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História Guarda-Costas - Codinome C.I.S.N.E


Escrita por: DHWritter

Capítulo 1 - Codinome C.I.S.N.E


Tragou o cigarro com mais agressividade que pôde, até porque o trago no cigarro não durou mais do que cinco segundos. Suas madeixas escuras balançaram no ar com o giro que deu para seguir em direção à sala de interrogatório. Ainda irritada apagou o cigarro na bochecha do homem de cabelos escuros e olhos verdes.


– HOOK! NÃO ESTOU BRINCANDO! - Viu quando o mesmo abriu a boca pra reclamar e jogou o cigarro na sua boca e com a mesma rapidez, juntou a mandíbula do mesmo, mantendo a boca do rapaz fechada. Ele tentava se soltar ou abrir a boca, mas a bela moça de olhos verdes como os dele, não permitia isso. - Vou te contar uma coisinha que talvez você não saiba, cigarros contém mais de sete mil substâncias... - Pausou por conta do chacoalhão que ele deu. - Tóxicas. Sabia que eu poderia colar sua boca? Aí essa merda só poderia sair por um lugar. - Sorriu diabolicamente ainda segurando a cabeça dele fortemente. - FALA! OU ESSA MERDA SÓ VAI SAIR PELA SUA BUNDA SEU INFELIZ!


[...]


– Ela é um pouco radical demais, não acha? - Disse o engomadinho número um do país. - Ela é um pouco violenta, não é disso que precisamos.

– Senhor Glass, ela é a minha melhor agente.


Glass. Sidney Glass, o engomadinho número um da América, o homem mais misterioso ao lado da Juíza Mills. Um homem em seus mais de cinquenta anos, de pele negra e sorriso irônico, um verdadeiro gentleman. Por conta de sua facilidade com as palavras e sua impecável aparência foi apelidado por línguas infames e colegas maldosos como "engomadinho número um".


– Leopold, ela é sua neta não é mesmo? - O engomadinho ajeitou sua gravata borboleta enquanto indagava. - É normal que o próprio avô considere seu sangue o melhor, não é? - Aquele sorriso irônico tão conhecido surgiu.
– Você me conhece Glass...


Leopold Swan um reservado agente do serviço secreto que foi encarregado de criar e organizar uma unidade de segurança para figuras do meio político e jurídico do país. Sua influência e competência é conhecida no meio investigativo e de espionagem. Dizem por aí que ele contratou até mesmo alguns agentes estrangeiros para sua organização. Mercenários, NERDS da computação, Especialistas em Eletroeletrônica, Ex Black Hats*, ex-agentes da CIA, FBI e Interpol.


– O pior é que o conheço bem, você poderia me mostrar outros agentes?
– Certeza? Te garanto que ela pode fazer o serviço de cinco de meus melhores agentes.
– Tenho, vamos. - Glass era um homem irredutível. - Ela é muito violenta, macacos treinados se portariam melhor do que ela.


Estavam indo em direção da porta que dava acesso ao corredor. Glass foi surpreendido.


– Senhor Glass, se eu fosse o senhor tomaria cuidado com o que diz, não tem ideia do que posso fazer com pessoas que me insultam da forma que faz.


Não admitiu e nem deixou transparecer seu susto. Olhou para a sala do interrogatório, a moça não podia vê-lo e nem escutá-lo, como sabia que estava ali e como pôde ouvir sua conversa?


– Nós chamamos de escutas. Nada muito diferente, trabalho com o que tenho e garanto que o senhor não gostaria que eu pudesse escutar o que você conversa com seus colegas ou com sua patroa. Sugiro que retire de trás de sua lapela.


Glass puxou as duas lapelas procurando pela tal escuta, um quase imperceptível ponto preto em seu terno cinza chumbo. Segurou o dispositivo, mas ainda observando a neta de Leopold.


– Mas como...?
– Você é um pouco descuidado senhor Glass, na entrada o senhor esbarrou em uma jovem loira, na verdade, era eu com meu disfarce, espero que eu não tenha amassado sua lapela.


Agora estava se lembrando, a moça educada que esbarrou mais cedo e preocupada que arrumou seu terno e até sua lapela. Droga!


– Então era você? Admito. Você é boa. - Falou próximo da escuta. - Como soube de minha visita? Seu vô lhe contou?
– Não mesmo. Nós C.I.S.N.E's somos discretos, mas posso lhe garantir que até pessoas como eu sabem mexer em um banco de dados. - Socou o intitulado Hook o deixando inconsciente, – Violentas, não é mesmo?


O homem sentiu vergonha verdadeiramente, a garota o fez sentir-se assim.


– Sidney "O Snipper" Glass. Sou sua admiradora, conheço seus feitos, mas gostaria de saber se em algum momento da sua vida deixou sua fama falar mais alto que você mesmo? Não julgue, nós temos pessoas aqui dentro que se escutassem o que você disse, não seriam tão educadas quanto eu.


Abriu a boca perplexo. Observou Leopold rir atrás de si, abafando com o punho esquerdo.


– Se bem me lembro hoje é terça-feira e o senhor joga golfe com o ministro não é mesmo? Creio que está atrasado até. Meu avô pode negociar meus serviços com o senhor se quiser, pois como vê, estou bem ocupada com esse cara aqui.


A mesma tirou um aparelho de seu ouvido e jogou na mesa, voltando para o que fazia, acordando Hook com um soco no estômago.


– Te garanto que ainda não viu o leque completo de habilidades dela, ela é minha obra prima. - Orgulhoso observou a agente.
– Vamos logo aos negócios homem, o ministro está me esperando para o golfe.


[...]


Olhava incrédula a pasta sobre sua mesa, não entendia todo aquele exagero por parte do seu empregado.


– Deixa eu ver se eu entendi Glass. Você contratou uma babá para mim?
– Já expliquei Regina, não é babá, é um garota muito talentosa, sua guarda-costas.
– Meu Deus! Sidney, isso é um exagero. Eu não preciso de proteção, não deste tipo pelo menos. Sinto muito por seu agente, Alladin não é? Mas isto é um exagero, os serviços dela custam metade do que eu ganho.
– Por favor Regina, já negociei o serviço, já está pago. Não precisa se preocupar com isto.
– Olha Sidney eu agradeço, mas já lhe disse. - Levantou de sua cadeira um pouco cansada, recorreu aos seus óculos de leitura. - Isto é estressante demais. Essa vida.


Cruzou os braços na frente dos próprios seios e caminhou para perto da janela de seu escritório. Por conta de sua posição judiciária, como a Juíza Incorruptível lhe trouxe tantos problemas que nem mesmo uma janela sem grades e um vidro reforçado ela podia ter. Um mundo cheio de corruptos, ladrões e assassinos, e ela fazia sua parte limpando as ruas de Boston.


– Regina, eu me preocupo de verdade com sua segurança. Você sabe como eu respeitava seu pai. E ele iria concordar comigo se estivesse vivo. Pense no seu filho e no seu marido Daniel.


TOUCHÉ! Henry Mills Júnior e Daniel Mills eram seus pontos fracos. Sidney conseguiu lhe convencer.


– Espero que a guarda-costas valha seu dinheiro. Não me responsabilizo por ela.
– Eu entendo Regina. Não se preocupe, amanhã às sete horas ela inicia os serviços dela. - Cruzou as mãos atrás das próprias costas.
– Sem querer julgá-la, você pode me dizer o que exatamente ela faz lá dentro? Você me trouxe essa... - Olhou indignada. - pasta que seria o "currículo" dela, mas ela só tem vinte anos Sidney. Não é possível ela ter feito tudo isto.
– Se eu fosse você Regina não a julgaria. Eu cometi o mesmo erro.


A morena voltou a ler aquelas linhas, mas tinha duas dúvidas, gostaria de sanar, todas as duas.


– O que é C.I.S.N.E? Es el animal?– Seu sangue latino fez a brincadeira boba.
– Companhia de Inteligência Secreta do Estado Nação. Só que como ficaria um pouco sigla demais decidiram chamar de C.I.S.N.E.


A juíza ainda fazia uma careta de desentendimento. Olhou novamente para o currículo.


– Essa guarda-costas não tem foto? Diferente dos outros ela não se identificou. Como posso confiar em alguém que nem mesmo vi? - Se jogou em seu sofá.
– Devo lembrá-la que conheceu seu marido em um encontro às cegas?
– As vezes eu te odeio Sidney. - Fez uma careta que em troca recebeu um riso irônico.
– Mais uma coisa Regina. Ela não irá se apresentar formalmente e nem ficar na sua cola, pelo que sei ela nunca se mostrou para nenhum cliente.


Regina riu, teve que se sentar no sofá. Cruzou as pernas e riu mais em descrença.


– Acho que essa guarda-costas perfeita é coisa da sua mente, tem certeza que não é psicologia inversa? - Ainda ria.
– Não Regina.
– Meu Deus Sidney! Isso é loucura demais. E como vou saber que estou sendo devidamente protegida?
– Ela só faz contato direto com o cliente por escuta. Se quiser eu posso desfazer o contrato.


Mordeu a ponta do indicador ainda rindo, se antes achava que Sidney Glass era um louco que protegia seu pai, agora tinha certeza, mas se ele achava que a moça poderia fazer o serviço, iria confiar.


– Sidney, você sabe que o que está em questão é a vida do meu filho e do meu marido, né?
– Pode ficar tranquila Regina, ela é realmente muito boa. Me impressionou.


Cessou o riso e cruzou os dedos em frente os joelhos.


– Tá, eu aceito. Essa garota não vai aguentar uma semana. Garanto. Se eu perder eu pago um jantar no restaurante novo que inaugurou no centro sem reclamar para você e sua esposa. Se você perder... Bom, eu prefiro perder.


Sidney riu e apontou a caixinha em cima da mesa, a juíza Mills abriu e encontrou dois pontinhos pretos e um cartão sob eles.


– O que é isso?
– O da esquerda coloque no ouvido o da direita na sua roupa, de preferência em um lugar próximo do seu rosto.


O senhor ali pegou o seu relógio de bolso e constatou o quão tarde já estava.


– Eu vou indo Regina, tenho que estar aqui amanhã cedo.
– Às seis e meia.
– Até daqui a pouco Regina. - Se retirou da sala.


Ficou a ler e tentar compreender o que raios significava aquele cartão. Onde as palavras "Sky" e "Diamonds" estavam escritas. Pegou o ponto da direita e grudou em sua camisa azul, achou divertido. As palavras a lembraram de uma boa música, decidiu colocá-la.
Podia parecer um exagero, mas havia uma Jukebox em seu escritório. Não era exatamente sua, era do seu pai, ele era um amante da música. E ele a acostumou assim. "Lucy in the Sky with Diamonds" dos Beatles, mas na voz do Elton John.
Pegou o outro ponto curiosa, o observou, mas no fim colocou-o no ouvido direito. Ele estava mudo.


– Ué, está desligado? Ah! Só amanhã.


Mudo. Decidiu cantar junto com a música, até mesmo dançou um pouco. Parecia uma criança quando queria.


– Ótimo gosto musical senhora Mills. – Aquela voz a fez parar tudo que fazia naquele momento, na verdade a deixou estática.


Uma voz bem adulta até para uma garota de vinte anos. Será que era ela mesmo?


– Swan? - Ainda em dúvida perguntou.
– Sim Mills. Boa Noite, você parece cansada. Devia ir dormir.


No mesmo instante correu em direção à janela, mas nada viu. Nem mesmo um vulto ou sombra em seu jardim. Ninguém.


– Não preciso vê-la, dá pra ouvir sua respiração. E se eu fosse você já ia fazendo reservas para o Senhor Glass e sua esposa.


Não sabia porquê, mas riu baixo do que sua guarda-costas disse.


– Swan, primeiro cumpra seu serviço e depois preparo o cheque.
– Eu aceito o desafio Regina Mills.
– Boa noite, Emma Swan.


Tanto a juíza Regina Mills quanto a C.I.S.N.E Emma Swan sorriram naquele momento.



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