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História Guarda-Costas - Segunda, o melhor dia da semana... Ou não


Escrita por: DHWritter

Capítulo 21 - Segunda, o melhor dia da semana... Ou não


[...]


Segunda-Feira, Cinco e meia da manhã.


Por algum milagre, conseguira adormecer algumas horas em paz. Com certeza era por causa de seu irmãozinho. Acordou um pouco desorientada, não lembrava naquele instante como acabara dormindo no sofá. O garoto estava deitado sobre ela, todo relaxado. Procurou algum relógio ou dispositivo que indicasse a hora. Já estava na hora de levantar com certeza. Não que fosse fazer algo, mas aquilo era o máximo que seu corpo permitia ficar adormecida. Levantou com o garoto no colo. O garoto estava um pouco mais pesado do que se lembrava.


- Acho que alguém vai fazer um 'regiminho'. - Fez graça, antes de conseguir entrar no quarto.


Jogou o irmão na cama, depois de descansar um pouco, arrumou-o e foi para o seu próprio quarto. Se seu irmão de oito anos de idade pesava 35 quilos já estava dando trabalho, imagina aqueles valentões, bombados e musculosos de quase cem quilos o que fariam a ela.


- Tá na hora do treino. - Foi para o seu quarto.


[...]


- Estamos bem? - Lancelot ainda estava com seu ouvido meio afetado por conta do alto barulho da "explosão".


"- Eu preciso pegar o HD do backup. - Franklin estava desesperado.
- Não temos tempo, você tem que fazer a gente descer mais! - Elsa pedia com raiva.
- Elsa não dá tempo! - Lancelot estava quase entrando em estado de loucura.
- Eu tenho como nos tirar daqui, mas preciso tirar o HD do computador. Tem informações muito valiosas aqui. - O homem abrira uma porta pouco mais embaixo, na altura de seus pés. - Vocês tem uma chave Philips?
- Pra quê isso? - A loira realmente não estava pensando direito.
- Não interessa para quê, ali dentro daquele armário. Eu guardo minhas ferramentas, pega a caixa para mim.


O garoto correu até o armário e pegou a caixa, colocou no chão e chutou em direção deles.


- Bem prático você, não? - Pegou a chave Philips com muita pressa e já iniciou o processo de remoção. - Garoto pegue a bolsa de vocês e sua amiga e desçam para a base desta embarcação. Quando chegarem lá, encontrarão uma capsula grande, entrem nela e me esperem. Vão rápido! - Ele ordenou enquanto retirava uma grade grande.


Os dois foram bem rápidos, pelo pouco de percepção que tinha conseguiu saber quanto tempo aproximadamente eles tinham, provavelmente um minuto e mais uns quebrados. Adentrou parte do corpo no equipamento. Precisava levar tudo dali, todas as informações secretas e ultra-secretas estavam dentro daquele pequeno dispositivo. Alcançou rápido com as mãos, com cuidado retirou os cabos ligados a ele.


- Isso, vem com o papai.


Pegou o aparato e saiu dali o mais rápido que pôde, se muniu da caixa de ferramentas. Desceu o primeiro lance de escadas facilmente, já o segundo foi um pouco mais lento porque era uma escada em caracol, a terceira não se deu ao trabalho de descê-la, se jogou do alto dela até o chão com a caixa de ferramentas e o HD. Correu para onde Lancelot estava o esperando.


- Conseguiram abrir? Parabéns! - Não tirou sarro.
- Elsa disse que já havia entrado 'num' desse. - O jovem negro parecia aliviado.
- Está tudo aí? - Perguntou já meio que empurrando o jovem para dentro.
- Sim senhor.
- Ótimo! - Ouviram um barulho muito forte, sentiram em cheio o impacto.


Franklin jogou de qualquer jeito a caixa de ferramentas, saltou para dentro e puxou o mais novo para dentro. Rápido, já foi fechando a cápsula. Quando digo cápsula, era realmente uma cápsula. Não era algo muito grande.


- Acionar defesa compacta. - Ordenou o outrora 'russo'. - O que aconteceu? - Estranhou, o sistema não atendeu a ordem.


A barulho parecia estar cada vez mais alto. A defesa não foi acionada, o mais velho praguejou. Olhou para o painel, estava desligado. Rolou os olhos para sua genialidade. Ligou no botão interruptor.


- Agora sim. - Olhou para o teto, ele estava com a luz acesa. - Vamos precisar de toda energia possível para sair daqui. Se segurem crianças nos puxadores. - Desligou a luz, somente o painel estava aceso, parecia um encontro de luzes no escuro. - Acionar defesa compacta. - Agora sim, a cápsula se cobriu de metal, as "janelas" dela foram cobertos por uma camada de ferro, aço, titânio, ah! sabe-se lá qual metal.


- Ótimo! Estamos protegidos temporariamente.
- Eu não vejo nada! - Lancelot reclamou.
- Melhor vivo do que morto. Segurem-se.


Mais uma explosão, mas agora eles estavam mais "preparados". Franklin estava com a mão em cima do botão de ejeção.


- O que a gente tá esperando? - O garoto estava bem preocupado.
- Pra que não fiquemos completamente sem energia quando sairmos daqui.


Os dois não entendiam o porque de ele estar esperando para apertar. Quando sentiram um impacto vir de cima, seguraram-se forte. E foi quando o gênio da computação apertou o botão. Sentiram uma pressão forte instantânea vir debaixo. Estavam muito assustados, mas não conseguiam admitir.


- O que aconteceu?! - Lancelot, o mais assustado perguntou.
- Parece, senhores, que conseguimos ejetar para fora do submarino.
- Mas o que foi tudo isso?! - O rapaz estava em choque, evidentemente.
- Queima de arquivo talvez. - Coçou o nariz. - Eu não sei, mandaram vocês e depois tentaram matar vocês, com certeza foi queima de arquivo.
- Dói? - Elsa apontou para o nariz do mais velho, que estava sangrando, acendeu uma luzinha que parecia da lanterna que levava na bolsa.
- Oh! Não, é a pressão. Muito me estranha o de vocês não estar sangrando. - Riu ao dizer, limpou o pouco sangue. - Vamos descer mais um pouco. - Disse mais alto, a pressão agora estava um pouco maior.
- O quê?! - Elsa gritou, se sentia como quando descia para a praia de Miami.
- O quê?!! - Frank gritou de volta.
- Gente, eu não tô ouvindo nada!! - Lancelot gritou.


A cápsula pareceu parar de mexer. Os três automaticamente se agarraram nas alças, sentiram a pressão empurrar o recipiente em que estavam. A força que os empurravam, fizeram subir mais e mais rápido, o grito obviamente foi inevitável. Subiram bem rápidos. Outra explosão, a vibração do metal da capsula era insuportável. Fizeram com que eles tentassem proteger os ouvidos. Diminuiu a velocidade da subida. Logo seus ouvidos doeram mais, porque quando chegaram à superfície, um barulho de estouro perturbador afetaram seus ouvidos. Franklin tapou os seus ouvidos, Elsa encostou na bolha e Lancelot que estava mais perturbado esfregou mais e mais para que parasse de lhe incomodar.


- Estamos bem? - Lancelot ainda estava com seu ouvido meio afetado por conta do alto barulho da "explosão"."


[...]


Estava correndo na trilha da floresta, aquela em que todo mundo evitava atravessar, pois temiam o mito do lobo, uma história, que deixarei para contar outro dia. Seus cabelos escuros balançavam de um lado para o outro. Estava suando já, realmente estava um pouco fora de forma. Não que refletisse em seu corpo, mas sua resistência não era mais há de meses atrás.


"- Sabe que gosto do seu corpo desse jeito?"


O susto repentino a fez tropeçar nos próprios pés. Caiu no chão sobre uma pedra. Gemeu com a dor, mas constatou que nada havia acontecido. Respirou várias vezes antes de tentar se sentar no chão. A voz dela ainda ecoava em sua cabeça.


- SAI!!! - Tapou os ouvidos.
"- Eu vou ficar em sua mente para sempre Emma, porque não vem me ver?"


Estava se sentindo mal, um enjoo lhe abateu, se pôs sobre os joelhos e os braços para vomitar as duas xícaras de café que havia tomado. O ácido subiu junto e deixou sua garganta "queimada". Sentou no chão e ficou olhando para cima, para o nada. Uma paisagem triste, nublada.


- Doutor, se prepare... - Pausou antes de rir sem humor. - Sua paciente favorita está voltando.


[...]


- Obrigada pelo café querido! - Beijou o topo da cabeça do filho que se assustou no primeiro momento. - Estava delicioso.
- Do que está falando mãe? - Henry perguntou antes de se virar para a mãe dele.
- Own! Querido não deve se envergonhar de fazer as coisas para sua mãe. - Beijou o rosto dele agora. - Eu vou esticar um pouco as pernas.


Regina deixou um Henry curioso e uma avó com cara de confusos.


- Senhora Swan, a senhora entendeu alguma coisa que aconteceu aqui? - Henry viu a senhora rir incrédula e menear negativamente. - Acho que a morte do meu pai mexeu mais do que tudo com ela.
- Sinto muito pelo seu pai, menino. - A vovó virou-se em direção do fogão pegando uma caneca de leite quente, que estava em cima dele.
- Sinto muito pelo seu marido. - Ele ficou um pouco chateado, nem mesmo tinha se tocado do que havia dito, até vê-la na janela, olhando para algum lugar. - Oh! Eu... Me perdoe, eu... - Ficou sem graça.
- Não, não... - Ela foi mais rápida interrompendo o garoto. - Não se preocupe... Eu assisti o jornal ontem. Bae ainda não sabe. Se não disser isso a ele, eu agradeço. - A senhora voltara sua atenção agora para dentro, retirou os óculos e deixou-os sobre a mesa.
- Sem problemas, mas me desculpe mesmo assim. - Henry estava um pouco embaraçado com o que acontecera. - Vocês eram casados há muito tempo? - O rapaz era curioso de fato, também.
- Há quase cinquenta anos. - A senhora se sentou na cadeira e pegou a caneca de leite de cima do fogão. - E seus pais?
- Minha mãe e o Daniel eram casados há uns dezesseis anos. - Pensou antes de falar.
- Olha, sua mãe me impressionou. - Ela riu levemente. - Lembro de como ela era pequena. Sua avó a teve primeiro, depois de uns meses minha Mary nasceu. - Lembrou-se nostálgica.
- É a mãe da Emma? - Henry era muito curioso, mesmo.
- É sim. - Respondeu contente. - Essa aqui... - Levantou de sua cadeira e pegou uma foto em que Henry nem mesmo tinha notado estar grudada na geladeira. - É a minha filha Mary. - Vovó Swan, como se lembrou ter ouvido de Emma, havia entregado uma foto em suas mãos.


Henry a pegou a passou a analisar com cuidado, Mary era uma mulher muito bonita, uma mulher linda para falar a verdade, e a garota que estava fazendo algum tipo de traquinagem que tirou a atenção dela, para a lente do fotógrafo. Emma era muito parecida mesmo com ela. Exceto pela cor dos cabelos. A agente tinha cabelos loiros.


- Emma era loira... - Comentou com a vovó Swan. - Chamavam ela de loira burra na escola? - Tirou onda com a garota, o que fez a senhora rir junto com ele.
- É, pode ser. - Ela disse parando de rir um pouco. - Eu vou acordar o Bae, qual é o nome da sua amiga? - Se referia a moça.
- Ela não é minha amiga. - Henry fechou a cara tão rápido quanto a pergunta da vovó. - Mas se chama Grace, Traíra Grace. - Levantou-se e saiu um pouco da casa.


A mulher observava tudo com estranheza.


- E Emma diz que a louca sou eu. - Serviu-se de leite quente e um pouco de café.


[...]


A pessoa que batia a sua porta devia ser um pouco sem noção das coisas, em plena manhã de segunda-feira às 08:30 da manhã estava quase pondo a porta abaixo. Todos na cidade sabiam que ele não atendia às segundas-feiras. Estava cansado, pois de madrugada havia voltado de uma convenção de psicólogos em Nova York.


- Calma, já vou, já vou. - Estava colocando seus óculos, notou o roupão aberto e foi amarrando no caminho. Pegou a chave que estava pendurada em um suporte parafusado na parede. - Espero que tenha um ótimo motivo para me tirar da cama em uma segunda-feira. - Destrancou a porta e abriu a porta. - Emma?
- Doutor. Me desculpe. - A ex-loira estava com roupas de corrida na frente do bom doutor. - Eu preciso muito do senhor, eu lhe pago o que pedir, mas me ajude.


O homem não estava estendendo nada.


- Por favor doutor, o senhor sabe que eu nunca o procuraria se não fosse algo extremo.
- Entre Emma. - Abriu passagem para a loira. - Está tomando seus medicamentos Emma?
- Doutor é sobre isso que eu gostaria de conversar com você.
- Emma se me permite acabo de levantar, você me daria alguns minutos para tentar parecer apresentável?
- Me desculpe Archie, quer dizer, doutor. - Só agora o homem notava a mão que nunca deixava o abdômen da garota.
- Você está bem Emma? Se machucou? - Estava levemente curioso.
- Não se preocupe, não foi nada. Preciso muito falar com o senhor, então eu peço que não demore muito.


[...]


Regina caminhava sem preocupação, parecia que sua cidade natal não mudara tanto quanto achou.  A loja do senhor Gepeto estava ali, a velha biblioteca e a torre do relógio. Também estavam ali.


- Regina?
- Senhor Gepeto? Oh meu Deus! Quanto tempo?! - Regina sorriu para o senhor ali.
- Quanto tempo Regina! Você está um mulherão! Lembro-me quando você ainda era uma menininha e vinha a minha loja com Mary bagunçarem minhas esculturas. - Lembrou nostálgico. - Há anos não vejo nenhuma das duas. Sua mãe está por aqui?
- Oh, a última vez que recebi notícias de mamãe, ela havia ido para a Europa, depois do ocorrido... - Nenhum Mills, sem exceção, tinha coragem de tocar no assunto.
- Oh! Claro, havia me esquecido. Tantos anos se passaram menina. Seja bem-vinda de volta a cidade menina, passe aqui na loja.
- Sim Senhor Gepeto.


Regina não se lembrava muito de sua infância, até porque não tinha nada de muito especial. Ela não se lembrava da tal Mary, filha da avó de Emma. Por Deus! Será que estava tão velha que não se lembrava destas coisas?

Sem resposta para seu questionamento, andou pelo centro da cidade mais um pouco. Olhou para a torre do relógio novamente, a última coisa de que se lembra antes de ir embora com seus recém 21 anos, da cidade, foi que olhou para o relógio da cidade, ele estava quebrado na época. Disse que iria embora para outro lugar, pois não suportava o fato de sua mãe ter se separado de seu pai para se casar novamente com outro homem. Coisa de menina inocente.

O relógio agora estava em funcionamento e marcavam exatamente 08:30.


- Está observando esse relógio com tanta adoração que me assusta. - Alguém sussurrou em seu ouvido, pulou no lugar com o susto.
- Ruby?! Mas que... ? Quase me matou de susto mulher. - Fechou os olhos como se estivesse com vergonha de algo.
- Ué, é verdade! - A morena sorriu, ela tinha olhos brilhantes como os de sua guarda-costas.
- Não se faz essas coisas, eu poderia machucar você, sabia?
- Você é ninja igual a Emms? - Perguntou de uma forma que fez a juíza Mills rir. - Ah! Vai saber né? Hoje em dia não duvido de mais nada. - A mais velha continuou rindo. - Já tomou café? - Perguntou agora um pouco mais séria.
- Pra falar a verdade, já. - Falou se recuperando.
- Ah! Mas que coisa, o serviço comigo é completo, sempre levo o café da manhã no dia seguinte. - Riu, mas dessa vez a mais velha não riu, apenas ficou rubra como um pimentão e arregalou os olhos. - Ah! Qualé?! Nunca tomou café na cama depois de uma noite boa pra cacete de muito sexo? Sem me gabar! - Riu do próprio comentário. - Vem, sobe na garupa da minha magrela aqui. - Bateu na traseira de sua bicicleta aro vinte. - Vou te levar pra tomar o melhor milk-shake da cidade, só preciso entregar isso aqui, lá na frente no mecânico.


Regina ia recusar, mas se lembrou que não tinha a companhia de ninguém naquele momento, e alguém estava querendo a companhia dela. Não demorou muito, subiu na garupa da "magrela".


- Eu juro, rapidinho. Vou entregar, receber e vamos pro café da Granny. - Rápido de impulso para chegar logo à seu destino.
- Granny, em específico, é sua avó, né?
- Aham. - Reproduziu este som que indicava uma resposta positiva.
- Então você seduz, transa e leva a pessoa para tomar um café da manhã na sua avó? Isso não é um tanto sugestivo?
- Sugestivo? - Estava rindo com o que a mulher disse.
- Claro, é o mesmo que você provar, subornar a pessoa para que sua vó conheça e ela dizer se aprova a pessoa e ela já fazer todo o interrogatório clássico de: "Quais são suas intenções com a minha neta?" - Ela mesma rira de seu comentário bobo.
- Regina, você é uma mulher linda, desejável, que eu provavelmente um dia gostaria de me casar, mas você é um pouco estranha, mas acho que essa vida de juíza em Boston te fez ficar muito paranoica. - Regina ficou toda dura, como se tivessem descoberto seu segredo. - Ah! Regina, você é bem famosa, e hoje de manhã estava passando seu sumiço no noticiário. E é só disso que falam nas redes sociais nesses... - Pensou um pouco. - Três dias.


Chegara no mecânico.


- São 8 dólares gatinho. - Sorriu para o rapaz que veio todo galante com o dinheiro para a moça. - Aqui está seu pedido.
- Se todos os dias duas moças tão lindas vierem trazer meu café da manhã, eu encomendo torta de limão e café todo santo dia.
- Seu galanteador barato. - Ruby riu o que fez o rapaz rir também acenando para ela. - A gente se conhece desde o colégio. - Explicou para a latina que ficou sem graça. - Se segura moça, vou te levar para o interrogatório da minha avó. - Ruby riu acompanhada da mulher.


[...]


- Emma, posso te oferecer alguma coisa? Uma água? Café? Suco?
- Um café doutor. - A moça massageava a têmpora.


O homem foi eficiente, trouxe duas xícaras.


- Bom, me acompanha até o escritório?
- Claro Archie.


Tomou seu café num gole. O que fez Archie ficar um pouco incomodado. Ela colocou a xícara em de sua mesa no escritório e meio que, infantilmente, se jogar sobre seu divã. Ele se sentou em sua habitual cadeira pegando o caderno sobre a beira da mesa com a caneta em cima.


- O que te traz aqui senhorita Swan? - Foi bem profissional, realmente se tornando o Doutor Cricket.
- Zelena. - Archie no mesmo instante levantou os olhos para a direção do divã que estava de costas para ele, não era possível ver parte alguma que não fosse os pés de sua ex-paciente.
- Novamente Zelena, senhorita Swan?
- Sim, as vozes.
- Emma, quer dizer, esquece... Emma você não está tomando mais os seus remédios?
- Archie, você é a última pessoa que preciso que me trate como louca.
- Isso já faz oito anos, não que eu queira que você esqueça, até porque fui eu que lhe aconselhei em enfrentar seu medo para não sentir mais medo, para que as vozes parassem...
- Eu sei doutor. - Cortou-o. - Mas ontem a noite tudo voltou, sabe? Todas as vozes, principalmente a voz de Zelena, ela não sai da minha cabeça. Eu consegui dormir bem, mas agora... Neste exato momento eu estou ouvindo ela gritando na minha cabeça, dizendo para eu ir embora, que o senhor não vai me entender, o senhor sabe o que eu fiz pra melhorar e não me orgulho disso. - Pausou por um instante. - Da última vez foi o senhor que me ajudou com ela, eu achei que se eu viesse falar com o senhor, eu pudesse ter uma chance de me livrar disso.
- Emma, não fui eu que lhe curei, foi você mesma.
- Por favor doutor, eu... - Outra pausa, como se buscasse algum tipo de argumento que amolecesse o bom doutor. - Eu vou tentar de verdade dessa vez, eu só não quero mais ouvir a voz dessa mulher na minha cabeça, o senhor mesmo disse que não foi minha culpa, que eu não tinha culpa de ela ser uma mulher tão descontrolada.
- Emma, acalme-se. - Pediu agora um pouco paciente. - Todos os dias, quero que venha às 10:00 conversar comigo. Não existe mudanças instantâneas, você sabe disso. - Ele respirou fundo. - Precisamos conversar sobre tudo o que aconteceu novamente, você sabe não é?
- Sei sim doutor.
- E você sabe, que não pode mais evitar falar sobre tudo o que aconteceu naquela época, certo? Você não tem mais 12 anos.
- Eu sei.
- Então tudo bem. Vamos começar.


[...]


- Bom dia. - A vovó Swan levava uma bandeja com algumas coisas para a loira de feições abatidas comer. - Menina, é Grace, não é?
-... - A menina apenas olhara para a senhora que lhe dirigia um sorriso. - Sim. - Não se movera.
- Eu lhe trouxe algumas coisas para que comesse, você parece que não come algo descente há uns dias, ou é magra de ruim?


Isso fez a menina sorrir rapidamente, mas um sorriso bem murcho. A senhora colocou o café sobre a mesinha ao lado da cama.


- Ânimo menina, tem que aproveitar o dia, o dia parece que está muito bonito. - Abriu as cortinas do local. - O dia está lindo! O sol está todo radiante, ele quer saber se você vai levantar e dar um sorriso pra ele. - Perguntou olhando para o corpo imóvel da moça na cama.


Soluços. Ela estava chorando.


- Oh menina, não chore.


O rádio relógio do quarto foi acionado, e coincidentemente começou a tomar uma música linda do Bob Marley, No Woman No Cry.

Good friends we have

Bons amigos nós temos


Oh, good friends we've lost


Oh, bons amigos nós perdemos

Along the way


Ao longo do caminho

In this great future


Nesse grandioso futuro

You can't forget your past


Você não pode esquecer seu passado

So dry your tears, I say

Então enxugue as lágrimas, eu digo


No woman no cry

Não mulher, não chore

No woman no cry


Não mulher, não chore

Little darling, don't shed no tears


Oh querida, não derrame mais lágrimas

No woman no cry

Não mulher, não chore


É! Ela parou de chorar no mesmo instante. Tudo já estava feito, o que podia fazer era mudar, só mudar, passara a noite em claro, pensando no que havia feito. Se sentou na cama.


- É assim que eu gosto menina. Toma o café, e vamos sair um pouco do quarto.
- Vovó! Eu vou ficar em casa hoje. - O menino apareceu na porta, Bae. - Posso? Já tô atrasado mesmo.
- Só hoje hein rapazinho! Vamos tomar café lá em baixo.
- Tá. - Comemorou todo felizinho na porta o que fez a vó indignar-se fingidamente. - Moça bonita, você vem?
- A vovó já trouxe o café dela.
- Obrigada... - Foi a segunda palavra dela naquele dia.
- Olha, já fizemos progresso, mais uma palavra. - Tem algumas roupas em cima do meu bidê no banheiro, estão limpas. Tome um banho depois.
- Sim senhora. - Não sabia se agradecia ou se verificava para ver o quão fedorenta estava.


Observou a mulher de cabelos grisalhos atravessar a porta do quarto para ir com o menino para a cozinha.


[...]


- Realmente Ruby, o Milk-Shake é o melhor que já provei.
- Melhor que o meu Milk-Shake? Juíza Mills... - Perguntou brincalhona, mas ainda sim, maliciosa.
- Um dos melhores que já provei. - Respondeu sincera.
- Já provou muitos?
- Não muitos, sempre quis experimentar quando era mais jovem, mas só me restringi ao tradicional leite puro, se é que me entende... - Riu da comparação.
- Entendo, no começo eu só tomava leite puro, aí eu cresci e depois que experimentei o Milk-Shake, e agora só tomo isso.
- Essa foi a analogia mais idiota que eu já fiz na vida. - E riu sem restrição junto com Ruby que estava se segurando para não rir, mas que acabou não aguentando.


Ruby ouviu alguém lhe chamar em outro lugar, era sua avó, já estava na hora de ir para o serviço da lanchonete mesmo, garçonete.


- Vai ficar mais tempo aqui na cidade Regina?
- Bom, depende de Emma.
- Você acha que ficará hoje?
- Sim, com toda certeza.
- Tem algum programa para hoje a noite? - Fez a pergunta despertando a curiosidade da juíza.
- Por que? - Ela perguntou rindo.
- Só responde oras. - A menina também riu.
- Não.
- Quer sair comigo? Sem compromisso algum, prometo. - Beijou os indicadores cruzados em frente os lábios.


Regina riu.


- Você está louca?
- Só saio daqui depois que me responder, aviso que minha vó não é muito paciente.
- Ruby! - A mulher agora chamava com um tom mais alto.
- Viu só?
- Tá, vai lá agora.
- Isso foi um sim?
- Foi. Hoje a noite, sem compromisso, ok?
- Ok. - Ruby deu um selinho rápido e bem discreto na juíza que ficara novamente rubra com o gesto inconsequente da garota. - Qualé? Você já me viu sem roupa, e eu também te vi sem roupa.


Regina lhe deu um tapinha no braço, o que a fez rir. A moça levantou rapidamente para atender o chamado de sua avó, deixando Regina pasma com ela mesma por se permitir aceitar aquilo normalmente. Não porque estava sendo pressionado, mas porque no fundo desejou realmente aquele encontro.



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