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História Guarda-Costas - Famílias Complicadas


Escrita por: DHWritter

Capítulo 2 - Famílias Complicadas


Estava munida de uma xícara grande de café e uma pilha de papéis sobre a mesinha da sala. Observava atentamente cada uma daquelas linhas. Sua cliente era um caso muito exigente. Notou que só aquele ano sofrera quatro tentativas de assassinato e duas de sequestro.


– Glass... - A explicação para as tentativas falharem. - Minha admiração por você não é em vão. - Tomou um gole daquele café quente.
– Falando sozinha querida? - Antes mesmo de poder se virar teve o topo da cabeça beijada por lábios frios.
– Ah! Sim chefe Swan. - A moça sempre teve em mente que em primeiro lugar vem o trabalho. - A senhora Mills é uma mulher interessante. - Quando se deu conta do que disse foi quando o senhor de cabelos grisalhos soltou uma risadinha. - Ah... Não! Não nesse... sentido, - "sentido" ganhou ênfase na explicação. - sabe... O caso dela é interessante, como cliente. - Encabulada tentou consertar.


O senhor apenas afagou sua cabeça, em consequência, bagunçou suas madeixas escuras.


– Deveria ir dormir Emma, amanhã você começa seu novo caso.
– Sim chefe. - A mesma ficou de pé batendo continência.
– Emma, por favor, sou seu avô agora. Me sinto um desconhecido querida. - Articulou deixando a sala.


A mesma relaxou um pouco.


– Boa Noite vovô!


[...]


Regina Mills. Forte, Guerreira, Juíza, Mulher... Mãe.


– Mãe! - Recebeu um abraço apertado do adolescente Henry Mills.


Henry Mills, um brilhante aluno de uma instituição privada de Boston, mesmo com seus recém dezesseis anos já tem sua vaga garantida na Universidade de Harvard. Um promissor Engenheiro de Física Nuclear. É. O rapaz é bom com os números.


– Meu garotinho finalmente chegou. - Virou à sua maneira para abraçar o rapaz, e claro, enchê-lo de beijos e mimos.
– Mãe! - Agora estava rindo, enquanto tentava se soltar dos "tentáculos" de sua mãe, como costuma se referir aos abraços dela.


O mesmo se jogou no sofá do escritório dela, apoiando a cabeça no colo dela.


– Senti sua falta mamãe. - O rapaz confessou. Pegou a mão mais próxima de sua mãe colocando em sua testa. Desde pequeno fazia aquilo quando queria os cafunés de sua mãe.
– Henry Mills Júnior, o que você aprontou? - A juíza desconfiava já de algo.


Era típico de que quando o rapaz a chamava de "mamãe" e pedia cafuné ao mesmo tempo, significava que seu filho havia aprontado alguma.


– Poxa mãe! Como assim a senhora desconfia assim de mim... - Olhou para a mãe que tinha um olhar de cinismo como sempre. - Ah tá bom. Eu só queria sair no sábado com alguns amigos.


Imaginava que ele havia aprontado, mas era só um simples pedido. Esse era o problema. Como ela poderia permitir que ele saísse desacompanhado, depois dos atentados deste ano.


– Meu filho, eu não posso fazer isso.
– Mas mãe... Eu só tiro A+ na escola, sou um bom garoto, te ajudo aqui em casa... Não é justo.
– Filho, entenda o meu lado. Por favor!
– Mas e o meu lado mãe? - Ele se levantou interrompendo todo e qualquer tipo de carinho. - Desde pequeno eu sou sozinho mãe. Não tenho nem mesmo um bichinho de estimação! - Ele estava realmente chateado.


A mulher não poderia reclamar de seu filho, o criou e educou muito bem, era um ótimo rapaz.


– Tudo bem. - Somente isto.
– Como assim TUDO BEM? Não, espera. - O rapaz se sentou bem próximo da mãe. - Tudo bem? Tipo, tudo bem, tudo bem mesmo? Eu posso ir?
– Pode, você tem três horas de saída com acompanhamento do Senhor Glass.
– Cinco horas. - Semicerrou os olhos em descrença, mas abusando do passe livre da mãe. - E acompanhamento em longa distância.
– Quatros horas e cinquenta metros de distância, não se fala mais nisso. - Sua mãe era bem convincente além de ser uma boa negociadora.
– Quem está falando é a minha mãe ou a Juíza Mills? - Ela voltou a se afastar um pouco.
– Tu madre. - Levantou do sofá dando um beijo no rosto do rapaz.


Ainda descrente com sua mãe se retirou do escritório antes que ela desistisse do acordo. A mulher tirou seus óculos, respirando fundo.


– Querida? - Seu marido havia chegado. ROUND 2.
– Hola cariño. - Notou que estava falando espanhol até demais aquele dia em específico.
– Você está bem meu amor? - Aquilo fez a mulher olhar estranhamente para Daniel.
– Você me ch... - Não teve tempo de dizer nada, agora entendeu o porquê daquilo.


Sua sogra havia chegado hoje. Aquele dia em especial estava sendo muito diferente do que estava acostumada. Primeiro Glass com aquela proposta muito estranha. Depois seu filho implorando pra sair, coisa que ele não é de fazer. Agora Daniel lhe chamando de amor, sua sogra era a explicação.


– Olá querida, eu sei, eu sei. Eu havia dito que viria semana que vem, mas como eu estava lá sozinha em Iowa, naquela fazenda enorme. - E coloca ênfase em 'enorme'. - Decidi vir antes para ver meu filhinho, meu neto e minha sogra favorita.


Só pra deixar claro, Daniel é o único filho dessa mulher. Meio óbvio o comentário.


– Já vai começar. - Sussurrou assim de lateral.
– Disse algo querida? - "FALEI DROGA! VOCÊ É UM SACO DESGRAÇADA! MAL COMIDA! PORRA!"
– Não sogrinha! - Um puta sorriso falso.


[...]


Bebia tranquilamente seu café, quando viu que o mesmo havia acabado. Bufou antes de saltar do sofá. Tinha que pegar mais um pouco de café para manter-se acordada, precisava mesmo descansar um pouco.


– Vou pegar mais café, preciso um pouco disso. - Segurou a garrafa, mas nem teve tempo para encher sua xícara novamente.


O telefone tocou, não queria atender. Não mesmo. Colocou a xícara na pia para pegar o aparelho. Como sempre.


– Uma ligação da prisão federal de Seattle, deseja aceitar?
– Não. - Esta era a mesma resposta de sempre.


Bateu o telefone no gancho. Já estava cheia daquela situação.


– Uma hora você vai ter que entrar em contato com sua mãe sabia? - Seu avô encostou no batente da porta da cozinha, lhe dando um susto. - Achei que você tinha ido dormir.
– Não. Não posso.
– Não pode o quê? - Leopold entrou para pegar um copo de vidro.
– Não posso dormir.
– Eu entendo querida. - Não se referia à Regina.


Outro beijo no topo da cabeleira escura dela.


– Obrigada, mas não preciso dela.
– Eu sei, mas ela não deixou de ser sua mãe.


Ela olhou nos olhos do avô um pouco desanimada.


– Infelizmente é verdade.



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