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História Hana no ie - A casa das flores


Escrita por: Xokiihs

Notas do Autor


Estou migrando algumas das fics que tenho no Nyah para cá.
Boa leitura :)

Capítulo 1 - A casa das flores


A noite de outono era fria e escura; o céu negro, repleto de estrelas brilhava sobre sua cabeça, e não pode evitar parar para observa-lo por alguns momentos. Escuridão e luz, juntos no cenário perfeito. Sorriu para si mesmo, e voltou a pular por sobre os galhos das árvores.

Estava ansioso. Corria a toda velocidade que podia, como se estivesse correndo pela própria vida; e talvez realmente estivesse. No momento, tudo o que queria era chegar ao seu destino, para poder tomar um sake quente e relaxar.

Para seu agrado, não demorou tanto para chegar. Já podia avistar ao longe luzes da vila, brilhando e chamando-o. Aquela era sua luz no fim do túnel. E como um mosquito atraído para uma lamparina, foi seguindo naquela direção.

A música, o burburinho, e o cheiro que emanava daquela cidade não eram algo que o agradavam. Sempre se lembrava disso. Mas não se importava, pois o lugar para onde iria era confortável o bastante. Na verdade, era perfeito.

Parou na borda da cidade, percebendo que alguns guardas estavam no portão, mas não pareciam nem um pouco bem. Tagarelavam alto e riam, enquanto um deles erguia uma garrafa parcialmente cheia de sake. Rolou os olhos, e, usando suas habilidades de shinobi, pulou o muro da pequena vila como uma sombra. Ninguém pode vê-lo entrando, ou ajeitando a capa negra ao redor da cabeça negra, para evitar ser reconhecido.

A vila, conhecida como Jigoku, a vila da perdição, estava repleta de pessoas, como de costume. Os bares estavam abertos, tais como as casas termais e de chá. Não podia se esquecer das casas de prazer, as quais eram conhecidas por todo o País do Fogo. Mas não era para nenhum desses estabelecimentos que estava indo. Ah não. Tais estabelecimentos não chegavam aos pés no local mais refinado dali.

E foi para lá que seguiu, sem nem olhar para os lados. A enorme casa ficava no fim da rua, e era a casa mais famosa e bem sucedida de Jigoku. Entretanto, nem todos podiam entrar nela. Apenas os que tinham dinheiro o suficiente, e que também fossem dignos de entrar no lugar, considerado sagrado. Ora, diziam as más línguas que o local fora abençoado pela deusa do amor, e que suas filhas habitavam ali. Não era supersticioso; afinal, aquela altura de sua vida duvidava muito da existência de alguma divindade. Mesmo assim, se uma deusa do amor existisse, com certeza teria abençoado a Casa das Flores.

A enorme casa, de pintura vermelha e dourada, com uma cerejeira alta enfeitando a faixada, diferente dos outros estabelecimentos, era silenciosa e mal iluminada. Apenas o necessário para ser vista.

Subiu as escadas, ainda com o capuz firme ao redor de sua cabeça, e encontrou a recepcionista, que tinha uma prancheta em mãos. Era uma mulher bonita, como todas as que viviam ali; mas não atraia sua atenção. Encarou-o por alguns segundos, logo o reconhecendo.

— Boa noite, Itachi-sama. — assentiu em sua direção, e viu-a olhá-lo com nervosismo. — O mesmo de sempre?

— Sim. — viu a mulher estremecer ao ouvir sua voz, que era tão fria quanto o tempo lá fora. Dava-lhe arrepios. Sem dizer mais nada, guiou-o até o local onde sempre ficava quando ia ali.

— Fique a vontade. Sayuri logo virá. — e assim saiu, deixando-o sozinho no quarto.

Estava escuro, como o mesmo preferia por causa de sua visão, já debilitada pelo uso excessivo de seu sharingan. Sobre o chão tinha um futon, e ao redor do futon várias velas estavam espalhadas. O cheiro de flores estava impregnado no local, mas não se importava; até mesmo gostava. Era diferente dos odores que sentia normalmente. Era bom. Em um canto, longe do futon, um koto estava deitado sobre o chão. O instrumento dela, que apenas ela poderia tocar. E podia tocar apenas para ele.

Não demorou até ouvir passos suaves, para então a porta se abrir e fechar. Não pode evitar o sorriso ao sentir o mais delicioso cheiro, em sua opinião, que já existiu. A mistura de flores silvestres, que lhe lembravam da primavera em Konoha. Fechou os olhos, inspirando fundo, querendo guardar todo aquele cheiro em sua memória, para que pudesse se lembrar quando não estivesse com ela.

Abriu os olhos ao sentir as longas mãos abaixarem o seu capuz delicadamente, retirando seu longo cabelo de dentro, e respirando sua essência. Duvidava que o cheiro era tão bom quanto o dela, mas ela sempre fazia aquilo; e ele gostava. Ficaram em silencio, até sua voz preencher o vazio de seu coração mais uma vez.

— Achei que não viesse. ­— ela disse, e pode perceber uma ponta de tristeza. Sabia das incertezas que aquela relação tinha, e também do medo. Do desespero, da luta. E, sabia, ela sofria tanto quanto ele.

— Como poderia deixar de vir? — ele respondeu, sua voz um pouco rouca pela falta de uso. Não lhe daria desculpas. Ela não precisava saber o motivo pelo qual se atrasou, novamente.

Ouviu ela suspirar, e suas mãos irem ao seus ombros, virando-o. Finalmente pode vê-la, mesmo com a falta de luz do quarto. O longo cabelo negro, que caia solto até atingir sua cintura fina; a pele branca imaculada, sem sequer uma mancha ou marca, os traços graciosos do rosto aredondado, os olhos negros, que brilhavam ao olha-lo. Desceu os olhos para a boca avermelhada, o longo pescoço, os seios arredondados, tampados pelo tecido do kimono vermelho que a mesma usava.

Era perfeita. Pura e simplesmente perfeita. E estava sorrindo, o que a deixava ainda mais linda. Não podia mais esperar; não aguentava mais. Tinha que toca-la. Ter certeza de que não era mais um sonho, e que ela de fato estava ali.

Primeiro, tocou seu rosto, sentindo a pele macia sob seus dedos calejados. Os pequenos olhos fecharam ao seu toque, enquanto suspirava lentamente. Ela sentira sua falta. Tanto quanto sentira a dela.

Não era necessário palavras, apenas gestos entre os dois. Gestos que expressavam suas dores, seus sentimentos. Gestos que expressavam o que as palavras não podiam.

Por isso, ficou feliz quando sentiu-a se aproximando de seu rosto, ficando na ponta dos pés para que pudesse alcança-lo. Ficou deliciado quando sentiu suas respirações mesclarem, sentindo o halito de chá de hortelã que o deixava mais embriagado do que qualquer outra bebida. Sentiu-se completo quando finalmente seus lábios se juntaram, enquanto sentiam os gostos um do outro.

Levou a mão até seus cabelos, seu pescoço, sua nuca. Enquanto a mesma retirava o pequeno laço que prendia os seus, deixando-os cair livres sobre suas costas. Sentiu sua mão invadir os fios, puxando-os levemente no processo. Ouviu um suspiro quando passou as mãos pelas costas eretas, indo até o começo de sua bunda.

Se separaram do beijo, encarando-se. Palavras não descrevem. Não podiam. Nunca seriam capazes. Viu-a dizer que lhe desejava, apenas com o brilho dos olhos e os lábios partidos, puxando o ar que lhe fora tomado. Viu suas mãos subindo pelo seu corpo, desamarrando a capa negra, e deixando a cair sobre os seus pés. Depois, abriu o zíper que fechava o seu manto, aquele negro com as nuvens vermelhas que ela odiava. Por isso sempre acaba tirando-o.

Sentiu o calor de suas mãos sobre o seu peito, sentindo os músculos formados por anos de treinamento. Traçava cada linha, cada cicatriz. E, depois, olhava-o sorrindo. E ele não podia mais aguentar.

Puxou-a para si, tomando seus lábios novamente, sugando-os, lambendo-os, fazendo de tudo para ter aquele gosto consigo. E não era o único, pois ela correspondia com a mesma avidez e necessidade. Bebiam um do outro, como alguém no deserto há dias sem água. Puxou seus cabelos levemente, ouvindo-a suspirar entre o beijo. Desceu as mãos pelos ombros, passando pelos braços até chegar na cintura. Sem quebrar o beijo, puxou o laço que apertava o kimono em seu corpo.

Passou as mãos por dentro do tecido, sentindo a pele quente, a barriga lisa e os seios enrijecidos de excitação; circundou-os, enchendo suas mãos, e ouvindo outro suspiro de sua amada. Puxou-a ainda mais para si, sentindo os corpos se encaixando como se fossem feitos um para o outro. Levantou-a, levando-a em direção ao futon, e deitando seu corpo delicadamente. Pararam de se beijar, e admiraram-se. Era um deleite vê-la em toda a sua formosura e complexidade. Novamente, viu-a sorrir. Abriu o kimono, tirando-o de seus ombros e, finalmente, deixando seu corpo livre do tecido pesado. Estava como viera ao mundo. E corava.

Foi sua vez de sorrir; não entendia como a mulher ainda tinha vergonha de ficar nua em sua frente, mesmo depois de tantas vezes juntos. De qualquer forma, achava fofo, e engraçado.

Tirou uma mecha negra que caia sobre os seus olhos, e abaixou-se, pronto para se deleitar ainda mais com o corpo daquela maravilhosa mulher. Beijou seus lábios, mas apenas brevemente, fazendo-a querer mais. Beijou sua face corada, descendo até o pescoço, e demorando ali, ouvindo suspiros de aprovação. Foi para seu colo, distribuindo beijos e lambidas, até chegar onde gostaria. Apertou um seio em uma mão, enquanto no outro sugava gentilmente; passava a lingua, raspava os dentes. Fazia de tudo para ouvi-la suspirar, e se remexer abaixo de si. Ela, com os olhos fechados e mordendo os lábios, puxava levemente seus cabelos, empurrando-o mais para baixo. E ele, claro, obedecia.

Passou pela barriga, pelo quadril, pelas pernas magras e refez o percurso, até finalmente chegar no local onde os faria um. Beijou a com fervor, sentindo-a chamar seu nome, abrir as pernas, pedir por mais. Sugava o seu liquido, sentia-o quente em sua lingua, e o deixava louco. Como alguém tinha tal efeito sobre outra pessoa? Não sabia dizer. Mas ela tinha sobre si. Sentiu-a se contorcer, e viu-a levando uma mão até a barra de sua calça, descendo até encontrar o volume que ela tanto desejava para si. Ele mesmo não pode deixar de suspirar, sentindo sua mão apertando-o por cima da calça, puxando-o de encontro a si.

Com a outra mão, trouxe-o de encontro a sua boca, e ali, novamente, travaram uma batalha. Sua mão continuava sobre sua masculinidade, apertando com um pouco mais de força, e levando-o a loucura. Ele a queria, ele a desejava.

Pararam de se beijar, e ele desfez o nó que segurava a sua calça, enquanto ela abaixava e retirava o pano de seu corpo, jogando-o em algum canto do quarto. Fê-lo sentar no futon, subindo sobre si, beijando-o com ainda mais fome. Roçava seu corpo no dele, e ambos suspiravam de prazer.

— Itachi...— ela murmurava, sentindo as mãos calejadas passeando por seu corpo.

Incapaz de aguentar, jogou-a no futon, subindo sobre o seu corpo, e se posicionando entre as pernas. Não há nada que possa descrever o que sentiam quando se uniam e se tornavam um. Quando se moviam em perfeita sincronia, e quando murmuravam seus nomes. Nada pode descrever como aquelas almas solitárias, procuravam uma pela outra, tateando na escuridão até se alcançarem. Nada podia fazê-los esquecer de suas presenças, de seus corpos e cheiros, de suas vozes. Eles eram um, unidos pela fina linha do destino, que resolvera uni-los em um momento inoportuno.

Nada os separaria, nem o medo, nem a distancia. Nem mesmo as feridas que corriam profundas dentro de seus corpos. Nem mesmo a morte poderia separa-los.

~o~

— Sayuri.

— Sim?

— Ele se foi.



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