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História Halo (Camren) - Libertação


Escrita por: lmfs13

Notas do Autor


Preparados para o penúltimo capítulo?

Capítulo 31 - Libertação


Acordei no banco traseiro de um carro espaçoso. Quando tentei me mexer, descobri que alguma força invisível me prendia ali. Vi MGK ao volante e percebi que eu estava entre Alicia e Alexandra, as meninas da aula de literatura. As duas, com os rostos inexpressivos e brancos como giz, me observavam como se eu fosse um objeto raro num museu, mantendo as mãos enluvadas no colo. Fiz um esforço para me mexer e quase consegui, batendo com o cotovelo nas costelas de Alexandra. 

— Ela está ficando difícil — queixou-se a garota, e MGK lhe jogou um pacotinho embrulhado em papel de alumínio. 

— Uma dessas deve resolver — disse ele. 

Alicia me obrigou a abrir a boca com sua mão enluvada, enquanto Alexandra me enfiou uma pílula verde-claro garganta abaixo, ajudando-a a descer com um líquido que estava num cantil de prata. A bebida escorreu um pouco da minha boca e ardeu ao passar pela garganta. Fiquei engasgada, e não me restou alternativa senão engolir. Tossi e cuspi, e as duas trocaram um sorriso satisfeito. Seus rostos fantasmagóricos e seus olhos fundos começaram a ficar borrados, envoltos numa névoa azulada, e um zumbido no meu ouvido abafou qualquer outro som vindo do ambiente. A última coisa que registrei foi que meu coração batia mais rápido que o normal. Depois desabei no colo ossudo das duas garotas e mergulhei na escuridão. 


Quando abri novamente os olhos, estava sentada no chão sobre um tapete desbotado, com as costas apoiadas em uma parede fria de gesso. Concluí que já devia estar ali há algum tempo, porque a friagem do aposento tinha penetrado a minha roupa e chegado à pele. Estava com as mãos amarradas, e meus dedos formigaram quando os flexionei. Os braços doíam depois de tanto tempo na mesma posição. Alguém amarrara uma corda apertada em torno da minha cintura e tapara minha boca com um pano sujo, que dificultava a respiração. Senti cheiro de gasolina. 

Olhei à volta para averiguar o lugar sob a penumbra, tentando descobrir para onde MGK teria me levado. Não se tratava de um calabouço, como de início imaginei. Em vez disso, se parecia com uma sala de estar formal de uma mansão vitoriana. O cômodo era amplo e arejado, com tetos altos e luminárias em forma de botões de rosa entrelaçados. Os tons quentes do tapete sugeriam que fosse persa, mas ele cheirava a mofo. Havia um odor de fumaça de charuto no ar. Dois sofás chesterfield, que já tinham visto dias melhores, ficavam de frente um para o outro, ladeados por mesinhas com tampo de mármore e pernas de metal. Sobre um aparador de mogno viam-se garrafas de cristal tão empoeiradas que mal era possível distinguir os líquidos âmbar e cor de ameixa que continham. No meio da sala, havia uma mesa de jantar comprida de cedro encerado com pernas laboriosamente esculpidas. As cadeiras de espaldar alto que a circundavam eram estofadas de veludo vinho. No centro, um imenso castiçal de prata chamava atenção, cujas velas, acesas, projetavam sombras alongadas de um lado a outro do aposento. Litografias estranhas e mapas de mundos antigos estavam por todo canto, pendurados sobre um papel de parede listrado em mau estado. Retratos em molduras pesadas com detalhes dourados pendiam acima da lareira, e os rostos retratados me observavam com malícia, como se soubessem de um segredo que eu ainda não descobrira. Um dos retratos era de um cavalheiro de aparência renascentista com o pescoço adornado por uma gola de pregas. No outro, via-se uma mulher cercada pelas cinco filhas, que lembravam ninfas, todas com penteados pré-rafaelitas e vestidos esvoaçantes. 

Uma camada de pó cobria tudo à volta, inclusive os quadros. Perguntei-me há quanto tempo a casa, que parecia congelada no tempo, estaria abandonada. Uma gigantesca teia de aranha estendia-se graciosamente de um lado a outro do teto, como um lençol de musselina. Examinando mais atentamente, vi que em tudo havia indícios de decadência. As cadeiras da mesa de jantar pareciam comidas por traças, as molduras dos quadros estavam tortas, os sofás de couro, gastos, e manchas de umidade no teto denunciavam infiltrações. Tudo continuava no lugar, como se os proprietários tivessem saído às pressas um dia, esperando voltar, o que nunca aconteceu. As janelas tinham sido tapadas com tábuas, de modo que apenas algumas réstias de luz natural penetravam, projetando-se aqui e ali no tapete. 

Todo o meu corpo doía. e minha cabeça estava pesada e zonza. Dava para ouvir vozes distantes vindas de algum lugar, mas ninguém aparecia. Fiquei ali sentada, ao que tudo indica durante horas, e comecei a sentir na pele o que Normani quis dizer quando falou sobre certas necessidades do corpo humano. Sentia-me prestes a desfalecer de fome, minha garganta estava seca e irritada por falta de hidratação, e eu precisava desesperadamente ir ao banheiro. Deslizei para um estado de semi-consciência até que, por fim, percebi que alguém tinha entrado na sala. 

Quando foquei o olhar e me sentei, vi MGK sentado na cabeceira da mesa de jantar. Vestia um paletó de smoking, por mais estranho que possa parecer, e tinha os braços cruzados. No rosto, trazia seu já familiar sorriso forçado. 

— Lamento ter acabado assim, Camila — disse ele. Aproximou-se de mim para desamarrar o pano que tapava minha boca. Sua voz era pegajosa. — Tentei lhe dar a chance de uma vida a dois. 

— Uma vida com você seria pior que a morte — rebati num sussurro rouco. 

Vi o rosto dele endurecer. Os felinos olhos azuis cintilaram. 

— Seu estoicismo é admirável. Na verdade, acho que talvez seja uma das coisas que mais admiro em você. Neste caso, porém, acredito que vá se arrepender da escolha que fez. 

— Você não pode me fazer mal — respondi. — O máximo que pode acontecer é eu voltar para a vida de antes. 

— Essa é a pura verdade — confirmou MGK, sorrindo. — Que pena que a sua outra metade ficará para trás. Não sei o que será dela quando você não estiver mais aqui. 

— Não ouse ameaçá-la! 

— Toquei na ferida? — indagou MGK. — Realmente me pergunto como Lauren irá reagir quando descobrir que a sua preciosidade desapareceu misteriosamente. Espero que ela não parta para algum ato radical. A dor é capaz de levar as pessoas a se comportarem das maneiras mais estranhas. 

— Deixe Lauren fora disso. — Lutei para me libertar da corda. — Podemos resolver isso entre nós dois. 

— Acho que você não está em posição de negociar, não é mesmo? 

— Por que está fazendo isso, MGK? Que vantagem pensa que vai ter? 

— Depende da sua definição de vantagem. Sou um servo de Lúcifer, afinal. Sabe qual foi o maior pecado de Lúcifer? 

— O orgulho. 

— Exatamente. E por isso, você não devia ter ferido o meu. Eu não gostei. 

— Não foi minha intenção, MGK... 

Ele me cortou. 

— Esse foi seu erro, e é aqui que ficamos quites. Será um belo espetáculo ver a exemplar representante da escola tirar a própria vida. Nossa, o que será que vão dizer? 

— Lauren jamais faria isso! — gritei entre os dentes, sentindo meu coração parar por um instante. 

— Não, ela não faria — concordou MGK. — Não sem uma ajudinha minha. Posso entrar na cabeça dela e fazer algumas sugestões úteis. Não deve ser difícil. Ela já terá perdido o amor da vida dela, não é? Isso a deixará muito vulnerável. O que devo obrigá-la a fazer? Atirar-se dos penhascos da Costa do Naufrágio? Bater o carro numa árvore, cortar os pulsos, afogar-se no mar? São tantas as opções... 

— Você faz isso porque está ferido — argumentei. — Matar Lauren não vai trazer a sua felicidade de volta. Matar a mim não vai lhe dar satisfação. 

— Chega desse papo furado! 

Tirando uma faca afiada de dentro do paletó, MGK se inclinou e, com movimentos curtos e precisos, cortou as cordas que me amarravam. Meus braços e minhas mãos doeram ainda mais depois de libertos. MGK me puxou, e eu fiquei ajoelhada a seus pés. Vi seus sapatos pretos lustrosos com as biqueiras pontudas, e, naquele momento, não me importei com a dor no meu corpo ou o latejar na minha cabeça, nem mesmo com as sensações de enjôo e de fraqueza decorrentes da fome. Tudo em que pensava era tentar ficar de pé. Não iria fazer reverência para um Anjo das Trevas. Preferia morrer a trair minha fidelidade ao Céu me rendendo a MGK. 

Estendi uma das mãos e me apoiei à parede, usando esse artifício para me levantar. Gastei toda a minha energia e não sabia se daria conta de prosseguir. Meus joelhos queriam dobrar-se sob o meu peso. 

MGK me observava se divertindo. 

— Não é o momento mais propício para se preocupar com lealdade — zombou. — Não percebe que tenho a sua vida na palma da mão? Idolatre-me se quiser viver e ver sua amada Lauren novamente. 

— Renuncio a você e todas as suas obras — respondi calmamente. 

Minhas palavras o enfureceram. Ele me ergueu no ar e me atirou contra a mesa de jantar. Minha cabeça bateu no tampo com um baque, antes que eu escorregasse para o chão e desabasse de vez. Uma substância grudenta começou a escorrer pela minha testa. 

— Tudo bem aí embaixo? — indagou MGK, presunçoso, de onde estava, encostado à beira da mesa. Ele tocou com rudeza a ferida no meu rosto, e suas mãos irradiaram calor. — Não precisa ser desse jeito — murmurou ele. Esperou que eu consentisse, mas permaneci muda. — Bem, se a sua resposta é essa, não me resta alternativa. Vou ter que arrancar de você todo e qualquer vestígio de bondade e retidão — alertou-me gentilmente. — Quando eu terminar, não terá sobrado nem um vestígio de integridade ou franqueza. 

Ele se inclinou sobre mim. Estava a centímetros, e eu podia ver cada traço, a curva das maçãs do rosto salientes, a linha fina da boca, a barba crescendo no queixo. 

— Vou deixar sua alma absorver as trevas e depois reivindicá-la para mim. 

Meu corpo começou a tremer quando ouvi essas palavras. Agarrei-me desesperadamente às pernas da mesa, à procura de apoio, um meio de escapar. MGK passou uma das mãos lentamente ao longo de todo o meu braço, saboreando o contato. Minha pele queimava e latejava, e, quando baixei os olhos, vi um lanho vermelho onde seu toque me queimara. 

— Acho que você não voltará para o Céu, Camila, porque, quando eu terminar com você, eles não vão querê-la de volta. 

Ele afagou meu rosto com um único dedo e depois seguiu o contorno dos meus lábios. Senti minha pele transformar-se numa máscara em chamas. 

Virei-me e me debati furiosamente, mas MGK me segurou firme e me obrigou a olhar para ele. Seus dedos pareciam furar minhas bochechas. 

— Não fique nervosa, meu anjo, somos muito hospitaleiros no inferno. 

Ele me beijou num gesto rude, com o peso do corpo me pressionando antes de se afastar. Espasmos de calor atravessaram todo o meu corpo, como se eu estivesse queimando. 

— Está na hora de dizer adeus, Srta. Cabello. 


MGK fechou os olhos e se concentrou tanto que vi brotarem gotas de suor em sua testa. Uma veia pulsava junto às têmporas. Então, lentamente endireitou-se, estendeu as mãos e segurou minha cabeça. 

Foi quando aconteceu. A sensação de inúmeras agulhas quentes, penetrantes, perfurando a minha mente tomou conta de mim, e num único momento vi, concentrado, todo o mal já perpetrado desde a aurora dos tempos, todas as calamidades conhecidas pelo homem reunidas em imagens desconexas, uma série de flashes tão intensos que achei que meu cérebro fosse explodir. 

Vi crianças ficando órfãs em tempos de guerra, cidades transformadas em pó por causa de terremotos, homens sendo mortos por armas de fogo, famílias passando fome devido à seca. Vi homicídios. Ouvi gritos. Senti todas as injustiças do mundo. Todas as doenças conhecidas pela humanidade perpassaram meu corpo. Todos os sentimentos de medo, dor e impotência tomaram conta de mim. Senti cada morte violenta com precisão. Estava no carro em que Grace sofreu a batida. Fui um homem em um acidente de barco, me afogando no oceano, esmagado pelo peso das ondas. Fui Lucy, devorada viva em sua cama pelas chamas. E enquanto passava por tudo isso ouvia ao fundo uma gargalhada impiedosa que sabia ser de MGK. 

A dor de milhões de pessoas penetrou minha carne terrena como cacos de vidro. Estava vagamente ciente do meu corpo contorcendo-se no chão, das minhas mãos apertando as têmporas. Eu era um anjo e ia sendo tomada por toda a agonia e escuridão existentes no mundo. Abri a boca para implorar a MGK que pusesse fim ao meu sofrimento, mas não consegui emitir som algum. Não me sobrara voz sequer para implorar que ele me matasse. O cerco prosseguiu, as imagens tenebrosas fluindo de MGK para mim até que respirar tornou-se uma tarefa quase impossível.

MGK retirou as mãos da minha cabeça, e senti meu corpo afundar, experimentando um momento de puro alívio. Foi então que vi o fogo, crescendo e tomando tudo em seu caminho, e percebi de repente que a sala estava cheia de fumaça. O lustre estremeceu e depois caiu, e pedaços do teto cederam, fazendo com que gesso e minúsculas contas de vidro desabassem como uma cascata sobre a mesa de jantar. A alguns metros de distância, as cortinas pegaram fogo, espalhando uma chuva de brasas em todas as direções. Cobri a cabeça, mas algumas brasas aterrissaram em minhas mãos. Meu corpo ainda latejava e tremia sob o impacto daquelas terríveis lembranças. Meus pulmões estavam saturados de fumaça, os olhos ardiam, e a cabeça rodava. Percebi que estava ficando inconsciente. Lutei, mas era uma batalha praticamente perdida. Só conseguia ver o rosto de MGK emoldurado por um círculo de fogo. 

Foi então que a parede da outra extremidade da sala foi derrubada como se numa explosão. Por um instante, vi a rua deserta do outro lado, antes que uma claridade estonteante tomasse conta de tudo. MGK cambaleou e retrocedeu, protegendo os olhos com as mãos. Normani surgiu dos escombros, com as asas abertas e a espada cintilando como uma coluna de luz branca em sua mão. Lauren e Ally vinham logo atrás, e ambas correram até onde eu estava. Lauren, com o rosto lavado de lágrimas, já ia me tomando nos braços quando Ally a impediu. 

— Não a movimente — disse minha irmã. — Seus ferimentos são muito graves. Temos que dar início ao processo de cura aqui mesmo. 

Lauren apanhou meu rosto com as mãos. 

— Camz? — Senti seus lábios próximos à minha face. — Está me ouvindo? 

— Ela não pode responder — explicou Ally numa voz doce, e senti seus dedos tocarem minha testa. Sacudi-me no chão enquanto a energia curativa de Ally fluía para mim. 

— O que está acontecendo com ela? — gritou Lauren, ao me ver estremecendo. Senti meus olhos se revirarem e abri a boca num grito mudo. — Você está machucando a Camz!

— Estou drenando as memórias negativas do corpo dela — disse Ally. — Elas irão matá-la se eu não o fizer. 

Lauren estava tão perto de mim que pude ouvir as batidas do seu coração. Agarrei-me a esse som, acreditando que fosse a única coisa capaz de me manter viva.

— Vai dar tudo certo — disse Lauren devagarzinho. — Acabou. Estamos aqui. Ninguém pode machucar você agora. Ouça a minha voz, Camz, fique aqui comigo. 

Fiz força para me sentar e vi Normani surgir em meio a uma parede de chamas. Ela emitia ondas de luz e quase doía olhar, tão luminosa e bela era sua imagem. Atravessando o fogo, ela postou-se cara a cara com MGK, e, pela primeira vez, vi uma expressão de medo tomar o rosto dele, que rapidamente se recompôs e contraiu os lábios em seu conhecido sorriso forçado. 

— Estou vendo que veio brincar, hein? Como nos velhos tempos... 

— Vim pôr um ponto final em seus joguinhos — respondeu Normani num tom grave. 

Minha irmã endireitou os ombros, e um vento uivante soprou, sacudindo os vidros das janelas e arremessando ao chão os quadros das paredes. Relâmpagos cortaram o Céu escarlate, como se o Firmamento se rebelasse. No meio de tudo impunha-se Normani, o corpo potente ondulando e cintilando como uma coluna de ouro. A espada reluzia incandescente, zunindo em sua mão como se estivesse viva. MGK vacilou diante do que viu.

— Vou lhe dar uma única chance — disse Normani. — Você ainda pode se arrepender dos seus pecados. Você ainda pode virar as costas a Lúcifer e renunciar a suas obras. 

MGK cuspiu no pé de Normani. 

— É tarde demais para isso, não acha? De qualquer forma, gentileza sua em oferecer. 

— Nunca é tarde demais — respondeu minha irmã. — Sempre há esperança. 

— A única esperança que tenho é de ver seu poder destruído — sibilou MGK. 

O rosto de Normani se endureceu, e quaisquer traços de piedade desapareceram de sua voz. 

— Então suma — ordenou. — Não há lugar para você aqui. Volte para o inferno, onde foi exilado desde o princípio. 

Levantando a espada, Normani fez as chamas se erguerem como criaturas vivas para envolver MGK, dando voltas acima da sua cabeça como abutres prestes a atacar a presa. Porém, de repente, elas congelaram. Algo as mantinha afastadas — o poder de MGK parecia protegê-lo. E assim ficaram ambos, anjo e demônio, presos a uma silenciosa batalha comandada pelo pensamento, a espada incandescente entre os dois marcando a divisão entre dois mundos. Os olhos de Normani faiscavam com a fúria dos Céus, e os de MGK, com a sede de sangue do inferno. Em meio à névoa de dor que me dominava corpo e mente, senti uma onda de medo fria e terrível. E se Mani fracassasse na missão de derrotar MGK? O que seria de nós? Reparei que havia enlaçado meus dedos nos de Lauren — suas mãos estavam refrescando minha pele ferida pelo fogo. Quando ela me abraçou, notei que uma luz estranha brilhava nos lugares onde nossos dedos se uniam. Logo, ela nos envolveu, estendendo-se o suficiente para cobrir os corpos de nós duas. Percebi que, se apertasse um pouco mais a mão de Lauren e a puxasse para perto de mim, a luz parecia reagir e espalhar-se mais, como um escudo protetor. O que era aquilo? O que significava? Lauren sequer notara, de tão concentrada em tentar acalmar meu corpo trêmulo, mas Ally, sim. Ela se inclinou e sussurrou em meu ouvido. 

— É seu dom, Camila. Use-o. 

— Não entendo. Como? 

— Você tem o dom mais poderoso de todos. Sabe o que fazer com ele. 

Minha mente não captou a mensagem de Ally, mas de alguma forma meu corpo soube o que fazer. Agarrei-me ao restante de energia que sobrara em mim, tentando afastar a dor que ameaçava me dominar e erguendo a cabeça, chegando perto de Lauren. Quando nossos lábios se encontraram, todos os pensamentos negativos desapareceram da minha mente e tudo que vi foi ela. MGK deu um pulo para trás quando a luz explodiu em raios estonteantes, emanando dos nossos corpos entrelaçados e inundando o ambiente. Ele gritou e tentou usar os braços para se proteger, mas a luz o envolveu como tentáculos de fogo. Ele se debateu e contorceu brevemente, antes de se render e permitir que as chamas lambessem seu torso e se enrascassem como tentáculos em seu corpo. 

— O que é isso? — perguntou Lauren, enquanto protegia os olhos contra o brilho ofuscante. Ally e Normani, que estavam imóveis, calmamente deixando que a luz as banhasse, viraram-se para encará-la. 

— Você mais do que ninguém deveria saber — respondeu Ally. — É o amor. 

Lauren e eu permanecemos abraçadas enquanto a sala sacudia e a luz abria um buraco no chão. 

Foi nesse abismo que MGK desapareceu. Nossos olhares se encontraram antes que ele caísse. Apesar de torturado, ele continuava a sorrir.


Notas Finais


Adeus MGK foi um desprazer conhecê-lo.
Camren forever ❤❤
Até o último capítulo 😢


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