História Guarda-Costas - Missão A.U.T.O.R Pt. 2

[...]


- Eu tô com fome! - O garoto morria de fome sempre, a parceira Elsa rolou os olhos. Ela repassou a conversa deles com o sargento David, lembrou que ele dissera que havia suprimentos. - Cadê a comida desse lugar gente?
- Pelo pouco que sei, a marinha guarda seus suprimentos na base do submarino, creio que isto se aplica a submarinos. - Elsa respondeu ainda tentando entender o tal computador que não respondia, não tinha sinal de vida.
- Tá, você quer alguma coisa?
- Água e alguma coisa que não tenha amendoim. - Virou-se para o colega. - Deixa o canhão de luz, leva a lanterna com você e o rifle.
- Elsa, só vou buscar alguma coisa pra comer, não vou matar ninguém.
- Leva o rifle. - Olhou insistente para ele. - Não revistamos tudo, vai saber o que tem lá em baixo Lance, leva o rifle.


Ele reclamou mentalmente.


- Fica tranquila, se eu ver algum rato, eu mato com uma bazuca. - Irônico? Imagina!
- Deixa de reclamar e leva logo. - Voltou a atenção para a máquina.


[...]


- Uau! Vocês acabaram comigo! - Ruby exclamou deitada e satisfeita no meio das duas. - Regina, não te conheço pessoalmente, mas intimamente você manda bem. - Disse se levantando da cama.
- Já vai embora? - Emma questionou alcançando seu criado mudo, pegando a jaqueta que estava toda embolada ali.


Estavam no quarto de Emma. Ruby era uma mulher bem feita, principalmente na forma física, um corpo de dar inveja em qualquer pessoa. E aqueles olhos brilhantes, diferentes dos de Emma, selvagens.


- Sabe como é Emm? Granny me mata se não me encontrar em casa.
- Granny sempre foi ranzinza. - Riu íntima de Ruby que a acompanhou na gargalhada. - Ela ainda tá com aquela ideia maluca de te arranjar um namorado? - Pegou um maço de cigarro de dentro da jaqueta.
- Está, semana passada ela tentou me arranjar com aquele bonitinho do Hansel. - Ruby estava se arrumando para ir.


Regina se sentia excluída daquela conversa de amigas, com benefícios, mas amigas. Deitou-se na cama e puxou a coberta sobre si.


- Boa Noite Regina. - Ruby se aproximou tocando no ombro da juíza.
- Boa Noite Ruby. - Sentiu os lábios de Ruby nos seus. - Er... Eu...
- Olha que fofa! Toda tímida Emm! - Ruby brincou fazendo Regina se esconder debaixo das cobertas. - Adorei nossa transa. Só que você é a namorada da minha amiga. Então essa foi a primeira e última vez.


Regina sentiu sua pele do rosto esquentar, não conseguia ver, mas ficou vermelha. Emma somente se sentou na cama com a coberta cobrindo somente as partes inferiores de seu corpo. Tragou o cigarro.


- Rubs, ela é minha patroa. Ela me contratou para protegê-la. - Falou segurando a fumaça, logo soltando. Aquilo era relaxante. - Não namoro.
- Oh! Sério? Vocês parecem namoradas. - Ela olhava surpresa para a de olhos brilhantes. - Bom, tenho que ir, boa noite gatinhas.
- Joga a chave por debaixo da porta. - Levantou-se da cama indo em direção de sua calcinha.


Ruby acabara de sair, Regina se permitiu ficar sentada na cama, olhando a garota se vestir, não estava se sentindo culpada de estar transando novamente após a morte de seu marido. Gostou de dar para Emma, principalmente quando olhava nos olhos dela, pareciam uma outra Emma. Uma que parecia ser só dela. Sentiu um desejo muito forte tomar conta de seu corpo.


- Vocês se conhecem há muito tempo? - Regina se levantou da cama enrolada na coberta.


A juíza acabara de ver, agora garoava naquela madrugada, já bem fria. Se lembrara que a cidade era bem fria. Abraçou a ex-loira pelas costas. E sentiu como a mesma ficara tensa com seu abraço. A garoa fina agora vinha em sua direção, sentiu algumas gotas no rosto se soltou momentaneamente da mais nova para enxugar o rosto. Voltou a abraçá-la, a garota ainda estava tensa.


- Está bem Emma?
- Sim, estou sim. - A moça respondeu soltando o abraço de Regina. - Acho melhor você voltar para o seu quarto, está tarde já. - Desconversou.
- Eu queria ficar aqui com você. - Confessou ignorando o comentário anterior. - Me sinto bem com você, aqui.


A garota não estava acostumada a dormir na mesma cama com a pessoa que transava por alguns motivos pessoais, que a incomodavam muito. Ela não queria ser grossa, só se manter afastada.


- Regina, eu estou acostumada dormir sozinha, não durmo na mesma cama com quem transo. Sou de uma noite só. Melhor você ir dormir na sua cama.


Mesmo não tendo usado um tom agressivo, aquilo havia de alguma fora, lhe machucado. Orgulho ferido? Talvez. Soltou seus braços da outra e sem dizer nada jogou a coberta na cama. Suspirou, lembrando que elas haviam ficado no banheiro, pegou a coberta um lençol da cama. Emma virou-se para ela tardiamente, já havia fechado a porta. Não era daquela forma que queria que sua noite terminasse.


[...]


Lancelot estava chegando ao acesso inferior da unidade, carregava um rifle em uma mão e na outra uma lanterna. O local se acendeu automaticamente, sem problemas, parecia uma tremenda bagunça. Associou aquilo ao fato de talvez o tempo e os movimentos bruscos dependendo da época das águas. Tinha muitos papéis jogados e muitas cartas náuticas sobre a mesa.


- Lugarzinho bagunçado. - Olhando para uma estante caída atrás da escada de acesso. - Nunca alguém acharia esse lugar.
- Você é barrulhento garroto. - Um sotaque russo em inglês o assustou.