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História Guarda-Costas - Voltando para casa


Escrita por: DHWritter

Capítulo 11 - Voltando para casa


[...]


- Emma, estamos com uns problemas aqui na sede. Quer que eu avise alguém? - Anna estava muito gentil.
- Avisa pro chefe Swan que o cisne voltou para o ninho. - Olhou de soslaio para o retrovisor.


A juíza Mills estava abraçada a sua cria que ainda dormia tranquilo nos braços dela. Ela estava olhando provavelmente as marcas roxas nos pulsos do garoto. Aquilo estava feio, principalmente porque o moleque tinha uma pele muito branca.


- Nada mais Emma?
- Anna quer dizer alguma coisa? Você está estranha desde que resgatamos o garoto.
- Não.
- Me envia a ficha de todos os identificados nas câmeras. Acho que ele não estava só, no sentido de ser apenas ele e os homens dele.
- Como assim?
- Quando matei um dos caras. Ele parecia bem familiar, acho que era um dos seguranças do garoto. - Regina no mesmo instante. - Talvez eles tenham sido comprados.
- Propina? Puta merda! Ah, desculpa a boca. - Emma sorriu de lado.
- Isso já se tornou algo normal para mim. - Virou a direita numa esquina de algum lugar bem afastado da cidade.


Estava dirigindo há algum tempo.


- EU NÃO FICO FALANDO PALAVRÃO O TEMPO TODO IGUAL VOCÊ EMMA! - Reclamou alto.
- Não me refiro a isto. Me refiro à propina. Isso, essas coisas que acontecem, morte, roubo, trapaça e pessoas loucas. Já virou rotina, é o nosso sustento Anna. - Pausou, estava olhando para os sobrados. - A gente vive da desgraça dos outros.
- Emma...
- Eu tô bem. Vai dormir, preciso cuidar do meu ferimento e do garoto. Não me ligue mais, neste número, EU entrarei em contato com você.


Emma desligou o celular e deu na mão da sua patroa.


- Se quiser entrar, entra. Não vou obrigá-la, mas aviso que estará mais segura comigo.


Regina estava exausta, não queria mais discutir, não conseguiria, não na pilha de nervos que ficou. Emma somente saiu do carro. E foi em direção do porta-malas. Bufou antes de abrir o porta-malas.


- Olha só! Como você foi uma boa garota, vou deixar você escolher. Você me diz o que eu quero saber e te deixo passar a noite aqui no porta malas OU... - Enfatizou. - Eu faço picadinho de você, coisa que pessoalmente me deixaria muito feliz, mando você aos poucos pro seu pai porque você não me deu informações úteis. - Gesticulava enquanto fazia toda a encenação com a arma na mão. - E aí?
- PRIMEIRA OPÇÃO! Primeira... Por favor! Eu não sabia que ele ia machucar o Henry...!
- Pode parar com a choradeira pirralha. - Estava de saco cheio, então faria tudo sem paciência, significando coisas adicionais e desnecessárias.


Emma fez a garota se sentar no porta-malas mesmo.


- Ok! Vamos a primeira pergunta. É uma pergunta que está gritando na minha cabeça. - A morena de olhos verdes se afastou da loira traíra. - Por Que Will Scarlet  tentou matar a Regina no restaurante?
- Eu não sei quem é esse cara. - Ela viu a sua algoz se aproximar rápido, assustou-se de súbito virando o rosto para o lado e fechando os olhos. - EU JURO!!!
- Sabe Grace Hills, eu tenho um super poder desde pequenininha. Eu sei quando estão mentindo para mim. - A arma da agente dançava no queixo da loira, que estava assustada a ponto de chorar de desespero.
- EU NÃO SEI!!!
- MENTIRA! Fala ou a primeira coisa que seu pai vai receber, vai ser essa sua língua venenosa. - A de olhos brilhantes olhou. - FALA PORRA!!!
- Will Scarlet é um agente que meu pai comprou para ter acesso à informações sigilosas. - Ela saiu dedurando.
- Boa menina! Que tipo de informações...?
- Informações de entidades públicas, qualquer um que meu pai pudesse chantagear. A máfia só funciona de dia ou noite nessa cidade se você tiver como chantagear as autoridades, pra sorte do meu pai, as autoridades daqui tem um histórico mais sujo que pau de galinheiro.
- Por que a Regina?
- Porque ela é completamente limpa, não tem nenhum tipo de sujeira, então não é vantajoso manter gente importante como ela sem nenhum tipo de histórico ruim, ele não tem controle sobre ela.
- Seu pai comprou mais agentes como o agente Scarlet?
- Alguns, mas eu juro por Deus que não sei quem são.
- E os empregados da Regina?
- Comprou a maioria deles.
- Por algum acaso Glass estava entre esses?
- O engomadinho número um? - Ela fez deboche. - Aquele cara é muito fiel à Regina, meu pai não conseguiu comprá-lo, na verdade eles não conseguiram acesso à ele, tentamos achar algo para chantagear, mas nem histórico ele tem.


Emma parou.


- Por hoje é só. - Já ia colocando a garota dentro porta mala. Ela estava se debatendo.
- Não me deixa aqui. - Pediu a loira. - Eu te pago o triplo pra matar a vadia da Regina.
- Desculpa aí. Eu sou muito bem paga para proteger ela.


Ouviu uns xingamentos diretos a sua pessoa ao fechar o porta-malas. Abriu a porta de trás do carro e já foi puxando Henry, Regina o segurou forte.


- Preciso cuidar dele enquanto tá desmaiado. Depois ele vai ficar muito arisco e eu vou socar ele pra ele dormir.


Regina foi afrouxando o rapaz de seu abraço. Emma pegou o garoto de forma que não afetasse seu braço, estava sentindo já a tontura. Precisava aproveitar enquanto ainda tinha força.


- Você vem?


Não obteve resposta verbal, mas logo após tirar o garoto do carro a mãe dele saiu para ajudar a garota a levar ele para a porta lateral do prédio. Emma tirou o salto e pegou, debaixo do carpete que retirou da frente, a chave da casa. Jogou a chave para cima e na sorte conseguiu pegar essa coisa para poder abrir a porta.


- Vou colocar ele na cama. - Emma anunciou jogando o garoto no quarto que nem vira que já tinha chegado.


Mal colocou ele na cama, deixou Regina a sós com o garoto, indo pro banheiro. Se trancou lá dentro e já foi abrindo o espelho, tinha álcool. Pegou sua pinça e o pote de algodão que tinha lá dentro. Sem nenhum senso de medida ou qualquer coisa foi já lavando a pinça e logo depois jogando o álcool, em seguida jogou no ferimento. Se arrependeu profundamente. Gritou, mordeu os lábios fortes, xingou toda a geração de Scarlet's.


- Merda! Merda! Caceta! PORRA!!! - Boca suja como sugerido por Anna. Confirmado pela própria Swan.


Sem se preparar psicologicamente a pinça invadiu seu braço, a dor só triplicou. Estava alojada numa parte um pouco mais funda. Chiou, xingou, gemeu... Finalmente havia encontrado a bala, a tirou quase que instantaneamente, assim, quase, não fosse a dor insuportável que tava sentindo, não gostava de levar bala.


- Swan. - O som abafado, mesmo assim foi possível de ouvir. - Você está bem?
- Estou. - De fato estava, tirando a bala quase lhe matando de dor. - Vai dormir Regina.
- Deixa eu dar os pontos pra você. - Pediu.
- Fica com o seu filho, ele vai precisar de você perto dele. - Comentou aleatória.


O silêncio reinou. Por míseros vinte segundos.


- Deixa que eu dou os pontos, não é nada, mas você pode fazer errado e isso...
- E o que você tem haver com isso?! - Emma nunca fora muito gentil desde nova com ninguém, mulheres que o diga então.
- SE QUISER FICAR AÍ MORRENDO POR CAUSA DE UM PONTO, fique. Não vou tolerar mais sua mal criação.


A agente abriu a porta do banheiro e ficou cara a cara com sua patroa.


- Me desculpa.
- Swan, eu preciso de linha e uma agulha. - Regina estava bem mais calma.


Estava sangrando pouco agora, parece que a hemorragia fora estancada pela própria bala. Regina olhou em volta, mas parecia que não havia nenhum dos elementos pedidos.


- No meu quarto... Em cima da... - Estava sentindo tontura, estava cansada, muito cansada.


Regina saiu do banheiro rápido para ir atrás da linha e da agulha. Foi até onde Henry estava e encontrou um potinho fechado, tipo aqueles de maionese, onde tinha linhas e agulhas, em cima de uma espécie de criado-mudo. Pegou, verificou se eram agulhas e linhas mesmo.


- Achei as... - Se assustou, Emma estava caída no chão do banheiro.


Ela até podia estar muito brava com a garota, mas ela ainda era um ser humano, havia tomado uma bala por ela, ajudou ela a resgatar o garoto e se arriscou entrando na casa. Merecia no mínimo o respeito e, agora, seus cuidados.


- Emma! Emma! Acorda. - Puxou-a mais delicada, a sentando no chão encostada à parede. - Emma! Acorda menina. - Bateu de leve na bochecha dela.
- Eu não sou mais menina... - "- Bom, ela tá viva pelo menos" Tocou o rosto dela, estava febril. As mãos geladas.
- Eu vou fechar seu ferimento, vai doer um pouco.
- Tudo bem. - Abriu um pouco os olhos. Estava sentindo o corpo mole.


Regina se concentrou novamente nos olhos dela, eram os mesmo olhos, os mesmos olhos de Katie. E novamente para a boca dela. Por Deus, aquela boca a estava chamando. Estava perdendo o controle de novo. Não fosse o gemido de dor que a garota emitiu, não conseguiria se conter.


- Se doer me avisa. - Pegou o álcool em cima da tampa do vaso, banhou moderadamente a agulha. - Você tem linha de nylon? Essas linha são comuns.


Emma apontou rápida para o armário debaixo da pia. Regina procurou pelo fio de nylon, achou um pouco na tábua superior. Jogou álcool no pedaço que usaria para costurar. Colocou a linha na agulha, dando início à tortura. Bom, não foi tão torturante assim.


- Não tá sentindo dor? - Perguntou num sussurro.
- Não sinto mais tanta dor. - Por um instante pensou que ela se referia ao ferimento. - Já faz muito tempo. - Não entendeu bem, mas já pôde entender que a garota de olhos verdes não se referia ao ferimento.
- É bem pequeno.
- Na verdade é enorme. - A garota estava devaneando.


O olhar dela era abatido, daria pena a qualquer um que a visse daquela forma. Vulnerável. Aquela valentia, coragem, loucura e insensibilidade escondiam aquele olhar abatido. Talvez fosse o cansaço.


- Obrigada... - Regina disse, fazendo com que os olhos verdes da moça focassem nela.


Os olhos de anjo dela, na verdade toda ela, um anjo machucado e de cabelos escuros. Olhou em cima da pia e viu dentro de um recipiente uma tesourinha prata, completamente metálica. Cortou o fio de nylon sobressalente.


- Só cumpri com minhas obrigações. - Um sorriso fraco, sem humor algum.
- Você não tem obrigação de tomar uma bala por mim.


Tocou o rosto da garota inconscientemente.


- Maça... - Os olhos semiabertos dela e a boca entreaberta dela ainda a hipnotizavam.
- O quê...? - Refletiu por um instante.
- Seu cheiro. - Olhou para sua patroa, que estava bem próxima dela. - É de maça. É bom.


A garota abrira um pouco mais seus lábios, antes de conseguir provar os lábios da mais velha segurou levemente a cintura dela, com sua mão esquerda. Segurou o rosto dela com as duas mãos, se decidindo de vez, largando a cintura. Os seus lábios muito rápidos, capturaram os de Regina. A latina respirou suspirou em meio aquilo, nunca havia beijado os lábios de outra mulher. A mais nova com certeza eram bem mais experiente. Sentiu o gosto da boca da garota, ainda sentia o gosto do vinho que tomaram juntas.


- Você tá muito sexy nessa roupa... - Os olhos verdes olharam direto para os seus castanhos, sussurrou o desejo.
- Antes de você se sujar com essa roupa, você com certeza estava deslumbrante. - Regina elogiou de sua forma.
- Dá pra mim...? - Aquele sorriso, do anjo lhe deixou mole.


Não disse que sim, mas também não disse que não.



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