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História Hana o Kaze - Saudosa flor


Escrita por: kotori-senpai

Notas do Autor


Finalmente me libertei das algemas da servidão e pude postar ~o mais rápido que eu pude~ espero que ~não me matem~ gostem.

Capítulo 4 - Saudosa flor


A suave brisa que carrega a maresia gentilmente se atreve a tocar as camélias brancas. A bruma se desfaz como as cortinas de um teatro, que se abre para o espetáculo.

Os garotos iniciaram seu trajeto pela montanha solitária, ladeado pelo pacífico mar, o vento frio orquestrava uma melodia lúgubre. O fim da tarde chegava com nuvens encharcadas. A chuva caia sobre a terra espalhando-se, a incerteza dos pingos isolados entre as folhas era inquietante e a  pequena eternidade que se formava na chuva preenchia os olhos de Marco sufocando-lhe o peito. — É assim tão imperdoável que eu queira sentir?—  Pensou marco.

A lama guardava os vestígios da passagem dos viajantes, para Jean o silêncio que recaia era ensurdecedor, as flores e as árvores se distorciam em seus olhos com tons opacos. Nunca antes desejou tanto que a ventania o carregasse para longe, assim como as folhas caídas no chão, cada passo abria caminho por uma longa escuridão. — Rogo que nos amarre um ao outro, até nos tornarmos um par de pombas brancas para fugirmos no entardecer. — Jean proferiu suas palavras fitando as nuvens rosadas. A pesar de não entender o sentido, aquela frase atravessou Marco.

O crepúsculo que banhava o céu, também cobria o coração de Jean, mesmo que as palavras não fossem ditas, elas ainda estavam com ele, já não poderia mais suportar estar tão perto de Marco e ao mesmo tempo tão longe. — O tormento que me toma não é capaz de alcançar teu íntimo, no entanto, não mais agonizarei em silêncio, prometi a mim sufocar esses sentimentos, mas estar no limbo se tornou deveras doloroso, não poder tocar-te é minha amargura, um castigo divino por me apaixonar por tão casta beleza, mas não pedirei perdão, antes que eu conheça as paredes do inferno, meu último pecado é confessar que amo-te com minha alma. — Jean segurava com firmeza a mão vacilante de Marco.

A mente de Marco se tornou branca, seu coração acelerava descompassado, sem saber o que dizer apenas quis correr novamente. Ao notar a confusa expressão  do garoto, Jean apertou ainda mais tais dedos trêmulo. — Não necessito que aceite-me agora, mas não mais fugirei deste sentimento.— Marco puxou sua mão sentido seu rosto queimar, Jean deu-lhe espaço, se afastando para perto da carroça.

Depois de um longo dia de viagem, finalmente as vistas dos viajantes alcançaram o Palácio dos Cristais. Os garotos suspiraram com alivio. Uma grande árvore de cereja florescia, colorindo a entrada do palácio, após um momento de hesitação, Jean abriu a porta. As pétalas de um pessegueiro dava as boas vindas, Algumas lentamente caia sobre as ruínas de cristais estirados no chão, como se o tempo tivesse esquecido-o, o cômodo revelava a antiga glória daquele lugar, manchados de sangue, alguns cristais se seguravam firme no teto, como pingos congelados. Ao pé da escada uma espada quebrada indicava um novo caminho. A sala deslumbrante e solitária ficava para trás enquanto os garotos subiam.

Enquanto avançavam, Marco sentia-se apreensivo, seus batimentos  aceleravam, e suas mãos nervosas suavam, de repente se deu conta que era a reta final, logo não seria mais necessário  que continuasse ao lado de Jean, o dissabor penetrou suas entranhas. No último andar, uma porta de papel de arroz, escurecida e com rupturas, separava os garotos de um único cômodo. Um quarto extenso com desenhos de árvores e montanhas nas paredes se apresentavam  diante deles, ao lado de uma grande janela se encontrava um colchão bagunçado, uma pequena mesa de madeira se destacava, com copos empoeirados e um objeto prateado. Ao se aproximar Jean descobriu se tratar de um espelho redondo, adornado por pontos esverdeados cintilantes que seguiam até os dentes do cabo, que formava um pente. A expressão do viajante encheu-se de euforia ao encontrar o espelho de prata.

O viajante segurou o espelho, e todas as células de seu corpo desejou, finalmente, que nunca tivesse que abandonar esta vida, o medo de perder as importantes memórias que guardava em seu coração duplicara, seguia desejando mas nada acontecia, o seguinte sentimento era a frustração, Jean não entendia o porquê não estava funcionando.

Ambos voltaram para a entrada do palácio, Marco estava perdido em pensamentos e Jean murmurava seu desapontamento, não pôde deixar de pensar que foi um esforço inútil. — Estou fadado ao eterno azar.—  Pensou. — Por acaso é uma piada cruel? Estou com tanto medo. Peço que alguém me diga, onde estou errando?—  Sua mente se encheu de ressentimento, mas ainda continuava encarando o espelho e desejando com todas as suas forças. No lugar de sua imagem, palavras surgiram na face do espelho, ''Se assim realmente lhe apetece, concedo seu desejo''. Jean ficou imóvel, seus olhos arregalaram-se e suas mãos tremeram, sua voz gritava de emoção na direção do outro garoto. Subitamente Marco de encheu de terror.

Lágrimas incontroláveis despontavam dos olhos de Marco. Jean estarreceu-se diante dos soluços do rapaz a sua frente. — Mas por que choras? Que mal lhe aflige?—. Marco juntou toda sua coragem pra responder. — Sinto-me alegre que tenhas realizado seu desejo mais profundo...Mas isso quer dizer que não mais me necessitas ao teu lado, se estou livre para partir, como disse anteriormente, quer dizer que não posso mais ficar do seu lado? — Marco tentava inutilmente afastar as lágrimas. — Pois com isso te preocupavas? Não chores, já lhe disse e repito o quanto aches necessário, que minha missão termine não será motivo para que estejamos afastados, agora que confessei-lhe meu amor não serei capaz de deixar-te ir.— Jean abraçou Marco até torna-se doloroso, o choro de Marco se intensificou, mas seu coração não mais pesava, uma nova sensação entusiasmante se espalhava pelo seu corpo, e ele decidiu confiar naquelas palavras. — Graças a você eu descobri que estas lágrimas que vertem no meu rosto são de alegria. Obrigado por me ensinar a sorrir e a chorar, por me mostrar a tristeza e a alegria em um mundo cheio de cores, obrigado por segurar minha mão e me dá essas preciosas palavras que acalma minha alma e vibra no meu coração. Eu não conheço um mundo sem você, pois quando eu renasci você já existia esperando por mim. Finalmente eu entendo esse sentimento que guardo no peito. Eu te amo.—

Jean sorriu com ternura, esperou tanto tempo por isso, inimaginável era sua felicidade, suas mãos pousaram na face de Marco delicadamente, seu rosto se aproximou para beijar aquelas lágrimas. A pele de Marco era quente e e salgada, Jean continuou até encontrar os suaves lábios que o esperava, timidamente o jovem lhe devolveu o beijo, que se tornou apaixonado, ambos se abraçavam de forma visceral, como se nada, entre as estrelas e o mar, fosse capaz de solta-los. Marco se separou e sorriu com um olhar carinhoso.

— Mesmo sendo uma flor tão pequena, você me percebeu. Obrigado por me amar.— O rosto de marco lentamente se iluminava, seus dedos se tornavam pétalas azuis, esvaindo no ar e uma única lágrima escorreu diretamente para o chão, mais e mais flores saiam de seu corpo em direção ao inatingível firmamento se espalhando infinitamente e seu último sussurro soou como um ''Adeus para sempre'', por fim, todo o seu rosto deu lugar às singelas pétalas.

Em meio a confusão e o pânico, Jean tentava  desesperadamente alcançar as flores, segurando algumas delas. Percebeu, então, que Marco também havia terminado sua missão. — Em quê me é útil a sombra da imortalidade agora que nunca mais nos veremos novamente, e passarei todos os meus dias vertendo lágrimas dentro da eternidade. O segredo que compartilhamos, guardarei nos meus sonhos, pois nenhum grito alcançará o impiedoso Deus acima de mim.— Jean apertou fortemente as flores que lhe sobraram na mão junto ao peito, e se permitiu chorar todo o seu lamento pelo resto de seus dias.


Notas Finais


Para quem eventualmente não entendeu qual era a missão do Marco, ele tinha como objetivo entender as emoções e sentimentos humanos, ao logo da história cada situação trás uma nova emoção para ele, e por fim ele entendeu finalmente o amor, e quando isso aconteceu ele voltou a ser flor novamente.


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