História Half a Heart - The illusion

Eu estava no meu quarto ouvindo musica e falando com Malu pelo bate-papo,eu não tinha falado com a minha mãe desde que brigamos,também não havia descido pra  almoçar, nem lanchar nem nada na verdade, meu quarto era meu santuário e ela sabia disso por isso nem fazia questão de me chamar.

O que eu mais queria era ficar sozinha no meu quarto, sozinha com a minha vida, sem que ninguém pudesse questionar. Escutei o barulho da porta da minha mãe bater, foi o momento em que eu me levantei pra ir comer alguma coisa. Desci as escadas devagar sem fazer barulho, quando cheguei a cozinha tinha um pote enorme com creme de amendoim e outro com geleia. Peguei duas fatias de pão e passei o creme de amendoim com geleia, peguei uma garrafa de refri e voltei pro meu quarto me trancando novamente.

Fiquei no computador vendo coisas que não me importavam, entrei no facebook, no twitter, no tumblr, em todas as redes sociais que você possa imaginar, o tédio tava enorme. Um barulho da minha janela fez com que eu me assustasse, fui devagar para vê o que era e lá em baixo estava o Tom encostado em seu corola prata, seus cabelos balançavam ao vento.

Eu debrucei-me contra a janela, olhando para ele.

– O que você está fazendo aqui? – falei baixo torcendo para que a minha mãe não me ouvisse, ele se ajoelhou perto do carro, levantou as mão em minha direção.

– Rapunzel jogue suas tranças para eu subir – ele gritou.

Eu imediatamente levei meu dedo indicador ate a boca fazendo “Shiiii”, mas depois não me aguentei e cai na gargalhada, o Tom poderia ser tudo, mas uma coisa ele sabia que eu amava essas coisas infantis.

 – Seu louco, fala baixo eu estou de castigo – sussurrei e seus olhos reviraram.

 – Ei gata vamos á uma festa comigo agora? Vai ter de tudo bebida e um bando de coisas, esta afim?

Sorri e quando eu ia responder, senti uma presença entrar no meu quarto e uma voz falou atrás de mim.

– Você está de castigo ou se esqueceu disso? Esse vagabundo vai ter que esperar muito tempo ainda ate você sair do castigo Gabi.

 Me virei e a encarei, minha mãe além de ser estraga prazeres, não parava de chamar meu namorado de vagabundo ela tinha que parar de fazer isso. Eu revirei os olhos e voltei a encara-la, minha expressão era fria, eu estava com raiva, mas minha mãe não ela estava relaxada, sóbria, e isso me irritava muito. Não demorou muito e Tom começou a gritar, minha mãe deu um breve suspiro e se aproximou de mim.

– Gabrielle dê boa noite ao Tom e vá dormir, amanha são suas ultimas provas pra suas férias, então você precisa descansar.

Ela me deu um beijo na testa e foi até a porta, foi quando eu me dei conta de que ela pela primeira vez não tinha insultado o meu namorado, sem chama-lo de vagabundo ou algo do tipo, não me aguentei antes dela sai eu soltei.

- é dona Ana, que evolução viu...

 Mamãe me olhou e depois saiu, voltei à janela com a esperança que Tom já tivesse ido embora, mais não ele ainda estava lá, encostado no carro olhando para o chão, com um trago de cigarro entre os dedos, chutando pedras,me debrucei novamente na janela e o chamei.

– Desculpa meu amor, eu...eu não vou poder ir,eu estou de... castigo – Tom parecia não ter gostado, ele jogou o trago no chão, pisando e olhou em minha direção.

– E desde quando Gabrielle Moore é pau mandado da mamãe? Quem é você e o que fez com a minha namorada?

- Tom...

- Falou Gabi falou, cê que sabe menininha da mamãe, fui! – Ele entrou no carro, saiu de ré e dirigiu com uma velocidade impressionante desaparecendo na rua.

Fiquei olhando o espaço vazio que ele tinha deixado ali, pensando no que ele tinha acabado de dizer “E desde quando Gabrielle Moore é pau mandado da mamãe? Quem é você e o que fez com a minha namorada?” revirei os olhos e fechei minha janela.

Desliguei as luzes do quarto e deixei só as luzes do abajur ligada, deitei na minha cama e fiquei olhando pro teto, aquela imaginação não demorou muito... Ele estava certo e nunca obedeci meus pais por que agora eu obedeceria minha mãe? isso não faz sentido. Levantei em um só pulo e  sai correndo para o meu closet e peguei o meu vestido mais curto verde escuro, o sapato mais auto, arrumei meu cabelo esconvando-o e liguei pra Malu por que com certeza ela ia nessa festa por causa do Felipe.

(Ligação On)

- Ruiva gostosa? – disse quando ela atendeu

- Fala morena sexy - sorrimos

- Vai pra party hoje?   - disse já prontíssima

- Estava saindo de casa baby – ela sorriu e eu ouvi barulhos.

- Passa pra me pegar gata?

- Cadê seu namorado amiga?

- Longa história meu bem – sorri e ela também

- To passando ai Gah, se prepara ok beijos beijos beijos.

(Ligação Off)

Joguei o celular de volta na bolsa e caminhei ate a porta do meu quarto trancando-a,peguei meu gravador e me gravei ressonando para a minha mãe pensar que eu realmente estava dormindo e terminei de arrumar minha cama enxotando travesseiros para fingir que sou eu, tudo pronto. Desci devagar pela sacada sem fazer barulho e esperei a Malu, na lateral sem minha mãe ver claro.

~ Na festa ~

         Estava chegando perto da casa já podíamos ouvir a musica alta, olhei para Malu e sorri brevemente dando pequenas palmas, ela fez o mesmo. A porta da casa estava aberta, estava todo mundo dançando, bebendo e fumando. Malu que estava atrás de mim, logo desapareceu no meio das pessoas e eu fiquei sozinha.

Aproximei-me da mesa de bebida e peguei uma ice e fui para o meio da pista dançar, procurei entre todas as pessoas o meu príncipe chato quando avistei de longe Tom no meio da festa dançando e... e beijando outra garota.

Filho da puta! Apertei minhas mãos em volta da garrafa de ice temendo que eu a jogasse contra a rapariga e o cachorro, esperei um pouco quando a Malu apareceu do meu lado.

– iai amiga achou o Tom? - virei pra ela com raiva e ela se espantou com a expressão do meu rosto – o que houve?

Não consegui falar, estava imóvel perto da mesa, Malu ainda estava esperando a minha resposta e por eu não consegui falar apontei  em direção ao meio da pista de dança

– Filho da puta! – Malu disse e peguei uma garrafa de vodka virando ela na minha boca – Gabi você ta doida! – ela gritou me vendo virar a garrafa, eu era fraca pra bebida, então sei que vou fazer uma merda das grandes.

- Escreve ai o que eu estou te dizendo, isso vai ter troco – falei já embrulhando a voz.

Tomei mais um pouco da garrafa e Malu resolveu me acompanhar pegando outra de absolut e virando no copo dela, tomando tudo de vez, sem gelo, nem absolutamente nada. Brindamos e eu já tonta joguei o copo em cima da mesa.

- Aonde você vai? – Malu disse sorrindo

- Eu? Vou acertar umas contas gata, me espere ok – fui a mesa e peguei uma cerveja

- Se você diz baby – ela gargalhou.

Andei em direção a eles cambaleando, na minha mão estava uma garrafa cheia de cerveja, aprendi muita coisa com o Tom, principalmente a quebrar o gargalo da cerveja, em matéria de briga eu era uma aluna exemplar. Ao me aproximar dele quebrei a pronta da garrafa e derramei toda a bebida naqueles cabelos lindos dele.

- Eii o que você prensa que está... – ele falou virando e quando me viu ficou pasmo – Ga...Ga...Gabi – engoliu seco e eu dei um sorriso falso.

- Surpresa meu amor - disse apertando o rosto dele,fui em direção à garota e dei uma checada de cima a baixo nela  - hm e quem a nova puta palhaça que você esta pegando em?- disse andando em volta dela – Olha Tom querido ate que você tem potencial pra escolher palhaça bonita, olha pra mim sou uma linda né? - Falei olhando pra ela depois voltei a encara-lo.

Meus olhos já estavam ficando embaçados, olhei pra trás pra checar se Malu ainda estava lá e a mesma estava me observando com um copo de cerveja na mão. Olhei pro tom novamente e a garota passou em sua frente ficando cara a cara comigo. Oh coitada não sabe o que espera ela.

 - Querida pelo o que eu sei a única puta palhaça aqui é você! Afinal o que você quer com o Tom amorzinho? Não vê que ele esta comigo?

- O que eu quero com ele? Bem é uma pergunta boa, a primeira coisa que eu quero fazer com ele é cortar o seu bem mais precioso para que ele não possa mais enfia-lo em ninguém! E depois eu te dou ele de presente – Sorri

- Quem você pensa que é pra falar desse jeito do Tom?

- Sou a namorada dele... quero dizer a partir de hoje eu sou a ex- dele e você meu bem quem é?

- Eu... eh... sou uma amiga... – ela falou desconcertada.

- Amiga? – abri uma gargalhada – quer que eu diga quem você é? Você é uma vadiazinha que adora pegar homens comprometidos, da pra vê pela sua cara de puta e se você acha que esse papo de “amiguinha” vai funcionar comigo, esta bem enganada... ah lembrei, querida ele é muito área pro seu carrinho de mão, mas se você quiser arriscar a derrapar, vai a vontade que ele é todo seu – mandei beijos no ar e  olhei pra ele

- Gah... A gente pode conversar em outro lugar? – ele disse.

- Nunca mais apareça na minha vida, entendeu ?

- Gabi...

- Cala a boca! Não fala mais comigo Tom... só desaparece ok? – Falei virando minhas costas.

Caminhei pra sair dali quando esqueci de fazer o mais importante, voltei a frente da garota e sorri pra ela, a menina estava branca ainda não acreditando em nada, bem eu acho.

- Você não vai sair imune dessa...

Foi de uma só vez, virei minha mão na cara dela e a vadia caiu no chão de tão forte que foi o tapa, nem vi quem ajudou ela simplesmente sai em carreira torcendo para que as lagrimas que estavam acumuladas no meu rosto não caíssem, procurei  Malu  que já não estava mais no mesmo, ate que á vi  do lado de sentada com a chave rodando na mão.

– o que foi Malu? – ela me olhou de relance e se levantou indo em direção ao seu carro.

 Nós duas estávamos completamente sem condição de dirigir, eu estava cambaleando de um lado para o outro, mas a Malu estava pior, ela tinha bebido mais quando eu parei e fui arrumar confusão, ela não falava mais coisa com coisa. Peguei a chave da mão dela e me joguei contra o volante, foda-se a bebida, foda-se o Tom, foda-se tudo só queria chegar em casa e dormir.

A musica do carro tocava bem auto, olhei para Malu e ela estava dormindo em um leve sono, aquela sensação de cansaço estava invadindo meu corpo, foi quando cai completamente no sono.