História Half a Heart - Acho que também gosto de você

No capitulo anterior 

- Isso não é explicação! – cheguei mais perto – por que? Me diz.

- Por que... por que... – ele coçou a cabeça – ah foda-se! Por que eu gosto de você!

- O que? - Disse me afastando dele.

Liam estava gostando de mim? Era isso que eu havia escutado? Claro que era isso, eu não estava nem um pouco surda... Bem eu acho. Sim Gabrielle, Liam James Payne havia acabado de dizer que estava gostando você acredite! Acreditar? Acreditar! Sim eu tinha que acreditar por que aquilo estava realmente acontecendo e eu não estava nem um pouco irritada, chateada, zangada, intrigada nem nada do tipo. Eu estava... Feliz? Puta merda, eu estava feliz! Feliz por saber que o Liam também gostava de mim.

- Isso que você ouviu Gabrielle! – ele revirou os olhos e se aproximou de mim – Eu to apaixonado por ti, por esse seu jeito irônico e sarcástico de falar e levar a vida, por esse seu hábito idiota de tentar mandar nas pessoas, por suas brincadeiras infantis e irritantes que me tiram do serio e que só você faz e por esse jeito babaca de me enfrentar...

Eu fiquei imóvel, minhas pernas não conseguiam ir nem para frente nem para trás, simplesmente haviam travado. Meu coração? Não sei por que mais ele estava a mil por hora... na verdade eu sabia o por que só não tinha coragem de admitir para mim mesma que... que eu estava gostando daquele que a dois dias atrás era meu pior inimigo.

- Demorei a entender... – ele continuou e me tirou dos meus pensamentos – e depois do nosso beijo na cachoeira e da dança no festival eu fiquei confuso e só quando você veio para New York eu percebi que o que eu sentia por você não era raiva... Era algo mais,eu meio que te amo Gabrielle.

Respirei fundo, meu coração estava tão acelerado que eu temia dar um treco na hora.

- Liam eu... – juro que tentei não sorrir, mas era inútil... soltei um sorriso fraco – Acho que meio que te amo também.

Liam Payne abriu um sorriso bem idiota e se aproximou de mim, uma mão dele foi parar na minha cintura colando mais o corpo dele ao meu, a outra mão foi a minha nuca e aconteceu. Nossos lábios tocaram e se moveram em uma sincronia incrível, como se fossem feitos um para o outro.

Senti como se meus pés não estivessem mais no chão – E não, eu não estava com aquela baboseira que todas as garotas, vulgo patricinhas, apaixonadas ficam falando quando estão com alguém que gostam, do tipo “estou ouvindo sinos” “meus pés estão nas nuvens” “estou sentindo borboletas no estomago” e outras frescuras mais -, e não estavam.Liam havia me suspendido como se fosse um jeito mais fácil de me beijar e isso só por que eu sou um pouco baixa. Não consegui não sorrir da situação e me afastei.

- O que foi? – ele disse sorrindo.

- Eu e você, isso que foi... – sorri acariciando o seu rosto – é estranho, por que até dois minutos atrás eu não te suportava e você também não me suportava.

- E quem disse que eu te suporto? – ele soltou uma gargalhada – Você é chata, Gabi, mas eu gosto de você desse jeito sendo marrenta.

- Você é um idiota Liam! – revirei os olhos e recebi um beijo como resposta.

- Você me ama.

- Não amo, não! isso aqui – falei sinalizando a situação – foi só por que você me pegou desprevenida

- Ta, ta bom, eu vou fingir que acredito e você finge que não quer me beijar.

- Mas eu não quero te...

Tarde de mais, nossas bocas já estava coladas de novo. Merda, merda, merda! Mil vezes merda! Eu estava zangada e feliz agora, por que primeiro a Malu estava tecnicamente certa, como sempre. Segundo por que eu tinha prometido para mim mesma que nunca ia ficar com o Liam e tinha acabado de quebrar essa promessa, mas quer saber... no fundo no fundo eu estava querendo isso.

Escutamos um “hãhã” e rapidamente nós separamos, minha mãe estava parada na porta da cozinha limpando as mão em um pano de prato e ao mesmo tempo sorrindo para mim e para o Liam.

- O almoço está pronto – ela ergueu a sobrancelha.

Liam assentiu e acelerou para dentro da cozinha, ultrapassando minha mãe que estava sorrindo da cara dele. A repreendi com o olhar, sabia que no fundo ela estava feliz em me ver com alguém que ela gostava.

- Para! – disse cruzando os braços – você ta envergonhando ele.

- Eu? Claro que não – ela sorriu e se afastou da porta da cozinha, para o Liam não nós escutar

- Ele ficou envergonhado mãe! To falando serio, não fica olhando pra ele como a senhora estava agorinha.

- Relaxa amor, vamos almoçar – ela abriu uma gargalhada.

Revirei os olhos, minha mãe é impossível.

- Gabi – ela me chamou, virei e a encarei – boa escolha.

- Por que? – levantei a sobrancelha.

- Ele gosta de Dr. House! É perfeito pra você – ela caiu na gargalhada.

Sim! Minha mãe estava zoando comigo, eu realmente estava sem moral... ou tinha perdido minha moral em algum lugar, perfeito. Agora só faltava minha mãe ficar zoando da minha cara o dia inteiro por causa do Liam, só faltava mesmo isso.

[...]

- Você sabe que eu vou ter que voltar para o Tennessee hoje né? – Liam disse acariciando meu cabelo e me fazendo abrir os olhos e encara-lo.

Estavamos no meu quarto, ele estava sentado no cão e eu estava deitada no seu colo. Nós estávamos tentando assistir o filme, mas sinceramente nem estávamos prestando atenção. Era estranho estarmos os dois na maior paz, sem brigar, nem insultar ou nem nada parecido e era bom... sei lá, essa experiência estava sendo boba.

- Verdade? Você não pode ficar mais um pouco não? – encarei ele.

- Se eu ficar mais um dia longe de casa mais pais me mata, eles acham que eu estou em Nashville na casa de um amigo para resolver umas coisas minhas – ele suspirou – se eu ficar mais um dia longe eles vão estranhar.

- Ah mais... ta... tudo bem, quer que eu te leve para o aeroporto?

- Como assim? Não vai voltar comigo? – ele disse e eu levantei para encara-lo.

Eu tinha acabado de chegar em Nova Iorque, não tinha cabimento eu sair daqui e ir para o Tennessee de novo, o que eu ainda tinha lá? Amigos e o Liam! Mas aqui eu tinha minha mãe e eu estava com saudades dela, muita mesmo.

- Não, por que voltaria? Meu lugar é aqui...

- Eu pensei que eu vindo para cá...

- Me faria voltar para o Tennessee? – sorri – você pensou errado, Liam, eu não volto para o Tennessee.

- Por que? – ele disse insistente.

- Por que minha vida, está aqui não lá.

- Mas eu estou lá... – ele piscou.

- Você acha que só por que a gente meio que se resolveu, eu vou largar minha vida aqui e me mudar para o Tennessee, largar minha mãe e coisa do tipo? – sorri – tolice.

Sim era exatamente o que ele achava, mas sinto muitíssimo querido Payne você estava totalmente enganado, por que motivo eu sairia de Nova Iorque? Tudo bem que eu estava de férias, mas sei lá. Eu tinha acabado de retornar.

- Está na hora de eu voltar – Liam falou se levantando.

- O que? Não sei voo nem é agora – falei me levantando logo atrás

- Só que eu tenho que chegar antes – ele disse serio.

- Liam, você ta assim por que eu não vou voltar pro Tennessee?

Levei o silencio como resposta, Liam saiu pela porta do meu quarto me deixando sozinha ali. Ah não ele não vai embora assim e ainda mais me fazendo sentir culpada por ele estar assim! Que diabos está havendo comigo? Eu nunca me senti mal por causa de garoto nenhum e por que eu estava sentindo agora? Isso era muito louco e novo para mim. Desci as escadas correndo e me coloquei na frente dele antes de o mesmo abrir a porta.

- Espera Liam... – disse fazendo-o me olhar – Você ta assim por que eu disse aquilo?

- Como você mesma disse sua vida aqui, do mesmo modo que a minha é lá! Não podemos largar tudo certo? – ele suspirou – pode me dar licença? Tenho um voo para pegar.

Oi?? A gente mais tinha ficado juntos e já tivemos nossa primeira briga? Que casal é esse que não consegue passar nem duas horas em paz! Liberei a passagem para ele, o vi sair com a mochila e caminhar até onde a janela me permitia ver. Legal, eu descubro que amo o Liam e ele volta para o Tennessee e tudo isso por que eu não queria ir com ele! Isso é um maximo.

Caminhei até a cozinha e minha mãe estava preparando um bolo de chocolate, que aparentava estar delicioso por sinal.

- Chame o Liam, amor. O meu bolo já esta ficando pronto – ela disse toda sorridente.

- Isso vai ser meio impossível agora mãe.

- Por quê?

- Porque ele deve está pegando um taxi e indo para o aeroporto nesse exato momento.

Minha mãe parou e me encarou

- O que houve? – ela disse preocupada.

- Ele tinha que voltar para o Tennessee e queria que eu fosse junto – suspirei – só que eu não posso largar minha vida aqui, a senhora e sabe tudo.

- Você gosta dele?

- Eu acho que sim...

- Então, aproveita enquanto você ainda tem – ela sorriu – tem muita garota bonita atrás de um cara lindo como aquele que ainda curte Dr. House.

-Não viaja mãe, tem você também né!

- Ah amor, não se preocupe comigo – ela sorriu – tenho certeza que o Richard vai cuidar muito bem de mim, termine suas férias no Tennessee e depois volte.

- Tem certeza?

- Absoluta – ela sorriu.

Levantei e abracei minha mãe, bem forte mesmo. Ela era uma amor de pessoa e só tinha me dado esse conselho por que era em relação com o Liam, por que se não fosse, duvido muito.

- Posso pedir mais uma coisa? – eu disse.

- Claro

- Me da carona par ao aeroporto? - disse com um sorriso meigo.

[...]

“Voo 774 com destino ao Tennessee, embarque imediato”

O rádio disse assim que eu cheguei na área de embarque, já tinha me despedido da minha mãe ela ficaria bem com o dr gatinho que ela tinha arranjado. Sei que ela ficaria muito feliz com ele ali e eu? Bem ia aproveitar que tinha encontrado o carinha legal para mim e não deixa-lo escapar tão rápido assim.

Voltar pro Tennessee teria suas partes boas e ruins, boas é poder rever meus amigos e a Molly, e ruins por que eu teria que continuar convivendo com cobra a Margaret e isso me deixava super hiper irritada. Só de dividir o mesmo ar que ela na verdade. Agora vem a parte mais difícil de todas, se eu e o Liam estamos mesmo tendo isso como eu iria contar para Ariel? Não, não ia ser fácil chegar para ela e dizer “oi amiga, peguei seu ex-namorado em Nova Iorque!”, pelo contrario seria muito, mas muito difícil.

Avistei uma pessoa sentada com fones de ouvidos e de cabeça baixa, sim com certeza aquele era o meu Liam. O acento do seu lado estava vago, pus minha mochila na parte de cima e sentei ao seu lado, em nenhum momento ele tinha percebido que eu estava do seu lado. Acho que ele estava preocupado demais, me odiando em sua mente.

- Sabe o que dizem sobre aviões? – disse tirando um de seus fones, fazendo-o virar com irritação até me ver.

- Gabi? – ele falou surpreendido

- Eles dizem que 90% das vezes você encontra o amor da sua vida por acaso no avião – falei sorrindo.

- Eu pensei que você...

- É, eu percebi que tinha alguns motivos pendentes no Tennessee. – sorri

- Serio? E quais?

- Atentar os meninos, matar a saudade das meninas e da minha irmãzinha – coloquei os dedos no queixo – e tenho que ficar o máximo possível perto de você.

- Não era você que não me suportava?

- Eu não suporto – sorri e dei um beijo nele – mas vou aprender a suportar.