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História Guarda-Costas - Hoje você morre


Escrita por: DHWritter

Capítulo 13 - Hoje você morre


[...]


Depois da visita de sua colega de profissão, lia bem "relaxada" os relatórios recebidos no seu email com uma 12 bem arrumada em seu colo. Uma arma grande, muito exagerada, mas que tinha certeza que faria o serviço.


– Greg Dickson. Estuprador, assassino e... Próximo! Kirk Jones... Phillip Jones... Graham... - Ela pausou na hora, todos os irmãos Jones provavelmente, até o motorista da Regina.


Greg Dickson era um foragido da polícia, provavelmente o homem que estuprou Daniel. Trinta e oito anos, dezesseis deles passou trancafiado: reformatório, prisão e até clínica psiquiátrica. Todas as prisões dele foram por estupro seguido de morte, ou por prática de necrofilia, claro, todos mortos por sua mão.


Kirk Jones. Irmão mais novo dos Jones. Está iniciando agora, ingressando nos negócios da família, é o tesoureiro da organização criminosa.


Phillip Jones. Especialistas em disfarces, já serviu o exército, é um dos irmãos mais novos, o rapaz nunca foi visto por ninguém, somente os integrantes da família sabem qual é a sua aparência.


Graham era o desgraçado do motorista de Regina, trinta anos, bom piloto de automóvel, tinha anteriormente sido preso por direção perigosa.


Parece que a equipe de Mad Hatter é constituída por malucos ou familiares psicopatas. Ouviu uns ruídos vindos do quarto que o garoto estava. Levantou de prontidão destravando a arma, devagar se aproximou do quarto, e com tudo se posicionou na frente do quarto. O garoto travou.


– Calma, eu só... Tô sentindo muita dor... Por favor, vira esse negócio para lá. - O garoto estava um pouco curvado com as mãos para cima.
– Me desculpa garoto, é precaução. - Travou a arma de novo.
– Essa é a sua casa? - O rapaz era curioso.
– Não. - Não estava mentindo.
– Ah! Você tem algo para a dor aí? - Perguntou gentil e ainda sem olhá-la nos olhos.
– Vem pra sala, vou dar um jeito nisso aí. - Prometeu gentil. - Quer ajuda? Ou consegue vir?


O rapaz tentou pisar bem no chão, mas o estalo vindo joelho do garoto dizia que ele precisava de ajuda. Se pôs debaixo do braço dele e o segurou pela cintura. Sentou-o com cuidado em seu sofá na sala, foi até a cozinha sob o olhar vigilante do rapaz. Ele a observou pegar uma caixa grande com uma cruz vermelha. Bem clichê. Ela apoiou a arma na parede próxima do sofá. E começou a tratar o garoto.


[...]


– Anna, deixa eu entrar. - Batia insistente em sua porta.
– Vai embora Elsa. - Gritou. - Estou em missão.
– Que missão? - A garota realmente era insistente.
– Não interessa Elsa, deixa de ser fuxiqueira. Se você estivesse autorizada a saber eu até diria. - Digitava algumas coisas no computador.
– Tá bom sua chata. Eu vou sair em missão, queria me despedir maninha.
– Tchau! Cuidado!
– Você não acha que está sendo babaca demais? Vai logo, abre essa porta e vem me dar um abraço. - Reclamou do outro lado da porta.


Reclamou em silêncio, gesticulando com os lábios alguns xingamentos leves. Pegou na maçaneta e a puxou. A irmã realmente parecia estar de saída.


– Pronto, já me viu. Tchau!
– Se eu não voltar, não chore sobre meu túmulo. Sua insensível. - Fez chantagem emocional com sua irmãzinha. - Eu te amo Anna. - Abraçou a garota.
– Eu também te amo irmãzona.
– Você vai aonde? - Anna se soltou do abraço.
– Sinceramente não sabemos, mas devemos nos apresentar às seis da manhã na base.


Anna deu outro abraço na irmã que a apertou.


– Isso é você já sentindo minha falta? - Perguntou brincalhona.
– Não, sou eu deixando saudades em você. - Olhou para a maior.


As duas riram baixo.


– Não vi a Emma por aqui, você sabe por onde ela anda?
– Na verdade, a única coisa que sei, é que ela está em missão. - Mentiu, não estava autorizada contar sobre sua colega e os distúrbios da noite.
– Está bem, se você a vir, diz que eu estou com saudades dela e que eu tenho novidades sobre o que ela me pediu no começo da semana. E que enviarei para ela. - Respondeu dando um beijo no topo da cabeça da mais nova.
– Tudo bem.


Viu sua irmã se afastar e tomou um susto tremendo com a aparição repentina de uma garota um pouco mais alta que ela, cabelos claros talvez, impossível de se dizer com aquela correria de um lado pro outro por conta da eletricidade em mau funcionamento. Ela estava de braços cruzados, olhos fechados e o cigarro na boca. Como geralmente quando a via.


– A próxima vez eu juro que dou um tiro em você. - A ruiva ainda estava com a mão sobre o peito, recuperando-se do susto. - O que cê tá fazendo aqui?
– Recado dado. - Disse apenas.


Ia se afastando em sua calça jeans azul escuro de corte reto.


– Você a machucou? - Anna estava preocupada, afinal pedira um favor para uma colega das duas.
– Desde quando ela é facilmente surpreendida? - Parou e virou o rosto de lado.
– Não sei, me diz você.
– Nem um arranhão. Só não creio que ela acredite em mim.
– Obrigada mesmo assim.
– A julgar pelo horário do telefonema imaginei ser mesmo importante.
– Não posso dizer nada, mas Emma precisa se mandar daqui. - Esperaram dois colegas passarem por elas. - Ou ela vai se meter no que não deve.
– Aí já não é mais problema meu. Ela que se...
– Sem palavrão!! - Ela realmente odiava palavrão. - Ou eu corto sua língua fora.
–... Vire. - Soltou. - Não devo mais nada a ela. - Se virou de costas, ainda fumava seu cigarro.


Anna arrumou seu óculos no lugar, decidiu que mandaria para o conserto, já lhe incomodava o mesmo cair insistentemente. Seu celular vibrou no bolso, olhou a tela do celular. "Kristoff".


– Vai ser longa a madrugada. - Puxou bastante ar, antes de atender.


[...]


Um jovem alto, negro e de porte atlético andava para lá e para cá, impaciente. Estava com seus braços cruzados atrás da cabeça, observava a mãe preocupada com o seu marido. Estava inconformado com a situação.


– Lancelot vai fazer um buraco não chão. – Era Madge falando com o filho dela e de Sidney.
– Mãe, o pai tá lá dentro. Estão arrancando uma bala de dentro do seu marido, isto não te preocupa? – O rapaz estava nervoso mesmo.


Um pigarreio veio uns metros de distância do rapaz, um médico com certeza. Pelo menos era o que o jaleco branco indicava.


– E então doutor? Meu pai está bem?
– Lancelot não é? – Esperou o rapaz responder, um menear afirmativo. – Seu pai foi posto em coma induzido, a cirurgia não ocorreu bem como havíamos previsto. Não conseguimos extrair a bala, ela está estilhaçada, não sabemos como, mas está estilhaçada.
– O que significa doutor?! – A esposa estava inquieta em sua cadeira. – Meu marido não vai poder mais acordar?
– Vamos ter que deixa-lo em coma por uns dias senhora Glass.


Madge ficou pouco mais aliviada, tantas famílias que recebem péssimas notícias naquele lugar, ficara grata de saber que seu marido está vivo. O médico conversava mais detalhes com seu filho. Levantou tomando sua bolsa e seguindo em direção contrária.


– Mamãe? A senhora vai aonde? – O rapaz interrompeu o diálogo curioso.
– Eu vou rezar pelo seu pai querido. – A mulher ainda estava trajando seu vestido da noite anterior, estava usando as roupas do jantar com seu marido. – Agradecer por ele estar vivo.


[...]


A latina ainda estava abraçada ao travesseiro, havia parado de chorar a pouco, o rosto da maquiagem todo borrado, estava acabada. Havia manchado a fronha do travesseiro. A mesma fronha que mordia há algumas horas enquanto seu anjo lhe fodia.


– Mãe? – Ouviu uma voz vinda do corredor. – Posso entrar?
–... Só... Um instante, querido. – Levantou da cama o mais rápido que pôde, pegou suas roupas do chão e se vestiu.


– Me desculpa mãe. – Estava afastado do quarto. – Se eu tivesse ficado com o Daniel em casa, talvez nada disso tivesse acontecido. – Disse isso tudo muito rápido. – Sei que não mereço seu perdão mamãe.


Encostou-se de tal forma a parede, que o rosto entristecido estava coladinho a parede. Escorregou a mão direita de forma que os dedos ficassem a mostra no quarto. Foi quando sentiu as mãos quentes e macias de sua mãe segurar dois de seus dedos.


–... Talvez se isso tivesse ocorrido, nem você estaria vivo para contar história. – Os lábios de sua mãe, beijaram o dorso de sua mão.
– Mãe. – Sentiu apenas o abraço da mãe que havia saído do quarto para abraçar seu “garotinho”.
– Meu único bem agora. Não vou deixar que ninguém mais te machuque. Eu prometo. – Estava mais assustada que o garoto agora.


Emma que estava na cozinha guardando as coisas dentro do armário do buffet nem viu que a água do seu café havia evaporado todinha. Bufou e chutou o ar com raiva quando viu a caneca fervendo e vazia. “- Esqueceu da vida.” Como dizia seu próprio avô.


– Merda... – Praguejou baixinho, pegou na alça da caneca que esquentava água para o seu café. Claro que ela foi parar no chão no segundo seguinte, estava muito quente.


Xingou todos os nomes possíveis sem dar voz a qualquer um deles. Logo chupou seu dedo, mas não adiantou muito. Pegou um pano em cima da mesa e envolveu a alça do caneco que estava no chão. Na hora de levantar não viu onde estava e quando levantou...


– QUAL É?! – Reclamou coçando a cabeça com a mão livre.


Havia batido a cabeça.


– Você precisa de ajuda? – Regina que parecia melhor adentrou a gatas a cozinha da morena de olhos verdes. Ainda dava para ver alguns borrões leves da maquiagem.
– Para fazer o café? Imagina... – Chutou o pé da mesa. – AI!!! Que droga!!! – Pulou no lugar, mordeu os lábios para não falar mais nada de que pudesse se arrepender.
– Swan, nunca imaginei você atrapalhada. – Regina a alcançou.
– Também nunca me imaginou nua. – Disse ao encher a caneca, ainda mancando.
– Para falar a verdade... – Ela desconversou em um tom brincalhão, nada tão animador, mas ainda brincalhão.
– Okay! Okay! Você está melhor?
– Não. – Sorriu e riu ao mesmo tempo, antes de voltar a chorar.


Emma realmente poderia ser chamada de louca, pois aquilo para ela parecia normal. Colocou a caneca em cima do fogão. E abraçou Regina muito forte pelas costas. Envolvendo parcialmente o tronco, mas bem mais os braços. Ela começou a soluçar alto. O seu filho assustado veio até a cozinha para ver o que estava acontecendo.


– Vem garoto, me ajuda a abraçar a sua mãe. – Emma o chamou com a cabeça.


Não pensou duas vezes, abraçou a sua mãe, na mesma intensidade que Emma ou até mais forte. De fato parecia que estava funcionando. Os soluços e o choro cessavam, o garoto abraçava Emma que abraçava a mãe. Regina encostou a cabeça no ombro do filho. Sabia que aquilo ia demorar.


– Os donos de gado fazem isto com os bois na hora do abate... Pra que não sofram tanto.
– Cala a boca Emma. – Os braços de Regina seguraram os de Emma que sorriu.


[...]


Aquele corpo deitado no leito frio do hospital lhe dava agonia, não queria ver. Justo aquele homem. “Sidney Glass o engomadinho número um estava internado no hospital central de Boston...”.


– Senhor? – Lancelot acabara de adentrar o quarto. – O que faz a...?
– Shhhh... Fiquei preocupado com o que vi na TV, precisava testemunhar com meus próprios olhos. – O senhor o qual Lancelot se referia era Leopold Swan, seu chefe. – Parece que seu pai conseguiu escapar por pouco desta vez.
– Eu mataria o desgraçado que fez isso com ele. – Lancelot cerrou os punhos.
– O “desgraçado” está morto. Swan fez o trabalho dela. – Leopold mexeu em sua barba. – Lancelot, você deve se apresentar à base esta manhã cedo junto com Elsa.
– Mas senhor...
– Não tem “mas”, você deve comparecer à base amanhã. – Foi duro, mas necessário. – Eu cuido do seu pai.
– Sim, senhor.


Lancelot saiu do quarto, já que deveria se apresentar a base ia se arrumar. Antes se despediu do pai dando um beijo na testa dele, os mesmos beijos que o mais velho dava no garoto quando ainda era criança, antes dele dormir.


– Senhor... – Saiu do quarto o deixando a sós com o corpo desacordado de Glass.


Leopold ainda o observava dormir, decidiu que ia acabar com o sofrimento dele. Sacou do bolso de sua calça uma seringa com líquido incolor.


– Descanse amigo, em breve nos veremos.



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