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História Guided Forth Anew (Fanfic Larry Stylinson) - Black Holes And Expectations


Escrita por: PrimmadonaGirl

Capítulo 37 - Black Holes And Expectations


Depois de tantas horas, a paisagem não havia mudado. Atrás deles, o mundo se dissolvia em máquinas e fios, uma visão modernista da vida. O som dos motores quase sobrepôs a voz de Louis quando ele finalmente resolveu quebrar o silêncio após a batalha, quando as paredes de metal continuavam intactas e inabaláveis.

— E então, Harry?

— E então o que?

— Vai, — Louis arrasta as palavras de modo impaciente. — você sabe do que eu to falando.

Harry arqueia uma sobrancelha de modo desafiador, olhando de relance para o homem mais velho. Toda conversa que começa assim é suspeita. É melhor ele ficar de olho.

— Sei, é?

— Aham. Do meu beijinho de agradecimento. — O outro dá um sorriso amarelo e com todos os dentes.

— Argh! — Ele chia. — Você é tão estúpido. Não sei porque te mantenho por perto.

— Porque você me ama, é claro. — Cantarola ele, como uma criança.

— É... — Ele divaga, pausando para respirar fundo. Sem pensar muito fundo sobre sua decisão, continua falando. — Você está certo.

Louis para de andar, sem saber se havia escutado aquilo direito. Sem mais nem menos, Harry havia admitido derrota?

— Harry?

— Não. Você tá certo. — Ele torna a repetir.

— Eu não to te entendendo.

Para ser sincero, o Paladino também não entende muito bem o que se passa. Mas há algo o dizendo para continuar, como uma voz bem dentro de seu coração dizendo que o certo a se fazer era simplesmente deixar tudo ir. Os sentimentos de orgulho, tristeza, raiva... todos eles, todos.

Talvez a batalha com os Archfriends tenha mudado uma coisa ou duas na sua cabeça. Além das dores corporais e de algumas cicatrizes que agora habitavam em seu corpo, contando histórias que ele rezava para esquecer, ele havia levado ao pé da letra o que Rubicante havia dito.

"Juntos somos mais fortes."

Aquela realmente era a mais pura verdade — e óbvio, também. Bastante óbvio. Tão óbvio que Harry quer dar uns tapinhas em sua cabeça por ser tão idiota e não ter percebido aquilo antes. E também, não esquecendo de outro fator importante, haviam as ações de Louis e as palavras sábias de Niall.

Tudo bem. Recapitulando o que ele havia dito várias vezes, tantas que ele não conseguia sequer lembrar qual era a frequência de tal, a verdade não podia ser ignorada: Louis havia, sim, mentido. É, o.k. Uma mentira, uma calúnia. Mas a coisa era que ele não havia matado algo além de monstros — tal ação não havia tido reação, para ser justo, então basicamente as consequências da mesma estavam perto de zero.

Mas no final do dia, Harry também sabe que omitir a verdade é, absolutamente e sem dúvida nenhuma, algo que não deve ser feito. Mas haviam coisas piores, coisas que, por exemplo, Zemus, Golbez e até mesmo Zayn haviam feito, por mais que nem todos da lista estivessem em sã consciência. Naquela situação que estavam, e perante as consequências apresentadas, ele podia facilmente concluir que haviam coisas mais importantes e cruéis que aquela. Haviam coisas mais sérias, como o mundo ser destruído ou morrer, do que simplesmente se rebelar contra a todos seus amigos como num drama adolescente.

É isso. Harry tem sua resposta agora.

— Não quero soar dramático. E sei que isso tá vindo do nada. Mas é verdade, tem coisas que a gente não pode lutar contra. — Ele dá de ombros, como se aquilo não importasse muito. — Você mentiu. Me enganou. — Frisa. — E foi sobre uma coisa importante. Eu entendo que não foi nas piores das intenções, mas mesmo assim aconteceu. As coisas são o que são, sabe? E mesmo assim, aqui estou eu, não conseguindo me manter longe de você. Engraçado como as coisas são, né? A gente tenta fugir das coisas para no final sentir falta delas.

— E sabe por que isso acontece, Louis? — O garoto sacode a cabeça em negação, apressando o outro para continuar. — Porque eu já fui muito fundo com você para te esquecer. Não tem como eu te apagar do meu coração de um dia pro outro, te ignorar para sempre por causa de uma mentira ou sei lá. Isso acontece porque eu te amo, cara, e às vezes isso dói pra caralho.

— Porque você me ama. — Louis testa as palavras na sua boca. As conhece, já as ouviu pelo menos umas cinquenta vezes vindas dos lábios do outro, mas ainda assim, causa surpresa toda vez que elas tornam a encontrar seus ouvidos.

— Porque eu te amo. — Harry repete. Estava cansado de lutar contra isso. — E não é nem questões de desculpas... Olha, foi mal. Eu to me enrolando. Deixa eu tentar mais uma vez.

Ele respira fundo, fechando os olhos.

— O que eu to querendo dizer é que não estou pronto para te perdoar ainda, mas se tem uma coisa que eu não posso negar, é que eu confio em você.

— Harry...

— Então como eu confio em você, sabendo que você tá fazendo isso tudo porque quer meu melhor e julgando que a hora certa chegará, não tem razão para eu ficar chateado com você.

— Harry... — Ele diz novamente, com a voz embargada. De todas as coisas que Harry havia lhe falado, de todas as promessas que havia lhe feito, de todas as reafirmações e juras de amor, aquela era, definitivamente, a coisa mais bela que já havia escutado. — Muito obrigado pela chance. Muito obrigado por confiar em mim. Obrigado por estar do meu lado mesmo nessa situação. Obrigado por tudo.

Louis tomba a cabeça novamente, como naquela primeira noite em Baron, quando Harry havia sido demitido de seu cargo nas Red Wings, sentindo as mesmas coisas que haviam passeado por seu coração antes. Harry era simplesmente estonteante. Não somente de beleza física, não era nisso que Louis estava pensando. O Arqueiro refletia sobre como aquele homem em sua frente possuía o coração mais puro do mundo.

Naquele momento, tamanha conexão que sente entre seus olhos conectados, novamente o famoso e cliché verde no azul, ele consegue até se convencer de que nem mesmo a morte poderia os separar. Nem mesmo uma explosão cósmica, caso eles fossem feitos de estrelas. Nem mesmo por barreiras, no dia que eles morressem e milagrosamente se tornassem parte de um grande oceano, como aquele que banha Mysidia.

Nem mesmo se eles fossem pedaços de matéria, para sempre juntos, e simplesmente vácuo ousasse entrar no meio daqueles dois. O vínculo nunca se quebraria. Louis tem absoluta certeza disso — e aquilo não o assusta nem um pouco. Até o conforta, para ser sincero.

Com as mãos trêmulas, ele tenta limpar as lágrimas teimosas que insistiam em cair, por mais que seu cérebro dissesse com todas as suas células nervosas que não havia necessidade. Mas o coração de Louis não ouvia e nunca ouviu, desde quando ele era apenas um Mago de Magia Branca na cidade pequena de Baron que namorava um Cavaleiro Negro.

O seu corpo de repente está pairando na frente do de Harry, e espere, como aquilo aconteceu? A força magnética que parece existir entre os dois o atrai para mais perto do Paladino, e então, seus lábios por fim encostam sutilmente em um dos lados do rosto de Harry. É um toque pequeno, gentil, quase como o batimento das asas de uma fada, mas ainda assim está ali.

A ação acaba mais rápido do que Louis gostaria; Harry consegue sentir a pele tocada tilintando, ansiosa por mais.

Ele pigarreia.

— Não era você que estava pedindo ainda a pouco algo como um beijo de agradecimento?

— Você disse que ainda não estou perdoado. — Louis aponta, como se aquilo fosse óbvio. — Não sei quais são os limites entre o que posso fazer e o que não posso.

— Você é tão idiota.

E então, não se passa nem mais um segundo até que por fim os lábios dos dois estejam colados. Não é na bochecha, é algo finalmente real. 

Os beijos, embora longos, são presunçosos e desleixados, uma vez que os dois homens não possuem desejo direto de mostrar dominância. Há, é claro, uma vez ou outra, mordidas fracas entre lábios — Louis estava tentando provocar o mais novo, como sempre.

Harry vai abrindo a boca na medida que os minutos se passam e ele vai ganhando confiança, porque afinal, seu namorado estava ali de verdade com ele e nunca iria deixá-lo. A realidade finalmente parece cair na mente do homem de olhos verdes, e então, a língua do outro finalmente vai de encontro a sua, o que é suficiente para fazê-lo soltar um gemido fraco.

Como era bom estar em casa.

Os próximos minutos se seguem assim: pequenos puxões de cabelo —  Louis secretamente amava o quão longo os fios de Harry estavam — e arranhões no pescoço, que provavelmente sumiriam no dia seguinte, mas nenhum dos dois está suficientemente preocupado para ligar para isso. 

Entretanto, por mais prazeroso que tudo esteja sendo, eles continuam no mesmo lugar: O Gigante de Babil não era o melhor local para realizar atos... carnais. Tanto pela privacidade, tanto pelo perigo. E então, não é surpresa alguma quando o momento entre aqueles dois é rapidamente quebrado.

— Harry! Louis!

— Argh... quem deve ser agora?

— Harry, — Niall esbraveja. — Não acredito que você está tão devagar hoje! — Olhos azuis se encontram com os de Louis, quase como em uma conversa silenciosa. Ele se cala repentinamente, logo gaguejando — É... hm... vocês podem vir logo? Achamos a Sala de Controle.

X

— Esses nódulos controlam o sistema operacional do Gigante. — A Lunariana instrui, com os punhos cerrados de nervoso.

Na sua frente, três esferas flutuam de modo serene em cima de um grande buraco de formato quadrado. Se por acaso alguém caísse ali, era provável que acabasse preso com as enginas. Em tons escuros como a própria noite de uma ponta até a outra, era até cômico pensar que eram apenas aquelas três tecnologias que controlavam a grande criatura que ameaçava destruir o planeta. Mas como aquela velha expressão diz, tamanho realmente nunca foi argumento. Louis iria gostar de ouvir algo do tipo, provavelmente.

— É enorme! — Liam murmura como uma criança na véspera de alguma festividade, boquiaberto.

A mulher de trajes azuis se vira, encarando o grupo de modo profissional, como se para frisar que suas palavras eram de extremíssima importância.

— Devemos destruir o nódulo de defesa primeiro, ou então ele vai reparar o núcleo da esfera maior. Se o ciclo se repetir, nunca derrotaremos essa... bem, essa coisa.

— Como você sabe disso, afinal? — Niall indaga.

— Como Lunarian, eu tenho um vasto conhecimento sobre coisas que não são da Terra. E esse Gigante, meu querido, — Ela pausa, passando as mãos pelas paredes de metal e cobre. — definitivamente não é desse mundo. Nem Rubicante aceitaria essa criatura no Inferno. É literalmente uma máquina de destruição.

— Então partiremos para a luta.

Logo após as palavras deixarem os lábios de Harry, os cinco viajantes são emboscados. Não é necessário dar um passo a mais para um som de alarme eclodir no ambiente. O som é consecutivo e inabalável, quase como se estivesse ali apenas para zombar do grupo, dizendo que eles não iriam conseguir sair dali com vida. Não naquelas situações, quando tudo estava protegido por um sistema de segurança hiper tecnológico.

Lasers vermelhos desceram imediatamente do teto; Harry se pergunta onde diabos todos aqueles objetos de defesa estavam escondidos até aquele momento. O homem de olhos verdes se sente, mais uma vez, passeando por um campo de batalha ao ver a cena final.

— Cuidado com essas coisas. — Halsey alerta, fazendo um gesto rápido para invocar seu cajado. — Não tenho ideia do que acontecerá se nos fazermos presentes.

Liam suspira.

— Deixe o trabalho sujo comigo, então. — Diz ele, sorrindo de lado para mostrar confiança. — Uma das minhas principais habilidades é ser rápido. Vai ser moleza.

— Se é o que você diz...

Com um aceno de cabeça, o jovem estende o braço na direção de sua capa decorada em tons lilases, a puxando para cobrir todo seu corpo com a mesma. Em um movimento rápido, ele de repente está do outro lado da sala.

— Merecia estar num circo de aberrações... — Niall murmura baixinho, como se para negar para si mesmo como ele estava maravilhado com aquilo. Porque afinal, quem Niall era para falar de aberrações quando ele mesmo invocava criaturas mágicas, não é mesmo?

— A gente vai ficar aqui te observando?

— Não. — O Ninja torna a responder. — Só deixe eu achar a fonte dos lasers que irei destruí—los. E então, acabaremos com os outros nódulos juntos.

Ele gira o Shuriken entre os próprios dedos, avaliando todo o cômodo com os olhos.

— Vai, cara, anda logo com isso! — Niall grita do outro lado. — A gente não tem muito tempo, sabe.

— Você fala como se eu não estivesse tentando!

Halsey resolve se intrometer.

— Deve ser o nódulo de ataque. — Ela, mais uma vez, instrui, apontando com os dedos na direção falada. — É o da direita.

— Ah! — Liam arqueja. — Mas é claro que eu já sabia disso.

Ele por fim se aproxima da esfera flutuante, lançando a estrela que carregava nas mãos. A ponta do instrumento pontiagudo instantaneamente se prende em um dos eixos do globo azul, cortando uma pequena parte do objeto. Não é o suficiente para destruí—lo de primeira, mas naquela pequena parcela de tempo que possuíam, teria que dar.

As luzes vermelhas que uma vez atravessaram o cômodo começam a gradualmente perder suas cores, até que se tornam apenas uma iluminação fraca e sem valor destrutivo. Trabalho dado é trabalho feito.

— Só cuidado ao virem até aqui, o.k.? — Liam olha de relance para o grupo. — Algumas luzes ainda estão de pé e outras não podem ser vistas a olho nu, então não é cem por cento seguro andar por aí. Se protejam com qualquer coisa que vocês carregam. Espadas, cajados... sei lá.

A travessia até o outro lado do grande cômodo é feita sem muitos problemas.

— Louis... — Niall chama, o olhando nos olhos. — Você sabe o que fazer.

O Arqueiro estreita os olhos, confuso.

— Um Dual-Casting? É força excessiva para adversários tão pequenos e imóveis.

— Louis, — Ele repete, soltando um suspiro sofrido. As vezes seus amigos conseguiam ser bem lentos quando queiram. Mas esse tipo de coisa é o que os faz serem únicos, no final das contas. — não se faça de idiota. A gente não sabe quanto tempo o Gigante ficará parado lá fora. Temos que correr.

— Ah. — Ele assente, se sentindo estúpido. — Tudo bem.

Com um sorriso pendurado no canto da boca, ele move os dedos cautelosamente até fechá—los em punho, acumulando boa quantidade de energia ali. Partículas de luz branca se encontram com o ar, com tamanha luminosidade que é quase impossível permanecer com os olhos abertos. Quase como o flash de um relâmpago em um dia de tempestade. Serene e sublime, pronto para te cegar.

Se sentindo num ritual macabro ou algo do tipo, — e como a situação era diferente, de fato, se ali estavam eles brincando com magia? — é a vez de Niall completar a mistura com o melhor que sabia fazer em termos místicos, rodeando as esferas de luzes com uma névoa cinza escura, quase negra.

Louis respira fundo ao segurar tudo aquilo em suas pequenas palmas, sentindo que carregava o peso do mundo nas mesmas. Um movimento errado e o feitiço poderia ferrar com todos ali. O.k. Era só ter calma.

— Cuidado aí, gente. — Ele adverte o resto do grupo. Definitivamente não podiam ficar no meio daquela... coisa. Não agora que estava tudo certo entre os cinco.

E, em um único instante, o feitiço é finalmente liberado.

A luz se funde com a escuridão no mesmo momento em que as orbes alcançam o pseudo painel de controle do cômodo, ricocheteando pelo ar. Harry não consegue decidir se de repente há um curto circuito ou se a luz do mundo simplesmente se esvaiu.

Os flashes continuam pelos próximos momentos, até que a iluminação por fim parece ter sido estabilizada novamente. Na sua frente, as estruturas das três esferas não podem ser mais vistas. Provavelmente — não, aquilo era uma conclusão e não uma hipótese — caíram no buraco e no momento se encontram estilhaçadas em vários pedacinhos lá embaixo.

Harry solta um suspiro, colocando a mão no coração. O sentimento era de puro alívio. Finalmente havia acabado.

— Conseguimos!

Halsey se mantêm imóvel por alguns instantes, logo concluindo:

— O Gigante finalmente parou de se mover.

De repente, um alto barulho rompe pelo ar. Mas é claro. Como se derrotar um gigante fosse ser tão fácil assim. Harry quer se bater mentalmente! Como ele pôde ser tão ingênuo? É o mesmo som de alarme de antes, mas dessa vez, mais severo, como se avisasse aos comandantes não existentes do Gigante que havia algo de errado com o painel de controle.

O Paladino cerra os punhos, já se preparando para algum ataque nem tão surpresa assim. Afinal, eram anos de experiência.

— Fiquem atentos. — Ele murmura para o resto do grupo, os observando acenar com a cabeça.

Os portões de metal localizados ao norte se abrem em um baque só, como a revelação de um novo segredo. O som de passos clicando contra o chão é finalmente ouvido, se aproximando calmamente como uma serpente. Entretanto, por mais que Harry esteja morrendo de curiosidade, ele não quer olhar quem é. Não quer olhar porque, sendo sincero, tem medo de quem seja. Tem medo de que suas expectativas sejam certeiras.

Pela primeira vez na vida, Harry tem medo de estar certo.

— Você!

A voz grossa e abafada por fim chega aos ouvidos do homem, como um tsunami vindo a toda a força na direção de um pedaço de terra. Preparado para destruição.

Os passos finalmente se cessam; Harry ainda está com a cabeça abaixada.

— Como você ousa se meter no meio disso?!

— Você... — Halsey treme desde os pés até a cabeça, devido a um arrepio que percorre seu corpo no momento. Era como estar cara a cara com um demônio. Poucos os segundos foram que ela havia o escutado falar, mas já havia chegado a conclusão que a situação estava bem, mas bem ruim. Pior do que imaginava. — Você é...

— Não consegue terminar uma frase, sua velha?! — Golbez cospe as palavras, deboche transbordando de sua voz. Um pequeno feitiço de nível um e aquela mulher provavelmente estaria morta. Era simples assim.

Mas a coisa era que Halsey definitivamente não era de levar desacatos para casa.

— Você ao menos sabe quem é de verdade? — A voz da mulher é pequena, tão delicada quanto um pedaço de vidro. Não conseguia acreditar que a situação havia chegado a aquele ponto. Os Cristais sentiriam vergonha.

— De verdade...?

Ela levanta as mãos para os céus, berrando:

— Awaken!

Um lampejo novamente rasga pelo teto, transformando o ambiente em luz e em apenas luz por alguns instantes. Era agora — Louis sentia. Era agora que a vida de Harry ia mudar. E não haveria volta: uma vez que você conhece a luz, nunca mais quer voltar para a escuridão.

Ou pelo menos, era assim que deveria ser.

O joelho de Halsey encontra o chão em um baque curto, não o suficiente para criar um grande machucado, mas ainda assim, cru e duro. Estava sem forças. Aquele feitiço simplesmente exigia demais de si, mas nada que ela não conseguisse aguentar. Havia se preparado anos e anos, cuidando de sonhos, pesadelos e corações para chegar a esse momento.

Harry não sabe quanto tempo se passa com todos em silêncio. Podem ter sido pelo menos dez minutos, ou pelo menos duas horas — ele não faz ideia. Porém, a tensão no ar é palpável demais para ser ignorada. A postura de Golbez... ela havia mudado. E Harry estava com sua língua coçando para perguntar o porquê.

— Por que... — Pela primeira vez em anos, o homem na armadura escura como a noite gagueja. Era a mesma pessoa que Harry havia conhecido há um tempo atrás em Fabul, no meio de toda aquela guerra e destruição, mas naquela noite, tudo estava muito estranho para seu gosto. — por que eu estava tão consumido pelo ódio?

Do que ele está falando?

As palmas de Halsey são fincadas no chão.

— Você recuperou os sentidos, então. — Diz ela, irônica. A cena do Palácio de Cristal se repetia mais uma vez: a mulher dialogava com as pessoas ao seu redor e Harry era deixado ali, perdido e sem saber sobre o que tudo aquilo se passava. — Será que... será que você lembra do nome do seu pai?

— O meu pai... ele se chamava Desmond.

Oi? Oi? Oi?!

Harry está louco. Definitivamente louco. Seus ouvidos... eles estão mentindo. Não há outra alternativa, se não... se não tudo aquilo seria verdade. E essa é uma das últimas coisas que pode acontecer.

O Paladino arregala os olhos, sentindo seu coração palpitar.

Ele procura os olhos azuis de Louis naquele pequeno monte de gente, sabendo que apenas precisaria de uma pequena confirmação para acreditar no que estava ouvindo. Mas as orbes do garoto estão frias, distantes, quase como se estivessem com vergonha.

— Então ele é... — Niall sussurra de modo falho. A gargante de Harry está fechada. Ele quer gritar, mas não pode.

— O irmão de Harry...? — É a vez de Liam completar, para seu horror. As palavras, agora finalmente jogadas no ar, o assustavam mais do que deveria.

Halsey pigarreia.

— Você estava sendo manipulado por Zemus. O seu sangue Lunariano te fez uma presa frágil para a maldição, e conectou os seus pensamentos com o dele. — Uma tosse corta a frase, porém ela continua o monólogo. — E pensar que os filhos de Desmond iriam ser postos a lutar um contra o outro!

O corpo da mulher cede por um instante, quase indo de encontro ao chão. Mas ela iria continuar. A sua missão ainda não havia acabado.

— Halsey! — Liam berra, ajoelhando-se para ajuda-lá.

O coração de Harry pesa imensamente. Sua cabeça dói. Ele nunca devia ter se metido nessa confusão, nunca mesmo. Nunca, nunca, nunca!

Mas no final das contas, tudo fazia sentido... aquela cena na Torre de Zot, quando Golbez poupou sua vida, a lenda da Lunar Whale, — dois ligados por laços de sangue, dois, não apenas um — o modo sigiloso que Halsey contava suas histórias e então, como a cereja na droga do bolo, as mentiras de Louis. Porra.

— Eu briguei com ele... — O homem de olhos verdes finalmente acha força para exprimir algum som, nem que fossem apenas algumas palavras. Ele tinha coisas a dizer, e precisava ser ouvido, nem que fosse a última coisa que fizesse. — Eu o odiei. Meu próprio irmão...

— Você é meu irmão. — A realidade finalmente parece entrar na cabeça de Golbez também. Seu rosto, ainda não conhecido pelos presentes, continuava impassível, mesmo carregando uma armadura que cobria toda a sua cabeça.

— Mas... — Harry lambe os lábios, ansioso. O mundo era injusto. As pessoas estavam sendo manipuladas por aí, e nada estava sendo feito sobre isso até agora. — se fosse eu, quem Zemus escolhesse para controlar, desde o começo... — Há um caroço bem no meio de sua garganta. A conclusão que ele havia chegado... era simplesmente cruel demais. — então os nossos papéis teriam sido invertidos.

Golbez balança a cabeça em negação, pela primeira vez parecendo ser uma pessoa real e não uma criatura das sombras.

— Não. — A voz dele é firme e grossa, tão grossa que parecia ser de mentira. — Havia escuridão em mim bem antes disso.

— O quê?

— Harry... fui eu quem abandonei você.

É como se o mundo tivesse se transformado em um vazio, e então, Harry está caindo para dentro da própria escuridão.


Notas Finais


OLHA O PLOT TWIST.
Agora só falta UM capítulo pra fic aqui no site não ficar atrasada comparada as atts do Wattpad. Chocadérrima. Não sei quando vou atualizar, provavelmente logo, mas se vocês derem aquele votinho ou comentário, eu posso voltar mais cedo do que previsto :) *piscadela safada* Enfim, um Próspero Ano Novo pra vocês. Que a luz dos fogos de artifício iluminem os nossos caminhos!!!

Se quiserem comentar sobre o capítulo ou tirar dúvidas, estou aqui.


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