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História Halo (Camren) - Uma Amiga Necessitada


Escrita por: lmfs13

Notas do Autor


Me desculpem pela Vero, eu tbm amo ela, mas faz parte da história. Ela era a segunda mais próxima da Camz e a Dinah ainda tem muito o que fazer na história ainda.

Capítulo 29 - Uma Amiga Necessitada


VeronIca assombrou meus sonhos. Sua imagem era como um fantasma sem rosto, tentando em vão alcançar alguma coisa com as mãos ensanguentadas. Então, me descobri em seu corpo, deitada numa poça de sangue quente e grudento. Ouvi o som irritante da torneira pingando no banheiro feminino, enquanto ela escorregava para a morte, inconsciente. Em seguida, senti a dor avassaladora da família, que se culpava por não ter notado a depressão da menina, imaginando se a tragédia poderia ter sido evitada. MGK também apareceu no sonho, sempre numa posição coadjuvante, meio fora de foco e rindo baixinho. 

Acordei de manhã e as cobertas estavam reviradas, o lugar ao meu lado, vazio. Se encostasse o rosto no travesseiro onde Lauren deitara a cabeça, ainda dava para sentir, muito de leve, seu cheiro suave. Levantei da cama e abri as cortinas para deixar entrar a luz do sol. 

Na cozinha, era Lauren, e não Normani, quem preparava o café da manhã. Vestira a calça jeans e estava com a blusa amarrotada e o cabelo despenteado. Disposta e bonita, quebrava ovos com todo cuidado na beira da frigideira quente. 

— Achei que um bom café da manhã cairia bem — disse ele ao me ver. 

Normani e Ally já estavam sentadas à mesa, os pratos cheios de ovos mexidos cobrindo torradas de pão de centeio. 

— Está uma delícia — elogiou Ally, entre uma garfada e outra. — Como você aprendeu a cozinhar? 

— Não tive escolha — explicou Lauren. — Toda a minha família, com exceção da minha mãe, é uma negação na cozinha. Quando ela faz plantão na clínica, os outros sempre pedem pizza ou comem qualquer coisa que mande “acrescentar água e mexer”. Por isso, cozinho para todos quando minha mãe não está em casa. 

— Lauren é uma mulher cheia de talentos – acrescentei para Ally e Mani, entusiasmada. 

Ela tinha passado apenas uma noite conosco, mas me encantava o fato de ter se integrado tão facilmente. Não parecia uma hóspede da casa, mas sim um membro de nossa pequena família. Até Normani aparentemente tinha a aceitado e providenciara uma camisa branca limpa para ela ir à escola. 

Reparei que todos procurávamos, cuidadosamente, evitar falar no que acontecera na tarde anterior. Eu, com certeza, tentava bloquear essa lembrança. 

— Sei que ontem foi um dia chocante para todos nós — disse Ally, finalmente. — Mas vamos lidar com essa situação. 

— Como? — perguntei. 

— Nosso Pai mostrará o caminho. 

— Só espero que Ele faça isso logo, antes que seja tarde demais — murmurou Lauren, sendo eu a única que o escutei. 

Uma onda de choque se abatera sobre a escola após o suicídio de Veronica. Embora as aulas prosseguissem, na tentativa de manter a normalidade, tudo parecia funcionar a meia bomba. Cartas tinham sido enviadas aos pais oferecendo a ajuda de psicólogos e estimulando as famílias a apoiarem os filhos de todas as maneiras possíveis. Todos andavam como se estivessem pisando em ovos, sem querer chamar muita atenção ou parecer insensível. Percebia-se que MGK e os amigos andavam ausentes por aqueles dias. 

Uma reunião foi convocada para a parte da manhã, na qual o dr. Chester explicou aos alunos que a direção não sabia precisamente o que havia sido dito, mas uma investigação vinha sendo conduzida pela polícia. Em seguida, ele adotou um tom menos mecânico. 

— A perda de Veronica foi chocante e trágica. Ela era uma ótima amiga e aluna e sentiremos imensamente a sua falta. Se alguém quiser se manifestar sobre o ocorrido, por favor, marque uma hora com a Srta. Hirche, nossa psicóloga-orientadora. 

— Estou com pena do Dr. Chester — disse Lauren. — Ele não fez outra coisa senão atender telefonemas a manhã toda. Os pais estão em pé de guerra. 

— Como assim? — perguntei. 

— As escolas sempre saem prejudicadas com incidentes como esse. Todo mundo quer saber o que aconteceu, por que a escola não se esforçou para impedir. Os pais começam a se preocupar com os próprios filhos. 

Fiquei indignada. 

— Isso nada tem a ver com a escola! 

— Mas os pais não vêem dessa maneira — disse Lauren. 

Depois da reunião, Dinah veio falar comigo, os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar. Lauren percebeu que ela queria conversar em particular e pediu licença dizendo que ia a um encontro dos jogadores de pólo aquático. 

— Como você está segurando a barra? — indaguei, pegando na mão dela. Dinah balançou a cabeça, e mais lágrimas rolaram pelo seu rosto. 

— Parece tão estranho estar aqui agora — respondeu, numa voz embargada. — Não é a mesma coisa sem ela. 

— Eu sei — concordei baixinho. 

— Não consigo entender — prosseguiu Dinah. — Não acredito que ela tenha feito uma coisa dessas. Por que não conversou comigo? Eu nem sabia que ela estava deprimida. Sou uma péssima amiga! — exclamou, soluçando, e eu me apressei em abraçá-la. Tive a impressão de que ela poderia desabar a qualquer momento se ninguém a segurasse. 

— A culpa não é sua — afirmei. — Às vezes acontecem coisas que ninguém pode prever. 

— Mas... — começou Dinah. 

— Não - intervi, interrompendo-a. — Confie em mim. Não há nada que você pudesse fazer para impedir. 

— Eu adoraria acreditar nisso — sussurrou Dinah. — Você soube que ela foi encontrada numa poça de sangue? Parece até um filme de terror. 

— É — concordei. A última coisa que eu queria era relembrar a experiência. — Dinah, talvez você devesse falar com a psicóloga — sugeri com delicadeza. — Pode ser que ajude. 

— Não — discordou balançando a cabeça com veemência e, em seguida, rindo. O riso soou estridente e histérico. — Só quero esquecer que isso aconteceu. Quero esquecer que ela existiu. 

— Mas, Dinah, não dá para fingir que está tudo bem. 

— Quem disse? — indagou ela, num tom falsamente animado e alegre. — Uma coisa boa aconteceu outro dia — disse ela, abrindo um amplo sorriso, as lágrimas ainda brilhando em seus olhos. Era assustador testemunhar aquela mudança repentina. 

— O quê? — indaguei, pensando que ela desistiria daquele fingimento se eu entrasse no jogo. 

— Bem, a novidade é que MGK está na minha aula de informática. 

— Não diga! — exclamei, pasma de ver como a conversa ia rapidamente descendo a ladeira. — Que ótimo! 

— É mesmo. Porque ele me convidou para sair. 

— O quê? — perguntei, virando-me para encará-la. 

— Incrível, não? Também não acreditei. — Estava claro que o choque havia virado a cabeça dela, que estava disposta a se agarrar a qualquer distração que a impedisse de pensar na dor da perda que sofrera. 

— O que você respondeu? — indaguei. 

Ela riu rispidamente. 

— Não seja boba, Mila. O que acha que respondi? Vamos sair no domingo com alguns amigos dele. Ah, já ia me esquecendo. Tudo bem para você, depois do que aconteceu na festa de formatura? Porque você disse que não sentia nada por ele... 

— Não! Quer dizer, claro que não sinto nada por ele. 

— Então não se importa? 

— Dinah, eu me importo, sim, mas não pelo motivo que você supõe. MGK é sinônimo de encrenca, você não pode sair com ele. E dá para parar de agir como se estivesse tudo bem? — O tom da minha voz subira, e eu sabia que soava estressada. 

Dinah olhou confusa. 

— Qual o problema? Por que está reagindo dessa maneira? Achei que ficaria feliz por mim.

— Ah, Dinah, eu ficaria, se você fosse sair com qualquer outro, a não ser ele — lamentei. — Não confie em MGK. Não é possível que você não veja que ele não é de confiança. Tem a palavra "encrenca" escrita na testa. 

De repente, Dinah assumiu uma postura defensiva. 

— Você não gosta de MGK porque ele criou problemas para você e Lauren, só isso — acusou Dinah, exaltada. 

— Não é verdade. Não confio nele, e você não está raciocinando direito! 

— Talvez você esteja com inveja por ele ser tão bacana — rebateu Dinah. — Ele disse que um pessoal aqui na escola é assim. 

— O quê? — perguntei, zangada. — Isso não faz nenhum sentido. 

— Claro que faz — retrucou Dinah. — Você acha que só você e Lauren merecem ser felizes. Eu também mereço, Mila, principalmente agora. 

— Que loucura, Dinah! Claro que não acho isso. 

— Então, por que não quer que eu saia com ele? 

— Porque ele me assusta — respondi com sinceridade. — E não quero ver você cometer um erro por estar transtornada com o que aconteceu com Veronica. 

Mas Dinah aparentemente já não me ouvia. 

— Você quer ficar com ele? É isso? Bom, não dá para ter todos as pessoas do mundo, Mila, é preciso deixar alguns para o restante de nós. 

— Não quero que ele sequer chegue perto de mim ou de você... 

— Por que não? 

— Porque ele matou Veronica! — gritei. 

Dinah parou e me encarou de olhos esbugalhados. Não pude acreditar que tinha dito aquilo em voz alta, mas se era o único jeito de fazer Dinah cair na real, se pudesse evitar que ela virasse presa fácil para MGK, valeria a pena. Um instante depois, porém, Dinah fechou a cara. 

— Você está fora de si — disse ela entre os dentes, dando um passo atrás. 

— Dinah, espere! Pelo menos me escute... 

— Não! —interrompeu ela. — Não quero escutar nada. Você pode odiar o MGK se quiser, mas mesmo assim vou sair com ele porque eu quero. Ele é o cara mais incrível que já conheci e não vou abrir mão dessa oportunidade porque você está tendo um surto de TPM. — Ela me fitou com um olhar enfurecido. — E para sua informação, ele disse que você é uma vaca. 

Eu ia abrindo a boca para responder, quando uma sombra projetou-se na calçada e alguém surgiu ao lado de Dinah. MGK me lançou um olhar malicioso, enlaçando o ombro de Dinah e puxando-a para si. Ela se aninhou, à vontade, no peito dele e riu satisfeita. 

— Inveja é um pecado mortal, Camila — ronronou MGK. Seus olhos estavam tão negros que não dava para distinguir a pupila da íris. — Você deveria saber disso. Por que não dá simplesmente os parabéns a Dinah de forma educada? 

— Ou, quem sabe, começo a escrever o obituário dela — rebati. 

— Aí você pegou pesado — queixou-se ele. — Não se preocupe, vou cuidar da sua amiga. Parece que temos muito em comum. 

Então, ele me deu as costas levando Dinah embora. Observei-a sumir de vista, com os cachos balançando ao vento. 

Passei o resto da tarde procurando desesperadamente por Dinah para tentar explicar tudo a ela de um jeito mais fácil de entender, mas não consegui encontrá-la. Contei a Lauren o que havia acontecido e vi os músculos do seu rosto se contraírem, ainda que muito levemente. Juntas, corremos a escola toda em busca de Dinah, e a cada sala vazia eu sentia a ansiedade fazer meu corpo se revolver por dentro. Minha respiração ficou ruidosa e irregular, e Lauren me obrigou a sentar num banco. 

— Ei, ei... — disse ela, erguendo meu rosto para me olhar diretamente nos olhos. — Calma. Não vai acontecer nada a ela. Vai dar tudo certo. 

— Como? — perguntei. — Ele é perigoso e totalmente desequilibrado! Sei o que ele está tentando fazer: me atingir através dela, porque sabe que somos amigas. 

Lauren sentou-se ao meu lado. 

— Pense um instante, Camz. MGK não feriu ninguém do próprio grupinho até agora. Sua intenção é recrutar pessoas, é isso o que ele faz. Enquanto estiver do lado dele, Dinah. 

— Você não tem como saber. Ele é totalmente imprevisível. 

— Imprevisível ou não, ele não irá machucá-la — insistiu Lauren. — Precisamos ficar tranquilas. Não podemos nos dar ao luxo de perder a cabeça. É fácil exagerar as coisas depois do que aconteceu. 

— O que você acha que devemos fazer, então? 

— Acho que MGK talvez tenha nos dado uma dica para encontrar a prova que Normani procura. 

— Sério? 

— Dinah disse aonde MGK ia levá-la? 

— Só disse que o encontro ia ser no domingo... E que os amigos dele também irão — respondi. 

Lauren assentiu. 

— Muito bem. Venus Cove não é tão grande assim. Descobriremos onde vai ser o encontro e iremos atrás deles. 

Partilhamos nossa preocupação com Ally e Normani. O problema era imaginar aonde MGK levaria Dinah. Podia ser a qualquer lugar em Venus Cove, e não podíamos errar, pois era a nossa única chance de descobrir o que de fato ele pretendia, e não estávamos dispostos a perdê-la. 

— Aonde ele iria? — conjeturou Ally. — Há alguns lugares óbvios na cidade, como o cinema ou o Sweethearts, o boliche... 

— Não adianta pensar como um adolescente normal — intervi. — Ele é tudo menos isso. 

— A Camz tem razão — disse Lauren. Vamos tentar pensar como ele. 

Pedir a um anjo para entrar na cabeça de um demônio era bastante ousado, mas Normani e Ally tentaram disfarçar a repulsa e seguir a sugestão de Lauren. 

— Não vai ser um lugar público — observou Ally repentinamente — sobretudo se ele planeja levar os amigos também. O grupo é grande demais, muito chamativo. 

 Normani concordou. 

— Vão preferir um local tranquilo e isolado, onde nada os interrompa. 

— Existe alguma casa ou fábrica abandonada nos arredores da cidade? — perguntei. — Como aquela onde fizeram a pós-festa da formatura? Seria bastante conveniente para MGK. 

Lauren balançou a cabeça. 

— MGK me parece um pouquinho mais radical que isso. 

— Então, vamos extrapolar de vez — sugeriu Ally. 

— Isso mesmo — concordou Lauren, me lançando um olhar penetrante. — Seus seguidores... Vamos pensar na aparência que têm, em como se vestem. 

— Góticos — respondi. 

— E qual é o grande núcleo da cultura gótica? — indagou Normani. 

Ally olhou para a irmã com os olhos bem abertos. 

— A morte.

— Isso — confirmou Lauren, com uma expressão sombria. — Então, qual seria o melhor local para um bando de doidos obcecados pela morte? 

A conclusão me atingiu como um raio, e respirei fundo. Era óbvio, era mórbido, era escuro e era o local perfeito para MGK encenar seu show. 

— O cemitério — sussurrei, e Lauren assentiu. 

— Também acho. 

Ela se virou para as minhas irmãs, que pareciam abatidqs. Os dedos de Normani apertaram com força a caneca de café. 

— Acho que estamos no caminho certo — disse ela. 

— Honestamente, seria de se esperar que o garoto fosse um pouco mais original — rebateu Ally. — O cemitério! Bem, suponho que um de nós terá que segui-los até lá no domingo. 

— Deixem comigo — ofereceu-se Normani imediatamente, mas  Lauren balançou a cabeça. 

— Isso seria um convite para uma briga. Até eu sei que não se pode juntar um anjo e um demônio. Acho que eu devo ir — disse Lauren. 

— É perigoso demais — argumentei. 

— Camz, não tenho medo deles. 

— Você não tem medo de nada — devolvi — mas talvez devesse ter. 

— É o único jeito — insistiu Lauren. 

Olhei para as minhas irmãs. 

— Tudo bem, mas, se ela for, vou junto. 

— Nenhuma das duas vai a lugar algum — interveio Normani. — Se MGK se voltar contra vocês tendo o apoio dos outros... 

— Vou cuidar dela — disse Lauren. Ela parecia ofendida com a insinuação de Normani de que não seria capaz de me proteger. — Você sabe que eu não deixaria nada acontecer. 

 Normani estava cético. 

— Não duvido da sua força física — começou — mas... 

— Mas o quê? — perguntou Lauren em voz baixa. — Eu daria a minha vida por ela. 

— Não duvido, mas você não faz ideia do que vai enfrentar. 

— Preciso proteger a Camz... 

— Lauren... 

Ally encostou em seu braço, e logo percebi que estava transmitindo uma energia calmante para o corpo dela. 

— Por favor, nos ouça — disse ela. — Não sabemos quem é essa gente... Não conhecemos a força deles, não sabemos do que são capazes. Pelo que já vimos, parece que eles não têm ressalvas para matar. Por mais corajosa que você seja, não passa de um ser humano contra... Só Nosso Pai sabe o quê. 

— O que sugerem, então? 

— Que não façamos nada até consultarmos uma autoridade superior — disse Normani, com uma expressão impassível. 

— Farei contato com a Aliança imediatamente. 

— Não há tempo para isso! — exclamei. — Dinah pode estar correndo grande perigo. 

— Nossa prioridade é proteger vocês duas! 

A raiva na voz de Normani fez com que um silêncio se abatesse sobre a sala. Ninguém abriu a boca até Ally nos encarar com uma determinação repentina. 

— Lauren, seja o que for que a gente decida, você não poderá voltar para casa este fim de semana — decretou ela. É perigoso demais. Você vai ter que ficar conosco. 


A cena na casa da Lauren não foi bonita. Normani e Ally aguardaram no carro enquanto  Lauren e eu fomos dizer a seus pais que ela passaria o fim de semana comigo. 

Clara fulminou-a com o olhar quando ouviu a notícia. 

— Essa é nova. — Seguiu Lauren até o quarto e ficou na porta com as mãos na cintura, enquanto ela enchia uma mochila. 

— Você não pode ir. Temos planos para o fim de semana. 

Aparentemente, ela não entendeu que Lauren estava comunicando que ia, e não pedindo. 

— Sinto muito, mãe — disse ela, andando para lá e para cá no quarto, pegando as roupas no armário e jogando-as na mochila — mas preciso ir. 

Os olhos de Clara se esbugalharam. Ela me lançou um olhar acusador, nitidamente me responsabilizando pela transformação ocorrida em sua filha exemplar. Era uma pena, porque vínhamos nos dando muito bem. Desejei que houvesse um modo de lhe contar a verdade, mas ela jamais entenderia que era perigoso demais deixar Lauren desprotegida. 

— Lauren — atalhou Clara, num tom ríspido — eu disse que não. 

Mas Lauren não estava escutando o que ela tinha a dizer. 

— Volto no domingo à noite — arrematou ela, fechando o zíper da mochila e pendurando-a no ombro. 

— Já chega. Vou chamar seu pai. 

Clara virou e saiu em disparada pelo corredor. 

— Mike! — gritou ela. — Mike, venha cá falar com sua filha. Ela perdeu o juízo! 

Lauren me pediu desculpas com o olhar. 

— Desculpe fazer você presenciar isso — disse ela. 

— Eles só estão preocupados. É natural — respondi. 

Alguns momentos depois, o pai de Lauren surgiu à porta, com a testa franzida de preocupação e as mãos enterradas nos bolsos da calça. 

— Você deixou a sua mãe nervosa — disse ele. 

— Desculpe, pai — começou Lauren, pondo a mão no ombro de Mike. — Não posso explicar agora, mas preciso ir. Confie em mim. 

Mike virou-se para mim. 

— Vocês duas estão bem? 

— Ficaremos bem — disse eu. — Depois deste fim de semana tudo ficará bem. 

Mike aparentemente sentiu a urgência em nossas vozes e pôs a mão sobre a de Lauren. 

— Eu cuido da sua mãe. E vocês duas tratem de cuidar de si. — Apontou então para a janela. — Vão por ali. — Olhamos para ele sem entender. Rápido! 

Lauren deu um sorriso triste, abriu a janela e atirou a mochila antes de me ajudar a descer. 

— Obrigado, pai — agradeceu e seguiu atrás de mim. 

Lá de fora, encostados nos tijolos frios para não sermos vistos, ouvimos Clara voltar ao quarto. 

— Aonde elas foram? — perguntou ela. 

— Não sei — respondeu Mike, inocentemente. — Devo ter me desencontrado delas. 

— Você está bem? — perguntei a Lauren quando já estávamos no carro. Eu sabia como me sentira mal mentindo para Ally e Normani, e sabia que Lauren devia estar sentindo o mesmo agora, já que tinha muito respeito pelos pais. 

— Mamãe supera essa — disse ela, sorrindo para mim. — Você é a minha prioridade, não se esqueça disso. 

Voltamos para casa caladas e pensativas.


Notas Finais


Fic na reta final!
Amo vcs ❤


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