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História Guerra e Paz - One woman army


Escrita por: TrumanBlack

Notas do Autor


Hey,
se flopar eu to acostumada :(

Capítulo 3 - One woman army


Fanfic / Fanfiction Guerra e Paz - One woman army

―Então, o seu treinamento vai consistir em três partes ― Natasha me disse, caminhando até o outro lado do tatame do estúdio particular dela, havíamos concordado que a torre dos vingadores não era um bom lugar e muito menos na S.H.I.E.L.D. então, ela havia me chamado para a sua academia “particular” que ficava no Bronx, eu estava particularmente curiosa com toda essa história, principalmente com a parte de sair da torre e ir em qualquer outro lugar em que eu estivesse completamente sozinha e por mim mesma ― Primeiro o básico do básico, depois defesa pessoal e por fim ataque.

―Entendido. ― Respondi, prendendo o meu cabelo no alto e me preparando para as lições que ela poderia me ensinar.

―E eu vou querer que o seu fisioterapeuta dê o aval para tudo isso, e talvez acompanhe, me diga os seus limites...

―Eu posso te dizer os meus limites, é o meu corpo.

Ela rolou os olhos, colocando as mãos na sua cintura.

―Eu não vou te forçar demais e te quebrar, garota.

―Eu não sou feita de plástico, eu costumava ser assim, mas eu não sou mais, é como se eu tivesse tomado vacina pra isso e eu estou imune, ou pelo menos tentando.

―Eu gosto de treinar com música, tem algum problema com isso? ― ela perguntou, dando um sorriso maroto.

―De jeito nenhum.

Ela atravessou a sala, colocando uma música baixa, mas animada e levemente dançante. Natasha caminhou até onde eu estava, usando roupas confortáveis, uma legging preta com uma regata combinando e o seu cabelo ruivo que estava mais longo do que eu me lembrava, um pouco abaixo dos ombros estavam presos numa trança apertada.

―Socar alguém é muito fácil, a dica é lembrar da santa trindade: Nariz, olhos e garganta. Se você não tem força ou técnica o suficiente pra deixar alguém inconsciente ― ela se posicionou na minha frente, colocando o seu punho fechado a centímetros do meu rosto ― Você soca na garganta, ou nas costelas, estômago também vale, mas sempre se lembre da santa trindade. E se for homem, você pode acertar com qualquer coisa na zona baixa, não existe herói de faixa preta que resista a um bom chute no saco.

Eu concordei com o que ela dizia, lembrando da vez em que eu acidentalmente não tão acidentalmente soquei um agente na garganta.

―Se você está fugindo, e tiver que brigar com alguém pela sua vida, qualquer coisa é válida e quando eu digo tudo, é literalmente tudo que estiver a alcance das suas mãos, de um saleiro, taco de baseball, um pedaço de pau, uma faca. Tudo pode se transformar numa arma se você quiser realmente escapar e tiver a habilidade de improvisar, você é uma cientista entende bem mais do que eu então você tem todo um arsenal de armas químicas que você pode usar, use-as com sabedoria. Se você conseguiu passar pela primeira pessoa, o resto será fácil, não fique por perto pra ver, você está tendo um pico de adrenalina, não espere passar pra descobrir que os amiguinhos dele estão por perto.

―Eu estou fugindo da hydra, eles não vão mandar uma pessoa sozinha. ―argumentei.

―Então enlouqueça, já dizia o ditado “dou um boi pra não entrar numa briga e uma boiada pra não sair dela” faça isso, quando alguém for pra cima de você, como eu já disse tudo é válido, puxe o cabelo, dê socos, chute no saco, é como se você fosse a Reagan do exorcista e os minions da Hydra são o padre Merrin com um frasquinho de água benta. E o principal de tudo, analise a situação, se forem cinco caras to tamanho do Luke Cage veja por que ângulo é melhor fugir, se forem sete molengas, análise que ângulo é melhor correr, afinal de contar brigar é sempre a última opção, está me escutando doutora Freya? Isso que eu vou te ensinar é apenas para casos de emergência, caso não tenha mais nenhuma rota de fuga para utilizar.

―Entendido.

―Então vem, eu vou te ensinar a dar um soco poderoso com as duas mãos, já que você não está andando muito bem. ― Ela me levou até a ponta da “academia” onde um boneco de borracha estava lá, preso por uma haste ela arrastou o boneco até um lugar mais claro, e em seguida me posicionou na frente do boneco.

―Conheça Alexei, você vai aprender a dar socos, chutes e tudo mais nele.

―Eu deveria perguntar? ― Nat pareceu refletir.

―Acho melhor não, seria uma longa conversa e muito cansativa, mas saiba que você está fazendo muito em socar a cara dele.

Ela caminhou até onde eu estava, se posicionando ao meu lado.

―Esqueça tudo que você sabe socos ― eu fechei a minha mão na posição de socar coisas, com o dedão para fora ― Isso, socar alguém é como uma dança, é tudo sobre o restante do seu corpo principalmente as pernas, o seu punho é apenas a parte que vai entregar a força na pessoa, mas a sua base que deve estar firme, é tudo sobre os seus pés.

Ela passou para trás de mim, colocando as mãos na minha cintura e me posicionando na frente do boneco, desde os meus pés até os meus ombros.

―Os seus pés devem estar de 40 a 45 graus, exatamente assim como você está agora, seus pés devem estar fixos no chão, mas os seus calcanhares devem estar erguidos, para facilitar o seu deslocamento e tenta distribuir muito bem o peso do seu corpo, um pouco mais de peso nessa perna que vai ficar para trás, entende? Assim você vai ter mais potencia no seu soco e fica mais fácil de você se esquivar.

Utilizando as dicas dela, dei o primeiro soco em Alexei, ganhando um sorriso satisfeito dela e uma mão muito dolorida.

―Isso, mas você está separando as suas pernas quando se inclina, e isso faz que você perca a mobilidade, assim como qualquer outra posição que não seja essa, vai perder a rotação nos quadris, vai abrir o seu corpo para o ataque do seu adversário, o que me leva pra segunda parte, os quadris.

―Okay, vamos para a fase dois.

―Bons lutadores fazem bons dançarinos, como na dança, na luta utilizamos os quadris como peça responsável pela transferência de energia entre as partes do corpo. Um bom dançarino necessariamente possui quadris leves e soltos, o mesmo se aplica ao mundo da luta.

―Eu era uma dançarina horrível, ainda sou.

―Então vamos te fazer uma boa dançarina, como você se sente com ritmos latinos? Eles são ótimos para os quadris.

―Eu posso aprender e talvez possa até ajudar com o meu problema, nos quadris, não consigo andar demais ― expliquei.

―Isso, então vamos marcar aulas de rumba pra você, pode até ajudar, consulte o seu fisioterapeuta sobre isso depois. Outra parte crucial do soco é, obviamente o seu braço, ele é como o vocalista de uma banda. Apesar de todos os membros terem a sua função e sem eles a banda não funcionaria, o seu braço toma todo o crédito, afinal é ele que vai jogar homens aos seus pés. O que você deve acertar na pessoa são esses ossinhos entre o indicador e o dedo médio, se você socar sem técnica eles vão quebrar, tudo que eu te contei até agora são apenas passos de bebê, ainda há muito o que aprender, muita prática e uma técnica muito bem aplicada. Então continue socando Alexei.

Só parei de socar o boneco quando eu comecei a sentir dores no cotovelo e perceber que as juntas da minha mão começaram a ficar machucadas, e como o plano era que ninguém nunca soubesse das minhas aulas, decidimos que era melhor parar, atrás do tatame havia um pequeno chuveiro, onde eu rapidamente lavei o meu corpo tentando remover tudo que indicasse que eu estivesse socando coisas por aí com ajuda de uma super espiã russa quando na verdade eu deveria estar tendo a minha psicoterapia, do outro lado da cidade.

Ao sair do banheiro, notei que Natasha já estava pronta e arrumada, usando shorts e uma camiseta de alguma banda de rock que eu nunca havia ouvido falar, o cabelo solto e ainda assim parecia uma Vênus.

―Se arrume, vamos comprar sapatos.

―O que?

―Eu disse a Tony que ia te buscar no final da sua sessão e te levar pra passear um pouco.

―Claro, eu só vou pegar a minha bolsa.

Terminei de me arrumar rapidinho, e peguei a minha bolsa e  deixei que o ar fresco de verão soprar em nossos rostos enquanto andávamos nas ruas ensolaradas de nova york, para minha surpresa Natasha começou a falar comigo exclusivamente em alemão, dizendo que ela havia percebido a minha dificuldade com inglês, mas no fundo eu sabia que alguém havia espalhado isso na torre dos vingadores, já que até FRIDAY se comunicava comigo em alemão, e empregados bilíngues foram contratados. Ela era uma boa companhia, e eu me sentia segura andando com ela ao meu lado, era difícil pra mim saber o que super heróis faziam nas horas vagas, eu mal sentiam que eles eram, humanos, por assim dizer. Ela havia salvado NYC de uma invasão alienígena e agora estava testando um vestido de verão. Ela girou na minha frente, mostrando as longas pernas enquanto eu tomava um pouco de um suco verde detox que deveria fazer a minha pele radiar.

―Então, o que você acha? ― ela me perguntou.

―Muito florido ― respondi ― Quero dizer, está muito bonito em você, realçou o seu cabelo, mas tem tantas flores e tão pequenas está fazendo o meu cérebro gritar por aspirina.

―Ai meu deus do céu, Natalia, esse vestido está fantástico em você, está fabulosa ― disse a vendedora que estava nos seguindo desde o momento que entramos na loja ―se você não comprar, garota eu fico ruiva hoje mesmo e compro esse vestido, você está radiando.

Nat me olhou em reprovação.

―Está vendo Effy, é assim que deve reagir.

―Me desculpe, eu não consigo ser tão brutalmente honesta. ― me defendi, ainda ganhando o olhar falsamente irritado ―Mas eu disse que estava bonito.

―Eu vou levar ― Nat voltou para o provador, cantarolando alegremente.

―E você querida, não vai levar nada? ― a atendente me perguntou, puxando um vestido longo preto com diversas flores pintadas nele ―Aposto que o bonitão que colocou essa aliança no seu dedo iria adorar esse vestido.

Eu tomei um gole a mais do meu suco, analisando o vestido e sentindo o meu peito doer com a menção do meu anel de noivado que eu nunca tirava do dedo.

―Quer saber de uma coisa, ele ia adorar esse vestido ― ela sorriu satisfeita, pensando em finalizar uma venda dupla ― Mas eu detesto flores e ele está desaparecido, então não há muitas vantagens por agora.

―Eu sinto muitíssimo querida, mas a nova coleção de verão está tão bonita. ― ela disse depois de uma longa pausa de troca de sorrisos forçados ―Temos formas geométricas, bichos, e várias outras coisas.

―Você tem algo xadrez, eu um vestido de listras preto e branco, algo aproximado para um possível funeral? Eu gostaria de ver isso.

―Infelizmente não, essas peças são mais comuns no outono, ou inverno.

―Então eu volto aqui, no outono ou no inverno e compro algumas coisas com você.

Antes que ela pudesse me responder, Natasha saiu do provador usando as suas roupas e segurando outras sete peças em suas mãos, todas prontas para serem passadas no caixa, isso tirou a atenção da atendente de mim e ir alegremente até o caixa onde Natasha entregou o dinheiro vivo e saímos da loja.

―Eu achei que eu era estranha socialmente, mas doutora K, você bateu o recorde.

―O que eu posso dizer, eu não gosto de roupas de verão, onde eu morava verão era apenas uma lenda urbana. Eu me acostumei.

Ela deu uma gargalhada.

―Eu sei, na Rússia era a mesma coisa, quinze graus negativos e era época de colocar shorts, aqui que as estações são bem definidas, se eu não fosse treinada eu teria derretido aqui no meu primeiro verão na América, cada ano parece que o sol vai bater o recorde  de o quão quente ele pode ser sem matar toda a vida no planeta terra.

―Eu te entendo, mas quando eu estive no Brasil, eu sempre achava que ia morrer sufocada naquele lugar e o clima era maluco, quando acordava estava chuvoso e meia hora depois o sol saia e saia pra matar todo mundo, mas eu sinto falta daquele lugar.

―Isso é a parte que eu sempre fico curiosa ― ela disse, apontando um pequeno café onde entramos e pedimos alguma coisa pra comer enquanto eu finalizava o meu suco e ela tomava um chá gelado ― eu nunca entendi o porquê, no mesmo dia você me avisou sobre o soldado invernal, que ele era perigoso e que eu deveria proteger Steve, você sabia quem ele era no passado?

Achamos um lugar reservado para conversar em frente à vidraça onde eu podia ver toda a cidade se movimentando ao nosso redor.

―Eu o via sem a máscara sempre que precisávamos acordá-lo ou fazer reparos, é difícil acreditar, mas eu realmente não sabia mais que o básico dele, que ele era um ex soldado americano, por volta dos vinte e cinco anos que havia caído nas mãos do doutor Zola. Haviam os registros dele, mas ninguém nunca me permitiu que eu soubesse quem ele realmente era,nome, cidade de origem nada que pudesse identificá-lo, eu e uma amiga até tínhamos um jogo sobre qual seria o nome verdadeiro dele, meu palpite era Adam. ―A garçonete serviu a nossa comida, enquanto Nat prestava atenção em mim ―então quando eu traí a hydra e avisei Nick Fury sobre a infiltração e consequentemente vim para a América, Nick me colocou no mesmo prédio que Steve ele me atacou e eu consegui me salvar. Ele me levou até o museu do Capitão América, onde eu vi o pôster sobre Bucky Barnes, braço direito e melhor amigo do capitão América e eu só conseguia pensar o quanto o destino era cruel, o seu melhor amigo havia se tornado o seu pior inimigo.

―Você poderia ter avisado.

―Não, ele não sabia quem eu era, eu era só a vizinha que trabalhava colhendo sangue e tinha um ex-namorado violento, quando eu vi você na casa do Sam e vocês disseram que iam atrás do soldado invernal, meu disfarce havia caído, mas mesmo assim eu não podia contar pro Steve, ele não iria conseguir fazer nada se soubesse quem ele era e Bucky, ele não eram quem ele é hoje ou quem ele foi um dia, ele era uma arma.

―Se você tivesse dito ia só fazer com que Steve morresse. Então é isso que você faz quando não está salvando o mundo? ― perguntei pra ela, tentando mudar de assunto.

―Mais ou menos, é o que eu tento fazer nas horas vagas, andar por aí, conhecer pessoas ― ela respondeu meio vagamente ― Tento ser normal.

―Isso é difícil, quero dizer, soa difícil, todo mundo reconhece você em todos os lugares.

―Por incrível que soe às vezes algumas pessoas não me reconhecem, não como Natalia Alianovna, mas a maioria deles tem forte opiniões sobre a viúva negra.

―Essa é a parte que eu acho que deve ser difícil, como você lida com isso, as pessoas sempre falando coisas sobre você o tempo todo. É como ser uma kardashian.

―Eu ignoro.

Eu mordi a parte interna da minha boca, sabendo que eu estava falando demais e voltei a beber meu suco em silêncio, vendo o sol se por entre os prédios.

―Eu sei que não é da minha conta, e eu nem deveria estar falando isso com você, mas eu acho que você que você deveria pegar o trabalho com Tony ― eu voltei a minha atenção pra ela, Nat continuou me encarando do outro lado da mesa. ― Eu sei que você tem todas as razões do mundo, e que ele é um idiota sem tamanho o ego dele é maior que a Rússia e a China juntas, mas por que não? É o que você faz de melhor.

―E olha o que isso fez comigo, eu estou em pedaços, sempre com medo, tendo crises de pânico na varanda, eu não sou mais nem a sombra da pessoa que eu era.

―E você não acha que voltando a trabalhar em alguma coisa que você é boa não ia te ajudar? Eu já apanhei muito, fui derrotada algumas vezes, mas nada me impediu de sempre voltar a fazer algo que eu gosto e que francamente eu sou boa.

―Mas eu não sou forte como você Nat e eu nem sei no que ele está trabalhando, da última vez que ele estava com um projeto secreto tivemos ultron eu não consigo ter um outro peso desses nas minhas costas. Muito menos com um alvo maior que o Canadá pendurado na minha cabeça, de pessoas que querem a minha cabeça por aí, a hydra é mais que o suficiente.

―Você quer saber o que eu acho? ― ela perguntou se inclinando na minha direção ― Eu acho que você sabe o que ele quer fazer, e você não sabe reagir a isso por que você sabe que você pode fazer, por mais diferentes que vocês sejam você sabe que a sua mente trabalharia junto com a dele, e você tem medo disso, como disse, seria um peso a mais nas suas costas. Mas fraqueza não é uma desculpa pra você Freya, você ajudou um cara que tentou te matar sem questionar por um segundo, você foi um minion da hydra por tanto tempo eles tentaram te quebrar de várias maneiras possíveis, mas eles nunca tiveram sucesso, você escapou pelos dedos deles como areia e você é forte, foi jogada de um prédio, dois meses em coma a maioria dos médicos achava que você não ia acordar e mesmo assim você acordou com praticamente nenhuma sequela e nenhuma permanente, você veio até mim por que está cansada de ser protegida e não poder fazer nada, não é uma atitude de uma pessoa fraca. Você é forte e ainda está se fortalecendo ainda mais, você só está com medo do que você pode fazer, especialmente perto do Tony que nunca mediu limites, você poderia perder o seu limite.

―Muito observadora senhorita Alianovna. ― respondi, me sentindo estranhamente desconfortável ―eu vou pensar nisso.

―Eu sempre faço o meu melhor, Konstantiovka.


Notas Finais


Cadê as leitoras gente?


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