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História Guardião - Conflitos


Escrita por: sailorpcy e aboutpcy

Notas do Autor


Olá, olha quem voltou!!!!!! Espero que uma pessoinha em especial aproveite. Escrevi pensando que um dia você falou que se eu encontrasse uma Chankai boa era pra te avisar. Na sinceridade, eu nem procurei, mas acabei fazendo uma pra você. *tímid* Tá sendo muito gostosinho escrever essa fanfic e eu tô muito feliz porque sempre tive problemas pra escrever qualquer coisa que não fosse chanbaek e PÁ. Estou aqui com um couple diferente e conseguindo super andar com a estória ALDNALDKSL desculpa qualquer errinho e agora sim, boa leitura?

Capítulo 1 - Conflitos


Fanfic / Fanfiction Guardião - Conflitos

 Essa não era a primeira vez e rezava para alguma força dos céus que pudesse lhe escutar e atender seu pedido para que fosse a última, mas sabia que a probabilidade disso acontecer era tão pequena quanto a sua paciência naquele momento.

 

Saiu do carro percorrendo o caminho que fizera mais vezes que o necessário nos últimos dois meses, o reconhecendo no mesmo instante, acenando de forma breve para os polícias que tipicamente guardavam a entrada do lugar, empurrou a porta de vidro.

Esquerda, direita. Direita. Encontrou com o olhar o menino perto de uma mesa, com a perna cruzada de forma largada, uma camiseta solta em seu corpo magro e os cabelos bagunçados, mas de forma estratégica. O mesmo, encarava o teto, a face serena demais comparada ao rosto do homem fardado na sua frente, que tinha em sua testa uma ruga de enfeite e esfregava as têmporas, provavelmente cansado de olhar para o moreno novamente.

Respirou fundo, contando mentalmente até três. Fechou os olhos, e afrouxou a gravata que usava, para tornar mais fácil de o ar passar. Foi até o bebedouro do local, enchendo o copo de água e se servindo como se tivesse todo o tempo do mundo ou como se a delegacia fosse uma segunda casa. O que, nessas alturas, era para Jongin.

Quinze minutos.

Haviam quinze minutos que chegou ali, constatou ao olhar o relógio em seu pulso e ninguém percebera sua presença. Decidiu se dirigir ao menor e ao policial que o guardava, ainda sem pressa.

Os sapatos ao tocarem o chão branco, brilhoso, forma da qual era rara estar, faziam barulho ecoando em meio do som de teclas sendo pressionadas, telefones tocando, pequenos cochichos e canetas sendo apoiadas nas mesas.

O rosto do moreno virou o suficiente para ver Chanyeol se aproximando, se endireitou de forma desastrada na cadeira, deixando a coluna ereta e ambos os pés tocando chão. O movimento repentino fez que o oficial o olhasse e percebesse a mais nova presença ali, o que fez com que levantasse, ajeitando o vestuário, e recebendo o advogado.

Apertaram as mãos e o mais novo logo recebeu um olhar severo, antes do mais alto desabotoar alguns botões do paletó e sentar na única cadeira vaga, sendo seguido pelo que estava do outro lado da mesa.

— Imagino que já tenham entrado em contato com o senhor para lhe informar dos últimos acontecimentos já que está aqui. — falou o que estava de plantão. Não houve resposta e resolveu continuar. — Já estava imaginando que não viria, nas últimas vezes chegava em velocidade única quando tratando-se de Jongin.

Chanyeol cruzou a perna, inclinando a cabeça um pouco para frente, mexendo a mesma de um lado para o outro, com um sorriso falso estampado. Havia tido um dia corrido no trabalho, mais cansativo que de costume e não estava nos seus planos voltar ali tão cedo.

— Jonghyun, eu estou envergonhado por mais esse transtorno causado por ele, mas preciso ir para casa o mais rápido possível. Deixei alguns assuntos inacabados para vir aqui, e preciso finalizar com urgência, teria como...

O homem balbuciou um "claro" algumas vezes, sem deixar que terminasse o discurso cheio de mentiras do advogado, começando a olhar alguns papéis em sua mesa que estava um perfeito ninho de desordem, encontrando o que procurava e entregando na direção do responsável, que leu o conteúdo com uma sobrancelha arqueada, sorrindo incrédulo para o que dizia no documento.

— Ele entrou em uma briga de rua usando um galho de árvore?

Um aceno de positivo lhe foi designado, não tinha muito o que fazer. Tirou de um bolso escondido de sua roupa uma caneta de ponta fina, grossa em seu corpo e em um tom marrom e assinou aquilo, o devolvendo para o dono e guardando o objeto.

Se colocou de pé, sendo seguido pelo moreno que nada falou durante aquele encontro de homens da lei, e com um aceno rápido de cabeça começou a andar para fora do lugar, caminhando até onde estacionara o carro.

Levou a mão até seu bolso, encontrando o objeto que continha um botão, apertando o mesmo e escutando as portas do veículo sendo destrancadas. O mais novo caminhou direto para o lugar do carona, se acomodando ali e em pouco tempo o advogado já se sentava em seu lado, colocando o cinto e fechando os olhos por alguns segundos.

— Chanyeol, quão puto você está?

O silêncio fora quebrado, mas não houve resposta alguma. O carro deu partida pouco tempo depois, a atenção do mais velho aparentemente voltada para o trânsito mas só queria e precisava se distrair para não começar a gritar ali mesmo.

Para um deles aquele momento era ruim, não gostava de estar naquele circunstância em que nem mesmo era encarado, ou melhor, em que era completamente ignorado. Odiava ser alvo de sentimentos ruins da parte do outro.

Já para o segundo, aquilo era necessário para conseguir calma e não estourar, levando consigo problemas do trabalho, o fato de ter se tornado tutor nem 6 meses haviam e ainda tinha o rapaz ao seu lado... Que tinha medo até mesmo de pensar em que patamar estava em seus pensamentos.

— Você nunca demorou tanto pra aparecer... — falou procurando um assunto para quebrar aquele clima, mesmo que o foco fosse si próprio e mesmo que levasse uma bronca, já estava preparado para aquilo. Mas nada lhe foi direcionado. Resolveu continuar. — Pensei que tinha enfim se cansado de mim, que me deixaria mofar na cadeia... Que percebeu que não sou tão diferente de meu pai. — confessou em um tom baixo, sendo quase impossível de se escutar.

Aquilo fez com que o motorista sentisse uma pontada forte no peito, odiava quando o mais novo falava do pai, e pior, se comparava a ele.

Um baque foi sentido, o barulho do pneu e o asfalto em encontro e logo o carro parou de se movimentar, encostando perto da calçada e saindo da via principal. Chanyeol fechou os olhos, absorvendo aquilo que escutara, tirou o cinto de segurança e se virou, para encarar o rapaz de uma forma melhor.

Mais uma pontada foi sentida.

Não tinha percebido como estava o rosto que tanto admirava antes. Não viu o corte minúsculo perto de sua boca, com sangue já seco, não viu aquele tom esverdeado se formando ao redor do seu olho esquerdo e muito menos a bochecha ralada.

— Valeu a pena se meter naquilo pra ficar com a cara fodida desse jeito? — a resposta que teve foi o baixar de cabeça alheio, prosseguiu. — Eu pensei algumas vezes se não seria necessário você passar uma noite no xadrez pra saciar sua vontade, já que sua visita naquele lugar tem sido tão comum.

— Então realmente pensou em me abandonar lá? — o olhar astuto encontrou o outro ao levantar a cabeça, sua postura melhorou e o queixo ficou mais elevado.

— Você sabe que eu não conseguiria.

— ENTÃO PRA QUE ESSA PALHAÇADA TODA, CHANYEOL? Por que você tá me ignorando tão dolorosamente no dia a dia e agora até mesmo assim? Querendo que eu fique na cadeia? O que você quer com essa porra toda? — sua vista ardia, não percebeu que a raiva lhe encheu os olhos de lágrimas, fechando a mão com força, sem desviar a atenção dele em momento algum. Foi a vez do homem no volante abaixar a cabeça momentaneamente e depois virar a mesma em direção da rua, olhando as pessoas que passavam distraídas.

— Você não é burro e sabe muito bem a resposta.

O silêncio mais uma vez retornou. A tensão que circulava no ar era quase palpável, ambos estavam magoados com a situação. Um não acreditava nas palavras que lhe foram direcionadas, o outro, não aceitava os atos que recebia.

— Foda-se essa merda toda.

O moreno saiu do carro, batendo com força a porta e deixando Chanyeol encarando suas costas enquanto ele andava rapidamente pra longe, logo se perdendo entre os pedestres.

 

 

 

 

 

A madrugada já se fazia presente, a lua, acreditava estar cheia, mas não era visível. O céu estava coberto por nuvens carregadas, que anunciavam a chegada da chuva que não demoraria muito. O vento gelado circulava pela casa, mas não incomodava Chanyeol, que usava apenas uma calça de moletom, e uma regata branca.

Não vira Jongin desde o último acontecimento, que não fazia muito tempo, apenas horas.

Quando o viu pela última vez a cidade ainda estava iluminada pela luz do sol, que era tímida, tentando sair e se mostrar por entre as nuvens que não lhe permitiam. E agora, quase quatro da manhã não havia tido notícia alguma dele. Não tinha noção de onde estava, mas não queria confessar que estava preocupado do menino, de pavio curto demais, ter se metido em mais uma briga.

Tomou mais um gole do líquido forte que continha em seu copo, frio por conta das pequenas pedras de gelo que colocara para tornar melhor. Mexeu o copo, o que fez um barulho agudo e chato tomar conta do ambiente, pelo encontro do vidro e do gelo e mais uma vez olhou para o céu.

Aquela enorme janela em sua sala era o local que corria todas as vezes em que a preocupação, os sentimentos, lembranças eram maiores que o seu sono. Coisa que era já comum para si, sempre teve insônia, mas em níveis absurdos nos últimos meses. Já até mesmo pensou em recorrer a algum médico em busca de medicamentos que pudessem lhe fazer dormir.

Seus devaneios foram interrompidos pelo barulho que a porta fez, avisando que alguém, que tinha a senha da residência já estava entrando.

As únicas pessoas que tinha a tal numeração era ele mesmo e Jongin, então nem mesmo se virou para saber quem estava entrando. Seu coração deu uma aliviada ao saber que o moreno estava vivo, mas tinha medo de virar e ver uma situação pior que a da última vez que o encontrara.

Os passos se aproximaram de si, pouco a pouco. Tomou um último gole do whisky, já sentindo um novo cheiro naquela casa que lhe incomodou profundamente: nicotina.

Também já era comum as vezes em que fechava os olhos e contava até três antes de encarar alguma situação que sabia que poderia vir a ser cansativa, desgastante. E foi isso que fez, empurrando o copo para o canto extremo da janela. E se virando para encarar o menino.

Mais uma vez o alívio tomou conta de seu corpo. Cerrou os olhos estudando minuciosamente cada ponto do mais novo, constatando que do jeito que deixou o carro mais cedo continuava. Tirando, claro, o maldito cheiro que lhe irritava por estar impregnado nas roupas de um cara de dezessete anos.

Apenas três passos os separavam, o olhar que era lançado para o advogado parecia lhe atravessar as camadas de pele e enxergar dentro de si. Não soube decifrar o que era aquilo, mas desviou sem nem mesmo disfarçar. Ali, sem testemunhas, com apenas os dois não precisavam fazer um teatro e nem mesmo poderiam ignorar a tensão.

Nada foi dito por muito tempo, o moreno só se dirigiu até a cadeira da ponta da mesa da sala, que estava com uma luz precária, já que todas as lâmpadas estavam apagas e a única iluminação que havia ali provinha de postes na rua. Logo, o outro chegou com uma caixinha pequena, que tinha algodão, álcool, pomadas, curativos e tudo mais para tratar aqueles machucados.

Era tudo feito com calma, a limpeza, a retirada do sangue e o curativo, as mãos ágeis do mais velho pararam ao sentir a mão alheia lhe segurar o pulso com uma pressão que poderia até mesmo dizer ter doído.

— Tá doendo?

Se preocupou com a atitude repentina dele. E recebeu um aceno em negativa, mas não foi o que lhe chegou aos ouvidos. Um "sim" foi pronunciado, tinha certeza de ter escutado. O rosto machucado estava direcionado pra o seu, e os olhos agora lhe estudavam.

— O que tá doendo? Já está terminando, eu só vou term...

Não pôde terminar o que dizia porque sua boca foi tomada pela alheia. Foi tão rápido quando Jongin se pôs de pé e levou a mão até os fios de seu tutor que de início relutou contra o toque íntimo, mas não demorou a se entregar.

Intensificou o beijo, Chanyeol segurava na cintura do mais novo com força o puxando pra junto de si e um choque passava pelo corpo de ambos cada vez que as línguas se esbarravam, se tocavam. O gosto que se formava na boca era do mais puro whisky e da nicotina barata.

Quando foi necessário o ar, as testas se tocaram, continuavam com os olhos fechados, aquele momento poderia e deveria continuar, era da vontade dos dois, mas sabiam que aquilo era errado e seria um problema que causaria muitos danos no futuro.

— Dói você ignorar meus sentimentos. — a resposta atrasada chegou. O cheiro do cigarro estava próximo demais, conseguiam sentir a respiração um do outro tão próximo estavam os rostos. — Dói te ver todos os dias tão perto e não poder te tocar, ter que fazer todos esses absurdos pra você me dar pelo menos alguma atenção e não simplesmente fingir que sou um hóspede dentro da sua casa. Chanyeol, você sai todos os dias antes mesmo de eu acordar, chega tarde da noite em casa. — conforme falava o que estava preso em sua garganta seu tom de voz diminuía — você até mesmo trás aquelas garotas de programa nojentas pra casa. Você tenta me ignorar, e até mesmo me machucar. Mas não pode fazer isso com seus próprios sentimentos. — levou a destra até o peito do mais velho, conseguindo sentir o quão rápido batia seu coração.

Abriu os olhos, e pode confirmar que era encarado durante o momento todo em que falava. Mas reparou também que os corpos continuavam juntos, com distância alguma os separando, que as testas permaneciam coladas e percebeu que a respiração do homem que tinha seu coração não seguia em um ritmo constante, mas estava bagunçada.

— Jongin...

O moreno acenou a cabeça rapidamente para que o outro parasse de falar. Não aguentaria escutar sobre tudo que aconteceu no passado, ou sobre como suas atitudes hoje poderiam e iriam refletir no futuro de ambos. Já sabia o discurso completo de tantas vezes que o escutara.

— Chanyeol... Por favor. Hoje eu só preciso de você, preciso sentir você. Esquece tudo só por algumas horas. Eu não aguento mais. Eu cheguei no meu limite, estou quase duvidando dos seus sentiment...

Aquela relação eram de frases incompletas, interrompidas. Sabiam que se falassem tudo, com todas as palavras em algum momento aquilo iria pesar em suas cabeças, junto com seus atos.

Mas naquela noite, não reclamaria de ser interrompido. Suas palavras foram cessadas com o beijo de Chanyeol, seus lábios continuavam gelados, eram sedentos.

Seus toques eram carregados de saudades, vontades, toques que não poderiam existir, eram tão errados e talvez toda aquele sentimento tornasse ainda mais gostoso. Mesmo ninguém presenciando aquilo sabiam que o próprio reflexo na manhã seguinte os julgariam, mas o depois era a última coisa em que pensariam.

Os lábios do advogado desciam até o pescoço alheio, o beijando, o torturando como podia, enquanto sua mão já encontrava a bunda avantajada, a apertando com vontade. A outra mão circundava a blusa, a retirando com a ajuda do mais jovem.

Sem o tecido pode ver ainda mais hematomas pelo corpo dele e ver aquilo lhe fez sentir um gosto amargo na boca. "...ter que fazer todos esses absurdos pra você me dar pelo menos alguma atenção". Aquilo era sua culpa? Seus pensamentos se tornaram distantes, dolorosos, mas as mãos do Kim em seu rosto, tão suaves o trouxeram para aquela realidade novamente. Percebendo o que acontecia, selou os lábios de uma forma tão calma, que interpretou como "está tudo bem".

Enquanto Chanyeol tornava o mais novo seu, fazia de tudo para o lembrar que seus sentimentos nunca estiveram tão presentes antes como agora, respondendo silenciosamente sobre o que o menino o acusara antes.

Ou, no caso, quase o acusara.

 

 

Na manhã seguinte acordou se sentindo revigorado, continuava no chão da sala, mas com diferenças das quais quando foi dormir: havia uma coberta e não havia Jongin.

Sentou-se rapidamente olhando ao redor e constatou que estava sozinho, considerando a falta de barulho na casa. Olhou para a mesa, e viu uma bandeja, se levantou sem ligar pra a nudez e viu um café da manhã pronto.

Perto havia um envelope pardo e um post it grudado a ele.

"Bom dia. Espero que tenha dormido tão bem quanto eu. O chão se tornou acolhedor só por estar contigo. Continuo sendo menor de idade e estudante, então sabe em que inferno estarei. Preparei um café da manhã pensando em você, aproveite.

PS.: os documentos no envelope são de extrema importância pra mim. Analise com cuidado."

Achou graça quando olhou para o conteúdo na bandeja, o café da manhã ideal para si costumava ser um café forte e alguns biscoitos de água e sal. Alí encontrou as coisas preferidas do moreno: nescau e pão de queijo.

Acabou sorrindo e pensando que naquele dia abriria uma exceção. Começando a comer logo depois, reconhecendo o gosto do pão de queijo da padaria embaixo do prédio.

Pegou o envelope que não tinha nada mais escrito, revirando os olhos imaginando que começaria a manhã tendo que trabalhar. Mas entrou em choque ao ver do que se tratava o documento.

Era um pedido de mudança de tutor.  

 


Notas Finais


Gostou? ;;;; É isso até agora, acho que vai ficar legal, mas não prometo nada. Até a próxima!!!


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