Levante-se, levante-se, pequeno homem
Não tenha medo, estou segurando a sua mão
Saiba que há mais na vida
Do que aquilo que vemos e conseguimos
Levante-se, levante-se, pequena mulher
Não tenha medo de arriscar tudo
Saiba que há mais na vida
Do que aquilo que vemos e conseguimos
Eu irei
Lutar por você e por mim
Olhe em meus olhos e acredite
Pequenino, vamos lutar, vamos lutar
Pequena mulher, vamos lutar, vamos subir
Vejo a você e a mim
Segure a minha mão e nós
Vamos ficar de pé, vamos lutar, vamos lutar
Vamos ficar de pé e vamos subir juntos
Beyoncé- Risse Up.
Hoje
Bruno on
Acordei pela manhã e ela já não estava mais na cama, andei até a
janela ainda coçando os olhos preguiçosamente e a vi deitada a
beira da piscina em uma das espreguiçadeiras através do vidro.
Caminho no jardim já de banho tomado e roupa trocada. A
medida em que eu me aproximava eu via sua mão acariciando a
sua barriga exposta , já que ela estava com uma blusa que
durante esse tempo de gestação encolheram falando nisso.
- bom dia.
Mesmo de olhos fechados ela sorri pra mim. O vento eriçava poucas mexas dos seus cabelos, sentei ao seu lado já colocando
a mão em sua barriga, a qual eu beijei antes de beijá-la.
- bom dia, acordou cedo.
Comentei acariciando o seu rosto com delicadeza.
- não resisti, o sol estava me chamando.
Ela sorriu.
- você já tomou café?
- não.
Ela negou.
De maneira repentina ela mudou de expressão, o que de mio moda, me preocupou.
- o que foi?
- eu estava pensando nos nomes das nossas princesas.
Me deitei ao lado dela.
- é mesmo? Quais?
- Bernie e Beatriz.
Ela segurou a minha mão.
- é sério?
Ela sorriu assentindo, confesso que fiquei emocionado.
- eu não sei o que dizer.
- Ela me deu você.
Depositei um selinho em seus lábios.
- e eu sei que de onde ela estiver ela está orgulhosa de você amor.
A dor da perda é algo que nós não superamos, nós só... apenas acostumamos com ela. E a presença de todos foi muito
importante para " vencer" essa dor dia após dia.
- e Beatriz porque ela me deu você.
Beijei a sua mão.
- tem razão, elas merecem.
Beijei a sua testa.
Apreciamos aquela manhã deliciosamente agradável.
Esse era um assunto que eu me reservei a tocar apenas a quem realmente interessava, como minha família e minha esposa.
Como ela, eu comecei a criar um mundo só meu e isso não era nada bom.
- que horas você vai para o aeroporto?
Ella e eu atravessávamos a porta de casa.
- daqui a pouco, o que é? Já quer se livrar de mim é?
Comentei descontraidamente enquanto entrávamos na cozinha.
O cheirinho do café tomava conta do ambiente.
- nada não, quero dizer pro meu amante à hora que ele pode vir.
Essas piadinhas me tiravam do sério, e ela sabia perfeitamente disso, tanto que ela adorava me provocar já sabendo que eu era possessivo.
Ela sorria enquanto eu a olhava seriamente.
- Ella!
A repreendi enquanto passava a faca melada de requeijão na
torrada e ela sorriu mais um pouco.
- você sabe que eu não gosto dessas suas piadinhas.
- mas eu falo mesmo assim, não se preocupe comigo tá legal?
Ela tocou minha mão.
- eu vou ficar bem, Presley ligou e disse que chega depois de
você sair, eu não vou ficar sozinha, você é que me preocupa viu moço?
Ela ergueu a sobrancelha tomando um gole do seu suco.
- por que?
- sei lá, é New York, vai que você...
- nada disso.
A cortei categoricamente.
- não é assim e você sabe.
- toma meu querido, é o Phill.
Dona Norma entrou na cozinha com o telefone na mão.
- fala.
- e aí cara? Tudo certo pra mais tarde né?
- claro.
Terminei o meu café e fui para meu quarto para pegar as minhas malas .
— me liga quando chegar? Por que eu não posso ir no aeroporto com vocês?
Ella ainda não se conformava com o meu pedido.
— anda Bruno! Ella ele não vai fugir com ninguém fica tranquila.
— voce é um bobo Phill.
Ela sorriu para ele que fez uma careta de dentro do carro.
— vou só passar esse fim de semana lá, no máximo terça-feira eu volto não precisa ficar preoculpada.
Ela entortou os lábios pra mim e eu dei um meio sorriso.
— ok, só se cuida tá?
Fechei os olhos quando senti o seu toque no meu rosto.
— voce também, qualquer coisa me liga.
Incrível como já se passaram anos e eu ainda sinto algo diferente sempre que eu sinto seus lábios nos meus. Assim como agora.
Ela entrelaçou seus dedos em meus cabelos e minhas mãos foram para a sua barriga, porque cintura digamos que ela não tinha mais.
— ei vocês dois, não é hora pra isso, espera pelo menos as duas meninas depois vocês fazem isso!
Sorrimos ainda de lábios colados por causa do comentário do meu irmão, eu simplesmente não queria deixar ela, elas na verdade.
— tchau.
— tchau meu amor.
Ela me dava acenos enquanto eu caminhava pelo jardim de casa.
Ella on
Sorri sentindo mais um dos inúmeros chutes que elas me davam, entrei em casa e fui na cozinha.
— vocês estão agitadas.
Comentei subindo as escadas já com um pouquinho de dificuldade.
— o pai de vocês e eu já escolhemos o nome de vocês.
Senti outro chute antes de me deitar.
— Bernie e Beatriz.
— Legal voce colocar o nome da mamãe em uma das meninas ela ficaria muito lisonjeada.
Abri os olhos um pouco assustada senti um alivio no peito quando vi a Presley escorada na porta com os braços cruzados.
—era o mínimo que eu poderia fazer por uma pessoa tão especial como ela, e o Bruno também.
Ela assentiu.
— não foi fácil pra nem um de nós.
Ela completou o que eu disse já fechando a porta do quarto.
Ah mas não foi mesmo.
Narradora on.
Flash back on
- então? Até quando você vai ficar?
Ella sorriu docemente para o pai que limpava a boca com o lenço de papel.
- já quer que eu vá embora pai? Magoei.
Ela fingiu fazendo uma careta.
- quando você melhorar eu vou embora.
Ela respondeu colocando a xícara já vazia na mesa.
Seu pai havia ligado para ela apenas para avisar que nao estava se sentido bem há alguns dias, sem e hesitação Bruno aceitou
que ela fosse para o Brasil mas na condição de ela ligar todos os
dias. E cá esta.
- só achei exagero seu você vir, não precisava.
- papai, eu já disse que é minha obrigação como filha cuidar de
você.
Ella segurou a sua mão carinhosamente.
- você é casada tinha que estar com o seu marido.
- não é porque eu sou casada que eu não posso cuidar do homem que cuidou de mim desde criança, me deixa fazer isso pai.
O homem apenas assentiu.
Ella olhava para as fotos nas paredes do seu quarto enquanto permanecia sentada na beira de sua antiga cama . Ella ainda não
tinha tocado no assunto de estar grávida, não era receio ou medo
mas apenas não era o momento certo. Pelo menos era o que ela
achava.
Seu celular começa a tocar ao seu lado e o nome de Ana piscava incessantemente.
- ah graças a Deus! Já te liguei umas cinquenta vezes.
- provavelmente é madrugada aí o que foi?
- Ella precisamos que você volte com urgência pra cá ou melhor com emergência.
Ella sentiu o coração acelerar ao ouvir as palavras de Ana.
- Ana você está me assustando.
- A Bernie está no hospital, o estado é grave, Bruno surtou .
- com toda razão.
- já comprei a sua passagem pro Havahi.
- obrigada Ana você é incrível.
- obrigada, já vou desligar ele não sabe que eu estou te ligando.
- ok obrigada.
Ella permaneceu imóvel por alguns instantes precisava pensar
mas não era o momento. Se fosse em situação contrária
certamente Bruno estaria com ela, ele merece que ela esteja ao
lado dele nesse momento.
- pai eu preciso ir, eu não iria se não fosse importante.
Ella aparece na sala já com a sua mala em mãos.
- o que houve?
- Bruno precisa de mim, a mãe dele está muito grave no hospital eu preciso ir.
- oh querida.
O beijo na sua testa veio e aceito de bom grado.
- prometo que volto logo.
- sem pressa, seu marido precisa de você, apesar de tudo eu sempre soube que você seria uma ótima esposa.
A despedida no táxi foi dolorosa para os dois.
Tanto para o pai e a filha.
A cabeça de Ella parecia uma panela de pressão em fogo
máximo.
Nem o trânsito da cidade fazia ela parar de pensar em como Bruno deveria estar se sentindo.
De certa forma ela precisou fazer uma escolha
inconscientemente, entre os dois amores da sua vida.
Desceu do táxi já a passos largos e finalmente ela estava na poltrona do avião.
- com licença.
Ella vasculhava sua bolsa e viu malmente as pernas do
desconhecido passar em para a outra poltrona ao seu lado.
O perfume da tal pessoa ao seu lado passou a chamar sua atenção minutos depois.
O comandante avisa que o vôo iria decolar em poucos minutos
mas que precisaria apenas passar as instruções já conhecidas
sobre acessórios eletrônicos.
Quando o avião finalmente pousou em Honolulu , sem contar a
conexão em New York, já era praticamente madrugada.
- você já está aqui?
Ana pergunta assim que atende a chamada de Ella.
- Já.
Confirmou já indo para a sala de desembarque.
- presumi que você já estaria quase aqui, já estou na metade do
caminho, daqui a pouco estou aí.
E não era mentira, foram menos de cinco minutos a chegada de
Ana ao aeroporto.
- vamos para o hospital.
- como ela está?
Ana e Ella bateram as portas do carro quase que simultaneamente. Ana logo tratou de girar o volante com certa violência, por conta do horário não haviam quase pessoas nas
ruas. Mas o hospital parecia tumultuado.
- abutres.
Ana dispara já acionando o alarme do carro.
- deveria ter trazido o Dre comigo, vamos por aqui.
Ana quase arrastou Ella . Havia uma porta lateral e ambas entraram por ela.
- Ella?
Tiara olha para a esposa do irmão de olhos franzidos apesar de
inchados.
- graças a Deus.
Jamie se pronuncia dando um abraço em Ella mas acabou sendo reconfortante para as duas.
- como ela está?
Ella fica em meio a Jamie e Tiara Ana anda alguns passos
deixando elas a vontade.
- não sabemos.
- cadê o Bruno?
- estava vendo o instante dele ter um troço, está muito nervoso.
Tinha disso.
- Tahiti levou ele para tomar um café e a contra gosto ele foi.
Jamie responde enquanto elas se sentavam.
- Ela vai ficar bem.
Foi tudo que ela poderia dizer e segurou com firmeza as mãos das duas.
- cadê as crianças?
- com o Eric, o Phill e a Urbana, não teve outro jeito, não poderíamos trazer eles pra cá.
- não, imagina.
Ella concorda assentindo.
Lá uma vez passava algumas pessoas nos corredores do hospital.
As vozes de Bruno e Tahiti foram se fazendo cada vez mais presente no ambiente.
Ella se levanta ao ouvir a voz de Bruno.
Os olhos dele estavam avermelhados e seu rosto inchado o que
pariu o coração dela.
- Ella.
O começo do corredor parecia não ter existido assim como a
distância dos dois pois logo um estava nos braços do outro.
- você leu meus pensamentos eu precisava mesmo de você aqui.
Ainda com o rosto enterrado nos cabelos dela se fez ouvir apenas para ela.
- eu estou aqui agora.
- mas como.... ?
- foi eu.
Ana ergueu sua mão já sentada em uma das poltronas.
- obrigado Ana.
Ana assentiu gentilmente.
Ella sentiu os braços de seu marido cercar o seus ombros.
Os minutos pareciam horas e as horas pareciam dias e a demora
parecia não ter fim.
O jaleco branco chamou a atenção de todos na sala.
- conseguimos fazer uma cirurgia mas a partir de agora só o tempo dirá.
Está frase caiu como uma bomba nas cabeças d a família Hernandez.
Mesmo com relutância e com a dificuldade de convencimento o
médico conseguiu fazê-los ir, já que agora era tudo uma questão de tempo.
As irmãs decidiram ir e apenas Bruno e Ella ficaram no hospital.
- eu nem perguntei, como seu pai está?
- melhor...
- por favor venham.
Uma enfermeira pareceu brotar na sala de espera chamando os dois.
- o que está havendo?
Bruno perguntou com aflição e Ella apertou a sua mão, dizendo
que ela estava lá.
- lamento.
Quando essa palavra saiu da boca do médico Bruno controlou
seu corpo para não cair de joelhos na frente de todos.
- Ela não resistiu.
- não.
Esse " não" saiu tão rouco e tão inaudível que por muito pouco
eles não ouviram Bruno dizer.
- fizemos absolutamente tudo.
O médico de aparentemente 40 anos disse ainda de pé na frente
deles.
- podemos vê-la?
Ella se pronuncia já que as palavras pareciam não passar pela
garganta de Bruno que por sua vez parece que perde as palavras.
- claro.
E assim o fez.
Ella soltou os dedos de Bruno assim que entraram no quarto. A
cena era no mínimo desolador a. Porque na verdade não havia uma palavra correta para descrever.
Os aparelhos já desligados faziam com que o ambiente daquele quarto se tornasse mais sufocante, para Ella parecia um Deja vu já que a lembrança da perda da sua mãe se fez presente de ante de seus olhos, apenas a situação oposta.
Ele segurou a mão da sua mãe. A primeira lagrima se fez presente no rosto dele.
— a senhora me ensinou tanto, minha garota favorita...
O sorriso tímido veio dos dois. Ella apenas permanecia a poucos passos deles.
— e agora como eu vou seguir sem voce? Sem suas reclamações sobre eu ainda fumar e tudo mais, com o tempo eu percebi que voce tinha razão em ter sido tão forte quando voce precisou ser, e isso foi inspirador pra todos nós...
Não tardou Ella ceder as lagrimas também aquele momento era o momento delas se fazerem presente.
— voce me ensinou a ser a pessoa que eu sou hoje, e se eu conseguir ser pelo menos parte que voce foi, já terei me sentido o homem mais sortudo do mundo, obrigado mãe, obrigado por tudo.
O suspiro de Ella foi audível o bastante para ele olhar para ela.
— voce não disse nada desde que voltamos do hospital, eu entendo voce não querer cuidar dos tramites.
— seria demais pra mim.
A noticia claramente não foi bem vinda e logico que o momento era de resguardo.
— voce vai voltar para o Brasil?
Ela franziu o cenho, ela não esperava essa pergunta.
— claro que não, eu não posso deixar você agora, que pergunta é essa?
A resposta não veio.
— voce quer que eu vá?
— não.
— amanhã será um dia muito longo, quer tentar dormir?
Ella se senta na cama, ela o vê sentado na poltrona com o braço apoiado na mesma e com a expressão inexpressiva.
— não sei se eu conseguiria.
Foi tudo que ele disse.
— vamos lutar juntos voce sabe disso, não sabe?
A luz da lua se fazia presente no quarto dos dois, avisar sobre a morte da mãe não foi uma tarefa fácil, e o dia seguinte seria cheio.
— eu sei, agradeço por isso.
A passos lentos ele chegou até ela e sem cerimonia alguma deitou no colo da esposa. Ele se recusou a ficar com os outros que estavam no andar debaixo da casa, precisava de alguns instantes sozinho e apenas pediu para que Ella o acompanhasse.
All I Need
Within Temptation
Tudo de que preciso
Estou morrendo para recuperar minha respiração
Oh, porque eu nunca aprendo?
Eu perdi toda minha confiança
Embora eu realmente tenha tentado mudar a situação
— não tem por que.
Ela gentilmente sentiu a macieis nos cachos dele ao afundar sua mao nos cabelos de Bruno.
— obrigado por estar aqui.
— não a outro lugar onde eu devesse estar.
Você ainda pode ver meu coração?
Toda minha agonia se vai
Quando você me aperta em seu abraço
Não me deixe mal por tudo que eu preciso
Faça do meu coração um lugar melhor
Dê-me algo em que eu possa acreditar
Não me deixe mal
Você abriu a porta, não deixe-a fechar
Estou aqui no limite de novo
Eu queria conseguir deixá-lo ir
Sei que estou só a um passo
De mudar tudo isso
Você ainda pode ver meu coração?
Toda minha agonia se vai
Quando você me aperta em seu abraço
Não me deixe mal por tudo que eu preciso
Faça do meu coração um lugar melhor
Dê-me algo em que eu possa acreditar
Não acabe com tudo, o que sobrou de mim
Faça do meu coração um lugar melhor
Tentei muitas vezes, mas nenhuma foi real
Faça desaparecer, não me quebre em pedaços
Quero acreditar que dessa vez é de verdade
Salve-me do meu medo
Não me deixe mal
Não me deixe mal por tudo que eu preciso
Faça do meu coração um lugar melhor
Não me deixe mal por tudo que eu preciso
Faça do meu coração um lugar melhor
Dê-me algo em que eu possa acreditar
Não acabe com tudo, o que sobrou de mim
Faça do meu coração um lugar melhor
Faça do meu coração um lugar melhor
Hoje
Bruno on
O voo foi bem tranquilo diga-se de passagem. Mas como saímos de Los Angeles já no fim da tarde os compromissos ficaram todos para o dia seguinte.
— estou morto, ainda bem que os ensaios só começam mesmo amanhã.
— verdade.
Os rapazes começaram dispersar cada um para seu quarto, estava me aproximando da porta quando eu reconheci alguém.
— Rita?
Ela estava mais a frente, seu corpo girou pra a minha direção.
— olá Bruno.
Ela sorriu pra mim ainda segurando a sua bolsa prateada.
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