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História Handcuffs (Larry Stylinson) - O destino nunca falha.


Escrita por: LiaPaloski

Capítulo 31 - O destino nunca falha.


Fanfic / Fanfiction Handcuffs (Larry Stylinson) - O destino nunca falha.

No capítulo anterior...

— Eu sei que é em cima da hora, (...) mas... Você quer ir lá pra casa agora? Minha mãe convenceu MacAteer; afinal, você é de maior agora. Nós podemos passar pelo menos esse fim de mês juntos.

Louis fez esforço para carregar sua mala cheia, tirando-a de dentro da mala do carro. O cacheado esperou, e a fechou com uma batida abafada.

Anne fora na frente, abrir logo a porta de casa, pois estava frio. Não queria que os meninos ficassem expostos por muito tempo à temperatura baixa.

— Você precisa de ajuda? — Harry perguntou, mas já estendendo o seu braço vazio, para que Tomlinson lhe entregasse sua bolsa.

— Nah. Estou bem. — Disse, sem prestar muita atenção. Pensativo, analisava a rua onde Styles morava.

Nunca estivera em um lugar como aquele: Todas as casas eram idênticas; aquilo o intrigava. Bem cuidadas, pintadas e sem nenhum sinal sequer de dano. Em frente de cada uma delas, havia um gramado, e ao lado, a garagem.

A única diferença entre elas era que algumas possuíam uma cesta de basquete próxima a entrada. E as cores eram levemente diferenciadas, mas não tanto. Tudo dentro do padrão.

— Como vocês não confundem a casa onde moram? — Perguntou, não percebendo o quanto aquela era uma pergunta estranha. Styles o olhou confuso, mas Louis focava o caminho de concreto escorregadio, para que não caísse.

— Cada uma das casas tem um número? — Respondeu-lhe em tom de pergunta, como se fosse algo tão óbvio que não tivesse certeza de ter entendido direito.

— Ah. Certo.

Louis sempre pensara que subúrbios existissem apenas em filmes americanos. Ele sabia que ele e Harry vinham de realidades diferentes, mas agora, ter plena certeza disso tornava tudo mais insano. Eles nunca deveriam ter se conhecido, mas o destino deu o seu jeitinho.

O destino nunca falha.

— Lou? — Styles chamou-o, vapor de água saindo de sua boca. — Seguiu a direção do olhar de Tomlinson com o seu próprio, vendo a alguns metros deles, o dálmata da vizinha.

O de olhos azuis colocou sua mala no  chão e se inclinou um pouco, chamando o cachorro com alguns “Hey” e estalos de dedo.

— N-não, Louis, ele é bravo e... — Parou de falar de imediato ao que o cão mostrou-se totalmente dócil a mão delicada de Tomlinson fazendo-lhe carinho.

— Bravo? — Virou-se para Styles com um sorriso no rosto, sem parar de acariciar o dálmata. — Olhe para você, todo assustado por conta de um docinho desses. — Voltou a dar atenção total ao cachorro e Harry aproximou-se de ambos apenas com um passo. — Você é um bom menino. Gigantesco! — Exclamou quando o cachorro ficou de pé, as patinhas da frente quase alcançando seus ombros.

— Ele costumava ser, pelo menos.

Anos atrás, o cacheado assistira Nick ser derrubado de sua bicicleta e depois mordido por aquele dálmata, Arnie. Tudo por conta de um desafio idiota, que o mesmo estipulara e decidira cumprir. Coisa de criança.

Harry se aproximou mais, apenas o suficiente para tirar a mala de Louis do chão; a qual já estava molhada por conta do gelo que cobria o chão. Disse: — Eu sei que não é socialmente aceito, mas eu tenho medo de cachorros.

— Tudo bem. — Louis se despediu do dálmata e voltou à posição ereta. — Eu sabia que você tinha algum defeito! — Brincou.

— Meninos, por que vocês ainda estão aí do lado de fora? — Anne apareceu na porta de casa, com os braços cruzados. — Está congelando, venham para dentro! — Harry semicerrou os olhos para Louis, que apenas riu em resposta.

-x-

A noite fria de Londres era iluminada por incontáveis luzinhas coloridas. Músicas natalinas saiam como sussurros pelas brechas das casas, as quais se misturavam aos sons dos passos de Louis e Harry.

Os dois iriam assistir a uma cantata natalina ali perto (ou não tão perto assim, mas não tinha muita opção se não irem andando, visto que Anne não iria com eles).

— Ela me disse que está cansada de tantos musicais. Só nesse mês, já assistiu a cinco deles. — Harry cortou o silêncio com sua voz rouca. — Provavelmente não é a sua praia, mas essa uma tradição da qual eu nunca quebro; apesar de odiar quando era mais novo. Meu pai os adorava, ele que nos fez ter esse costume.

Louis percebera de imediato o tom triste que foi se formando e tratou de colocar seu braço ao redor da cintura de Styles. Ele nunca tinha muito o que falar quando o outro comentava sobre seu pai, então ao menos tentava mostrar-lhe algum suporte.

Apesar de não estar tão cedo, era incrível o movimento de pessoas e carros nas ruas. Alguns se apressavam para comprar os presentes de última hora, outros precisavam de um ingrediente para uma comida típica e... tinha Louis e Harry.

O casal apaixonado.

— Eu achava que seria difícil, sabe? — O cacheado voltou a falar, um de seus braços sobre o ombro de Louis, que conseguia estar mais próximo dele do que antes. — Esse primeiro natal sem ele. Damn, era sua época do ano favorita. — Tomlinson o observava, prestando atenção em suas palavras.

O de olhos azuis achava fascinante (porém trágico) a relação de Styles com seu pai; e agora o luto, a perda. Ele nunca experimentara algo assim na vida. Obviamente, já perdera algumas pessoas ao longo dos anos, mas nada se comparava a Harry.

— Você é forte. Tão forte. — Sua mão fez pressão contra o corpo de Styles. — Eu não consigo imaginar o quanto, inclusive.

O cacheado sorriu de lado, pego de surpresa.

— Nós dois somos. Você não consegue ver?

Sutis flocos de neve começaram a cair. Louis olhou para cima e rompeu o contato de seu braço com o corpo de Harry. Estendeu a palma de sua mão, para sentir a neve fria em contraste com a sua pele.

Harry pensou uma, duas, três, quatro, cinco vezes antes de fazer o que lhe dera vontade. De início, apenas tocou na mão de Tomlinson — o qual não percebera o que estava acontecendo. Depois, deslizou-a e as encaixou; sem se esquecer de entrelaçar os dedos nos de Louis.

O de olhos azuis estava verdadeiramente surpreso com aquela atitude.

Ambas as mãos tremiam um pouco. Um contato tão íntimo como aquele em público, era novo. Eletrizante. Cargas positivas e negativas eram produzidas pelos dois, as quais os atraiam mais ainda um ao outro.

— Eu não quero que você escorregue. — Harry disse, sarcasmo pingando de suas palavras. Louis riu do quanto aquela desculpa era ridícula. O chão ainda estava seco.

— Você não seria forte o suficiente pra carregar meu peso com apenas um braço e me impedir de cair.  Bleh. — Deu língua.

— Isso é um desafio?

— Não desafio pessoas malucas. Elas terminam sempre ganhando.

-x-

Por sorte dos dois, a venda de ingressos para assistir à apresentação ainda estava sendo feita. Mas também, não conseguiram os melhores lugares: Sentaram-se em uma das últimas fileiras de cadeiras acolchoadas do lado esquerdo.

O musical foi diferente de tudo o que Louis já vira. Na verdade, não costumava ver muitas coisas ao vivo, a não ser que fossem no próprio colégio Redmond MacAteer — e quase sempre participava dessas peças, logo nunca assistira uma, propriamente dita.

A afinação dos cantores e instrumentos era impecável, assim como a atuação, figurino e decoração; de fato, o ambiente mais inspirador de todos para Tomlinson, que acompanhou tudo do primeiro segundo ao último.

No final, quando as luzes foram acesas, ainda pegou Harry enxugando uma ou duas lágrimas na manga de sua roupa. Entretanto, não fez piadinhas sobre, a cena era adorável demais para que conseguisse falar algo.

— Você gostou? — Styles perguntou, piscando várias vezes.

— Sim, muito! Obrigado por me trazer aqui.

Eles se levantaram e ao chegarem à saída, Louis adicionou:

— Hm, se você não se incomoda... Eu não quero escorregar. — E estendeu a sua mão para o cacheado, que a pegou com zero de hesitação agora.

-x-

 Já passavam das onze da noite e ambos, de banho tomado banho e vestidos com seus pijamas quentinhos, conversavam, embaixo de suas cobertas.

Harry fizera questão de deixar Louis dormir na sua cama, e deitou-se no colchão sobre o chão.

Quando o assunto começara a morrer e ficara quase impossível de ignorar o sono que estavam sentindo, Styles praticamente pulou do colchão (saiu apressado), o que assustou o de olhos azuis.

— F-fuck, o que foi?! — Exclamou, desperto, a sonolência esquecida. Seu pessimismo fez-se presente.

— Eu não sei como pude me esquecer... — O cacheado abriu a porta do quarto e desceu as escadas com pressa, sabe se lá como não caindo no meio do percurso.

Voltou alguns minutos depois com algo que Louis pôde definir como um pacote — com a sua miopia e escuridão do quarto. A luz foi acesa; o que o incomodou bastante por conta da sensibilidade dos seus olhos.

— O seu presente!

— Ai, meu Deus. — Sua expressão de surpresa era impagável. — Você vai acabar me matando, Hazza, eu juro por tudo que é mais sagrado.

— Shh, só o abra logo. — Louis o olhou uma última vez antes de tocar no laço azul que envolvia o presente. Puxou-o, e o desembrulhou com facilidade, quase tendo um infarto ao ver o CD de The Fray.

Autografado.

— Scars and Stories. Holy shit. — Xingou, seu sotaque de Yorkshire mais forte que o normal. — Isso deve ter custado uma fortuna! Nah, eu realmente não posso aceitar, fuck.

 Um Harry sonolento empurrou o papel de presente rasgado sobre a cama para o lado, e sentou-se de frente à Louis.

— Que nada. Eu consegui uma promoção. Veio com aquele toca CDs ali. — Apontou para uma de suas prateleiras. — Nós poderemos ouvir vários álbuns quando voltarmos para o colégio. Então, é óbvio que você pode aceitá-lo, kay? — Acariciou uma das bochechas de Tomlinson com seu polegar. — Você merece bem mais, inclusive.

“Ele não é real”. Era a frase que surgia na mente de Louis várias e várias vezes.



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