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História Guerreiros de Midgard : Almas da Mudança - Pausa em Prontera


Escrita por: Caiuscross

Notas do Autor


Bem, um capítulo bem simples e descontraído! Espero que gostem.
Sim, esse é o caminho que o paladino fez. Ian sendo Ian xD

Capítulo 11 - Pausa em Prontera


Fanfic / Fanfiction Guerreiros de Midgard : Almas da Mudança - Pausa em Prontera

Arredores De Prontera

 

Pra enfrentar o escuro ele e seu peco só tinham uma lanterninha, não fazia a mínima ideia se estava indo pro lado certo, as tantas árvores dos arredores de Prontera não ajudavam, o som do rio correndo que o guiava resolveu ficar calmo, podia estar indo em direção ao Monte Mjolnir pela hora, caramba, tudo isso porque foi deixar o coitado beber água, fazendo com que os outros abrissem uma distância considerável. E claro que iam abrir, era um teste de velocidade e resistência!! 

 

Olhou pro tapete de estrelas, talvez a Lua tenha o olhado de volta, rindo.

Afinal de contas...

 

“Como que foi mesmo que eu vim parar aqui ...?”

 

 

....

 

 

Prontera, Capital do Reinado

 

- Ahã. Ian..

 

Estavam ambos sentados em um dos vários bancos verdes na praça ao sudoeste da central, onde muitas vendinhas fixas ficavam, lá colorindo com suas barraquinhas e deixando o cheiro de comidas caseiras no ar. Postes iluminavam a pequena praça de cabo a rabo, e casas a se perder de vista, em seu estilo normando, se alternavam entre ficar um ou outro cômodo com luz acesa e umas pessoas apoiadas nas janelas, e uma ou outra em que os habitantes já dormiam, para ir se aventurar bem cedo no outro dia. Estava relativamente tarde já, ela demorou bastante no que quer que fora fazer na Igreja e, apesar disso, a cidade estava cheia, como era de se esperar da capital do reinado.

Agora estavam decidindo os próximos passos que tomariam...     

 

- Oi?

 

- Você caminhou sozinho por Mjolnir. À pé, à noite e indo para uma Mina assombrada por milhares de esqueletos e ratos, e agora, todo equipado com essa tralha toda, me diz que não quer andar no deserto só porque tá ficando escuro? Sério ?

 

-...Uhum.

 

- Aaaah, é? Olha nos meus olhos e diz que isso é verdade!

 

 O paladino desvia o olhar pra multidão e fica calado, meio que suando frio, segurando um sorriso de nervosismo. “Ehe, miserável...!”

 

- Hum. Que tal me contar a verdade agora?

 

 Na verdade, havia dois motivos e ambos eram difíceis de contar. 

 

- Tá, pera. - Ian suspira e fita o céu, antes de voltar seu olhar para a garota. – Tem dois problemas...

 

 Karol apenas fita o paladino sem dizer algo. Ele realmente estava receoso de falar, e se pegou em um observador silêncio.

 

- ...Bem. Você já sentiu como se simplesmente não pudesse ir a um lugar? – Será que ela encrencaria com ele por causa daquilo?

 

- Hmm, já. Várias vezes tenho isso, na verdade. Ee... não é por nada, mas isso chama “6º sentido feminino...!

 

Karol estava com uma mão no queixo, o braço apoiado na perna em cima da outra, e a cara debochada que ela fez dizia por si só o resto da frase.

 

- Ha.Ha, muito engraçado.

 

- Hihi! Então, ó grande guerreiro, o que seu sentido feminino tá te contando?

 

O paladino tentou ignorar, mas acabou sorrindo e pondo os olhos pro alto, balançando a cabeça em seguida. Pensou bem em como ia dizer aquilo.

 

- Sendo bem direto... – Voltou então a olhar pra ela - Que lá traz meu fim. Sempre que penso em pisar naquele lugar, alguma coisa vai e me diz que vou morrer se não tomar cuidado. Que tem algo muito perigoso lá, à minha procura.

 

Karol ficou surpresa, sem resposta.

 

-  Então... atravessar o deserto à noite não vai ser exatamente uma boa ideia pra mim...

 

Não estariam tendo aquela conversa se houvesse algum teleporte barato praquela hora. Sairia muito caro ter de ir lá onde as Kafras dormiam em Prontera e pedir pra alguma os teleportar; sacerdotes, então, nem se fala. A maior parte gosta de manter distância do Deserto, e aí, os que para lá vão curtem literalmente extorquir uns preços altos pelos serviços, mesmo a Igreja se esforçando para pegá-los. Alguns são tão pilantras que dão invejas aos melhores arruaceiros...

 

Como teleportes baratos exigiam um grande investimento da Corporação Kafra e das cidades ou vilas, não eram todos os lugares que possuíam; mesmo a grande capital não disponibilizava todos a toda hora. Alberta só possuía um dado sua importância comercial, e Morroc constantemente bloqueava o acesso noturno principal para pegar algum criminoso ou outro, que era o caso da vez – mais um motivo pra ficar longe de lá por agora.

 

E era assim. Se você não tinha um desses novos cartões para teleportar de graça que davam pra aprendizes, o melhor e o pior jeito ainda era cruzar todo o Deserto Sograt.    

 

- Bem... – Ela ficou mais um tempo pensando – Tá, tudo bem, eu te entendo... Nós podemos ir amanhã de manhã. Só que eu tenho que fazer umas coisas até 10 horas, mais ou menos.

 

Foi melhor do que ele pensava.

 

 - Tá. Brigado, Karol...

 

- Acho que o mínimo que posso fazer, né..  – Ela deu um sorriso fofinho – Você prometeu me proteger, e eu vou cuidar de você também, hihi.

 

O paladino deu um sorriso de canto. Aquelas eram palavras estranhas pra alguém que sempre se acostumara a cuidar dos outros.

 

- E agora? – Karol, por fim, perguntou.

 

- Entãoo... – Ian virou a cara pra sacerdotisa não ver, deu um sorriso constrangido e vendo a graça da situação – Agora tenho que resolver o segundo problema..

 

Ele se levantou, ela acompanhou curiosa com os olhos.

 

- ... Eu meioo que não tenho mais permissão pra montar.   

 

Karol deu um tapa na própria cara e Ian deu um sorriso engraçado mostrando os dentes pra ela, mas numa distância segura.

 

- Não acreditoo!! – Ela exclamou – Aaah! Para de me enrolaar!!  Você não sabe nem montar!

 

- Não ô, eu sei, eu só tenho que pegar permissão de novo. É só que não fiz isso desde que transcendi. Não é nada demais, você pode vir junto também. É um teste simples que eles fazem, e é divertido!

 

Karol olhou o paladino um pouco emburrada, de braços cruzados. Mas balançou a cabeça e sorriu, no bom e velho “Fazer o que.”. Ela estendeu a mão pro paladino, e ele a ajudou a se levantar do banco.

 

- ... Não tem mais nada a me contar, né?

   

Ian olhou sem responder, segurando um riso. Um olhar arregalado de “Não acredito” tomou novamente a face dela.

 

- Tenho, mas vamos indo, conto no caminho. É algo bem normal, só uns arruaceiros que podem aparecer pra querer me bater... nada demais.

 

A sacerdotisa não curtiu muito a notícia, mas, também não se importou tanto assim.

 

- Se for só isso eu ensino uma lição ou outra pra eles! Hehe... – Aí ela estranhou um pouco e - O que você fez pra conseguir isso, hein?

 

Agora caminhavam em direção ao treinador de montarias. Ian foi contando descontraidamente, fazendo gestos e se divertindo em falar daquilo, enquanto ela ouviu atentamente, com as mãos pra entrelaçadas na frente do corpo, daquele jeito de sacerdotisa dela, acompanhando com caras e bocas pelas cheias e iluminadas ruas da noite em Prontera.

 

- ... Longa história... Tinha uns arruaceiros fazendo umas babaquices por lá, quando eu era templário ainda. Eles tavam provocando monstros perigosos no sul de Morroc e ficando invisíveis pra fazer os bichos atacarem pessoas treinando por ali. Nosso grupo era um desses, e, todo mundo empolgado com meu amigo que havia acabado de virar mercenário, fomos inventar de intervir. Ele tacou uma pedra em um dos caras antes que ele ficasse invisível e o atordoou, aí descobrimos de um jeito não muito legal que eles eram fortes pra caramba...

 

Karol cerrou os dentes e soltou um “iiih”, e a história continuou... 

 

E foram indo em direção ao Treinador de Montaria. Com o tanto de gente que dava seus passeios pela cidade, depois de um longo dia, fora até um pouco difícil se movimentar.

 

 Alguns chegavam agora das florestas que rodeavam a capital, tendo enfrentado bastante para chegar ali – os itens e machucados que carregavam diziam isso. Outros se preparavam nas saídas principais com seus clãs para começar uma grande aventura, faziam uma barulheira. E, com todo aquele jeito de cidade grande; com pessoas a toda hora, mercadores se faziam; quem ficava cansado, ia embora e dava espaço para aqueles que estavam com o estoque e os ânimos fresquinhos. Parecia que era dia de feira ali, nem a noite espantava os tantos negociantes, de todas as partes, tentando a sorte!  Enchiam as ruas com suas banquinhas improvisadas, tapetes com armas e roupas, carrinhos cheios, mesinhas com poções, não importava se mais uma ou duas horas ficaria bem tarde, de todos os lados vinham os brados de “Comprem suas poções aqui!”, “Ao preço de cu sto!” , “Morango só 500 zenys!” e “Dê uma surra elemental!” , além de gritos incoerentes como “AUSHIBIQWU”, que podiam ser de estrangeiros. Não era agradável como em Geffen, mas era bem animado! E, claro, não teriam tudo isso sem segurança suficiente, mas com o Quartel dos Cavaleiros e a Ordem dos Templários bem ali, despachar patrulhas era algo simples, e vez ou outra passavam a peco ou em grupos a pé cavaleiros e templários.

 

A cidade, seus ares, toda aquela vida, sua melodia tão característica, tornava um dia sempre diferente do outro. Não importava a situação, sempre parecia nova... sempre um jeito único.

E sempre uma situação única, que dessa vez interrompeu a conversa da dupla...

 

Em um dos becos entre as casas e restaurantes, ocorria algo ruim. Karol e Ian pararam ali depois de ouvir o que parecia uma briga, mas uma patrulha chegou mais rápido.

 

Um ferreiro de cabelo loiro lambido segurava a mão de uma arruaceira ruiva de cabelos redondos ao alto, a forçando contra a parede, com a face próxima demais à dela. A mão que era presa segurava uma bolsinha de pano, fechada com um lacinho, com todas suas forças, mesmo que seus pulsos estivessem doendo do apertão que sofria.

 

- Que tal você me dar um descontinho, moça, e seus ferimentos não serão tão grandes?

 

- Me solta, seu canalha! – Ela tentara pisar no pé dele e a ponta do salto alto teria doído, mas ele estava com botas reforçadas – Vai embora! Isso é meu!

 

O típico som de metal deslizando fez o silêncio se instaurar.

 

- Que tal você vir com a gente, ô “moço” – Um cavaleiro falou, enquanto a lâmina de sua claymore ficava bem pertinho do pescoço daquele ser. – E aí, você não vai sair tão machucado.

 

O ferreiro olhou com raiva para ela, como se a arruaceira tivesse alguma culpa da situação que ele provocou. Largou-a e pôs as mãos pro alto.

 

- Tá certo, tá certo, camarada... Me rendo.. ­Mas você vai ver quando eu sair. ­­­­– Sussurrou ameaçadoramente.

 

Ela acabou deixando a bolsinha cair depois de ser solta, segurando seu pulso para ver se a dor passava. Ignorou o que ele falou.

 

- ... Então você vai apodrecer na prisão. – Um mercenário saído das sombras falou bem pertinho da cara dele, o deixando bem com medo. – Pra nos assegurarmos que isso não vá acontecer.

 

A segurança era bem eficiente por ali, mesmo que em algumas outras cidades muitos não dessem tanta sorte...

 

A arruaceira foi embora segurando o pulso e algumas lágrimas; que situação. Um templário jovem de cabelos castanhos viu que ela havia esquecido a bolsinha no chão, e, pegando o item, não precisou falar mais que “Senhor...” pro líder da patrulha, um cavaleiro já experiente, que apenas levantou o visor do elmo e...    

 

- Vai lá, garoto, nosso turno já está acabando. Só não esqueça de deixar o peco com o treinador, ou ele vai te capar. – Deu um joinha pro jovem, e então levaram o indivíduo embora pro novo “lar” dele.

 

O templário agradeceu e foi atrás da arruaceira. Claro, ele não pareceu entender bem quando chamou “moça” três vezes e ela não olhou, continuando o próprio caminho pela ruela e segurando o pulso dolorido. Ele desmontou, tocou no ombro dela e já tinha uma faca perto da sua cara. O templário engoliu em seco, tendo pondo as mãos pra cima em reflexo como se se rendesse também, mas ela viu a bolsinha em uma delas e guardou a faca, dando um grito de frustação. Sem dar nenhuma palavra, e abaixando sua face em vergonha, ela estendeu a mão para que ele desse o item de volta. Num gesto bonitinho, ele curou o lugar machucado antes de entregar, a deixando mais sem palavras ainda. Arruaceiros não eram acostumados a ver gentileza.

 

Ela agradeceu em silêncio. Antes que ela virasse em uma das entradas e fosse embora, o templário conseguiu coragem para falar.

 

- E-ei. Te-tem.. um restaurante.. a-aqui perto. – Ela se voltou pra trás e o olhou, pendeu a cabeça um pouco pro lado e deu um sorriso de canto de boca, estranhando – V-você .. parece.. ter tido um d-dia – ele engoliu e respirou um pouco de coragem – Um dia ruim.

 

- É, tive... – Falou, entretida com a situação.

 

- Eu p-posso te levar lá, ss-ssee quiser...      

 

A arruaceira pensou um pouco naquilo, mas acabou aceitando ir com ele. Foi uma cena bem bonitinha, quem não gostava quando as coisas davam certo?  

E em alguns anos, aqueles dois estariam casando.

 

Ian e Karol deram um suspiro de alívio vendo que toda situação não foi pro pior lado, no fim.

 

- Bem. Pelo menos deu tudo certo.

 

- Pois é. – Ian até viu um pouco da própria situação, relembrando a faca de “feliz em ver você” que recebeu, “ Arruaceiros gostavam de fazer aquilo?” – Parece que a noite terminou bem pra eles.

 

- Hihi. Realmente. Do que a gente tava falando mesmo?

 

- .... Do mercador vendendo um flor como equipamento... pra boca? – Ele também não lembrava.

 

- Ah, verdade! – Karol deu uma breve risada – É 2 em 1, você fica estiloso e ainda com cheirinho de flores, hihi...

 

----x----

 

 

- Ahh! – Ian falou a si, enquanto puxava as rédeas do grand-peco pra direita, desviando de uma árvore que simplesmente brotara no caminho – Claro, por isso. Porque não tinha mais como irmos atravessar o deserto pela hora que ela chegou...

 

Fez o bichinho parar de novo, checando onde poderia estar. Depois que seguiu o rio pelo caminho errado e foi parar no lago que ele desembocava, onde Sapos de Roda e Poporings o receberam, resolveu fazer o caminho de volta. Esses bichos só nasciam nos arredores de Geffen, e ele, supostamente, deveria estar indo pra, bem, Prontera.

 

- Pelo menos deu tudo certo com aqueles dois. Vamos lá!

 

O peco respondeu com um piado, Ian se levantou um pouco, e o bichinho disparou no noturno campo, por entre as árvores, montes e arbustos. 

 

....

 

- Ei, você – O treinador falou a um dos últimos cavaleiros chegando por aquelas partes. Todos os outros já desmontavam de seus pecos – Tinha um paladino com vocês. Viu ele por aí?

 

- Olha, quando olhei pra trás tinha um cara de cabelo branco seguindo o rio ao invés de fazer a curva com a gente pra dar a volta. Se era ele...

 

- Não. – Karol falou, segurando uma risada pra depois – Era ele mesmo.   

 

 

.....

 

 

Demorou um pouco, mas finalmente viam uma luz de lanterna ao longe, fazendo seu caminho por entre as tantas árvores do lado de um montinho mais elevado ao norte. A luz foi ficando mais próxima, mais próxima, eeeee....

 

Era só uma dupla de aventureiros chegando a peco em Prontera.

 

Uma gota percorreu a cabeça de todos os oito presentes ali.

 

- Caramba, ele não vai chegar nunca. – Um cavaleiro de cabelos verdes comentou.

 

- Quem você estão esperando?

 

- O paladino lá que veio fazer o teste também. – Um templária loira respondeu.

 

- Ué. – Ian perguntou – Tinha outro?

 

Todos olharam pra ele.

 

- ... Quando que você chegou, Ian... – Karol perguntou com a mesma confusão de todos.

 

- Agora, enquanto vocês olhavam pro casal lá.

 

Todo mundo se entreolhou, antes de se voltarem a atenção pro paladino.

 

- AEEEEEE

 

E comemoram que finalmente ele estava ali, soltando vivas e urras, aplaudindo como se ele tivesse ganho a corrida de Al de Baran, foi bem engraçado.

 

- Então. – O treinador falou quando todos se acalmaram – O que estava sendo avaliado era se você sabia montar, e não seu senso de direção, então... Como vocês dois, peco e montador, estão inteiros, não se espatifaram em árvores ou em passantes... – Ian confirmou que não – Pois é. Bom, aqui vão os resultados! Aqueles que fizeram o percurso em menor tempo, foram..!

 

E ele foi anunciando como cada um foi. 

 

Era assim que se conseguia a permissão para montar!

 

Todos os participantes foram a um restaurante depois, conversando com grande ânimo sobre assuntos de espadachins e sobre acontecimentos recentes em Rune-Midgard, mas, principalmente, sobre como a sacerdotisa tirou 1º lugar no teste.

 

- Vamos, confessa! Você abençoou seu peco-peco, num foi!? - Dizia um cavaleiro de cabelo azul em tom de deboche.

 

- Hehe ! Talvez...vocês sejam muito ruins ! - Karol também caçoava dos outros participantes.

 

- Oh, por Odin, põe ruim nisso! É a terceira vez que realizo esse desafio ! - A templária loira ria de si.

 

- Ha ! E a senhora pensando que era culpa do Peco! Os meus são os melhores do Reino!- O treinador comentava, se divertindo com a situação.

 

- Nossa, imagina se não fossem. Nosso amiguinho aqui voltaria amanhã! - O cavaleiro de cabelo verde gesticulava de uma maneira engraçada e apontava pro paladino.

 

- Se eu voltasse! Hehe.

 

 E alegremente a noite da dupla seguiu, até a hora em que todos se despediram.

 

- Então..- Karol dizia ao paladino- Hoje vou ficar na Igreja. Já faz uma semana que não durmo lá.

 

- Tá.

 

- Se você quiser, pode dormir lá também! Acho que paladinos são bem-vindos ao templo de Deus, né? Hehe.

 

 Ian pensa um pouco antes de recusar. “Não vou dar chance ao azar! Imagina se aquelas ...doidas.. me vissem por lá?”

 

- Não.. Vou ficar na estalagem mesmo. Então! Vamos?

 

- Ué, pra onde? É logo ali, duh. - Ela aponta pra grande, chamativa e rústica estalagem que se destacava em meio às casas e lojas. 

 

- Hum, eu sei. Mas... não existe cidade segura à noite.

 

- Ah - A sacerdotisa perdeu o sorriso- Você está preocupado, é?

 

- ...É.

 

- ..Hihi. Eu ainda me teleporto como ninguém, seu bobo.

 

 “Bobo.” Isso era algo que o paladino dizia sobre si por se preocupar tanto..com quase qualquer um.

 

- Haha. Então..

 

- Muus! Eu até que ia gostar de ir conversando com alguém..

 

Ela entrelaçou as mãos e olhou pra cima com os lábios espremidos em um sorriso, como se esperasse algo, num gesto bem fofo e engraçado.

 

- Haha! Vamos, “graciosa dama”? – Ian encenou um desses cumprimentos formais, estendendo a mão para ela.

 

- Bleh! Eu não disse que era você! - Karol dizia, enquanto puxava o paladino pela mão, que foi rindo- O que te faz achar que estava falando sobre você? Convencidoo!

 

 A sacerdotisa tirou umas boas gargalhadas dele e o acompanhou rindo. Foram conversando até a porta da Igreja, pelas amplas ruas em uma bonita noite de Prontera.  

 

- Então, você não terminou de contar aquela história! – Karol lembrou – Foi isso que esquecemos na hora, hihi.

 

- Aaah, verdade, haha. – Ian foi tentando relembrar o que falara. - Bem, os arruaceiros lá acabaram presos antes de nos dar uma surra, e aí fomos pro bar de Morroc. Comemoração mais dolorosa. A gente tava lá numa boa, Amu tava bêbada, Hyriuga cuidando dela, eu disputando queda-de-braço com alguns arruaceiros e o Legolelo jogando cartas e provocando a fúria da galera, ele blefa muito bem. A gente realmente não esperava que eles fossem sair da prisão tão cedo assim, ainda mais colocar a culpa na gente! - O paladino riu, agora que lembrar disso não doía tanto quanto na hora - Levamos uma surra colossal.

 

Karol soltou um "ai", e acompanhou os risos.

 

- A Amu trêbada abençoava pessoas nada a ver com a briga, o Hyriuga mal sabia manejar suas katares e chegou a usar elas como porrete, eu levei porrada adoidado por causa da Redenção e as flechas do Legolelo acabaram em pouco tempo porque tava difícil acertar qualquer um, caramba, que esquiva era aquela. Eles só pararam quando os mercenários apareceram de novo e aí fomos jurados de morte antes do grupo tentar fugir.

 

Karol se divertiu com o resto da história. Foram conversando mais, até então chegarem na Igreja.

 

- Bem... – A sacerdotisa colocou a mão na nuca antes de falar- Nos encontramos aqui, amanhã?

 

- Sim. Vou aproveitar para treinar pela manhã, talvez atrase um pouquinho. Mas, então...  10 e meia; depois do almoço?

 

- Nah, até as onze pode vir. Não vou demorar muito. – Ela olhou pra baixo um pouco encabulada, e retornou um sorriso feliz – Obrigada de novo, Ian. Até amanhã.

 

- Obrigado também, Karol. Foi divertido passar o dia com você. Até amanhã...

 

 O caminho até a estalagem foi tranquilo, noite estrelada de céu aberto, um movimento que continuava grande até mesmo na hora que quase toda cidade já dormia. Afinal, era a capital do Reino. 

 

Negociou um bom preço, conseguiu um quarto simples e uma cama macia, realizou sua rotina de antes de dormir e rezou, depois tirou um tempo para repensar o que andava acontecendo...

 

O outro dia estaria repleto de surpresas... Descansar não era uma opção agora, era uma ordem!

 

Mas, sem nenhum aviso, algo veio ficar em seus pensamentos, o fazendo rolar na cama de um lado pro outro. Dessa vez não era sobre sua amiga, nenhum tipo de aviso de perigo, apenas uma lembrança querida. Conselhos sábios, inesquecíveis, de uma pessoa que considerara um grande professor...

 

Lembre-se sempre, Ian. – O velho senhor falou ao mais novo paladino, com sua voz carregada de várias décadas, enquanto examinava aquele intricado escudo, que às vezes parecia brilhar um bonito, quase imperceptível, azul. – Essa é a certeza de que você concluiu as Provações que conhecíamos, mas...– Ele deu um suspiro antes de entregar de volta o equipamento- Se de uma coisa eu sei, é que as Provações talvez nunca acabem. Eles vão querer saber se podem realmente confiar em você, menino, então... Seja sempre melhor que ontem foi, isso é uma regra básica da vida. E se precisar ficar forte, que seja longe de artefatos e pessoas que prometem poderes inimagináveis. Lembre-se das histórias que te contei, ouviu? E, preste bem atenção, quando as coisas forem muito difíceis, lembre-se de ser flexível, e não rígido ao aguentá-las...

 

“O mais robusto muro quebra com cada golpe que sofre e eventualmente é destruído, mas, é a mais flexível das árvores que consegue se dobrar com cada pancada que leva, e que, no final do dia, ainda está de pé"


Notas Finais


Hehe, pra quem não lembra, "ao / pelo preço de custo" fica ao preço de cu nos balõezinhos de mercadores do rag. Os morangos que a galera vende a 500z são os maduros, que são comidas de pet, ao invés dos verdadeiros que recuperam sp. ASBUQWUE é quando você tá de saco cheio de bolar nome pra loja do seu mercador e dá uma cabeçada no teclado, heue.

Ó, comunidade br xD

Te vejo no próximo!


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