. Ela desconfiava que Peter estava fazendo de propósito, já que ele estava fazendo isso por dois dias. Ela nem sabia onde ele guardava tanto café, mas ele sempre trazia algum rascunho para passar o tempo.

Ela o conheceu por acaso, quando percebeu que ele estava fazendo um desenho seu, mas tinha pintado seu cabelo de verde, ao invés de azul. Ele estava tão concentrado em seu desenho, que mal percebeu quando ela o cutucou. Ela estava de bom humor, então sussurrou em seu ouvido que seu cabelo era azul.

E ele simplesmente respondeu que não tinha a cor azul, e a convidou a se sentar. Após isso, tudo o que aconteceu foram conversas sobre pintores famosos, cafés e um pedido desesperado de um lugar para ficar. Amelie ainda esperava o convite para um encontro, mas suspeitava que deveria dar o primeiro passo.

E estava pronta para fazer isso.

—Aqui está seu pedido. —ela colocou o café na mesa.

—Hm... —ele tomou um gole. —Quantos cafés eu vou ter que tomar para você me chamar pra sair?

Ela se surpreendeu. E depois começou a rir. Olhou em volta, e ainda rindo, sentou-se na cadeira de frente para ele.

—Estou esperando você me mandar a cantada.

Peter franziu o cenho.

—Você gosta de cantadas? —perguntou ele. Ela riu.

—Não cantadas. Da cantada. —explicou, enfatizando o singular.

Ele fez uma cara de quem não entendia.

—A cantada da soda, eu já te falei sobre ela! —disse, batendo em seu braço.

Ele negou com a cabeça, tomando outro gole.

Peter era uma pessoa muito bonita. Ele tinha cabelos encaracolados, na altura dos ombros, mas estava sempre de touca. Sempre usava algum moletom surrado que achava em seu guarda-roupa e adorava seu tênis vermelho. Os olhos dele eram verdes e compensavam o cabelo que era castanho claro. Ele sempre dava um jeito de harmonizar as cores naturais com as roupas que usava.

Além disso, estava sempre manchado de tinta. Amelie não questionava, pois vivia na mesma situação.

Ela balançou a cabeça, sorrindo e gesticulando para ele deixar para lá.

—Esquece. —disse, simplesmente. —Você é muito bonito para ter que passar por isso.

—Não, espera! —ele sorriu e largou a caneca na mesa. —Eu lembrei, calma.

Amelie se debruçou na mesa, apoiando o queixo em suas mãos. 

—Ok, se você fosse um refrigerante, você definitivamente seria soda.

Ela arqueou as sobrancelhas e sorriu.

—Por que?

—Porque soda você na minha vida...? —arriscou ele.

Amelie gargalhou. Com os olhos semicerrados de tanto rir, ela conseguiu ver Peter ficando vermelho de vergonha.

—Ah, meu Deus, você é tão fofo. —disse ela, entre a risada.

—Ai. —reclamou ele. —Acho que acabei de atingir a friendzone.

—Eu diria que você está longe dela. —contrariou Amelie, sorrindo para ele.

Antes que conseguisse apreciar a resposta de seu acompanhante, o ouvido dela captou uma agitação na porta do estabelecimento. Mesmo com as outras garçonetes tampando a visão, ela conseguiu ver um garoto com um buquê de flores.

O sorriso sumiu de seu rosto, e ela levantou rapidamente.

—Com licença. —disse, antes de andar até o local.

Quando o garoto a viu, seus olhos brilharam e um sorriso se formou em seu rosto. Amelie, entretanto, permaneceu séria, enquanto gesticulava para as garçonetes não se importarem com ele.

—Perdão senhor, posso ajudar? —perguntou, sabendo exatamente o que ele queria.

—Sim, com certeza — se ajoelhou em sua frente, oferecendo o buquê para ela. —Quer sair comigo?

Amelie suspirou. O procedimento padrão já vindo em sua cabeça.

—Sinto muito, mas eu mal lhe conheço. —negou ela, educadamente.

—Esse é o objetivo do encontro! —exclamou ele, sorrindo nervosamente. —E agora?

—Eu tenho que recusar, eu sinto muito. —disse, novamente.

—Qual é! Eu lhe levo à um bom restaurante! —agora o garoto já se encontrava de pé, suando frio enquanto balançava o buquê levemente. —Será legal, eu prometo.

Com sua visão periférica, Amelie viu Peter se aproximar. A derrota estava chegando mais perto, enquanto ela tentava se livrar de todo o jeito do garoto desconhecido. Os seus dois últimos encontros haviam ido embora com medo, quando isso aconteceu. Ela só esperava que o mesmo não se repetisse com Peter. Gostava dele.

—Olha, eu mal lhe conheço. —repetiu ela. —Eu não posso sair com você, não é assim que funciona.

Ela percebeu quando Peter parou ao seu lado, encarando o garoto em sua frente. O garoto lhe encarou de volta, com um ar de superioridade.

—E você é? —questionou o garoto, impaciente.

Amelie viu Peter soltar um sorriso com o canto da boca. Ele descansou seu braço sobre seus ombros, e ela o viu de um outro jeito. O fofo se transformou em sexy em segundos, e de repente, ela quis beijá-lo ali, na frente do garoto em que estava dando um fora.

—O namorado dela.

Ambos, Amelie e o garoto, engasgaram com o ar, naquele momento. O garoto logo percebeu a reação dela e estreitou os olhos, começando a rir.

—Ah, entendi. Essa é uma daquelas situações em que você —ele apontou para Peter —mente para mim, para eu sair do pé dela. —e apontou para Amelie.

Peter deu de ombros e sorriu.

Segundos depois, Amelie estava beijando Peter. Foi tão automático, que ela mal teve tempo de raciocinar a situação. Apenas se entregou, tentando absorver todas as sensações que conseguia.

Era um beijo lento e sem pressa. Amelie não sentia mais seu corpo, e mal se importava com sua respiração, queria apenas corresponder à altura. Ela sentiu a mão dele descendo de sua cintura para sua bunda, e gemeu levemente contra seus lábios. A distância entre eles era igualável a nada, mas ainda assim, ela queria estar mais perto dele.

Amelie direcionou suas mãos para a nuca dele. Embrenhou seus dedos no cabelo encaracolado, possessivamente, sem estar ciente de suas ações. O beijo não parecia longe de acabar, mas a falta de ar os separou.

Ao final de tudo isso, Peter depositou um beijo em seus lábios e se virou para o garoto.

—Ainda é uma daquelas situações? —questionou, com um sorriso vencedor.

 

 


Notas Finais


Preparem a tabelinha de shipps! Vocês vão precisar ~~fuhuhuhu
E aí? O que achou do capítulo? Comente! Me deixa saber sua opinião! <3
Vejo vocês no próximo capítulo~~
Até lá!


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