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História Guerra e Paz - How soon is now?


Escrita por: TrumanBlack

Notas do Autor


Olá oláaaaaaaaa
Tudo bem com vocês? como foram de férias? de ano novo natal, comeram muito que nem eu?
Mega atualização de volta a vida normal até o carnaval!!!!!
Isso quer dizer que todas as minhas fanfics vão ser atualizadas hoje!
Queria agradecer aos lindos comentários que eu recebi, muito obrigada, vocês são muito especiais pra mim, sempre me deixam pra cima muito inspirada e louca pra escrever e postar mais capítulos! Não tenho palavras para expressar a minha gratidão <3
bjs

Capítulo 7 - How soon is now?


Fanfic / Fanfiction Guerra e Paz - How soon is now?

 

Eu sorri para o vidro que separava, além da inconsciência, e coloquei a minha mão no vidro. Havia se tornado um hábito desde que eu havia descoberto Bucky aqui, sempre ir contar sobre o meu dia lá, haviam se passado apenas três dias. Mas mesmo assim parecia muito tempo, toda a equipe talvez até o clima me fazia bem, mesmo com todos os pesadelos havia uma espécie de conforto e familiaridade com o ambiente que não havia na torre dos vingadores.

Eu não ficava mais o tempo todo sozinha me sentindo completamente isolada. A cidade era um organismo vivo e enérgico que nunca dormia, era como estar dentro de uma grande célula com constante movimento. Sempre havia alguém para conversar, algo a aprender.

Mas certamente a minha maior distração certamente era o diário de Bucky. Eu havia me comprometido a ler uma página por dia, apenas uma, mesmo que fosse difícil me controlar então eu passava a ler na sua companhia, na qual eu me sentia como se ele estivesse me julgando e me obrigando a ter controle.

―Eu não consigo acreditar que você me viu pelada antes da gente namorar! ― reclamei com ele. ― Pinta na bunda? essa pinta é minúscula! Quanto tempo você ficou encarando? Seu danado.

“Ela se vestiu e eu desci como se nada tivesse acontecido, vendo tv. E num gesto de pura idiotice eu a desejei. Desejei afundar minhas mãos sujas em sua carne, de beijá-la até perder completamente o fôlego, de tocar o seu corpo profundamente, de fazê-la suspirar o meu nome. Mais do que suspirar, gritar, eu gostaria de fazê-la dormir ao meu lado e acordar todas as manhãs, mas como ela já havia deixado isso claro. Não era uma possibilidade. Eu não deveria estar surpreso com isso, afinal ela havia trabalhado comigo anos atrás. Freya via o monstro que eu sou por mais que ela tente me convencer do contrário com seus sorrisos doces e palavras gentis, ela acima de todos sabe do que eu sou capaz e de todas as coisas que eu fiz…”

―Você é um idiota, Bucky Barnes ― eu respondi, sem que ninguém pudesse me ouvir realmente.

“porém, por mais que eu tente afastar todos os pensamentos não profissionais que eu tenho em relação a ela, tudo que effy faz parece complicar a minha missão um pouco mais. Dormir no mesmo quarto certamente não ajuda em absolutamente nada. A noite quando ela dorme e se esfrega lentamente sobre o tecido da sua cama e suspira, me faz sentir coisas que eu já não achava que eu seria capaz de sentir, que eu achei que havia sido apagado na minha programação. Quando ela faz algum esforço e um gemido suave sai dos seus lábios incrivelmente rosados, eu posso jurar que é como uma melodia em meus ouvidos. A camisola que ela usa pra dormir, quando ela tenta se empilhar sobre os travesseiros”

―Isso soa muito como um livro pornô sargento Barnes, se eu mudar alguns nomes, datas e locais eu consigo vender em alguma editora. ― eu olhei para o rosto congelado dele, não podia deixar de me sentir tão terrivelmente triste, mesmo quando eu não queria, era uma tristeza misturada com solidão e muitas doses de frustração. ― eu iria arranjar muito dinheiro com isso, e você nunca estaria aqui pra falar alguma coisa sobre isso ou me dizer pra não fazer isso. Iria virar um filme, daqueles de ação, e venderia pra caramba, afinal ponto de vista masculino é bem difícil de se achar, especialmente com tantos detalhes. Você nunca iria saber. Por que você não está aqui.

Coloquei o diário no chão, fechado. Não queria mais ler aquilo, mesmo que me distraísse as vezes, ainda era extremamente doloroso estar tão perto, literalmente na minha frente, mas tão longe. Mesmo que estivesse ao meu alcance.

―Eu tenho que ir agora, psicoterapia. ― eu me levantei do chão, pegando o diário e indo até a porta sem olhar pra trás.

Deixei o livro no meu quarto, e antes de ir para a sala eu passei na primeira biblioteca que haviam me apresentado, assim que eu cheguei para que eu passasse meu tempo livre. O que ajudava muito, pois além das minhas sessões acontecerem lá, havia milhares de livros e um pequeno bar no final dela, perto da cadeira da psicóloga, que estava vazia no momento, peguei um copo coloquei um pouco de gelo e um pouco de whisky.

Eu nunca fui de beber, eu não entendia direito porque que todo mundo a minha volta tinha esse hábito até muito recentemente, então a minha vida virou de cabeça pra baixo e o mínimo de controle que eu tinha sobre ela me foi retirado quando eu mal podia andar.

―desculpe pelo atraso, por alguma razão eu persisto em ficar hipnotizada pela coleção de Camões no final do corredor, já teve a oportunidade de visitar aquela área da biblioteca, Alinka? ― Niara disse, quando eu já estava no meu segundo copo pensando num terceiro. Niara era a única pessoa no planeta terra que insistia de me chamar pelo meu nome do meio, Alinka. Ela dizia que era mais familiar do que o sobrenome cheio de consoante ou nome de uma deusa.

Niara era uma mulher baixinha, que adorava usar grandes turbantes coloridos que traziam uma certa quebra em toda a aura de assustadora que ela representa alta mim. Alguém pra entrar na minha mente e arrancar dela qualquer sinal de hydra. Ela era negra, a pele tão escura e macia que sempre me tentava a me perguntar como seria tocar nela além dos apertos de mão ao final da sessão e um eventual tapinha nas costas quando eu estava com os meus olhos caindo pra fora, ela dizia que chorar era saudável para o meu processo de cura. Pra mim era apenas humilhante.

―Desde quando a senhorita está se sentindo bem para beber? ― ela perguntou, sentando- se na cadeira a minha frente, ainda sem puxar seu bloco de anotações.

―Recentemente, é um jogo que eu inventei, cada vez que eu me sentir miserável eu bebo. ―Niara arqueou uma sobrancelha.

―Oh criança, não se iluda, esse jogo já existe, se chama alcoolismo.― repreendeu ― Isso é dar abertura a um problema que você não precisa, você não pode aceitar a tristeza como uma companhia.

―Acho que nesse ponto, pra ser bem sincera, é mais do que uma companhia somos colegas de quarto.

―Então a expulse! Ela tem comido toda a sua comida e quer dormir com o seu homem ― brincou ― Quer falar sobre o que está te deixando assim? Além do conjunto da obra.

―Não, eu estou bem, só estou um pouco frustrada com tudo isso.

―Se não estivesse eu diria que está completamente fora de si. Mas, você não pode perder a sua cabeça por coisas que estão além do seu controle.

―Eu sei, é só que eu tenho tido esses sonhos estranhos, acho que eu cheguei num ponto que eu não sei diferenciar o que eu estou imaginando do que realmente aconteceu.

―Nós podemos tentar hipnose, como eu havia sugerido…

―Eu não quero fazer isso ― respondi desesperadamente ― Eu tenho medo, jogo errado de palavras e meu cérebro pode derreter.

Niara se inclinou em minha direção, com um olhar muito sério em seus grandes olhos negros.

―Eu acho que você tem medo do que você pode se lembrar. ― Me disse.

―Sim, eu era da HYDRA se eu não tivesse medo eu não estaria aqui, minha vida é um constante medo não só da possibilidade deles me encontrarem e tentarem me matar de novo. Eu consigo me lembrar de algumas coisas que eu fiz, e eu tenho que viver com isso, imagina se eu lembro de tudo que eu possa ter feito.

A mulher, se afastou, talvez pensando no que eu havia dito.

―HYDRA não é S.H.I.E.L.D que tinha o mínimo de decência para não fazer algumas práticas científicas. Eu não sei que tratados eu possa ter quebrado ou as coisas que eu possa ter alterado, como eu poderia viver comigo mesma se eu tiver matado alguém? Ou mudado geneticamente uma pessoa e ter feito dela um monstro?

―Isso depende da sua definição de monstro.

―Alguma coisa não natural, mortal, algo além do projeto soldado invernal. ― Senti a urgência de pegar mais uma dose da bebida que eu estava tomando ― Haviam seis dele, quatro estão mortos e um congelado, porque Zemo deixou um deles descongelado e sumiu com o corpo?

―Talvez não seja mais um corpo.

―Então existirá mais um soldado invernal, que eu possa ter manipulado geneticamente.

―Ou ele possa só estar confuso e se mantendo fora da mídia para se reencontrar, como James fez.

―Não, os outros cinco foram voluntários.― meus dedos correram pela lateral do sofá, afundando a minha unha no tecido macio do veludo, sentindo um peso sobre as minhas costas além do meu estado triste. Era como aquela música do the smiths “Todo dia é como domingo, Todo dia é silencioso e cinza” era como se uma grande nuvem acinzentada nunca saísse de cima de mim. ― Eles eram violentos, insubmissos, obedientes, mas haviam muitos efeitos colaterais, não sabiam manter a surdina como James fazia, por isso o projeto deles foi desativado, juntamente com eles, foram colocados sobre uma sedação muito forte. Eles não deveriam acordar pelos próximos 50 anos, cem anos se eles ficassem dentro do módulo criogênico. Eu não vou mentir, fiquei aliviada quando soube que Zemo haviam os matado. Humanidade está melhor sem eles, porém esse último que conseguiu fugir que me mata.

―Você acha que isso é culpa sua?

―Não, o projeto existe muito antes de eu nascer. ― Respondi ― Eu peguei o bonde andando, mas eu fico com aquela dúvida no fundo, eu poderia ter mudado alguma coisa?

―Você, uma única garota indo contra uma organização quase secular? ― Questionou, Niara com uma sobrancelha erguida;

―Se eu não tivesse entrado na HYDRA em primeiro lugar.

―Outra pessoa teria tomado o seu lugar, você mesma disse que eles foram muito insistentes.

―Eu poderia ter resistido, poderia ter negado.

―Então eles te matariam. HYDRA não aceita não como resposta. ― Acho que ao perceber o meu olhar assustado, e mesmo sem poder ouvir o meu coração parar por um segundo antes de bater muito forte ― suas palavras não minhas. Você continua procurando motivos pra se culpar por coisas além do seu alcance.

―Por que elas não parecem tão distantes, é como uma bola de neve, cada movimento eu acabava mais enrolada.

―É por isso que tem tanto medo de voltar a mexer com genética?

―Não, isso é um trato de honestidade que eu fiz comigo mesmo. ― Me senti envergonhada por isso, mesmo sendo um tópico recorrente em nossas conversas. ― Eu não vou brincar de Deus novamente, mexendo em coisas além do meu alcance.

―Nem mesmo o básico? Ainda está pensando em apenas ensinar?

―Não ― afastei a ideia. ― Isso pode ser perigoso.

―Então o que pretende fazer da sua vida? Se não vai trabalhar, não quer voltar a estudar? Eu não estou conseguindo ver com clareza ver onde você quer chegar.

Eu voltei para trás, encarando alguma coisa atrás de Niara, pensando no que ela havia dito: Onde eu queria chegar? Voltar a mexer com qualquer coisa que eu costumava fazer na HYDRA me matava de medo, assim como a ideia de ficar exposta a um campus com pessoas de todas as idades que eu nunca havia visto, que poderiam muito bem serem agentes infiltrados da HYDRA pra me matarem. Eu estava entre a cruz e a espada.

―Eu posso viver  com o dinheiro da minha família, eu sou judia, então nessa parte eles tem razão.

―Então quer viver de um estereótipo? Não me soa como a brilhante geneticista a qual eu fui apresentada.

―Melhor esteriótipo de ser meio rica do que de eu controlo a mídia, ou que roubo as coisas, meus avós que guardam muito dinheiro, a culpa não é minha, eu nem sou obcecada por dinheiro. ― A mulher tentava não rir das minhas pobres explicações.

―Também dizem que os judeus dormem melhor em Israel. ― ela juntou as suas mãos pequenas sobre os joelhos com um pequeno sorriso dançando em seus lábios ― Isso é verdade?

―Eu nunca estive em Israel.

―Você deveria ir, já que não quer trabalhar, não quer estudar, deveria ao menos viajar.

―Eu tenho a leve impressão que você acabou de me chamar de vagabunda. ― Niara gargalhou muito alto.

―O que eu estou dizendo é que você precisa tomar um rumo na sua vida, você está em uma espécie de transe, num loop do seu trauma, em termos que você entenda: você está em inércia. Você se recusa em entrar em movimento porque tem medo de tudo, está constantemente revivendo tudo que tem medo, os seus pesadelos, os problemas pra dormir tudo volta ao mesmo ponto. O seu medo. Você precisa seguir em frente, achar uma melhor forma de voltar a sua rotina, ao que você gostava de fazer. ―Me disse ― Você soa tão empolgada mesmo que tente se diminuir o tempo todo com as suas pesquisas, o quão próxima estava de conseguir tantas coisas, não deixe o seu medo atrapalhar isso. Não queime as suas pontes e construa muralhas.

―Eu vou manter esse conselho.



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