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História Hallelujah - O internato - Lauren


Escrita por: PsychoCamren

Capítulo 4 - O internato - Lauren


Quinta-feira chegou e eu não tinha conseguido persuadir minha mãe a me dar o dinheiro então não tive outra opção. Nesse dia eu coloquei meu celular pra despertar às seis da manhã para ter certeza de que eu acordaria primeiro que ela. Quando minha mãe levantou às sete, eu já estava arrumada e na cozinha tomando meu café.

 - O que aconteceu? – ela perguntou enquanto descia as escadas – Caiu da cama?

 - Bom dia pra você também. Só quis ter certeza de que não perderia a hora de novo.

  Ela se sentou na minha frente.

 - Está animada?

 - Nossa, super animada... Quando vai me dar o dinheiro?

 - Quando voltarmos. Está fazendo isso só pelo dinheiro?

 - Não, imagina. – enfio o ultimo pedaço de pão na boca. – Vamos?

  Foram duas horas muito entediantes dentro do carro com a minha mãe. Ela ligou o rádio e colocou aquelas músicas de velho corno que eu odeio, sorte que eu tinha levado meu celular e meus fones de ouvido. Fiquei a viagem inteira olhando pela janela do carro e me perguntando como podiam construir uma escola tão longe da civilização.

  Depois de duas horas (que mais pareceram quatro), a gente chegou à uma pequena cidade de interior que tinha as casas quase todas iguais e o edifício mais alto que havia era sem duvida o internato de freiras.

 - Por que tem que ser tão isolada assim? – pergunto pra minha mãe.

 - Acho que pras garotas não tentarem fugir.

  Realmente, seria burrice fugir numa cidade pequena daquelas. Não tinha pra onde ir e nenhuma menina seria louca de ir para a rodovia sozinha sendo que a cidade grande mais próxima ficava à duas horas de distancia. Minha mãe paro o carro na frente do enorme jardim da escola.

 - Vamos.

  Ela saiu do carro e eu fui atrás. Minha mãe abriu o porta-malas, pegou uma caixa e colocou nos meus braços.

 - Tá muito pesada?

 - Não. – respondo.

  Ela pega outra caixa e começa a andar pelo jardim na direção da escadaria que leva para as portas da escola. Eu a sigo de perto, olhando com curiosidade para as garotas uniformizadas que estavam descansando na grama. Minha mãe empurra a porta com um pé e nós entramos na escola. O lado de dentro lembrava bastante um castelo.

 - Fiquei perto de mim e preste atenção no caminho. – ela disse – É fácil se perder aqui.

  Me mantive colada na minha mãe enquanto nós andávamos pela escola em direção ao armazém onde colocavam a comida. Minha mãe cumprimentava todas a freiras que cruzávamos e as vezes parava alguns segundos para conversar e me apresentar à elas.

  Eu já estava me sentindo uma idiota com aquela caixa enorme nos braços quando finalmente a gente chegou ao armazém.

 - Pode colocar a caixa ali.

  Coloquei a caixa onde minha mãe tinha indicado.

 - Isso aqui é mais grande por dentro do que por fora. Como você não se perde aqui?

 - No começo eu me perdia. – ela se ajoelhou e começou a abrir uma das caixas – Preciso colocar tudo nas prateleiras certas.

  Me ajoelho para ajuda-la, mas ela diz:

 - Preciso que você volte no carro e pegue a caixa que ficou faltando. Prestou atenção no caminho?

  Penso um pouco.

 - Acho que sim.

 - Ótimo. Vai lá pegar, então.

  Saio do armazém e refaço o caminho inteiro de volta para o lado de fora da escola. Vou até o carro e pego a caixa que faltava com um braço e fecho o porta-malas com o outro. Atravesso o jardim novamente em direção à escola, mas dessa vez eu não tinha muita certeza sobre o caminho certo.

  Consigo refazê-lo até a metade, até que chego ao final de um corredor e não me lembro se devia virar para a esquerda ou para a direita. Olho para os dois lados e tudo parece igual para mim então tento a sorte e vou para a esquerda. Tento refazer o caminho como eu ainda conseguia me lembrar.

  Chego à um corredor que eu julgo ser o certo. O armazém ficava na terceira porta então sigo pelo corredor até chegar à terceira e paro na frente dela. Equilibro a caixa com uma mão e com a outra eu giro a maçaneta e empurro a porta com o ombro. Quando eu entro, acabo batendo em alguém com muita força e derrubo a caixa no chão.

 - Caralho!

 - Desculpa, não vi você entrar. – respondeu uma voz de menina.

  Me agacho para pegar as coisas da caixa que tinham se espalhado pelo chão.

 - Droga, derrubou tudo.

  Ela se agacha na minha frente.

 - Eu te ajudo a colocar de volta.

 - Tudo bem, a culpa foi minha. Acabei me perdendo nesses corredores.

 - Onde você estava tentando ir? – ela pergunta.

 - Armazém.

 - Eu não estou aqui há muito tempo, mas posso te levar até lá.

  Ergo meus olhos para olha-la e vejo que ela estava sorrindo.

 - Como assim não esta aqui há muito tempo? Você não é uma freira.

 -Eu cheguei no domingo e não sou freira, sou apenas uma estudante. – ela ri - Não pretendo ser freira nunca.

  Terminamos de recolher as coisas do chão e colocar na caixa de novo.

 - Você não tem mesmo cara de freira.

  Pego a caixa do chão e me levanto.

- Isso foi um elogio ou uma ofensa?

  Penso um pouco.

 - Depende do ponto de vista. – dessa vez sou eu quem dou risada.

 - Vou tomar como um elogio. - ri - E você o que está fazendo aqui? Desde que cheguei ainda não tinha visto você.

 - Acha que eu tenho cara de freira? – brinco – Não, eu não sou daqui. Vim só ajudar minha mãe a entregar essas coisas.

- Entendi. – ela me analisa - Veio de boa vontade? Não está com cara de quem está fazendo isto pelas freiras.

 - Ah, é uma longa história. Como você disse que se chama mesmo?

  - Camila Cabello e você?

 - Lauren Jauregui. Pode me levar ao armazém, Camila?

 - Claro, me segue.

  Ela sai do quarto e eu vou atrás.

 - É muito grande aqui. Você não se perde no meio das aulas?

 - Às vezes, quando eu ando sozinha – ela responde - Mas minha colega de quarto me ajuda na maioria das vezes.

  Ficamos quietas durante um tempo até eu perguntar:

 - E por que você está aqui?

  Era óbvio que ela não estava ali por vontade própria já que tinha dito que nunca pretendia ser freira.

 - É uma punição de meus pais. – ela suspira.

 - Esse lugar como punição? O que você fez, assaltou um banco?

 - Eu tenho cara de ladra? – ela ri.

 - Também não tem cara de freira e está aqui. Ainda bem que a única punição que meus pais me dão é me deixar sem dinheiro.

 - Só isso? Seus pais são bem legais.

 - São, sim.

  Nesse momento Camila para na frente da porta do armazém.

 - É aqui.

 - Obrigada. – dou um sorriso para ela – Não teria achado sem você.

 - De nada. – ela sorri de volta. – Tenho que ir para a aula agora.

 - Tchau.

 - Tchau.

  Ela se afasta e eu entro no armazém. Minha mãe se vira pra me olhar.

 - Você demorou. Eu já estava indo atrás de você.

 - Eu me perdi. – coloco a caixa no chão – Já terminou? Quando vamos embora?

 - Calma, me ajuda a tirar essas coisas da caixa que você trouxe.

  Me ajoelho no chão ao lado da minha mãe e começo a colocar cada item em sua prateleira.

 - Como você achou o caminho de volta?

 - Uma aluna daqui me ajudou.

  Nós terminamos de arrumar tudo em silencio e depois fomos embora.



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