História Guarda-Costas - Nada mais, nada menos, apenas um almoço

[...]

Estava ansiosa demais, chutou a perna de Sidney que reclamou olhando duro para ela. Ela se desculpou somente com o olhar. Iria almoçar com o anjo, Katherine.

- Estou muito nervosa? - Perguntou com uma voz um tanto angustiada.
- Imagina Regina. - Ajeitara sua gravata borboleta. - Eu e minha canela garantimos que não.

Ela inspirou fundo o ar para tentar em vão se acalmar, não estava se reconhecendo, estava nervosa por conta de um almoço, com uma garota, que acabara de conhecer. E desejava que o horário em que combinaram chegasse. Permita-me, a autora, dizer que Regina estava em estado de nervos. Todos os músculos de seu corpo estavam tensos, mas relaxaram quando viram a loira adentrar o restaurante. Sidney que cruzara suas pernas anteriormente somente para relaxar, acompanhou o olhar da patroa, permitiu que um sorriso comum surgisse em seu rosto.

- Creio que eu não tenha me apresentado formalmente Senhor Glass. - O senhor sorriu agora para a moça. - Sou Katherine, a...
- Nova secretária de Moe French, claro. - Estendeu sua mão e tocou a da moça que apertou até que firme a sua. - Um aperto firme, não esperava menos Katherine.
- Claro.
- Creio que é a minha deixa para deixá-las sozinhas.
- Acho que sim. - Katie sorriu com aqueles dentes tão brancos que desconcertaram Regina. Soltou a mão do senhor e abriu passagem para ele que ávido saiu do local, nem mesmo se despedira de sua chefe. - Bom almoço senhoritas. - Agora deixava mesmo o local.

A loira se sentou e cruzou aquelas pernas, longas e macias. Não diria torneadas, pois era alta e um pouco magra. Diferente de Regina que era uma mulher, sensualmente pecaminosa, dona de um rebolado único que poucos sabem apreciar de verdade, era sim magra, mas por ser menor que a outra não aparentava tanto, era um pouco mais cheinha do que a loira, uma cintura fina, pele amorenada, com toda certeza uma latina. Os lábios cheios e as sobrancelhas negras e um pouco mais aparentes por conta da largura. O retrato do pecado. Enquanto a loira, era um afresco angelical, pele alva, lábios medianos, tomados pelo vermelho sangue, os olhos verdes brilhantes, ela com certeza poderia servir para uma escultura das belas gregas. Aqueles cabelos louros em cacho eram incríveis. Uma chuva de ouro. Talvez aquele sorriso fosse a melhor e mais eficiente das armas dela.

- Regina? Você está bem? - Ela a chamava, não tinha se dado conta que não estava prestando mais atenção nela. - Parece um pouco fora de órbita. - Uma risadinha.

Droga, não podia ser uma droga de secretária qualquer, não podia ser uma daquelas bem irritantes, que te fazem implorar por informações, que você deseja matar. Assim, deste jeito, ela a mata, mas é de encanto.

- Podemos pedir? - O garçom estava ao lado dela. Quando ele chegara ali? - Regina?
- Claro, mas antes... - Pegou o menu, ela nem havia escolhido seu prato ainda.
- Posso sugerir o especial do chefe? - Perguntou o rapaz tentando ajudá-la, ele percebeu que ela estava um pouco atrapalhada. - Peixe grelhado, acompanhado de vinho rosê, salada de repolho e cenoura ralados com leve toque de azeite. 
- Perfeito! - Nem pensara. - Vou querer isto mesmo.
- Para mim, bife no ponto com anéis de cebola, batatas grelhadas para acompanhamento, para beber quero somente uma água.
- Anotado senhoritas. - O rapaz ganhou um sorriso da loira angelical.

Regina não gostou nem um pouquinho do sorriso de Katie para o rapaz. Não demorou muito para que ele saísse.

- Ok! Katherine.
- Regina. - Observou os cotovelos da moça sobre a mesa, cruzando os dedos para apoiar o seu queixo. - Fico lisonjeada por almoçar com você. Principalmente porque sei que é uma mulher muito importante e ocupada.
-... Er... Bem, creio que você também seja muito importante e ocupada. Você é a secretária de Moe French.
- Para falar a verdade, sou a recepcionista e não a secretária, estou apenas cobrindo ela hoje...
- Você é linda... Não... Quer dizer... - Soltou aquilo sem pensar, achou que estivesse apenas pensando. - Me perdoe, sim você é linda e... Ai meu Deus. - Não queria que ela escutasse.

Ouviu uma risada por parte da loira e logo ficou sem graça. Sentiu dois dedos apoiarem seu queixo.

- Juíza Mills, eu não me importo de ouvir elogios. - Os olhos de Regina se arregalaram. - Principalmente de uma mulher tão... - Rolou os olhos para o canto superior direito para pensar numa palavra. - Formosa.
- Oh... - Nunca em toda sua vida, alguém a deixara tão sem graça, como ela estava. A não ser ela. A loira. - Obrigada.

Os dedos seguraram levemente o queixo da latina, antes de deixá-la suplicando interiormente por seu toque mais uma vez. Os olhares continuaram, mas agora não era unilateral, era mútuo, algo bom. Algo dizia que elas se conheciam. Elas conversavam muito, mas somente pelos olhares. Não sabiam quanto tempo já havia se passado, mas foi o suficiente para que seus respectivos almoços ficassem prontos.

[...]

Sidney estava tão concentrado naqueles relatórios que Swan havia lhe entregado. A moça era bem charmosa, a ponto de ter feito Regina se distrair com toda sua beleza, até anteriormente desconhecida. A Jovem Katherine, ou melhor, Emma Swan se passando por Katherine, a Recepcionista/Secretária de Moe, o prefeito de Boston, lhe entregara um pen drive durante seu cumprimento formal.

"- Creio que eu não tenha me apresentado formalmente Senhor Glass.  Sou Katherine, a...
- Nova secretária de Moe French, claro. Um aperto firme, não esperava menos Katherine."

Seu estimado colega Leopold havia treinado bem a moça. Já até imaginava o ódio que Regina chegaria a ter por ele e a moça se ela descobrisse agora que ela era a sua Guarda-Costas. Os dados que recebera, fora algumas fichas com os dados obtidos pela moça durante aquele dia e mais uns acréscimos que nem fazia ideia de como ela conseguira. Tinha que tomar cuidado com aquilo, não poderia cair em mãos erradas. A moça era eficiente de verdade, fizera o serviço mais bem feito que havia visto em anos.

- Swan, você é a melhor.

[...]

- Então você é daqui mesmo Katherine? - Regina ria de algo que a moça dissera antes de sua pergunta.
-... Claro. Nasci e cresci aqui. - Parara de rir, se recompôs.
- Me acompanha em um vinho tinto senhorita? - Animada lhe propôs.
- Estou em serviço senhora Mills, pelo que noto, meu horário de almoço está acabando.
- Oh... É uma pena. - Sentiu o celular em seu bolso vibrar, era seu filho, havia esquecido completamente dele. - Se me dá licença, meu filho... - Pegou o aparelho, apontando para o telefone.

Se retirou da mesa para atender o aparelho.

- Mãe! - O garoto parecia um pouco aflito. - Que bom que a senhora atendeu.
- O que aconteceu meu amor? - Preocupara-se.
- Nada mãe, só liguei para avisar que a reunião de pais e mestres foi adiantada para daqui meia hora, Daniel não virá, ele disse que tá tendo uma reunião agora na empresa. - O menino pausou. - A senhora pode vir?
- Oh... Claro meu amor, mamãe já vai.
- MÃE!
- Tá bem, querido. - O filho não gostava quando o tratava feito criança quando estava perto dos outros. - Já estou indo.
- Vem mãe.

Desligou o celular e voltou a mesa. Katie havia chamado o garçom, mas no lugar do garçom veio uma outra moça, uma loira.

- Pode passar. - O anjo Katherine estava pagando a conta sozinha.
- Não, não. Vamos rachar a conta. - Regina alcançou sua bolsa. - eu faço até questão de pagar uma conta inteira.
- Que isso Regina? Eu posso pagar nosso almoço.
- Não, não é isso. É que eu a convidei para o almoço. Nada mais justo que eu pague nosso almoço, ou pague metade.

A outra moça já havia ido, a morena ia atrás dela, quando Katherine segurou sua mão fazendo olhá-la nos olhos.

- Eu faço questão. Sua companhia me fez muito bem, não é todo dia que tenho a companhia de alguém tão ilustre no horário do almoço.
- Pensei que almoçasse com o senhor French.
- Eu disse ilustre de verdade. - Sorriu para a juíza.
- Senhora, seu cartão. - A garçonete lhe entregara novamente o cartão.

A morena que já estava com sua bolsa apenas esperou a loira tomar a sua para que saíssem do restaurante. As duas saíram do restaurante, quando de repente Katherine tomou a frente da Juíza Mills.

- Senhora Mills, já que se sentiu um pouco incomodada por eu ter pagado nosso almoço, eu desta vez a convido para um jantar na sexta-feira aqui mesmo. - Falou tudo atropelando-se no convite. - Eu não aceito não como resposta.

A loira se mostrou mais atrevida do que aparentara. Sorriu para ela.

- Desta vez eu pago. - Regina respondeu a sua maneira.
- Às oito?
- Às oito.
- Sua companhia foi inestimável senhora juíza. - Tomou a mão da outra e beijou, de forma cavalheiresca.
- Oh... - O rosto enrubesceu de vergonha.

Os olhos verdes e tão penetrantes agora lhe dirigiam um breve "até logo". Oh Deus! Que olhos mais expressivos. Tão... Encantadores.

- Devo me apressar em ir para meu trabalho, digamos que minha patroa não tolera atrasos.
- Somos duas então. - Sorriu para a moça que agora lhe deixava.

Sidney saiu do carro e começou a observar sua patroa com a mente tão perdida.

- "Para as estrelas?" - Debochou o mais velho. Recebeu uma bolsada de sua patroa, teve que rir. - Para onde vamos?
- Vamos para a escola do Henry homem. Entre logo ou perco a paciência com você.