História Half a Heart - Passeio por NY

Dei um pulo da cama, totalmente sem motivo. Eu estava espantada, o que já não era novidade! Olhei o relógio eram oito horas da manha, fala serio? Por que eu acordaria oito horas da manha? Sacudi a cabeça e deitei novamente, fiquei encarando o teto, era como encarar a mim mesma só que sem cor... ok isso não teve sentido! Mais desde quando eu tenho sentido? Peguei meu celular para ver se tinha alguma mensagem, mas não havia nada.

Fechei os olhos querendo pegar no sono novamente, só que barulho de passos no corredor me impediram. Levantei na ponta do pé e abri a porta devagar, Liam estava com a mochila na costa descendo as escadas devagar, me aproximei do corrimão e murmurei “Hãhã” assustando-o.

- É falta de educação sair da casa dos outros sem se despedir sabia? – cruzei os braços

- É bem contraditório, você falar de educação sem ter, não acha? – ele sorriu

- Você é muito mal agradecido Payne! – falei irritada - já vai tarde!

Disse dando as costas e voltei para o meu quarto. Quem esse garoto, pensava que era? O rei do... Do... Bem não sei, ele pensava que ele era o tal sem ser? Isso era ridículo na verdade o Liam era ridículo. Escutei batidas na minha porta, olha o cachorrinho se arrependeu foi?

- Eu não ia sair sem me despedir, só para deixar claro. – ele disse assim que eu abri a porta.

- Legal, para você! Agora já pode ir. – disse tentando bater a porta, mas ele colocou o pé impedindo.

- Você é impossível, Gabrielle!

- Você me diz isso desde primeiro dia que me conheceu – forcei o sorriso – quando não está dizendo que eu sou impossível está me chamando de “puta”

- Nossa! E lá vamos nós de novo. – ele revirou os olhos – Toma! E Tchau.

Liam me empurrou um bilhete e logo deu as costa. Bati a porta com força e joguei o bilhete contra a minha escrivaninha. Não eu não estava curiosa para saber o que tinha escrito, na verdade foi bom mesmo ele ir embora, não estava mais querendo olhar para ele mesmo, foi melhor assim... Quem eu estava querendo enganar? Levantei e fui até a escrivaninha, abri o bilhete devagar.

“Desculpa sair sem avisar, não queria mais causar incomodo, obrigado por me hospedar essa noite e eu espero que volte para o Tennessee... então ta! Até! Xx Liam”

Ok, agora eu to me sentindo mal! Tecnicamente chamei ele de mal educado e expulsei da minha casa. Que pessoa legal eu queria me tornar fazendo isso? E por algum acaso eu queria ser legal com o Liam? Não... sim... não sei! Ah merda Gabrielle! Você tinha que está confusa? Logo agora? Logo por ele? Larguei o bilhete no chão e corri porta a fora.

- Liam espera! – disse cansando, quando cheguei na porta da rua.

Liam parou e olhou espantado vendo uma garota de pijama preto chama-lo. Cocei a cabeça e ele se aproximou de mim ainda serio, com motivo, ele já ia pegar o taxi que estava parado na porta da minha casa. Sorri para o motorista que me respondeu coma revirada de olhos. Voltei a olhar para o Liam que já estava em minha frente.

- Desculpa, ta? Sou rude e muito ignorante as vezes.

- As vezes? – ele ergueu a sobrancelha.

- Cala a boca! – revirei os olhos – Queria saber se... Você não quer conhecer Nova Iorque?

- Com você? Não!

Oi?? Eu venho aqui, peço desculpas e ele me trata assim? Filho de uma puta, bem putinha de todas as putas! Se arrependimento matasse eu estava dentro de um caixão nesse exato momento. Dessa vez não era o Liam que era idiota e sim eu por vir pedir desculpas, o que estava totalmente fora dos meus princípios com ele.

- Serio mesmo? – falei puta – ta bom!

Revirei os olhos e dei as costas, senti meu braço sendo puxado e voltei ao encontro dos olhos dele.

- Você tem que aprender a brincar garota!

[...]

Estacionei o carro em frente a uma butique bem famosinha, eu e o Liam descemos por que agora teríamos que ir a pé, ninguém merece o engarrafamento de Nova Iorque sinceramente. Caminhamos um pouco e o levei na minha cafeteria preferida e lá estávamos nós em plena Times Squere sentados tomando um café e por incrível que pareça, em paz.

Eu acho que a Times é um dos meus pontos turísticos, depois do Central Park claro, preferidos. Ir lá a noite era deslumbrante, em todo ano eu e a Malu tirávamos um dia para ir em todos os pontos turísticos de Nova Iorque, e olha levava o dia inteiro, o mais importante era que nós divertíamos demais.

- Aqui é grande né? – Liam disse cortando meus pensamentos.

- Mais do que você pode imaginar, Liam Payne – sorri

- Quem diria que eu um garoto de uma cidadezinha do Tennessee, que no máximo chegou a ir a Nashville, estaria em Nova Iorque tomando café em plena Times Squere – ele sorriu pra mim.

Tudo bem, calma Gabrielle! Esse sorriso não significava nada, só uma oferta de paz, lembra que você não gosta do Liam... não, não gosta! Sim você não gosta de gostar dele, nós sabemos! Puta merda, quem eu queria enganar? Eu... poderia sim estar sentindo algo, bem pequeno para deixar claro, pelo Liam e isso me deixava com muita, muita, muita raiva. Por que? Simplesmente por que eu e o Liam não combinávamos, caramba éramos totalmente diferentes! E nós tínhamos ódio um do outro, não tínhamos?

- Gabi? Oie alguém ai? – Liam disse estalando os dedos em frente ao meu rosto me voltando de volta a terra.

- Acho que está na hora de irmos, Lady Liberdade nós espera.

Sorri levantando e o Liam fez o mesmo, voltamos para o carro com destino a estatua da Liberdade, que não era um dos meus lugares preferidos por um simples motivo, lá era mega ultra alto e eu tenho certeza que o Liam iria querer subir.

Evidentemente eu estava certa, tive que leva-lo lá em cima, uma tortura para ser mais exata, até por que né?! Digamos que não uma experiência bem divertira, tive que tirar fotos dele e tive que tirar fotos com ele, por insistência claro. Acho que nunca agradeci tanto a Deus como eu agradeci quando cheguei no chão, verdade, eu estava tremendo por dentro e não via a hora de entrar no meu carro com destino ao Museu Metropolitano, eu adorava ir ali.

Assim como a Times Squere, o museu ficava muito mais deslumbrante a noite, mas como eu não estava muito afim de levar o Liam nesses locais a noite, ele vai de dia mesmo e sem dar um piu! Chegamos no local e eu sai para comprar os ingressos. Cada obra de arte daquele local me deixava fascinada, eu gostava de arte... tipo muito! Quando eu era menor pensava em ser artista, mas... as coisas mudaram.

- Eu não to entendendo nada disso aqui sabia! – a ignorância em pessoa me tirou do meus pensamentos.

- Como não? Isso é arte Liam, apenas.

Sorri e ele revirou os olhos.

- Isso é chatice, apenas chatice.

Viu? Como poderia gostar de alguém que não apreciava a arte? Era tecnicamente impossível, ou seja, totalmente fora de cogitação. Depois de muita insistência dele, resolvemos ir par ao nosso próximo destino a minha perfeita Central Park. Acho que a partir do momento que eu entro lá eu me sinto uma verdadeira criança, já disse que amo aquele local? Serio me sinto bem ali.

Entrei puxando o Liam como se fosse mesmo uma criança, ele só fazia gargalhar de mim. O que? Será que eu não podia ao menos tirar um proveito daquilo? Claro que sim! Puxei o Liam pelo Central Park e ao enquanto caminhávamos conversávamos sobre tudo, todos os assuntos possíveis, eu contei pra ele sobre muita coisa, principalmente em desrespeito ao meus pais. Acho que me abri mais com o Liam em um dia, do que com a Maria Luiza em 12 anos e isso é bem impressionante. Ele também me falou dele, sobre sua vida, sobre como ama basquete e é o craque do time, como ele ama cantar e tocar musica e também compor, me contou sobre as loucuras que fazia na infância, em resumo me contou muito sobre sua vida.

Paramos em frente a um carrinho de picolé e eu estava doida por um, caminhar cansa, ainda mais nesse sol.

- Você quer de que? – perguntei

- Quer de que o que? – Liam perguntou distraído

- O picolé Liam! Ta dormindo?

- Ah sim, foi mal – ele sorriu – chocolate.

- Tudo bem

Voltei minha atenção para o moço do carrinho pedindo dois de chocolate, entrei para o Liam e fomos sentar nos bancos. Não era mais estranho conversar com ele sem brigar, posso chegar a dizer que até nós tornamos amigos. Isso mesmo A-M-I-G-O-S! Difícil de acreditar vindo de mim? Muito!

- Você ta toda suja – ele disse sorrindo e pegando o seu polegar passando no canto da minha boca e retirando o que tinha de sorvete – pronto.

- Obrigada – sorri envergonhada.

- Você tem razão em amar essa cidade... ela é deslumbrante.

Deslumbrante é a palavra que eu falo para descrever minha New York desde que eu me entendo por gente, então eu estendia muito bem o que ele estava sentindo naquele momento. Se chamava, paixão pela cidade, era isso que a Malu vivia dizendo... Malu... estava em divida com ela e se eu não pagasse teria que a ver em sonho novamente.

- Liam... – disse chamando-o – antes de voltar para casa será que podemos passar em um lugar?

[...]

Cemitério não era o tipo de local que eu amava frequentar, não gostava muito de estar perto de pessoas mortas...ou pelo menos suas covas, mas eu não poderia deixar esse meu medo bobo me impedir de visitar o tumulo da minha melhor amiga, eu não me sentia responsável como antes, mas eu me sentia responsável de alguma forma e o mínimo a fazer era ir lá.Pedi para que o Liam esperasse no carro, eu não iria demorar, recolhi as flores que havia comprado no caminho e segui o meu caminho até o tumulo dela.

Era meio difícil não chorar, eu estava diante de sua lapide, estava diante de um corpo que antes vivia e era minha melhor amiga, eu estava diante de uma das pessoas mais importantes que eu perdi. Sim,era muito difícil não chorar. Abaixei retirando folhas mortas que cobriam a foto e a grama verde de cima do seu tumulo, coloquei as flores, lírios para ser mais exata, eram os seus preferidos. Repirei fundo tentando conter as lagrimas.

- Desculpa ta? Eu não te abandonei, eu só tentei recomeçar... é meio difícil quando se tem uma culpa na cabeça, mas eu to conseguindo. – respirei – se te deixa feliz quero te informar que ate quando você está morta, você está certa! Sim estou falando do cara do quarto de hospedes.

Sorri e depois as lagrimas vieram mais fortes.

- Eu sinto sua falta Maria, sua chata, idiota, babaca que conseguiu transformar os meus dias escuros em felizes... – levantei – obrigada, por nunca ter me abandonado.

Senti minha cabeça girar um pouco e começar a doer muito forte, minha nossa! A dor estava insuportável, sacudi a cabeça um pouco tentando ver se melhorava, péssima ideia! Piorou e muito. Dei dois passos para trás e quando senti que ia cair uma mão segurou minha cintura.

- Você ta se sentindo bem? – a voz do Liam disse

- Não muito, eu to tonta.

- Ta vem cá, eu dirijo.

 Ele passou minha mão pelo seu pescoço e me carregou no colo, sim ele me carregou no colo! Se minha cabeça não estivesse doendo muito eu lutaria contra aquilo, mas como eu não tinha condições de bater boca, decidi aceitar.

Liam me pós no carro com muito cuidado e naquele exato momento a única coisa que eu queria era chegar em casa e vomitar, ah e claro tomar uma aspirina. Na verdade precisava de uma aspirina naquele instante, vasculhei minha bolsa e achei uma única, engoli seco mesmo. Olhei de relance para o Liam e ele tinha ativado o GPS do celular para saber como chegar na minha casa, bom garoto.

O carro parou na garagem e eu rapidamente desci, precisava correr para o banheiro e depois claro, tomar outra aspirina. Dito e feito não consegui nem subir as escadas para ir ao meu quarto, cheguei ao banheiro de hospedes e despejei tudo, eu havia ficado mal do nada! Literalmente do nada. Lavei meu rosto no me encarei no espelho, estava péssima, coloquei um pouco de água na minha cabeça quando comecei a ouvir um bate boca vindo do hall.

Abri a porta espantada e caminhei ate o hall,quando me deparei com o Liam e o Tom brigando, sim BRIGANDO! Mais que diabos...

- O que ta havendo aqui? – disse, inutilmente,pois fui ignorada.

- Você não passa de um covarde! Tem medo de enfrentar homem de verdade – Liam gritou

- Eu to procurando o homem aqui, cadê?! Você chegou agora, não sabe de nada que eu e ela temos– Tom também gritou.

- Por que diabos vocês estão brigando? – foi a minha vez de gritar

Prendi a atenção dos dois.

- Era por isso que você não queria sair comigo? Você mentiu dizendo que não tinha ninguém e ta ai se agarrando com ele. – Tom disse em um tom irritado.

- O que?? Pirou Tom?

- Vocês tavam se pegando enquanto o burro aqui achava que tinha chance.

- Você ter chance com ela? Eu duvido muito! – Liam sorriu sarcástico.

O que não foi muito bom, Tom partiu para cima dele esquecendo até que eu estava ali. Liam e Tom começaram a se bater no meio do meu hall e eu estava ao ponto de matar os dois! Esperei por mais dois socos do Liam, que era o que menos apanhava,  no Tom, para me meter.

- Chega!!! – gritei – Patético, vocês dois!

Me meti no meio, impedindo que eles voltassem a se matar novamente! E se isso acontecesse eu juro que botava os dois para rua naquele instante, de tanta raiva que eu estava sentindo deles.

- Tom sai da minha casa! Você não mudou, continua o mesmo idiota que sempre foi! – revirei os olhos abrindo a porta – burra eu de pensar o contrario.

Não dei chances dele falar nada, só o queria fora dali o mais rápido possível. Eu não estava bem e ainda vem brigar na minha frente, é pedir pra ser expulso e ainda xingado de todo jeito possível... fala serio. Bati a porta e voltei a olhar o Liam, ele estava encostado na parede sorrindo.

- Você também é um idiota!

Ele sorriu ainda mais.

- Do que está rindo garoto?

- Desse menino, ele é patético – ele disse e tocou na ferida aberta na boca

- Me diz Liam, por que diabos você se meteu nessa briga com o Tom mesmo?  - ergui a sobrancelha.

- Por que eu quis!

- Isso não é explicação! – cheguei mais perto – por que? Me diz.

- Por que... por que... – ele coçou a cabeça – ah foda-se! Por que eu gosto de você!