História Half a Heart - Esperança

~ Uma semana depois ~

Carol Pov.

Joguei-me novamente na cama com o notebook no colo, precisava ver as coisas que o meu novo agente havia me mandado. Sim, eu tinha realizado o que eu queria e nem precisei ir para Paris e participar do concurso. Quando estava em Nashville a senhorita Denise Parker, que é simplesmente a diretora da Paris Fashion Models aqui na américa, veio conversar comigo pedindo para que eu fizesse umas sessões de fotos... e o resultado?

“ Carol, eu admiro muito o seu potencial, creio que fiquei um pouco intrigada quando o Derek chegou aqui falando sobre você e agora entendo o motivo, por isso nós da Paris Fashion Models temos a honra de dizer que você está contratada sem precisar ganhar o concurso.”

Não preciso nem dizer que na hora eu simplesmente surtei, pirei e abracei ela e o Derek, caramba eu tinha acabado de realizar meu sonho... entretanto, com tudo isso tinha vindo o termino com o Louis e a bomba da Gabi. Eu sabia que no fundo estava sendo egoísta por esta em tamanha felicidade no meio de tanta desgraça.

Sentei na cama e meus olhos foram automaticamente para minha mesa, lá estava pendurado na parede meu porta retrato com quatro fotos minhas e do Louis, eu não sabia que não tinha tirado aquela dali depois do nosso termino eu joguei todas as fotos dentro de uma caixa, com intensão de tocar fogo... mas eu não consegui. Levantei e caminhei até o porta retrato, ele estava ali, olhando pra mim, me amando assim como eu amava ele. Louis você não tem ideia do quanto eu estou sentindo sua falta.

- Maninha? – Liam disse atrás de mim.

Virei devagar e ele me abraçou, eu não chorei, não conseguia. Eu estava triste, mas a culpa por ter falado tudo o que eu falei pra ele estava me consumindo, ele estava com medo de me perder e eu o chamei de egoísta... eu estava sendo egoísta.

- Vou falar com ele Liam, você sabe onde ele esta?

- Olha... os meninos marcaram de ir no Galpão, parece que vai ter karaokê ou algo do tipo, eu vou pra Nashville e de madrugada volto.

- Tudo bem, obrigada – respirei fundo e peguei meu celular – Liam... Você não acha que esta se tornando muito cansativo ir pra Nashville todo dia?

Ele me encarou e respirou fundo.

- Eu amo a Gabi, Cah e iria até pra Nova Iorque todo dia se fosse por ela – ele veio pra perto de mim – não importa a distância, o que realmente importa é estar com quem amamos, consegue entender? 

- Consigo sim mano, você está fazendo por ela o que eu deveria ter feito pelo Louis – tentei ter forças para sorrir, mas não consegui – eu tenho que parar de ser egoísta.

- Vai dar tudo certo – Liam deu um beijo na minha cabeça e saiu.

Vai dar tudo certo, será?

[...]

Cheguei na frente do Galpão e sem fazer a mínima ideia do que ia fazer, quando vi a quantidade de pessoas dentro percebi que seria impossível achar o Louis, deveria desistir? Não, isso estava fora de cogitação, ele nunca desistiu de mim então porque eu desistiria dele? Não mesmo.

Procurei por vista o Harry, o Zayn e nada, merda... só tinha um jeito de identificar ele no meio daquela multidão, de cima do palco e para isso eu teria que cantar... ótimo, eu já amava cantar em publico pra não dizer o contrario, talvez se eu...

- Está aberta a hora do Karaokê, queiram chegar meus amigos!

Me apressei e subi logo no palco, até o momento ninguém prestava atenção e eu agora teria que encarar todas aquelas pessoas e me declarar para o Louis diante da metade da cidade... ah claro, seria super fácil... ou não. Puta merda Louis, o que eu não faço por você.

Louis Pov.

Estava voltando do bar com o Zayn, tínhamos pegado quatro cervejas porque os bonitinhos não estavam afim de sair da mesa. Faz sentido por uma parte eles não queria perder nossa mesa. Chegamos e demos a cerveja para os meninos, sentei de costa para o palco e de frente para a porta, queria olhar as meninas que chegavam afinal eu estava solteiro, só que estava difícil por ter tanta gente no Galpão.

- Eu estava lembrando do dia que a Camila quase me engole vivo aqui – Harry disse sorrindo

- Minha namorada é meio delicada – Niall gargalhou.

- Só se for delicada como uma porta – Harry retrucou e Niall deu um tapa nele.

- Não falem mal da minha irmã, ela pelo menos é menos agressiva que a minha namorada – Zayn disse sorrindo

- Ah nisso eu vou ter que concordar, a Ariel puxou toda a maldade da família. – Niall disse dando um gole na cerveja.

- E a Vitoria puxou toda a inteligência pelo visto – Harry disse e levou outro tapa.

- Será que vocês podem parar de falar de namoro? – disse um pouco irritado.

- iih precisamos achar uma mulher pra esse cara, porque se não esse mau humor não acaba – Zayn disse

- Vão se fuder.

Bebi da minha cerveja quando ouvimos barulho de cima do palco.

- Está aberta a hora do Karaokê, queiram chegar meus amigos!

Zayn, Niall e Harry se levantaram para olhar melhor e eu continuei sentado, não tava afim de ver gente cantando só queria sentar, relaxar e beber minha cerveja em paz.

- Oi gente – eu conhecia aquela voz – bom eu não sou muito de cantar em palco, e nem de cantar, sei que aqui é a noite do Karaokê respeito isso, mas prometo que vai ser rápido.

Não podia ser! Olhei para o Harry, ele arregalou o olho e pediu para eu levantar. Assim fiz.

- A uns dias atrás eu disse uma coisa para uma pessoa, da qual eu me arrependi e pelo dito eu acabei perdendo-o, não sei se ele esta aqui nesse momento, eu espero que esteja porque me humilhar na frente da metade da cidade em vão não é legal – todos sorrira, ela sempre teve o poder de cativar as pessoas – então, Louis se você estiver me escutando, saiba que eu me arrependo de tudo o que te disse naquele dia, sei que fui egoísta e te perder foi sem duvida o pior castigo que eu poderia ter recebido, porque eu te amo, eu te amo a cima de qualquer trabalho, de qualquer briga e de qualquer coisa, você é pra mim... – ela respirou fundo e olhou para o cara que monitorava as musicas que estava com cara de zangado – você sempre vai estar em primeiro lugar pra mim... sinto muito por tudo.

Carol fechou a boca e todos começaram a bater palmas, porque? Nem eu sabia, o cara que monitorava as musicas começou logo a puxar outra pessoa para o Karaokê. Eu sai de perto dos meninos com tudo, precisava achar a Carol o mais rápido possível.

Percorri cada centímetro daquele Galpão e nada, bosta! Sai do Galpão em direção a rua e a vi um pouco longe, quase chegando no seu carro. Sai em disparada e quando estava chegando perto, eu parei.

- Carol...

Ela virou devagar assustada e quando me viu, seus olhos arregalaram.

- Louis eu... – ela correu pra perto de mim – me perdoa amor, eu nunca quis dizer tudo aquilo, você não estava sendo egoísta eu estava! Eu só estava pensando em mim e não em nós... Louis eu te amo e não quero te perder.

Passei a mão pelo cabelo dela e a mesma me abraçou, levantei seu rosto e a beijei, a ligação entre nós dois era forte eu sentia. Eu não conseguia nem ficar zangado com essa garota e olha que eu tentava muito isso.

- Eu também te amo Cah... e como amo.

Gabi Pov.

Olhei-me novamente no espelho que Chris, a minha enfermeira tinha me dado, ela havia cortado meu cabelo um pouco decorrente da queda por causa das quimioterapias . Aquilo estava me estourando. Encostei minha cabeça novamente no travesseiro e ela sorriu.

- Você não raspou a cabeça, apenas cortou um pouco o cabelo – disse.

Me impressionava o jeito em que aquela mulher conseguia ser positiva, caramba! Poderia tudo estar desmoronando e ela estava lá sorrindo, sempre sorrindo, como se o mundo fosse belo e cheio de alegrias. Desculpe Chris, mas você esta enganada.

- Ela adorou Chris, obrigada – Minha mãe disse sorrindo singelamente e sentou ao meu lado. - Você poderia tentar ser mais gentil com ela! Ela não esta aqui por que quer sabia?

- Desculpa mãe, eu estou estourada, eu não vejo nada sem ser um quarto... ou maquinas ou enfermeiros.

- Gabi, você precisa entender que...

-" Que sair não é muito bom pra você" – interrompi, ela já havia me falado isso mais de trezentas vezes.

Minha mãe sorriu e eu revirei os olhos, meu pai entrou e logo depois a Margaret. Eles estavam convivendo em paz por um tempo, tudo bem que isso tudo era por causa de mim, mas saber que os três estavam se falando sem trocar farpas já era de bom tamanho. Margaret deu-me um beijo na cabeça e papai no rosto.

Deixei eles de lado enquanto conversaram em um canto e fiquei vendo coisas no meu celular. Estava falando com as meninas, acho que fazia uns três dias que eu não as via e a saudade já estava batendo, pra quem via as amigas todos os dias...

- Gabi – Margaret me chamou – conversei com seu médico e ele assim como nós, concordamos que você deve dar um volta pelo jardim, para esfriar essa sua cabeça esquentada.

- Muito engraçada você – sorri – estão falando serio?

- Sim estamos – meu pai disse – mais iremos todos com você.

- Não tem problema algum, contanto eu saia do inferno desse quarto, já esta de bom tamanho.

Os três sorriram meu pai me ajudou a descer da cama, coloquei pantufas que eles dão no hospital e eu estava com o vestido branco curto, não sei porque mais minha mãe insistiu que eu o vestisse hoje.

Descemos o elevador devagar, enquanto meu pai me acompanhava minha mãe empurrava a parada que levava o soro e a Margaret apenas carregava a bolsa dela. Passamos pela porta que dava acesso ao jardim, nunca imaginei que uma coisa pudesse ser tão linda como aquilo era, eu via da minha janela de dia, mas não se comparava com a beleza que era de noite, ele estava todo iluminado e florido.

Chegamos perto de um bando e meu pai me sentou, logo depois sentou do meu lado e me deu um beijo.

- Eita minha pequena – ele disse – você não sabe o quanto eu tenho orgulho de você, por mais que eu tenha feito tudo o que eu fiz você cresceu e se tornou uma menina forte, centrada e que sabe o que quer... eu errei, mas esse meu erro te ajudou a ser o que você é Gabi. E eu sou muito orgulhoso pelo o que você se tornou...

Ele me de um beijo na cabeça e quando percebi estava chorando, dei um abraço nele, daqueles bem apertados. Limpei minhas lagrimas e vi minha mãe e a Margaret, sim a Margaret, chorando olhando para nós dois.

- Estou atrapalhando?

Uma voz surgiu, olhei por detrás das duas e lá estava o meu namorado totalmente de terno, a caráter. Ele se aproximou sorrindo, cumprimentou meus responsáveis e me deu um beijo.

- Como você está amor?

- Fiquei melhor agora – sorri – porque está vestido assim?

- Porque hoje é um dia muito especial.

- Sei... e o que tem de especial hoje?

 Liam deu a mão para eu me levantar e ao mesmo tempo ele se abaixou na minha frente. De joelhos ele ergueu uma caixa e abria, lá haviam duas alianças.

- Você aceita se casar comigo?

Aquilo serviu como uma bomba para mim... casar? Será que ele não entendia que aquilo me magoava... eu não ia poder faze-lo feliz. Merda Liam, estava tudo tão perfeito.

- Você não deveria ter feito isso! – disse com lagrimas nos olhos. – eu quero voltar pro meu quarto.

- Gabi espera... eu não tinha intensão...

- Você não tinha intensão de me magoar? Mais magoou! Se achou que isso seria um gesto bonito, sinto muito Liam, mas não foi.

- Amor...

- Não! Não quero escutar, pra que você vai querer casar comigo? Vai ser perda de tempo! – dei as costas – Me tirem daqui...

Minha mãe olhou para mim e depois para o Liam, ela respirou fundo e me deu a mão. Não hesitei em olhar pra trás, não podia olhar pra trás.

[...]

O silêncio da minha parte tinha dominado, desde a hora que eu cheguei no quarto não havia mais dito nenhuma palavra, a ninguém. Eu já tinha parado de chorar, mas aquele pedido não saia da minha cabeça e nem a cara do Liam... eu tinha sido muito rude, na hora parecia que a intensão era me magoar, mas ai eu percebi que era só uma forma dele dizer que ficaria comigo pra sempre.

Respirei fundo e peguei meu celular.

“Ainda está em Nashville? Queria te pedir desculpas... xx G.”

Coloquei o celular na minha perna e logo ele tremeu.

“ Estou na recepção. Não precisa se desculpar xx L”

Como eu ainda conseguia sentir raiva dele? Eu só podia ser louca.

“Vem aqui... por favor... Te amo xx G”

Fechei os olhos e em menos de minutos ouvi uma batina na porta e o mesmo entrando, meus pais e a Margaret tinham saído para tomar café e eu tinha ficado, não podia ir a lugar nenhum mesmo. Liam entrou ainda cabisbaixo, ele não estava mais de terno e nem de gravata, a camisa branca estava do lado de fora da calça e um pouco desabotoada na parte do pescoço.

- De príncipe a sapo – sorri, Liam sentou do meu lado.

- Porque você é assim Gabi?

- Assim...?

- Diz o que quer sem medir consequências e depois volta como se nada tivesse acontecido...

- Amor eu... – ele estava certo – desculpa, só que isso tudo ta sendo difícil pra mim entende? Eu fui idiota como sempre, eu sei...

- e mesmo assim eu continuo te amando – ele me deu um beijo.

- As alianças ainda estão ai?

Liam assentiu e tirou do bolso  a caixinha preta, peguei da sua mão e a abri. Toquei em uma aliança e percebi que estava gravado “para sempre” lagrimas desceram, sorri pra ele e retirei a maior, peguei sua mão e coloquei a aliança em seu dedo, o mesmo fez isso comigo. Liam me deu um beijo e depois beijou minha mão.

- Pra sempre agora – disse.

De repente meu quarto foi invadido pelos meus pais, Margaret e pelo meu médico, eles nós pegaram de surpresa. Meu medico estava com uma prancheta nas mãos e conversava com meus pais, eles todos se aproximaram de mim e Liam.

- O que aconteceu? – disse com medo da resposta.

- Temos uma noticia pra você – Meu medico disse – você ira fazer a cirurgia de retirada do tumor, amanha.

Naquele exato momento meu peito se encheu de esperança, eu tinha ainda uma chance, meu Deus eu ainda tinha uma chance. Eu podia viver, eu ia viver. Olhei para o Liam e ele levanto a mão com o anel me dando um beijo na cabeça. Meus pais se abraçaram e Margaret sorriu boba... eu tinha uma esperança. Eu tinha uma chance. Eu poderia ter minha vida de volta.