História Guerra é Guerra - Mercy

Os quatro adentraram o quarto e a garota sobre a cama sorriu mínimo, ela ainda se sentia fraca, mas não deixou de se sentir grata por ver as quatro pessoas que mais amava na vida ali.

— Pensei que fosse te perder – Giulia se aproxima da cama dela como uma garotinha chorona, tinha a expressão triste e um biquinho choroso.

— Vai precisar de muito para se livrar de mim – Aileen suspira e fecha um olho quando sua irmã deposita um beijinho leve em sua testa – cadê as meninas?

— Estão todas bem querida – a senhora Lively diz alisando os cabelos da filha, que apenas assente aliviada e descansa os olhos – como se sente?

— Como se tivesse quebrado quatro costelas – ela diz humorada e sorri fraco, fazendo todos ali rirem, Aileen não tinha jeito – o que os médicos disseram?

— Que você fraturou quatro costelas – seu pai repete e ela ri, fazendo uma careta de dor – mas que você precisou de uma cirurgia tão longa porque lacerou o fígado, e tinha estilhaços de vidro perto do coração.

Aileen apenas assente e olha na direção de Johnson, ele ainda estava parado na porta, apenas a olhando.

— Não vai vir me dar um beijinho? – ela diz manhosa e ele olha para os pais dela, antes de rir sem graça.

— Você não tem vergonha na cara não? – ele se aproxima do lado onde Giulia estava e se inclina, deixando um beijo na testa dela, logo a admirando de perto, Aileen ainda era linda, mesmo com o rosto arranhado.

— Nós precisamos ir trabalhar, tudo bem se a Giulia ficar com você? – seus pais perguntam e Aileen desvia o olhar do namorado para os pais, apenas para assentir – voltamos mais tarde.

O casal se despediu e saiu dali, deixando os três a sós, mas Giulia disse que iria buscar um café e logo voltava, deixando os dois a sós, eles continuaram em silencio, até algo passar pela mente de Aileen.

— Você conheceu os meus pais – ela diz, parecendo se dar conta daquilo só naquele momento.

Ele ri e assente.

— Você acabou de sair de uma cirurgia que poderia ter morrido, e é só isso que tem pra dizer? – ele diz incrédulo, mas bem humorado.

— Tem razão – ela parece pensar e sorri – eu sou imortal.

— Não, você não é – Johnson nega e deixa um beijo na têmpora dela – não me assuste mais assim, por favor.

— Medo de ficar solteiro? – ela levanta o queixo com uma carinha fofa.

— Medo de perder o amor da minha vida – ele assume e sorri, mirando os olhos dela – eu te amo, te amo demais e pensar em te perder foi assustador.

— Não irei a lugar nenhum – ela suspira e fecha os olhos – eu prometo que teremos uma vida longa.

Ele apenas assente e os dois continuam naquele silencio agradável, parecia que nada podia abala-los. Bem, talvez realmente não pudesse e só por isso se mantiveram com a mente e o coração calmo.

Uma semana havia se passado desde o acidente e finalmente Aileen estava voltando para a escola, depois de mais uma bateria de exames onde os médicos disseram que ela estava em perfeitas condições.

Ela abriu a porta do quarto e mirou cada um ali, parecia irritada.

— Vocês são todos ingratos, não foram me ver – Aileen reclama.

— Tentamos, o Johnson disse que nos mataria se fossemos destruir o hospital – Carter diz e ela ri.

— Onde estão os outros? – ela pareceu confusa.

— Quadra, nós viemos escoltar a princesa do Johnson – Matthew diz e Aileen nega, entrando no quarto com Marjorie e Giulia.

— Hoje tem jogo, vamos? – Meaghan pareceu apreensiva, ainda usava a bota ortopédica, mas pelo menos podia andar.

— Vou tomar banho e vamos – Aileen avisa e os outros apenas assentem.

Matthew, Carter e Jacob saíram do quarto e foram para a quadra, as meninas ficaram de ir depois.

Aileen se arrumou, e saiu com suas amigas para a quadra, o time adversário era conhecido por serem os melhores de Chicago. Por isso Aileen e Johnson mal tinham se visto naquela semana, já que ele só treinava e nada mais.

Assim que chegaram na quadra, Hayes passou por Franciele, se batendo no ombro dela e semicerrando os olhos irritado.

— Tenha piedade, que olhar 44 foi esse? – Meaghan diz exasperada, enquanto mira a amiga.

— Digamos que ele anda com raiva de mim porque tô pegando o Jimmy do terceiro B e acabei dando um bolo nele, quando ele pediu para me encontrar para... bom – Franciele dá de ombros – para falar da Poliana e o Gilinsky.

— É o que? – Poliana pareceu confusa e riu negando.

— Nunca reparou que ele tem um penhasco ridículo por você? – Aileen pergunta e se senta em um dos bancos livres, acenando para sua irmã e Camila que lhe olhavam sorridente – eu preciso juntar os casais certo.

— Do que está falando? – Franciele pergunta e Aileen sorri para ela.

— Nada amiga, nada – Aileen olha para Marjorie que ria discretamente.

Elas se acomodaram nos bancos e não demorou muito para o jogo começar. Um jogo acirrado e difícil, o time de Chicago era um adversário formidável, mas ninguém era páreo para Jack Gilinsky, aquele garoto era uma máquina de cestas, até parecia o Jungkook em um episódio do Run, roubando no jogo de cestas.

Assim que o jogo acabou, um microfone surgiu na quadra e um Shawn suado e feliz também, ele parecia nervoso com alguma coisa.

— O que ele vai fazer? – uma das meninas a frente perguntou.

— Acho que se declarar pra alguém, parece que Shawn Mendes foi fisgado – a outra ao lado diz e Aileen olha para suas amigas, ninguém tinha contado aquela fofoca a ela, mas elas pareciam tão confusas quanto.

— Essa música é para alguém especial – Shawn diz e pega o violão da mão do Aaron, ele começou a tocar e de repente havia um coral por ali, apenas replicando o refrão, todos pareciam se divertir com Mercy sendo tocada, assim que a música acabou, ele entregou o violão para Gilinsky e olhou para a frente, onde as líderes de torcida estavam – eu cansei de esperar, e alguém aqui me disse que eu precisava correr atrás dos meus sonhos, e você é um deles querida, mas eu quero que seja real, tão real quanto as noites que passamos em claro conversando – Aileen morde o lábio e sorri orgulhosa – tenha piedade do meu coração e aceite meu pedido, Camila Cabello, você aceita namorar comigo?

Camila arregala os olhos totalmente surpresa, não fazia ideia de que aquilo tudo fosse para si, apesar de passar muito tempo com Shawn, não fazia ideia de que ele poderia algum dia retribuir seus sentimentos.

— Affz, tinha que ser aquela sem sal – a mesma garota da frente retrucou e Aileen enfiou o rosto entre as duas.

— Se eu ouvir vocês falando mal da minha latina novamente, vou furar o dedo de vocês e garanto que será doloroso – Aileen ameaça, mas tinha um sorriso no rosto – tenham um belo dia.

Ela voltou ao seu lugar, a tempo de ver Camila assentir boba e sair correndo na direção do moreno, se jogando em seus braços, um lindo clichê. Ele a segurou e a beijou.

— Eu amo romance, vocês não? – Aileen pergunta para suas amigas que riam histericamente com a cara das meninas saindo assustada.

— Você não vale nada – Poliana nega.

— Eu sei – ela dá de ombros e engole em seco, fechando os olhos por um segundo, mas logo abrindo e voltando a sorrir – eu vou no banheiro, vejo vocês no jardim.

As meninas assentem e a mesma toma o caminho do banheiro, mas foi interrompida pelo loiro, antes.

— Me evitou a semana toda, nós precisamos conversar – ele diz e ela cruza os braços.

— O que você quer Sammy? – ela pergunta irritada.

— Vai me ajudar ou não? – ele quase implorou e ela apenas suspira.

— Tá legal, mas se aprontar alguma, eu arranco seus olhos – ela ameaça e ele apenas concorda, saindo de perto dela, a fazendo negar.

— Eu poderia te confundir com um valentão – o garoto fala, a fazendo rir.

— Talvez eu seja um – ela faz uma carinha de brava e sorri para o loiro que se aproxima enlaçando sua cintura, mal ligando para o fato dele estar suado.

— Ainda com dor de cabeça? – ele pergunta deixando um beijinho na têmpora dela, que assente com cuidado – está tomando seu remédio?

— Estou, deve ser porque estava muito barulhento no ginásio, vamos para o jardim? – ela pergunta.

— Iremos, mas eu vou tomar banho – ele deixa um selinho nos lábios dela e se separa – te vejo daqui a pouco.

Aileen concorda e vê seu namorado se afastar, mas ele para e se volta para ela.

— Pare de ameaçar meus amigos.

— Não quero – ela nega debochada e ele ri negando, logo saindo dali, uma coisa era certa, Aileen fazia o que bem queria.