[...]
– Eu tenho um vinho maravilhoso na adega. - Daniel caminhou em direção da cozinha. - Regina me disse que ele estava uma pechincha.
– Então acho que vou adorar prová-lo.
– Separa umas duas taças pra gente. - Pediu já da cozinha.
O rapaz barbudo foi em direção do armário da adega da sala. Pegou as taças mais comuns de lá. Estava animado por ficar a sós com Daniel.
– Eu peguei duas taças daquelas pequenas.
– Tá bem. - Gritou da cozinha mesmo.
Colocou sobre o balcão e foi abrindo sua camisa, queria ficar a vontade com seu namorado. Deixou o peito e a barriga a mostra. Ambos lugares haviam um pouco mais de pêlo, mas eram vistosamente agradáveis. Seu namorado gostava.
– Achei a garrafa, tava meio escondida, a Regina não gosta de deixar ao alcance de ning... - Calou-se ao ver August daquele jeito. Viu ele se aproximar como quem não quer nada, com as taças na mão. - O que você...? - Foi calado por mais um beijo do seu homem.
– Que tal tomarmos vinho no sofá?
– A Regina me mata se derrubar vinho no sofá. - Ele respondeu já se virando.
– Eu fiz uma pergunta, mas não disse que você poderia recusar. - Olhava naqueles olhos maravilhosos. - McCalister...
– August... - Gemeu quando os lábios dele foram parar em seu pescoço.
– Você é todo meu hoje.
– Até as onze... - Disse provocante.
– Que seja... Não deixa de ser meu!
[...]
O filme chegou na parte em que todo mundo toma susto. Com exceção de Henry, que encarava aquilo como algo tão irreal que não poderia atingi-lo, um segurava a cabeça do outro, dizia uma frase tosca e cortava a garganta dele. Clichês.
– Henry, que horror! Você não tem medo, não?! - Perguntou Grace horrorizada.
– Não.
– Sério?!
– Sério? Você está com medo Grace? - Perguntou preocupado com a moça.
– Morrendo. - Escondeu o olhar na camisa do garoto.
– Me dá a sua mão. - Estendeu a mão.
– Posso? - Perguntou receosa, mas ainda aterrorizada com aquilo.
– Pode sim. - Sentiu os dedos gelados da garota entrelaçarem com os seus, olhou para ela que deu um sorriso para ela. O garoto sorriu, mas um pouco desconcertado com a intenção da moça se aproximando dele, virou o rosto para o lado.
[...]
– Que droga Katie! Você tem bom gosto! - Regina lamentou, se deliciando com o prato. - O único lado bom disso tudo foi o prato.
– Pois é! - Exclamou rindo da juíza.
– Você é a melhor! - Disse pagando a aposta. - Estou quase acreditando que não tenho sorte alguma com apostas.
– Você é habilidosa de alguma outra forma com toda certeza senhora Mills.
– Senhora Mills é muito constrangedor! Sinto-me como se fosse minha mãe. Me chame de Regina por favor!
A loira pareceu pensar.
– Regina. - Katie se endireitou na cadeira e passou a enrolar um cacho com o indicador. - Creio que tenha outras habilidades bem interessantes. - Um sorriso bem sacana por parte de Katherine foi lançado, claro, correspondido à altura por parte de Mills.
– Tenho muitas habilidades. Não testadas, testadas, ocultas, secretas, infalíveis. Muitas com certeza. - Indicou ao bebericar de sua taça de vinho. - Acho que vou ao banheiro. Gostaria de esperar aqui? Ou me acompanha?
– Por mais que eu esteja tentada a acompanhá-la ao toilet, Regina. Acho que seja interessante eu continuar sóbria por nós duas. Garanto que os seguranças se divertiriam com a gravação do que presenciariam. - Com a ponta dos dedos acariciou a de Regina.
[...]
– Até que o filme foi bom. - Henry comentou saindo da sala com a garota.
– Obrigada por me deixar segurar sua mão Henry. - Agradeceu Grace dando outro beijo na bochecha do rapaz.
– Oh! Sem problemas Grace. Eu gostei de segurar sua mão. - O garoto só disse.
– Eu também.
Os dois se encararam, mas Henry ainda estava envergonhado por estar a sós com a loirinha. Ele queria dizer que gostava dela, mas não ajudava o fato de estar tão nervoso. Virou o rosto de novo para o lado, a garoto lhe tascou um beijo, que de início estava tão surpreso que não conseguiu retribuir. Mas logo sua mão direita alcançou a lateral do rosto dela. A língua dela acariciou a sua, e ele se sentiu mais a vontade para beijá-la.
[...]
Katherine estava sozinha na mesa, estava olhando agora para a mesa de Sidney, ele estava se divertindo. De repente ele a olha, e ela só acena positivamente a cabeça. Iria se levantar, mas Regina chegara antes.
– Demorei muito?
– Não. Foi bem rápida para falar a verdade. - Comentou com um sorriso sincero para a juíza.
Um homem de médio porte adentrou o local, ele aparentava ser só um garoto, ele foi falar com o Mestre de Cerimônias que lhe sorriu e o direcionou em direção ao bar. E aquilo a intrigou, Katherine, pois havia mesas vazias. Aquilo estava estranho.
– Achou algo mais interessante Katie? - Perguntou Regina procurando seu olhar.
– Não, nada. Estava apenas observando.
Regina virou-se para a direção que a moça olhava, apenas observou Sidney se levantando indo em direção aos toaletes. Voltou a conversar com a loira que agora tinha toda a sua atenção.
[...]
– August... Deixe de ser abusado. - Reclamou com os carinhos mais ousados do namorado.
– Tem ideia do quanto sinto falta de você? Nós nos encontramos uma vez por semana. Semana passada nem nos vimos porque sua mãe estava aqui. - Falou com desdém quando se referiu a mulher que seria a progenitora de seu homem.
– É impressão minha, ou somente eu gosto de minha mãe? - O rapaz perguntou rindo daquilo.
– Ela é insuportável, fica te controlando. Mulherzinha pé no...
– Ei! Ei! É minha mãe hein! - Levantou o dedo se justificando.
Os dois começaram a rir de repente. Como dois retardados.
– Temos mais um tempo, que tal eu tirar essa sua roupinha? Você tira o restante da minha, a gente se divertir como todo casal em plena sexta feira.
– Jogando pôquer ?
– Não, fazendo outra coisas interessantes. - Sentou sobre as pernas do de cabelos mais claros. - Algo bem legal, saudável, uma verdadeira academia.
– Nadar na piscina? - Comentou inocente.
– Você não acha que está muito engraçadinho?
– Claro que não amor! - Exclamou recebendo um ataque de cócegas do barbudo. - Ai não... Pára! Pára! Pára! AHAHAHAHAHA não... Pára! Vai me matar de cócegas!!!
[...]
– O que você tá fazendo Grace? - Perguntou o rapaz ao ver a loira abrir sua camisa.
– O que você acha? Não quer saber como é?...
Saber? Saber o quê?
– Saber o quê?
– Fazer... Você sabe...
– Oh! Olha Grace, eu nunca f...
– Oh meu Deus! Você é virgem? - Grace riu baixinho.
– Sou. Por quê? Você não é?
– O que? - Grace riu de novo, só que sem se conter. - Nenhuma garota da nossa turma mais é.
– O que?
Teve seus lábios cobertos pela garota, estavam dentro do carro, no banco de trás. E ela em seu colo, ela meio que se mexia em cima dele. Como se estivesse tentando fazer ele se animar... Parece que ela tinha conseguido.
– Olha! Alguém ficou animadinho! - Disse no ouvido dele.
– Grace... - Sussurrou baixo.
– Pode deixar que eu faço tudo. - Disse no ouvido dele.
[...]
Regina sentiu um certo aperto, uma agonia de repente. Que foi estranho. Estava tudo ocorrendo bem, mas pressentiu algo, algo ruim. Um aperto mais forte.
[...]
– Eu já volto Daniel. - August deu um beijo colocando a calça, antes de deixar o quarto. - Vou tomar água, você quer?
– Gelada.
– Tá bem. - August deu um beijo em Daniel antes de sair do quarto.
[...]
Não demorou muito, não era como quando estava se aliviando vendo os vídeos na internet, no banheiro, ou fantasiando com a Grace. Era real, estava dentro dela, havia gozado mais rápido do que planejou, ela realmente havia feito tudo.
– Droga! Grace... Eu...
– Shhhh. Tomo pílula.
– Então você realmente...
– Você não é meu primeiro. - Grace beijou o garoto.
– Oh. - Ficou chateado.
– Mas é o mais interessante. - Disse ainda com um sorriso nos lábios. - Vamos para a sua casa, aí a gente faz mais... - Fez a proposta. O garoto só acenou.
Quando tirou, viu pingar de dentro dela seu próprio gozo. Foi estranho, mas até que o animou. Ele se arrumou novamente, ajeitou as calças de novo no lugar, a camisa e esperou a garota se arrumar também, para poderem ir para a casa dele.
[...]
Regina deixou sua taça cair no chão de repente. O que assustou Katherine. A mesma verificou se a juíza realmente estava bem.
– Regina, está bem?
– Eu acho que estou.
[...]
– August? Por que está demorando? - Não obteve resposta. Estranhou, mas imaginou que o barbudo pudesse estar na cozinha. - Não deve ser nada.
Ele estava incomodado, sentiu em seu peito um incômodo. Um incômodo muito grande para falar a verdade. Tão grande que se forçou a se vestir para ir atrás do namorado. Saiu do quarto descalço mesmo, desceu as escadas e a visão que teve não foi muito receptiva, agradável ou boa. Foi aterrorizante e perturbador.
– August!!! AUGUST!!! - Uma poça de sangue seria o de menos.
Os dois olhos pareciam ter sido arrancados dele, seu pescoço estava cortado. Ele estava sobre uma poça de sangue, a língua estava também sobre a poça. Uma faca qualquer de sua cozinha pregava a língua no chão. Estava aterrorizado, caiu no chão, estava sem reação, se arrastou para longe daquilo. Seu coração acelerou em menos de cinco segundos. Nunca foi de chorar, mas aquilo foi tão perturbador que se permitiu chorar. Oh meu Deus! Que criatura tão vil tinha feito aquilo?!
– Lindo, não é? - Um homem estava sentado em uma cadeira de sua mesa na sala de estar, nas sombras. - Sempre fui fã dessas coisas. Mutilação.
– Quem é VOCÊ?!!!!!!! - Estava muito assustado, alguém entrara em sua casa e feito aquilo com seu namorado.
– Ah é! No escuro ninguém pode me reconhecer. Que rude de minha parte. Me chame de Jefferson. - Saiu das sombras, se revelando ser um homem estranho. - As pessoas mais íntimas me chamam de Mad Hatter. - Aquele sorriso macabro fez com que os olhos arregalassem. Sentiu dois pares de braço levantarem ele. - E eu vou matar você, assim como fiz com ele. Você, seu filho e sua mulher e não há nada que possa fazer para me impedir. Ah! Se você quiser ficar com os olhos dele... Aqui estão. - Mad Hatter estendeu a mão, segurava um par de olhos.
[...]
– De novo aquele aperto no peito? - Perguntou Katherine. Ao ver a morena ficando de novo com a mesma cara de agoniada.
– Sim. Eu acho que já vou, preciso ir verificar para ver se meu filho e meu marido estão bem.
– Claro. Tudo bem, eu vou levá-la. - Disse Katie, mas foi impedida pela mais velha.
– Não. Obrigada Katherine. Eu acho que vou sozinha. - Avisou levantando de sua cadeira, logo acompanhada pela mais nova.
– REGINA CUIDADO!!! - A voz de seu empregado foi acompanhada pelo som de uma bala. Não entendera nada.
Só viu quando sua companhia sacou uma arma da coxa e atirou no homem do bar. O mesmo que vira Katie observando. Bom, quando se deu conta, o restaurante todo estava um verdadeiro caos. Pessoas correndo ensandecidas, a loira indo em direção do homem do bar, seu empregado, Senhor Glass baleado no chão, sangrando, sua esposa vindo na direção dele. Pegou seu celular e discou a emergência, mas no automático, nem sabia o que dizer. Entregou o celular a Madge que estava desesperada socorrendo o marido.
– Por favor!! Meu marido foi baleado!! - Pausou. - Não sei!! Estamos no restaurante novo aqui do centro de Boston!!
[...]
Katherine se aproximou do homem agora baleado, pisou no peito do mesmo.
– Quem mandou você aqui? - Apontava a arma para a cara dele.
– Quem você acha boneca? - Foi irônico estava sangrando bem rápido. - Mad Hatter.
–... - Ela agora entendia a agonia da mulher.
– Tic Tac, falta pouco para eles morrerem. - Respondeu rindo, mas com dificuldade já.
Ele já não sentia mais nada, estava morrendo mesmo, a última coisa que viu foi a mesma colocando a mão em seu bolso.
– Will Scarlet. Merda. - A loira foi em direção de Regina. - Regina, eu tenho que te tirar daqui.
– Não. Não posso deixar o Sidney aqui. Madge! Vai ficar tudo bem. - Garantiu Regina.
– Re... Gina... - Ele respondeu com dificuldade, pelo local do ferimento e o provável tempo de resposta dos paramédicos, sabia muito antes de todos que seu colega não iria suportar. - Vai com ela. Em...ma. - Regina não entendeu o que ele disse, teve que se ajoelhar e ficar próxima dele. - Emma.
Regina não acreditou naquilo. Chamou na escuta a moça.
– Me desculpe Regina. - A voz que escutou no seu ouvido foi a mesma que estava ao seu lado. - Se formos agora, eu posso salvar o Henry.
– Espere Emma. - Ele tocou seu tornozelo. - Pen drive. Não confie. Ninguém. - Ele tirou o pen drive do bolso. - Leva.
Emma pegou delicada o pen drive da mão do colega.
– Emma. Vai. Protege. Regina. Henry. - Ele sentiu dor quando disse a última palavra.
Emma pegou no pulso da juíza, que ainda estava em choque. Deixou ser arrastada pela garota para dentro de um carro escuro próximo do restaurante. A "loira" não notou até pegar no volante.
– Seu braço. - A morena disse olhando fixa para o sangue.
– Eu sei.
Uma mísera bala que nem sentiu. Arrancou sua peruca loira e gemeu com o pequeno tranco do carro. Sentiu o braço doer. Regina parecia estar em choque.
- Me desculpa. - A morena, Emma, disse baixo não tirando os olhos da rua.
- Cala a boca! - Disse alterada. - Só... Dirige essa merda.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.