[...]
Regina sentiu um aperto muito forte no coração, o medo e o desespero pareciam quase palpáveis. Cessou sua respiração por um instante, como se um estalo lhe fizesse acordar saiu do cômodo banco do carro, não sair, mas se afastar dele, se aproximando do para-brisa.
- Emma, acelera por favor! Eu quero o meu filho! - Ainda falava baixo, começou a arfar pesadamente. - Dan!
- Faltam dez minutos até a sua casa Regina, se acalma. - Pediu Emma que já estava um pouco menos irritada com a mulher.
Emma quando se viu fora de todo aquele engarrafamento da avenida desligou a sirene, um par de mãos puxaram as alças do seu vestido. Foi forçada a pisar no freio bruscamente.
- Se MEU filho!... Escute bem garota, pois não há como ser mais clara... Se machucarem meu filho, eu mesma vou te matar!!! Pisa fundo nesse acelerador garota!!! - Soltou as alças dela.
Emma não se alterou, suas feições eram inexpressíveis, parecia que naquele momento nada estava acontecendo.
- Anna. Quantos tem na casa? - Emma voltou a pisar no acelerador.
-...
- Anna! - Chamou mais uma vez. - Anna cacete, quantos?!
- Emma. Tem uma coisa que eu preciso dizer para a sua patroa.
- Díos mio! - Regina encostou no banco, o aperto não foi em vão.
- Senhora Mills, eles mataram o seu marido.
Parece que todos os músculos dela amoleceram de uma vez. Gritou. Sentiu o medo e o desespero anteriores tomarem conta de todos os órgãos e membros do corpo de uma vez. Foi o choro mais compulsivo que permitiu-se chorar, em toda sua vida, nunca... Jamais sentiu tanta dor. Seu coração estava tão apertado que parecia que estava sendo esmagado.
[...]
- Você não vai morrer ainda, quero que sua mãe veja. - Jefferson ficou de pé rapidamente. - Mas você vai morrer, isso é certeza.
Segurou o queixo do garoto, e apertou.
Ele tinha ficado bem valente, conseguiu até morder a mão de Mad Hatter.
- AI MOLEQUE VIADO!!! SOLTA MINHA MÃO!!!
Pouco depois de ter conseguido se soltar da mordida dele, meteu o tapa mais forte que pôde no garoto. Henry sentiu o fervor do contato violento contra seu rosto. Queria sua mãe naquele momento. Sentiu vontade de gritar por ela, ou se o pior acontecesse, que ela não o visse no estado mais lastimável possível, que ficaria.
- Heeeeenry! Eu quero ser seu amigo. - Mad Hatter tocou no rosto dele. -... Mas você não coopera comigo.
- EU QUERO QUE VOCÊ MORRA! - Gritou com o maior.
- Eu quero que sua mãe também morra, mas a vida é injusta e nem tudo que desejamos acontece. - Jefferson segurou o queixo dele e com seu sorriso mais diabólico disse. - Não, espera... Ah! Eu vou matá-la. E sabe por quê? - Olhou diretamente nos olhos de Henry. - Acredite em mim, toda essa violência não foi propositalmente desnecessária, exceto o Greg currar seu pai. - Bateu nas bochechas de Henry. - Isso foi bem desnecessário. - Falou consigo mesmo pensando. - Mas isso... - Tirou teatralmente de seu bolso um dispositivo com um botão. - Vai ser bem mais desnecessário. - Apertou o botão, mas nada aconteceu.
Henry sorriu de canto.
- O que foi? O carro não quer abrir?
- Isso? Não, não, não, não... Isto foi o carro de sua mãe explodindo. - Olhou novamente, para o garoto que estava assustado. - Oh! Opa! Não era para ter apertado. Eu ia esperar sua mãe chegar aqui, mas já que eu fiz, você vai ser minha última vítima. - Pegou uma arma. - Eu juro que não vai doer muito. - Apontou para o garoto.
Duas estrelas ninja quase acertaram Jefferson. Os dois brutamontes que seguravam Henry afrouxaram o aperto. Uma grande besteira. Henry deu um 'pisão' no pé de um e deu uma porrada na barriga do outro com o punho que ficou livre. Antes que Jefferson pudesse se mexer o garoto conseguiu lhe socar. Foi o soco mais bem dado que Henry deu na vida. Dois socos na mesma noite. Quando Mad Hatter caiu no chão, ele o chutou várias vezes. O ódio era evidente.
- Gás lacrimejante!!! - Um dos homens ali gritou.
Henry foi rápido, pegou a arma de Jefferson e correu para a porta, a porcaria da porta estava fechada. COMO AS ESTRELAS NINJA ENTRARAM? Ele ouviu um assobio vindo da cozinha. Jurou ter visto algo.
- ALGUÉM PEGA O GAROTO! - Jefferson gritou para os seus homens ainda caído no chão.
O gás lacrimogêneo atravancou todo o samba para os homens de Jefferson. Ninguém pôde passar, Henry também estava ferrado, a janela da cozinha era alta. Cobriu o rosto e foi com a coragem que tinha para lá. Nem pensou muito. Subiu na pia e se jogou na janela. Ficou pendurado. Metade do corpo para dentro e a outra para fora.
- Vai, vai, vai... VAI!! MERDA!!! - Apoiou as mãos na janela para se empurrar para fora. Sentiu mãos segurarem parte da sua perna, o seu desespero foi imenso. - Sai, me solta!!!
Ele tentava puxar, mas não conseguia, a pessoa que tava puxando era mais forte. Foi quando lembrou de suas lições de física do primeiro ano. Toda ação tem uma reação. Deu uma sapatada com o pé livre, no que parecia ser a cabeça da pessoa. Não que tivesse ajudado muito, mas conseguiu, destravar parte do corpo. O resto foi como aquela maçã que caiu na cabeça de Newton.
- Ai meu braço, merda. - Caiu no chão e para não cair de cara, tinha colocado os braços.
Sentiu muita dor no braço direito, seu braço provavelmente, se não quebrou, estava luxado ou trincado. A dor foi tanta que nem com a voz dizendo:
- EU VOU TE PEGAR SEU BOSTINHA!!!
Ele reagiu. Ele tentou se levantar e percebeu que o joelho também estava afetado. Se arrastou para o mais longe dali que pôde. Não conseguia se pôr de pé. Seu braço e seu joelho estavam em choque. Se jogou atrás de uns arbustos da entrada da casa. Não que fossem lhe esconder, mas era a coisa mais próxima dele. Ouviu um cantar de pneus bater no portão da sua casa. Ficou escondido o máximo que pôde. Viu uma garota saltar do carro com uma arma nas mãos.
- Henry! - Ela chamou por ele. Não soube explicar, mas de repente começou a tremer. Estava com medo, machucado e sozinho.
- Henry querido!!! - A voz da sua mãe o chamou. - Henry!!!
- Mãe!!! - Gritou antes mesmo de verificar quem era.
- Henry?!! Cadê você?!! - A mulher olhou para todas as direções, até ver uma cabeleira pouco a vista atrás dos arbustos. - Meu amor!
A morena foi até ele correndo. Ela o segurou pelo braço tentando puxá-lo. O garoto gemeu alto.
- Não mãe! Mãe! Mãe! - O choque foi tão grande, sua mãe estava viva e bem. - Mamãe. - Falou um pouco mais baixo. - Tá doendo, mãe você está bem. - Ele disse bem baixinho.
- Mamãe veio te resgatar.
- Mãe! Desculpa! Eu... AI!!! - Um pequeno choque no joelho. - Eu não tô sentindo minha perna!!!
A mulher viu seu garoto todo assustado. Pôs seu braço ruim sobre seu ombro e notou que o outro segurava um revólver com uma força incomum.
- Henry meu amor, solta isso. - Pediu calma, mas por dentro estava assustada, tanto ou mais do que o garoto.
- Mãe me tira daqui. - Ele pediu com uma voz sôfrega que apertou o coração dela.
- SWAN!!! - A garota que outrora chamara pelo rapaz veio com a guarda erguida se aproximando dos dois. - Ele tá ferido, me ajuda.
Emma era realmente forte, mesmo com o salto conseguiu levantar quase que sozinha o garoto, ela olhava em direção da porta da casa, nenhum tipo de atividade. Só que mesmo assim não relaxou, ajudou Regina levar seu filho para o carro.
A latina abriu a porta do carro e as duas colocaram o garoto deitado no banco de trás.
- Regina, entra no carro, fica com seu filho. Eu vou pegar o Mad Hatter.
- Não! Não! - O garoto entrou num estado frenético de choque, a ponto de tentar segurar a garota que acompanhava sua mãe. - Eles mataram todo mundo!!! POR FAVOR!!! Protege minha mãe!!! Eu tô com medo. - Emma foi obrigada a socar o garoto.
- VOCÊ SOCOU MEU FILHO!!! SUA IDIOTA!!! - Regina empurrou a garota. - Querido! Querido!!! Sua imbecil desgraçada, ele é só uma criança.
- Entra no carro Regina, eu precisava acalmar seu filho. - Emma olhou para o garoto que agora dormia. - Viu? Ele está em choque, é normal que ele fique deste jeito.
Alguns tiros foram ouvidos. A C.I.S.N.E empurrou sua patroa para dentro e fechou a porta do carro. Atirou no primeiro cara da porta. O ferimento ainda aberto do seu braço a fez sentir o tranco em cheio. Outro, dessa vez um cara grande. Esse ela atirou para matar, na cabeça.
- Headshot. - Tentou fazer graça em meio a desgraça. - Eu vou te pegar Mad Hatter. Igual eu fiz com o porco do seu irmão Killian! TE GARANTO QUE VAI VIRAR MULHERZINHA NA PRISÃO!!! - Com cuidado avaliou o local, estava estranhamente limpo.
Não tão limpo assim, afinal outras vítimas foram feitas dentro da casa. Entrou e tomou cuidado para não escorregar com o sangue dali. A casa da juíza estava uma verdadeira bagunça. Um local outrora de bom gosto em decoração, agora todo destruído. Viu uma estrela ninja na parede que da acesso às escadas.
- Até você... - Uma outra garota surge ali, parecia perdida. Era a Hills. - Nem se mexe, você vem comigo garotinha.
Apontou a arma para Grace Hills, a traíra. A menina realmente não se mexeu, agora assustada. Pegou nela e a arrastou até o carro. Não tinha mais ninguém no local. Jogou a pirralha no porta malas do carro. Pegou a corda que estava dentro e a amarrou com o seu melhor nó de marinheiro. Colocou a arma na cabeça da garota e ameaçou:
- Eu sei como é ficar com uma sequela, ok? Aquele garoto talvez nunca mais consiga se recuperar do que aconteceu aqui esta noite. - Aproximou o rosto dela. - Abre a boca e eu jogo esse carro no primeiro lago que eu avistar. Estamos entendidas?
Os olhos arregalados da garota foram a resposta para Emma. Fechou o porta-malas e fez finalmente o que Regina queria aquela noite. Pisou fundo no acelerador, tirando o carro dali.
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