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História Halo (Camren) - Fish


Escrita por: lmfs13

Capítulo 8 - Fish


Eu não tinha ideia de que horas eram quando acordei. Só me dei conta do latejar incessante na minha cabeça e da aspereza da minha língua, que parecia uma lixa. Custei a pôr os acontecimentos da noite anterior em ordem, mas depois me arrependi de tê-lo feito. Fiquei super envergonhada quando me lembrei do meu atordoamento, da minha fala ininteligível, de não conseguir ficar em pé. Lembrei-me de Normani me pegando nos braços e da preocupação do desapontamento em sua voz. Lembrei-me de ter precisado ser despida e da expressão consternada de Ally ao me pôr na cama como se eu fosse uma criança pequena. Enquanto Ally me cobria, eu ouvia Normani reiterar seus agradecimentos a alguém na porta. 

Então, comecei a me lembrar de ter passado a maior parte do tempo da festa de Dinah caída inerme nos braços reconfortantes de uma estranha. Soltei um gemido ao visualizar nitidamente o seu rosto. De todas as pessoas no mundo que poderiam vir me socorrer, por que tinha que ser logo Lauren Jauregui a encarregada? O que estava pensando Nosso Pai em Sua infinita sabedoria? Tentei com toda força recordar os fragmentos da nossa breve conversa, mas a memória se recusava a oferecer tais detalhes voluntariamente. 

Fui tomada por um misto de arrependimento e humilhação. Escondi o rosto ardendo embaixo das cobertas e me encolhi toda, desejando ficar naquela posição para sempre. O que Lauren Jauregui, a aluna representante da Bryce Hamilton, ia pensar de mim? O que todo mundo devia pensar de mim? Não fazia nem uma semana que eu estava na escola e já desonrara minha família e proclamara ao mundo que eu era uma principiante na vida. Como não me dei conta de como aqueles coquetéis eram fortes? Como se não bastasse, eu ainda provara às minhas irmãs ser incapaz de me virar sozinha. 

Ouvi vozes abafadas no andar de baixo. Normani e Ally discutiam alguma coisa aos sussurros. A queimação voltou ao meu rosto quando pensei na posição em que as havia deixado. Quão egoísta eu fora para não pensar que meus atos também teriam um impacto nelas! A reputação delas estava em jogo assim como a minha, e a minha sem dúvida estava em frangalhos. Considerei a possibilidade de fazermos as malas e começar do zero em outro lugar. Com certeza Normani e Ally não esperariam que eu ficasse em Venus Cove após esse espetáculo. Parte de mim esperava que, num instante, elas entrassem para dar a notícia, e então faríamos as malas em silêncio e nos mudaríamos para um lugar novo. Não haveria tempo para despedidas; os vínculos que eu tinha formado ali se reduziriam a nada mais que boas lembranças. 

Mas ninguém veio ao meu quarto, e acabei não tendo outra escolha senão me aventurar a descer e enfrentar as consequências do que fizera. Vi de relance o meu reflexo num espelho do corredor. Eu estava com olheiras e uma aparência frágil. O relógio me disse que era quase meio-dia. 

Lá embaixo, Ally trabalhava com habilidade num bordado na mesa da cozinha e Normani estava em pé junto à janela, empertigado como um pastor no púlpito. Tinha as mãos juntas atrás das costas e lançava um olhar pensativo na direção do mar. Fui até a geladeira e me servi de um copo de suco de laranja, que bebi depressa para matar aquela sede violenta. 

Normani não se virou, embora eu soubesse que ela estava ciente da minha presença. Tremi — uma bronca enfurecida teria sido melhor do que esse silêncio recriminatório. Eu prezava muito a estima de Normani para perdê-la. Quanto mais não fosse, sua raiva pelo menos teria ajudado a diminuir a minha culpa. Desejei que ela se virasse para eu poder pelo menos ver seu rosto. 

Ally largou o bordado e olhou para mim. 

— Como se sente? — perguntou. 

Não parecia zangada ou desapontada, e isso me deixou confusa. 

Num ato involuntário, levei as mãos às têmporas, que ainda latejavam. 

— Já estive melhor. 

O silêncio pairava no ar como uma mortalha. 

— Sinto muito mesmo — continuei mansamente. — Não sei como isso foi acontecer. Sinto-me muito infantil. 

Normani se virou para olhar na minha direção, os olhos estavam bem escuros, mas neles só vi a profunda afeição que tinha por mim. 

— Não há necessidade de ficar aflita, Camila — disse ela com a calma de sempre. — Agora que somos humanos, estamos fadados a cometer alguns erros. 

— Vocês não estão zangadas? — perguntei, olhando de uma para a outra. A pele nacarada delas tinha um aspecto luminoso e tranquilizador. 

— Claro que não estamos zangadas — disse Ally. — Como poderíamos culpá-la por algo que estava além do seu controle? 

— A questão é exatamente essa — disse eu. — Eu deveria saber. Isso não teria acontecido com nenhum de vocês. Por que só eu cometo erros? 

— Não seja tão dura consigo mesma — aconselhou Normani. — Lembre-se de que é sua primeira visita aqui. Você vai melhorar com o tempo. 

— É fácil esquecer que as pessoas são de carne e osso, e não indestrutíveis — acrescentou Ally. 

— Vou tentar me lembrar disso — retruquei, mais animada. 

— Tenho exatamente o que você precisa para se livrar dessa britadeira na sua cabeça — disse Normani

Ainda com meu pijama de plush, fui até perto dela e a observei pegar uns ingredientes na geladeira. Ela os mediu e os virou dentro de um liquidificador com a precisão de um cientista. Finalmente, me entregou um copo de um líquido vermelho e turvo. 

— O que é isso? — perguntei. 

— Suco de tomate, gema de ovo e uma pitada de pimenta — respondeu ela. — Segundo a enciclopédia médica que li ontem à noite, é um dos melhores remédios para ressaca. 

A mistura tinha aspecto e cheiro repulsivos, mas o latejar na minha cabeça não iria passar sozinho. Depois me ocorreu que Ally poderia ter me curado da ressaca tocando nas minhas têmporas, mas talvez minhas irmãs estivessem tentando me ensinar a aceitar as consequências humanas dos meus atos. 

— Acho que deveríamos todos ficar em casa hoje, não acham? — sugeriu Ally. — Aproveitar o tempo para refletir um pouco. 

Eu nunca ficara tão impressionada com minhas irmãs como naquele momento. A tolerância que demonstravam só podia ser descrita como sobre-humana o que obviamente era. 

Em comparação com o resto da sociedade, vivíamos como verdadeiros quacres: sem televisão, computador ou telefone celular. Nossa única concessão a viver na Terra no século XXI era o telefone fixo, que fora ligado logo depois que nos mudamos. Achávamos que a tecnologia era como uma espécie de influência corruptora, promovendo um comportamento anti-social e diminuindo a importância dos valores familiares. Nossa casa era um lugar onde ficávamos juntos, sem matar o tempo na internet nem assistir a programas de televisão sem conteúdo. 

Normani particularmente odiava a influência da televisão. Durante a preparação para a nossa missão, eleanos mostrara o início de um programa para enfatizar seu argumento. O programa envolvia pessoas que lutavam contra a obesidade sendo divididas em grupos aos quais eram apresentados alimentos tentadores para testar resistência. As que desistiam eram repreendidas e evitadas. Era revoltante, disse Normani, brincar com as emoções dos outros e se aproveitar das suas fraquezas. Era mais revoltante ainda que o público considerasse tamanha crueldade um entretenimento

Portanto, naquela tarde, não recorremos à tecnologia atrás de entretenimento; em vez disso, passamos o tempo lendo no deque, jogando mexe-mexe ou simplesmente mergulhados em nossos próprios pensamentos. Aproveitar o tempo para refletir não significava que não pudéssemos fazer outras coisas; significava apenas que as fazíamos em silêncio e tentávamos passar algum tempo avaliando nossos êxitos e fracassos. Ou melhor, Ally e Mani avaliavam seus êxitos, e eu contemplava meus fracassos. Eu olhava para o Céu e mordiscava fatias de melão. Frutas, eu decidira, eram o meu alimento preferido. O frescor limpo e doce das frutas me lembrava de casa. Enquanto olhava, vi que o sol aparecia como uma bola branca abrasadora no céu — fitá-lo ofuscava e feria meus olhos. Lembro-me da brandura do sol no Reino — nossa casa era inundada por uma luz suave e dourada que era palpável e nos escorria pelos dedos como mel quente. Aqui as coisas eram muito mais duras, mas de certa forma mais reais. 

—Já viu isso? — Ally saiu de casa com um prato de frutas e queijos e jogou um jornal na mesa com repugnância. 

— Hã-rã — Normani fez que sim com a cabeça. 

— O que é? 

Sentei-me, esticando o pescoço para ver a manchete. Vi de relance a fotografia estampada na página. Pessoas corriam para todo lado; homens tentando em vão proteger as mulheres, e mães tentando alcançar os filhos que tinham caído no chão. Alguns apertavam os olhos numa expressão piedosa; outros tinham a boca aberta em gritos mudos. Atrás deles, chamas se erguiam para o céu e nuvens de fumaça encobriam o sol. 

— Bombardeios no Oriente Médio — Mani respondeu, virando o jornal rapidamente com um movimento do punho. Não adiantava mais: a imagem já estava gravada no meu cérebro. 

— Mais de trezentos mortos. Sabem o que isso significa, não? 

— Nossos agentes por lá não estão fazendo o trabalho direito? — Minha voz saiu trêmula. 

— Não podem fazer o trabalho direito — corrigiu Ally. 

— Qual poderia ser o empecilho? — perguntei. 

— As forças das trevas estão superando as forças da luz — disse Normani, séria. — Isso está acontecendo com cada vez mais frequência. 

— O que faz você pensar que o Céu é o único lugar que está enviando representantes? — Ally parecia um pouco impaciente com a minha falta de compreensão. — Temos companhia. 

— Não há nada que possamos fazer? — perguntei. 

Normani fez que não com a cabeça. 

— Não cabe a nós agir sem autorização. 

-— Mas há trezentos mortos! — protestei. — Isso deve importar. 

— Claro que importa — disse Mani. — Mas nossos serviços não foram solicitados. Nos designaram este posto, e não podemos abandoná-lo porque algo ruim aconteceu em outra parte do mundo. Fomos instruídos a ficar aqui e a velar por Venus Cove. Deve haver uma razão para isso. 

— E aquelas pessoas? — perguntei, lembrando-me novamente de suas expressões aterrorizadas. 

— Tudo que podemos fazer é rezar por uma intervenção divina. 

No meio da tarde, percebemos que os mantimentos estavam acabando. Embora continuasse me sentindo exausta, me ofereci para ir à cidade comprá-los. Esperava que a incumbência apagasse as imagens perturbadoras da minha mente e desviasse minha atenção das calamidades humanas. 

— O que devo trazer? — perguntei, pegando um envelope e pronta para fazer uma lista no verso. 

— Frutas, ovos e pão daquela padaria francesa que acabou de ser inaugurada — disse Ally. 

— Quer uma carona? — ofereceu Normani. 

— Não, obrigada, vou de bicicleta. Preciso me exercitar. 

Deixei NNormani voltar para sua leitura e peguei minha bicicleta na garagem, enfiando uma sacola de lona no guidom. Ally tinha começado a podar as rosas do jardim da frente e acenou quando passei por ela. 

O percurso de dez minutos até a cidade foi revigorante, depois do meu sono de zumbi. O ar trazia uma sensação saudável com o cheiro de pinho, o que ajudou a dissipar meu abatimento. Recusei-me a pensar em Lauren Jauregui e bloqueei quaisquer lembranças da noite anterior. Obviamente, minha mente tinha seus próprios planos, e estremeci ao me lembrar dos braços acolhedores de Lauren me segurando, do tecido da sua camisa encostado no meu rosto, do toque da sua mão me afastando o cabelo dos olhos, exatamente como ela fizera no meu sonho.

Deixei a bicicleta acorrentada no bicicletário em frente à agência dos correios e me encaminhei para o armazém. Ao chegar, diminuí o passo para dar passagem a duas senhoras, uma idosa e com o corpo arcado, e a outra forte e de meia-idade. A mais jovem levou a outra a um banco de praça, depois voltou para a loja e prendeu um aviso na janela. Sentado obedientemente ao lado da mais velha estava um cão cinza-claro. Era a criatura mais estranha que eu já tinha visto, com uma expressão tão pensativa que poderia ser considerada humana. Mesmo sentado, o bicho mantinha o corpo ereto e tinha um ar majestoso. Tinha as bochechas ligeiramente caídas, o pele sedoso e os olhos sem cor como o luar. 

A mais velha tinha um ar abatido que me chamou a atenção. Quando olhei para o anúncio na vitrine da loja, pude determinar a causa de sua infelicidade. Era um cartaz oferecendo o cão "de graça para um bom lar". 

— É para o bem dele, Alice, você vai ver — disse a mais jovem, num tom prático e enérgico. — Quer que o Fish seja feliz, não quer? Ele não poderá ficar com você quando você se mudar. Você conhece as regras. 

A mais velha balançou a cabeça negativamente com um ar de tristeza. 

— Mas ele estará numa casa estranha e não saberá o que se passa. Já temos nossa rotina em casa. 

— Cachorro é um bicho muito adaptável. Agora me deixe levá-la para casa a tempo para o jantar. Garanto que o telefone vai começar a tocar assim que a gente entrar. 

A mulher chamada Alice não parecia ter a mesma confiança da companheira. Vi seus dedos nodosos torcerem a guia do cão com ansiedade e então irem até seu cabelo fino, preso em um coque atrás da cabeça. Ela parecia não ter pressa de sair, como se o gesto de se levantar indicasse que ela estava selando um acordo sobre o qual não tivera tempo de pensar muito bem. 

— Mas como vou saber que ele está sendo bem-tratado? — perguntou. 

— Vamos nos certificar de que quem ficar com ele concorde em levá-lo para te visitar na nova casa. 

Um tom impaciente se insinuara na voz da mais jovem. Também notei que ela falava cada vez mais alto à medida que a conversa prosseguia. Seu peito arfava, e gotas de suor começavam a lhe brotar nas têmporas empoadas. Ela não parava de olhar para seu relógio de pulso. 

— E se eles esquecerem? — perguntou Alice, com um tom petulante na voz. 

— Não vão esquecer — disse a outra com desdém. — Bom, precisa comprar algo antes que eu leve você para casa? 

— Só um saco de biscoitos caninos para o Fish, mas não daqueles de sabor frango, porque ele não gosta. 

— Bem, por que não espera aí enquanto vou lá dentro um instantinho pegar? 

Alice fez que sim com a cabeça, depois ficou olhando o horizonte com uma expressão resignada. Abaixou-se para coçar Fish atrás das orelhas. Ele a olhou intrigado. Parecia haver um entendimento tácito entre a dona e o animal. 

— Que cachorro lindo — disse eu, como forma de puxar assunto. — Qual é a raça dele? 

— Weimaraner — respondeu Alice. — Mas, infelizmente, não vai continuar comigo. 

— É, não pude deixar de ouvir. 

— Coitado do Fish. — Alice suspirou e se abaixou para falar com o cão. — Você sabe exatamente o que está acontecendo, não sabe? Mas está sendo muito corajoso com tudo isso. 

Ajoelhei-me para fazer carinho na cabeça de Fish, e ele me farejou com cautela antes de me oferecer sua pata enorme. 

— Que estranho. Ele costuma ser muito mais reservado com estranhos. Você deve ter jeito com cachorros. 

— Ah, eu adoro animais. Desculpe por perguntar, mas para onde a senhora vai que ele não pode ir? 

— Vou me mudar para o lar de idosos da cidade, Fairhaven. Já ouviu falar? Não aceitam cachorros. 

— Que pena — disse eu. — Mas não se preocupe. Garanto que um cachorro como o Fish vai ser adotado rapidinho. Está ansiosa para a mudança? 

Ela pareceu um pouco desconcertada com a pergunta. 

— Sabe, você é a primeira pessoa que me pergunta isso. Acho que para mim tanto faz ir ou não. Vou ficar melhor quando souber que o Fish já tem um lar. Eu esperava que a minha filha ficasse com ele, mas ela mora em apartamento e não vai ser possível. 

Quando Fish esfregou o nariz esponjoso na minha mão, tive uma ideia. Talvez esse encontro fosse a Providência me oferecendo uma chance de compensar minha falta de responsabilidade. Afinal, não era esse o meu papel — fazer a diferença para as pessoas onde quer que eu pudesse em vez de me concentrar em minhas próprias obsessões egoístas? Não havia muito que eu pudesse fazer em relação a uma crise do outro lado do mundo, mas havia uma situação ali perto de mim em que podia ser útil. 

— Quem sabe eu não possa ficar com ele? — sugeri num impulso. 

Sabia que se pensasse muito eu perderia a coragem. A expressão de Alice se iluminou instantaneamente. 

— Você pode? Tem certeza? — disse ela. — Seria maravilhoso. Você nunca vai encontrar um amigo mais fiel, posso lhe prometer. Ora, vocês já ficaram amigos. Mas o que os seus pais vão dizer? 

— Eles não vão se importar — respondi, esperando que minhas irmãs enxergassem a decisão do mesmo modo que eu. — Então está combinado? 

— Aqui está Felicity — disse Alice, com um sorriso de orelha a orelha. — É melhor darmos a ela a boa notícia. 

Fish e eu vimos as duas partirem de carro, uma enxugando os olhos, a outra com uma expressão visivelmente aliviada. A não ser por um latido de dar dó para sua dona e um olhar comovente, Fish parecia tranquilo de repente ao se ver sob a minha guarda. Parecia entender instintivamente que a nova situação era a melhor que podia esperar naquelas circunstâncias. Aguardou pacientemente do lado de fora enquanto eu fazia as compras. Depois, pendurei a sacola de um lado do guidão, amarrei a guia no outro e empurrei a bicicleta para casa. 

— Conseguiu achar a loja sem problemas? — perguntou Normani quando me ouviu entrar. 

— Desculpe, esqueci o pão — disse eu, entrando na cozinha com Fish ao meu lado. — Mas fiz um ótimo negócio em vez disso. 

— Camila! — exclamou Ally. — Onde achou esse cachorro? 

— É uma longa história — respondi. — Alguém precisava de uma mãozinha. — Fiz um resumo do meu encontro com Alice. Ally afagou a cabeça de Fish, e ele pôs o focinho em sua mão. Havia algo de sobrenatural em seus olhos claros e tristes que fazia parecer que o lugar dele era conosco. — Espero que a gente possa ficar com ele — terminei. 

— Claro — disse Normani sem mais discussão. — Todo mundo precisa de um lar. 

Ally e eu nos distraímos improvisando uma cama para Fish e decidindo qual tigela deveria ser a dele. Normani nos observava, os cantos da boca se contraindo com o esboço de um sorriso. Era tão raro ela sorrir que, quando o fazia, era como o sol atravessando uma nuvem. 

Era óbvio que Fish seria meu. Ele me olhava como sua mãe adotiva e vinha trotando atrás de mim aonde quer que eu fosse na casa. Quando me deitei no sofá, ele se enroscou nos meus pés como uma vasilha de água quente e adormeceu roncando baixinho. Apesar do tamanho, Fish tinha uma natureza indiferente, e não demorou muito para ele estar completamente integrado na nossa pequena família. 

Depois do jantar, tomei uma chuveirada e fiquei no sofá, com a cabeça de Fish no colo. A afeição dele teve um efeito terapêutico, e eu me sentia tão relaxada que quase esqueci os acontecimentos da noite anterior. 

Foi então que bateram à porta


Notas Finais


Resolvi postar mais um antes de ir dormir.
Até mais tarde 😊
Obg pelos favs


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