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História Hands to Myself - Simples, eu quero você;


Escrita por: AllieMaddox

Notas do Autor


hey, pessoas lindas do meu coração, olha quem voltou trazendo um capítulo gigantesco com muito scallison <333 Demorei décadas e décadas para terminar de escrever. EI, CALMA, NÃO SE ASSUSTEM, POR FAVOR, dá para ler em partes se vocês quiserem, um pouco cada dia para não cansar, não sei ASHUAHSA Se foram ansiosos igual a mim, pode ler tudo de uma única vez também. <3

É que eu estou com o objetivo de não dividir os capítulos e botar cada acontecimento em um único. Como por exemplo, o capítulo anterior foi a festa de aniversário dela inteira, este só o baile de halloween ~spoiler, spoiler~ e o próximo já ser outro dia, com outra coisa. Se eu ficar dividindo vai dar mt mt mt mt capítulos no final. (E olha que inicialmente eu imaginava fazer uma short-fic, com no máximo dos máximos uns 20 capítulos, com uma média 2500 palavras por cap, infelizmente ou felizmente, este plano já foi por água a baixo.)

(Não revisei o capítulo direito, por questão de +8300 palavras e estou com preguicinha agora haha, aliás tenho que revisar o anterior ainda tbm, relevem os erros, gente).

Beijo, espero que gostem, eu amo este capítulo, hahah ♡

Capítulo 14 - Simples, eu quero você;


Fanfic / Fanfiction Hands to Myself - Simples, eu quero você;

 No domingo à tarde quando todos já haviam dormido o suficiente para recuperar a energia gasta na festa de aniversário da Argent, eles voltaram ao apartamento dos Hales para limpar e arrumar toda a bagunça. Os gêmeos, Derek, Isaac, Theo, Liam, Hayden, Kira, Malia, Lydia e Allison se organizaram e dividiram as tarefas para não sobrecarregar ninguém. Com alguns itens e produtos de limpeza e, principalmente, com músicas altas tocando ao fundo, não demoraram muito para deixar o local impecavelmente limpo.

 Assim que terminaram foram todos juntos ao shopping mais próximo dali. Pararam para comer em um restaurante de fast food, assistiram um filme em cartaz no cinema e, por fim, procuram uma loja de fantasias. Afinal amanhã seria o dia trinta e um de outubro, conhecido também como o Halloween.

 O colégio Beacon Hills teria um pequeno baile em celebração, como acontecia anualmente. Por ser a última festa de Halloween no colégio para a maioria deles, exceto para Liam e Hayden – e obviamente para Derek e Isaac que já haviam terminado o colégio –, eles se empolgaram excessivamente para escolher a fantasia que usariam.

 Na segunda feira pela manhã os alunos do colégio tiveram aula normalmente, mas alguns deles foram liberados para organização do ginásio para o baile. Sem muita surpresa, Lydia, Malia, Kira e Allison estavam presentes neste grupo de pessoas que foram participar da decoração.

 Após o horário de aula, os alunos foram para a casa vestir suas fantasias e, antes mesmo do fim da tarde, voltaram aos poucos para o baile.

 — Quando quiserem ir embora, me liguem que eu venho buscar — fala o senhor Argent às filhas, que assentem em um breve movimento com a cabeça.

 As duas se despedem do pai e saem do carro. Adentram o colégio e logo vão em direção ao ginásio.

 — Hay — Liam aparece sorrindo para a menina, se aproxima dela e lhe dá um beijo rápido. — Você está tão linda.

 — Você também está — a menina mais nova fala com um enorme sorriso no rosto e com as bochechas coradas após analisar a fantasia dele, que intencionalmente combinava com a sua. Allison deu uma risada baixinha ao reparar isto e balançou a cabeça em negação.

 Os dois se juntam em um abraço e trocam mais beijos.

 — Oi para você também, cunhado — murmura Allison, mas é ignorada por ambos. — Ok. — Ela se afasta, pois sabia que não teria nenhuma atenção ali entre eles.

 Com tanta gente fantasiada se tornando irreconhecível, Allison teve dificuldade na missão de encontrar algum dos seus amigos. Depois de vagar por ali, avista Malia passando pela porta de entrada. Se apressa e anda até ela.

 — Mali, você ficou linda para caralho nesta fantasia — elogia Allison.

 — Digo o mesmo, chapeuzinho. — Malia sorri.

 Allison havia se fantasiado de chapeuzinho vermelho, enquanto Malia escolheu a Alice. Porém apesar de serem personagens de desenhos infantis que não davam medo nenhum, ambas deram o toque especial com uma maquiagem digna de halloween. Allison tinha enormes arranhões no lado direto do rosto, como se tivessem sido feitos pelas garras de um lobo, além de uma lente de contato que ofuscava por completo a íris do olho direito dela. Malia também usava lentes, semelhantes a da amiga, porém diferente de Allison ela usava nos dois olhos.

 — E cortaram-lhe a cabeça — murmura Allison, fazendo referência à famosa frase da rainha de copas, assim que analisa o pescoço da amiga. Com maquiagem e alguns outros produtos, Malia se tornou uma Alice claramente decapitada.

 As duas conversavam quando Allison avista Scott andando até a mesa de comes e bebes.

 A menina não tinha o visto desde o breve encontro no carro, isto porque hoje ela sequer participou da aula dele, assim que chegou no colégio foi para o ginásio ajudar na decoração e por lá ficou o resto do dia até ir para casa se arrumar.

 Por ser professor, ele não vestia nenhuma fantasia, usava apenas suas roupas habituais e Allison lamentou por isso, pois adoraria vê-lo de fantasia também.

 A morena passou a visão por ali procurando por certa pessoa de cabelos loiros e perfeitos, mas para a sua felicidade não a encontrou. Aparentemente, a mulher chamada de senhora McCall por todos não estava ali, pelo menos não agora.

 — Vem pegar algo para beber comigo? — Allison chama Malia, mantendo seus olhos fixos sobre professor.

 Malia acompanha o olhar da Argent para ver para onde ela olhava, entendendo assim o que a amiga queria realmente, então as duas andam até a mesa desviando das pessoas.

 Allison se coloca bem ao lado do homem, porém ele não nota a presença da menina.

 — Desculpa pelo episódio no carro — ela cochicha enquanto pegava um copo para colocar um pouco do suco de morango e, só então, Scott percebe quem estava ao seu lado. — Prometi que não ia mais te agarrar, mas você estava lá e, sabe, eu tinha bebido muito. Eu tenho dificuldade em me segurar estando sóbria, imagina bêbada. Não que eu me arrependa também, porque certamente eu faria novamente... E você é o grande culpado por ser tão irresistível, se não quer que eu te agarre de novo é só manter distância.

 Assim que termina de falar o que queria, terminando também de se servir com o suco, vira-se para se afastar ainda sem realizar nenhum contato visual, sendo acompanhada por Malia que ficou ao lado dela o tempo todo.

 Por não olhá-lo para ser discreta, Allison sequer reparou que ele seguiu-a com o olhar à medida que ela se afastava. A única coisa que ele conseguiu ver foi o gigantesco capuz vermelho que a cobria.

 Scott morde o lábio inferior e sorri antes de voltar ao seu lugar à mesa que se sentava juntamente ao outros três professores acompanhado de seus maridos ou esposas. Maya? Scott se recusou a traze-la depois do acontecimento do último baile. Certamente a loira não ficou nem um pouco feliz, porém aceitou exigindo que ele voltasse para casa em no máximo duas horas.

 Do outro lado do ginásio, Allison e Malia ainda estavam juntas, bebiam o suco e se escoravam em uma das paredes dali.

 — Qual foi o episódio no carro? — pergunta Malia com curiosidade, e dá um gole na sua bebida ao esperar pela resposta.

 — Eu não me lembro detalhadamente — começa Allison, o álcool presente em seu organismo durante o acontecimento não lhe permitiu guardar lembranças claras e perfeitas, apenas tinha alguns flashes em sua mente. — Sei que o Theo me deixou na porta de casa depois da festa e o Scott estava lá na minha rua.

 — Mentira! — exclama Malia surpresa e sorri. — Ele deu mesmo um jeito de conseguir te ver, o beijo no Derek funcionou.

 Allison assente, e as duas gargalham.

 — Então, eu entrei no carro dele — continua —, ele me desejou feliz aniversário e tudo. Me deu um colar de presente com um pingente de flecha e falou que você contou a ele que eu praticava arco e flecha quando menor.

 — Sim. Eu encontrei-o no sábado de manhã, ele fazia caminhada quando eu estava indo para a casa da Lydia, você sabe eles moram perto, então não pensei duas vezes e convidei-o para a sua festa. Ele disse que não sabia se conseguiria ir, mas perguntou do que você gostava para te comprar um presente — informa Malia. — Acertei na orientação?

 — Com certeza, é lindo. Mas, não sei, acho que vou devolver.

 — Por quê?

 — Ah — Allison suspira. — Eu não sei quais são as verdadeiras intenções dele me dando este presente e, definitivamente, eu não quero me iludir. Enfim, depois eu só sei que estava sentado no colo dele e agarrei-o mesmo.

 — Aposto que ele não recuou.

 — Mais ou menos. Eu me lembro dele dizendo que eu estava bêbada e ele sóbrio, e não queria ser um babaca comigo.

 — Oh, fofinho — murmura Malia com uma voz meiga e ambas dão risadas. — Pediu para você espera-lo. Deu um jeito de ir até a sua casa de madrugada e ficou esperando você chegar apenas para te dar feliz aniversário. Te comprou um presente. Essa frase de não querer ser um babaca contigo e a atenção especial que ele dá a você em quase todas as aulas... se ele não fosse casado, eu diria que ele é um amorzinho e se importa com você.

 — Eu não tenho atenção especial nas aulas — contesta Allison —, ele me trata igual a todo mundo, como uma aluna normal.

 — Não mesmo. É melhor você mandar ele parar de te dar tanta atenção nas aulas antes que os outros também comecem a perceber.

 — Sério? — Allison franze o cenho e encara Malia que balança a cabeça confirmando. A menina nunca reparou que Scott dava mais atenção a ela em relação aos outros alunos. — Ok, vou falar com ele. E eu estou vacilando muito?

 — Você é diferente, Allie, se você ficar babando nele a aula inteira, você vai ser apenas mais uma das alunas que também ficam comendo-o com o olhar quase sempre. Ele é quem não pode retribuir o olhar diferente porque ele é o professor, pelo menos dentro da sala de aula.

 — Você tem razão — concorda Allison. — Mali, você vê as meninas dando muito em cima do Scott ou ficam só no olhar mesmo?

 — A maioria só olha muito mesmo, mas sempre tem as mais atrevidas, não é?

 — Tipo eu? — Allison indaga e ri.

 — Tipo você — confirma Malia e também ri com ela. — Mas para a sua sorte e azar das outras, o senhor McCall já escolheu a aluna preferida.

 Mais uma risada alta e divertida escapa da boca de Allison.

 As duas ficaram ali encostadas na parede até Kira e Lydia chegarem, quando isto acontece, as quatros meninas se movem até o meio da pista de dança, onde interagiam entre si e dançavam.

 Os olhos castanhos da menina Argent não demoraram muito tempo para procurar o moreno de maxilar torto e não se decepcionou quando o encontrou.

 Pela temática do baile, a luz no ginásio era pouca, o ambiente se encontrava ligeiramente escuro, além da fumaça que atrapalhava a visão, mas ainda assim Allison via cada traço do rosto dele.

 Os olhos deles se encontraram e o sorriso de ambos cresceram juntos, simultaneamente e harmoniosamente, fazendo Allison se entusiasmar intensamente. Mais uma vez Scott não desviou o olhar quando ela encarava-o e, muito além disso, hoje ele também sorriu para ela.

 Com uma das sobrancelhas arqueadas, Scott umedece os lábios em um gesto profundamente sexy e insinuante, seguido de uma discreta mordida de lábio. Allison teve certeza que ele estava provocando-a, uma vez que ele fazia cada movimento com os olhos fixos ao dela.

 Se a intenção dele era deixa-la desconcentrada e atordoada, ele claramente conseguiu. Allison se perdeu admirando-o que até parava de dançar aos poucos. Só foi voltar a realidade quando Malia se colocou na frente dela tampando a visão dele.

 Abraça-a com naturalidade para conseguir falar com ela sem que Lydia e Kira escutassem, deixando sua boca próxima ao ouvido dela.

 — Vocês estão sendo muito óbvios, se não quer contar para a Lydia e para a Kira ainda é melhor ser mais discreta — sussurra no ouvido dela.

 — Ele estava me provocando — resmunga Allison como se não tivesse culpa alguma.

 — Eu sei, vi o clima intenso que aconteceu. E, porra, vocês precisam mesmo se pegar o quanto antes, mas vocês têm que tomar mais cuidado para ninguém descobrir o que está acontecendo entre vocês.

 Allison assente e elas se separam enfim.

 — Essas duas estão cheias de segredos ultimamente — comenta Kira, enquanto transpassava desconfiança através dos seus olhos com traços asiáticos. Lydia concorda com a japonesa em um breve movimento com a cabeça.

 — Como assim? Que segredos? — Allison se faz de desentendida, depois sorri e dá os ombros. Malia esbanja o mesmo sorriso e as duas voltam a dançar.

 Do outro lado, assim que Malia se colocou na frente de Allison para salvar a amiga, Scott deu uma risada baixa e abaixou a cabeça. Ato que chamou a atenção dos outros professores na mesa que não entenderam o motivo da risadinha dele, porém decidiram não perguntar sobre e prosseguiram com a conversa normalmente.

 Nos próximos minutos, Scott prestou atenção na conversa da mesa, mas não tanto como deveria. Seu ouvido escutava tudo e sua boca sempre falava ou respondia alguma pergunta feita a ele, no entanto os olhos castanhos não participavam da conversa, em vez disto procuravam uma oportunidade. Desejava desesperadamente que Allison se separasse das amigas por um breve momento, porém isto nunca parecia acontecer. Para a infelicidade dele, a morena que ele queria ficou acompanhada a todo instante.

 Scott viu Malia se afastar do grupo, sozinha, e enxergou a oportunidade perfeita que precisava. Pediu licença e abandonou a mesa dos professores, andando em passos ágeis até a menina vestida de Alice.

 Allison de longe viu a amiga na mesa de comes e bebes com Scott ao lado dela. Os lábios deles se moveram mostrando que ele falava algo, Malia assentiu em um movimento com a cabeça e então ele se afastou dela. Porém, não voltou para a mesa em que se sentava o baile todo, em vez disto andou para fora do ginásio.

 Depois de alguns breves minutos, Malia se aproximou novamente do grupo das meninas, no entanto não falou nada. Apesar da extrema curiosidade, Allison também não perguntou, sabia que se fosse algo importante Malia falaria a ela no momento certo, então apenas aguardou. Felizmente não precisou esperar muito, mais uma vez naquele baile Malia abraçou-a.

 — Vai na sala do senhor McCall — Malia cochicha no ouvido da amiga. Em seguida, se afasta, sorri e pisca para ela, deixando subentendido. Allison assente e também sorri.

 A Argent dança mais alguns minutos, apenas para disfarçar, e só então abandona as amigas dando a justificativa que ia ao banheiro.

 Sem pensar muito, ela apenas caminha pelos corredores do colégio indo em direção à sala do senhor McCall. Quando chegou em frente à porta, colocou a mão na maçaneta e, com calma, empurrou a porta. Avistando o moreno parado escorado na mesa dele, a cabeça estava baixa e os braços cruzados sobre o peito.

 — Professor — ela murmura, chamando a atenção dele.

 Scott olha para o lado visualizando a menina por quem ele esperava ansiosamente, resultando em um sorriso invadindo os lábios dele, de tal maneira que ele não podia controlar.

 Allison sorri de volta e se aproxima, após fechar a porta, colocando-se bem na frente dele, esperando ele dizer alguma coisa, ou quem sabe fazer alguma coisa.

 — Você está linda como chapeuzinho vermelho — ele diz, segurando as mãos dela e puxando-a para mais perto dele.

 — Obrigada — ela sorri. — Eu acho que você faria um belo lobo mau.

 — Lobo? Pode ser — Scott dá os ombros, e ri com ela.

 — E na sua versão o lobo come só a vovó ou come a chapeuzinho também? — Allison pronuncia sua pergunta ousada calmamente encarando os lábios dele.

 — Só se a chapeuzinho quiser ser comida — sussurra com uma voz extremamente sexy, e passa o polegar nos lábios dela, provocando-a.

 — Ela quer, mas falaram para ela esperar e até agora nada — murmura, voltando sua visão para os olhos dele, erguia uma das sobrancelhas de uma forma desafiadora.

 — Me desculpa? — pede enquanto o polegar caminhava sobre as maças do rosto dela.

 — Desculpo — ela fala e ele sorri com a resposta. Segura-a pela cintura, eliminando qualquer espaço que ainda os separavam. Aproxima seu rosto ao dela, fazendo o nariz de ambos se encostarem. Os olhos dos dois foram institivamente fechados, deixando que os outros sentidos se aguçassem ainda mais, aumentando a sensação de prazer.

 Sentiam a respiração quente um do outro. Sentiam cada parte dos corpos que se encostavam. Sentiam cada mínimo detalhe.

 Scott movimente sua cabeça para insinuar que iniciaria um beijo, porém desvia antes mesmo que seus lábios se encostassem, apenas para provoca-la ainda mais. Sorri ao escutar um múrmuro frustrado da menina.

 Seus lábios se aproximaram à curvatura do pescoço da garota, pressionando-os ali. Seu nariz aspirou o cheiro do perfume doce que ela usava e se lembrou da primeira vez que percebeu o quanto ela cheirosa, quando ele foi jantar na casa dela. Talvez aquele aroma tenha se tornado o preferido do homem a partir de hoje. Ele mordiscou aquela região e ela arfou, inclinando levemente a cabeça para trás. Neste momento o capuz vermelho já havia caído da cabeça dela.

 Scott se desencosta da mesa e gira-os. As mãos firmes que seguravam a cintura da menina, aperta-a ainda com mais força e ergue-a no ar, fazendo com que a morena se sentasse sobre a mesa do professor em um movimento calmo e cuidadoso, evitando que ocorresse qualquer imprevisto com o gigantesco capuz vermelho da fantasia dela.

 Allison sorri com satisfação. Sempre se imaginou sobre a mesa do senhor McCall, compartilhando com ele as melhores sensações e prazeres da vida.

 Scott aprecia o sorriso dela brevemente e sorri também. E como se fosse magnético, gruda seu sorriso ao dela e iniciam um beijo. A língua dele se movia lentamente dentro da boca dela, explorando e aproveitando cada pedacinho dali.

 As mãos do homem deslizaram da cintura para o quadril da morena, apertando aquela região com a quantidade certa de agressividade. Querendo explorar outras partes do corpo dela, as mãos grandes percorreram até as coxas dela, afastando o tecido da saia para manter um contato com a pele da garota. Em um outro movimento, usando as mãos, ele fez com que ela envolvesse o corpo dele com as pernas.

 Os braços finos da Argent enlaçavam o pescoço do homem e se pendiam sobre os ombros do mesmo. Com uma das mãos, percorria os dedos magros entre os fios negros do cabelo dele, aproveitando para trazê-lo mais perto sempre que queria aprofundar o beijo.

 A calmaria do beijo não durou muito, em pouco tempo eles intensificaram, transformando-o em um beijo excessivamente lascivo.

 Eram incontáveis os minutos que eles ficaram compartilhando sensações através do beijo, e eles poderiam ficar assim por muito mais tempo.

 Quando enfim cessaram o beijo, permaneceram com os olhos fechados e as testas coladas. A respiração quente de ambos se misturavam se tornando uma só. Allison acarinhava suavemente o rosto dele com a mão, enquanto ele acariciava a coxa dela, deslizando a mão para cima e para baixo devagar.

 — Eu posso passar no seu quarto na sexta-feira? — pergunta Scott em um tom baixinho, ainda com os olhos fechados.

 — No meu quarto? — questiona no mesmo tom que ele usara e igualmente ofegante.

 Ele assente com a cabeça e, mesmo que ambos estivessem com os olhos fechados, ela sorri ao sentir o movimento que ele fizera.

 — Não tem como ficarmos só nos beijos mais.

 Aquela frase definitivamente soou como uma música para os ouvidos da Argent. Ela abre os olhos enfim para visualiza-lo, encontrando os olhos escuros sobre ela. Sem fazer mais nenhuma pergunta, ela morde os lábios e balança a cabeça para cima e para baixo, concordando com a ideia dele ir ao quarto dela.

 — Vou ter que entrar pela janela? — indaga Scott e ri.

 — Se você não quiser que meus pais te vejam, sim. — Ela ri também. — Mas, não é difícil pular, eu mesma pulava para sair escondido quando era mais nova e mais rebeldizinha.

 — Era mais rebelde que hoje?

 — Eu nem sou mais rebelde, eu melhorei muito, ok? Antes eu era insuportável, toda revoltada, saia escondida e brigava com meus pais quase sempre. Hoje minha relação com meus pais é muito boa, eles sabem tudo o que eu faço e eu não escondo nada... bom, agora tem você para me desvirtuar e eu não ser mais a filha quase perfeita que não faz nada escondido dos pais — diz em brincadeira e dá risada.

 Scott aprecia o sorriso dela e, sem mesmo que percebesse, segurou o queixo dela para trazer a boca dela junto à dele novamente.

 — A Malia disse que você está me dando mais atenção que o normal nas aulas — ela murmurava entre o beijo —, você deve parar com isso se não quer que descubram, me trata como uma aluna normal.

 O homem continua a beijá-la e apenas assente em um breve movimento com a cabeça.

 — Aliás, falando em descobrir, eu me lembrei de uma coisa! — ela inclina a cabeça para trás para cessar o beijo e segura o maxilar dele afastando-o para trás. Scott olha-a sem entender.

 Allison passa o dedo indicador no pescoço dele, esfregando aquela região.

 — Você passou maquiagem! — Ela gargalha alto ao ver que o dedo dela ficou com resquícios de base que ele havia usado para cobrir as marcas deixadas por ela na madrugada anterior.

 Scott observa-a rir, mas não se incomoda, apenas balança a cabeça em negação e sorri.

 A Argent levanta a camisa dele para analisar o abdômen do homem e viu que naquela região os arranhões ainda estavam lá sem nenhuma base ou corretivo cobrindo-os. A maquiagem cobria apenas as marcas dos chupões e das mordidas expostas.

 — Você não faz o menor sentido para mim, Scott. Ao mesmo tempo que te acho um filho da puta por causa da Maya, eu também te acho todo fofinho e carinhoso. Me lembro que você podia, mas não quis se aproveitar de mim no carro. E se preocupou em comprar um presente para mim, aliás perguntou para a minha melhor amiga do que eu gostava só para conseguir me agradar. Porém, apesar de tudo, você não quer se separar da Maya. Sinceramente, eu não consigo decifrar o que você quer da vida.

 — Simples, eu quero você. — Ele encara-a, com os olhos fixos ao dela, e sorri.

 — Eu também te quero e você sabe disto. Não precisa me dar presentes, eu não quero. Inclusive, amanhã eu te devolvo.

 — Talvez eu queira mais que isto.

 — Mais o quê?

 — Mais que só te levar para cama. Deixa eu te conhecer, por favor.

 — Deixo, eu já disse que podemos ser amigos também.

 — E mais que amigos? — pergunta Scott, enquanto suas mãos posicionavam uma mecha do longo cabelo dela atrás da orelha.

 — Não podemos ser mais que amigos. Um porque você ainda é casado, dois eu não quero compromisso com ninguém. E três, para com estes assuntos, credo — murmura.

 Scott poderia ficar infeliz com aquelas frases proferidas por ela, no entanto ele a entendia perfeitamente. Para ela, ele era só mais uma cara infiel, e qualquer pessoa esperta o bastante não iria querer nada além de sexo com uma pessoa assim. Depositar sua confiança e sentimentos em alguém infiel é um caminho perigoso que ninguém deveria se arriscar a seguir.

 Portanto, ele se julgava merecedor da falta de interesse dela em querer ser mais do que simples amigos. Porém, ele pretendia conquistar a confiança futuramente, no tempo certo. Até lá, ele era obrigado a aceitar o fato de ela querer somente o corpo dele.

 — Sabe o que eu queria mesmo? — ela continua com um tom de voz diferente, sussurrava de maneira densamente sensual e com um sorriso igualmente provocante. — Que você me masturbasse. Aqui. Agora.

 Ele suspira e morde o próprio lábio inferior devagar. Suas mãos antes pousadas nas coxas dela, deslizam lentamente para fora até parar de tocá-la. Dá alguns passos para trás, se retirando dos meios da perna dela. Em mais alguns passos, ele se apoia na mesa ficando ao lado dela, permanecendo na mesma posição que estava assim que ela chegou na sala. Em silêncio, Allison acompanhava cada movimento indecifrável dele.

 — Levanta — murmura Scott.

 A menina sorri e faz o que ele ordenou a ela. Sai de cima da mesa dele e se coloca na frente do moreno, que leva suas mãos à altura do pescoço dela e desfaz o laço que amarrava o capuz vermelho, deixando-o deslizar pelo corpo dela até chegar ao chão.

 Os olhos castanhos dos dois se entreolham, e o mesmo sorriso aparecem nos lábios de ambos em perfeita sintonia, assim como aconteceu há alguns minutos no ginásio.

 Scott pega-a pela mão e, em movimento preciso e firme, vira-a de costas para ele e puxa-a para si, eliminando quaisquer centímetros que os separavam. As costas da morena se juntaram com o abdômen e peitoral do homem, enquanto as pernas se encaixavam impecavelmente, assim como cada pedacinho do corpo deles.

 A menina fechou seus olhos e ofegou imediatamente, sentir a respiração quente do homem no pescoço fez cada pelo do corpo se eriçar.

 O homem jogou todo o cabelo dela para um único lado, assim conquistando uma parte do pescoço dela inteiramente disponível para a sua boca explorar.

 Percorreu as laterais do corpo dela com a sua mão chegando até a coxa e, a partir daí, suas mãos tomaram caminhos diferentes. A esquerda procurou a mão esquerda dela e segurou, entrelaçando os dedos. A direita subiu pela coxa dela lentamente, percorrendo um caminho até a intimidade dela coberta pela calcinha, pousando ali, fazendo-a arfar com o contato. Mesmo com a tecido de algodão impedindo o contato pele a pele, ela sentiu o delicioso calor da mão dele.

 Antes de começar os movimentos com as mãos para lhe dar prazer entre as pernas, ele torturou-a mais. Grudou seus lábios no pescoço dela, com o objetivo de retribuir cada marca que ela havia deixado nele. Começou a trabalhar ali com lambidas prazerosas e, sem demorar muito, distribuiu beijos, mordidas e chupões, intercalando cada um deles continuamente. Allison ofegava e se deliciava a cada segundo com aquilo.

 Apesar de não ter movimentado nenhum milímetro da mão pousada sobre a intimidade dela, a maneira que ele devorava o pescoço da menina deixou-a excessivamente excitada, de maneira que Scott sentia ela umedecer, seu líquido de prazer atravessava o tecido da calcinha e entrava em contato com a mão dele. Scott sorri em satisfação e começa a movimentar a mão, fazendo-a gemer baixinho.

 Insatisfeito com a peça íntima separando-os, ele sobe a mão e desce novamente, mas desta vez invadindo dentro da calcinha dela. Sentir a pele incrivelmente macia dela naquela área o fez arfar.

 Assim que o dedo médio do homem pressionou-se sobre o seu clitóris, Allison apertou fortemente a mão esquerda dele que estava entrelaçada à sua, além de jogar a cabeça para trás, apoiando-a no corpo do moreno. Sua respiração se tornou ainda mais pesada e as pernas estremeceram.

 Scott começa com precisos movimentos circulares naquela região. Massageando a parte mais sensível dela da maneira correta para fazer com que ela sentisse o máximo de prazer. Usava a quantidade exata de força e velocidade necessária, enlouquecendo-a.

 Porém, quando ela menos esperava, o homem paralisou sua mão e separou os lábios do pescoço dela, deixando-a sem entender.

 — Por que você parou? — murmura frustrada.

 — Você está mordendo os lábios. Eu não quero que prenda os seus gemidos, quero ouvi-los, quero você gemendo para mim — sussurra no ouvido dela, com uma rouquidão sexy na voz.

 — Desculpa — diz com uma voz falha. — Mas, por favor, continua, eu preciso.

 Scott sorri e dá continuidade ao que havia interrompido. Assim como pediu, desta vez ela não se preocupava em abafar os seus gemidos, deixando-o extremamente satisfeito com cada som saído da boca dela. Até mesmo os gemidos dela eram perfeitos para ele.

 Avançando a estimulação, Scott penetrou-a lentamente e cuidadosamente com seu dedo médio. Allison voltou a apertar a mão dele ainda com mais força, suas unhas grandes chegaram a cravar a pele dele. Remexeu suas pernas e contorceu o corpo, jogando-se ainda mais para trás. A bunda da menina se chocou fortemente com o pênis dele já endurecido pela excitação e os dois gemeram juntos.

 Allison mordeu os lábios brevemente ao sentir o dedo do homem movimentar-se deliciosamente dentro de si, porém logo soltou os lábios dos seus dentes, antes que Scott resolvesse castiga-la.

 Os movimentos de vai e vem alternavam a velocidade e Allison já estava completamente encharcada. Um gemido alto demais escapou da boca dela quando, Scott enfiou o segundo dedo. Levou a mão livre para o próprio seio e massageou, apertando.

 Como Allison sempre imaginou, os dedos deles eram incrivelmente habilidosos, quem sabe até mais do que ela pensava, agradando-a imensamente.

 A onda de prazer devastava o seu corpo. Sua sanidade já estava perdida. Ela queria mais e mais. Se encontrava totalmente rendida e entrega ao homem moreno. Suas pernas estavam bambas e já teria caído se não estivesse apoiada nele. As coxas prensavam a mão do homem entre as pernas, contudo, ainda assim, ele não parava de entrar e sair de dentro dela, sem perder a alta velocidade e indo cada vez mais fundo. Juntamente com os beijos quentes que recebia no pescoço, Allison não demorou muito para chegar ao seu limite.

 Estremeceu dos pés à cabeça quando sentiu o orgasmo dominando o seu corpo, seus espasmos eram violentos. Um gemido com o nome dele saiu da boca dela. E Scott jamais achou que seu nome fora tão bem pronunciado anteriormente. Allison gemer o nome dele daquela forma o fez arfar e seu membro pulsou ainda mais dentro da cueca.

 As mãos esquerdas deles ainda permaneceram entrelaçadas e eles não tinham a menor preocupação em separá-las.

 Quando sentiu os músculos da menina relaxar, Scott começou a retirar os seus dedos de dentro dela, porém Allison impediu segurando o pulso dele para que ele ainda não removesse sua mão da calcinha dela e ele obedeceu.

 Depois de se recuperar do orgasmo que acabara de ter, Allison ainda segurando o pulso dele, guia a mão dele para fora da calcinha. Abriu os olhos enfim, visualizando o líquido de desejo escorrendo nos dedos que o homem usara para masturbá-la. Com a intenção de limpá-los, levou a mão dele próximos aos seus próprios lábios e chupou cada milímetro dos dedos dele, sentindo o próprio gosto. Ao terminar de transferir o seu líquido do dedo dele para a boca, virou para beijá-lo, compartilhando o seu sabor com ele, que retribuiu o beijo de bom grado.

 — Quer que eu alivie você? — pergunta Allison assim que os dois cessaram o beijo.

 — Até quero, mas eu não conseguiria me segurar e te foderia hoje mesmo.

 — E isto não é bom? — indaga com uma expressão divertida no rosto, ela não conseguiu encontrar nenhum problema naquela ideia.

 Ele ri ao notar os olhos castanhos que cintilavam e o sorriso travesso nos lábios dela.

 — Nós vamos ter muito tempo para isto ainda — Scott segura-a pela cintura e afasta-a para trás —, e você merece muito mais que uma foda em cima de uma mesa de madeira desconfortável com tempo limitado.

 O McCall pisca para ela e sorri. Desencosta da mesa e se abaixa para pegar o capuz do chão, dando um beijo rápido na coxa dela antes de se levantar. Coloca o capuz sobre ela novamente, amarrando o laço que havia desfeito anteriormente.

 Esperando pela ereção do homem ir embora, eles se sentaram em mesas diferentes e distantes. Scott sentava sobre a sua mesa de professor e Allison em uma das carteiras exclusivas aos alunos. Ela até poderia voltar ao baile e deixa-lo sozinho, porém preferiu ficar conversando com ele.

 Os assuntos eram aleatórios. Scott perguntou quem sabia sobre eles e Allison informou sobre os únicos dois amigos que sabiam, e como eles descobriram. Falaram também sobre Stiles e amizade que Allison estava criando com o melhor amigo do professor. Allison também contou das competições de arco e flecha que participou quando era menor e, apesar de não praticar mais, ela ainda adorava.

 Um tempo considerável passou e eles decidiram sair da sala, Allison saiu primeiro e em seguida Scott deixou a sala também.

 Allison caminhava no corredor em passos firmes e confiantes, certamente já estava a uma grande distância de Scott, pode confirmar isso quando olhou para trás e viu o homem andando lentamente na mesma direção dela, porém pela pouca velocidade estava muito atrás. Mas ainda no mesmo corredor e no campo de visão dela.

 Um sorriso apareceu nos lábios da Argent no breve momento em que ela virou a cabeça para trás para olha-lo. Scott também sorriu para ela antes que ela voltasse sua visão para frente. E no segundo seguinte, em um movimento rápido e confuso, que Scott não conseguiu decifrar, ainda mais por só conseguir enxergar o gigantesco capuz que ela vestia, ele só escutou o estrondo causado pela colisão do corpo dela contra o armário, seguido por um grito agudo e de dor da menina.

 Scott sequer pensou, seu corpo instintivamente levou-o até a menina que se encontrava no chão agonizando baixinho de dor.

 — O que aconteceu? Você se machucou? — Olha para o rosto dela, depois abaixa sua visão para a região que a mão dela estava.

 — Nada, acho que torci o tornozelo. Mas estou bem, não precisa se preocupar — tranquiliza-o.

 — Está doendo, não está?

 — Um pouco, mas — antes que Allison pudesse terminar sua frase, em um rápido movimento, Scott passa os braços nas costas e por baixo das coxas dela, erguendo-a no em seu colo. — Scott! — resmunga Allison. — Se alguém ver a gente assim, a culpa vai ser só sua.

 — No refeitório deve ter gelo, acho que pode ajudar. E se tiver doendo muito, posso te levar no hospital — ele fala, enquanto andava carregando-a para o refeitório do colégio.

 Allison observa a expressão do homem e percebe que ele falava sério sobre a parte de leva-la ao hospital. A menina discretamente balança a cabeça em negação, ergue uma sobrancelha e sorri.

 Em silêncio, os dois não demoram muito para chegar ao refeitório vazio. Cuidadosamente, Scott senta-a em uma das cadeiras dali.

 — Vou procurar gelo — ele avisa.

 — Ok, Scott. Não precisa, eu estou bem. Não fica bravo comigo, mas eu só estava brincando. Não torci o tornozelo, sequer cai de verdade. Olha... — ela se levanta e dança movimentando bem os pés, mostrando que não sentia dor alguma.

 — Allison, para com isso. — Ele pega-a pela cintura, ergue-a no ar e coloca-a sentada sobre a mesa.

 — Ah, que saco, Scott. Foi uma brincadeira, eu já disse — resmunga Allison com impaciência.

 — Deixa eu ter certeza, fica quietinha — pede Scott docilmente, fazendo com que a cara de emburrada da menina morena ir embora dando espaço para uma divertida. O modo que ele proferiu a frase era semelhante a um adulto falando com uma criança que acabara de se machucar, o que era totalmente engraçado para ela, fazendo com que a vontade de rir aparecesse, mas ela segurou o riso ao morder os lábios. Somente observou os próximos movimentos do homem.

 Ele chegou mais perto dela e procurou pelo zíper da bota over the knee que ela usava, quando achou-o desceu-o com delicadeza. Elevou a perna da menina ligeiramente para retirar a bota, colocou o calçado em uma das cadeiras em volta da mesa que Allison estava sentada e, por fim, retirou a meia 7/8.

 Segurou e esticou suavemente a perna dela em sua própria direção para poder analisar o tornozelo dela com clareza. E, aparentemente, estava tudo certo, nenhum mínimo inchaço ou sinal de torção.

 — Satisfeito? — indaga Allison, encarando-o.

 — Sem dor? — ele pergunta, desvia sua atenção do tornozelo dela e olha o rosto da menina.

 — Sem dor — afirma. — Como eu já disse, eu não caí de verdade, só estava te testando.

 Allison abaixa a perna que ele segurava. Em segundos, cruza as pernas, deixando uma pendendo sobre a outra e balança-a calmamente.

 — Me testa sem se colocar em risco, você me assustou. Você poderia ter se machucado de verdade quando se jogou no armário.

 — É incrível como eu atraio pessoas super protetoras na minha vida. — A Argent balança a cabeça em negação e ri baixinho.

 — E você acha ruim? São pessoas que se importam com o seu bem.

 — Não, eu acho ótimo. — Sorri e pisca para ele.

 — Então, posso cuidar de você? — pergunta Scott, ajeita o capuz vermelho da fantasia novamente sobre a cabeça dela e sorri.

 — Ah, Scott, para com isso — resmunga. — Não quero nada romântico ou excessivamente fofo vindo de você. Preciso lembrar que você é casad...? — antes mesmo de ela conseguir terminar a frase, Scott interrompe-a usando a própria boca para cala-la.

 A menina arregalou os olhos e franziu a testa ao sentir os lábios dele em contato com os seus. Não que ela achou ruim, mas estava incrédula que ele beijara-a no meio do refeitório onde qualquer um poderia entrar a qualquer hora podendo vê-los ali.

 — Scott, para — ela sussurra entre o beijo, olhando para a porta do refeitório. Não acreditava que aquelas palavras estavam saindo da sua boca. Jamais imaginara que um dia seria ela quem pediria para ele parar um beijo. Inclina a cabeça para trás para separar seus lábios, e segura nos ombros deles empurrando-o suavemente para trás. — O que deu em você? Tomou uma dose de coragem hoje, professor?

 — Talvez.

 — Interessante — ela sorri. — Mas, use a coragem com mais cuidado, por favor, você sequer checou se tinha alguém vindo, eu não quero que você perca o seu emprego por terem te flagrado beijando uma aluna. E os meus pais ficariam putos, certamente iriam garantir um modo de manter no mínimo um quilometro de distância entre a gente, ainda mais por causa da Maya, minha mãe iria surtar comigo, com você, e depois iria querer mudar de país por vergonha e não saber como se desculpar com a Maya. Pensando bem eu serei uma vergonha para a minha mãe — reflete e espreme os lábios.

 — Allison, shhh... Vai dar tudo certo.

 — Não tem como dar absolutamente tudo certo nesta situação. As consequências virão cedo ou tarde.

 — Se der errado, você pode jogar toda a culpa e responsabilidade para mim, diz que eu te induzi.

 — Não — ela balança a cabeça em negação. — Eu não vou fingir ser a garotinha bobinha e inocente, porque eu sei exatamente o que estou fazendo. Mas, se você me deixar sozinha no final eu juro que dou um jeito de te castrar, dolorosamente — ameaça, porém seu rosto não era sério, ela tinha uma expressão divertida e chegou a rir baixinho ao terminar a ameaça. — Scott McCall, escuta aqui, eu espero sinceramente que você valha a pena — continua.

 — Me diz o que você sente, eu valho a pena? — ele pergunta e sorri esperando pela resposta dela.

 — Eu não sei, Scott. Apesar de você ser casado...

 — Shhh, esquece esta parte, pensa só no resto e diga o que você pensa sobre mim.

 — Eu não sei, não sei o que eu penso sobre você, eu já falei que para mim você não faz o menor sentido. A única coisa que tenho certeza é que eu amo o seu corpo, amo a sensação que sinto quando a gente se beija, amo seu corpo em contato com o meu, amo o jeito que você me toca e me olha.

 — E o que mais?

 — E com certeza você é um dos melhores que eu já fiquei.

 — Um dos melhores — murmura com insatisfação, não queria ser um dos melhores, queria ser o melhor. — Melhor que aquele seu amigo que você estava beijando na sua festa de aniversário, o Derek?

 — Como vou saber? Eu nunca transei com você para poder comparar.

 — Você já transou com ele? — pergunta incrédulo.

 — Mais. Ele tirou a minha virgindade — ela provoca-o, contudo não esperava que a expressão dele fosse mudar drasticamente, deixando-a preocupada.

 — Entendi — é a única coisa que ele diz e se cala.

 — Ah, não, Scott! Para com esta cara, por favor! — ela implora. — O Derek é meu amigo, meu melhor amigo.

 — Pensei que o Theo fosse o seu melhor amigo.

 — Ele também é, os dois são.

 — Então, o Theo é seu melhor amigo irmão e o Derek é o seu melhor amigo quase namorado.

 — Minha nossa, Scott, para de exagerar as coisas. A gente não fica há um bom tempo, o beijo na festa foi só para te provocar. Eu e o Derek não damos certos como casal, só como amigos mesmo, ok? E aliás, você não perdeu a sua virgindade comigo, você não me classifica como a melhor garota que você já ficou, e eu não estou reclamando por isso, estou?

 — Eu te vejo como a melhor sim — ele contesta.

 — Nossa, Scott, você é um mentiroso, cala a boca! — ela gargalha alto. O homem olha-a ainda sério.

 — Você não vai me levar a sério nunca mesmo?

 — O que eu quero é te levar para a minha cama, professor — ela sorri e pisca.

 — Então, depois que eu te foder, você já terá conseguido o que quer e perderá o interesse em mim.

 — Não, se a gente realmente tiver química na cama, podemos repetir de novo e de novo, sempre que tivermos oportunidades.

 — Até você se enjoar de mim e querer alguém novo?

 — Scott, para! O que você quer ouvir? Que eu quero te namorar, que quero casar contigo? Por Deus! Enquanto você for casado, eu não vou querer nada de ti além de um sexo proibido. Ou você pretende o quê? Ficar com a Maya e comigo ao mesmo tempo para sempre?

 — Eu pedi para você me dar um tempo para resolver as coisas, Allison.

 — Ok — ela dá os ombros.

 — E quando eu resolver, como vai ser as coisas entre a gente?

 — Eu não sei, Scott. Para de complicar ainda mais a situação, pelo amor de Deus. Não podemos pensar nisto depois que você já estiver divorciado? Caso você se divorciar um dia, claro.

 Scott espreme os lábios e assente, em silêncio. Allison observa-o por alguns segundos, analisando cada mínimo detalhe do rosto dele, pela sua expressão e a cabeça baixa, percebeu que ele ficou chateado novamente. Ela balança a cabeça em negação e sorri, passa sua visão por cima dos ombros dele, visualizando a porta de entrada do refeitório. Como ela desejava, eles ainda tinham privacidade.

 — Scott — ela chama com um sussurro. Ele levanta a cabeça para olhá-la, e aguarda ela dizer o que queria. — Você fica tão sexy assim, todo emburradinho, mas eu acho que ainda prefiro o seu sorriso.

 Ela falava olhando fixamente para a boca dele. O dedo indicador da menina, deslizava sobre o rosto dele acariciando suavemente a sua pele, desenhou o contorno do inconfundível maxilar que ele tinha e sorriu quando o seu indicador chegou na boca dele.

 — Não vai sorrir para mim? — ela pergunta, subindo seus olhos para ir ao encontro aos dele. Involuntariamente sinais de sorrisos começaram a aparecer no canto dos lábios do homem, com isto ela abre ainda mais o sorriso. — Sua boca é perfeita com a minha. Independente se é recíproco ou não, certamente nenhuma boca combina tanto com a minha como a sua. Eu amo te beijar, porque você faz isto da maneira que ninguém jamais fez. Eu fiquei surpreendida com a facilidade que você conseguiu me dar um orgasmo, usando apenas os dedos. O meu desejo por você só aumentou.

 Ela morde o lábio lentamente e percorre os dedos descendo para o peitoral e abdômen dele.

 — Minha parte racional até queria fazer com que eu me afastasse de você, afinal tem tanta gente por aí, mas alguma coisa dentro de mim me impede. Eu não quero os outros, eu quero você, Scott McCall. Eu estou aceitando todas as consequências que podem vir por sua causa, porque algo me diz que você vale a pena sim. Talvez eu esteja perdidamente errada, mas eu quero tentar mesmo assim. Eu também não sei se é verdadeiro, mas eu amo quando você se mostra ser cuidadoso e protetor. E, caralho, eu simplesmente detesto te ver com uma cara tristinha, ou quando você se mostra chateado com alguma coisa que eu disse ou algo que eu fiz. O que eu posso fazer para ver você sorrindo sempre?

 — Acredita em mim quando eu digo que eu não quero só te levar para cama e acredita que eu quero ser mais que apenas o seu amigo.

 — Ah, Scott — ela murmura e passa a mão sobre o rosto com impaciência, ele novamente voltara com esses assuntos que ela não queria conversar. Olha para ele e fica em silêncio por alguns segundos, procurando uma frase que não fosse grosseira para responde-lo. — Me faça acreditar — sussurra e sorri angelicalmente.

 — Vou fazer.

 — Ótimo. Agora, por que não coloca a minha bota novamente? — ela pede com um sorriso. Desliza ligeiramente sobre a mesa indo para trás e estica sua perna, encostando o pé ainda descalço na lateral da coxa dele, roçando-o ali em provocação. Percorre seu pé para outra parte do corpo dele, mais especificamente tocando o membro dele por baixo de todo o tecido que impedia o contato direto. Acaricia aquela região com o pé, encara os olhos escuros que ele possuía e sorri ao mesmo tempo que mordia o lábio inferior.

 — Você ama me provocar, não é? — Ele pega o pé dela e segura.

 — E você ama que eu te provoque.

 Scott entreabre a boca para falar, no entanto prefere se silenciar e apenas um singelo sorrisinho aparece em seus lábios. Ele realmente amava todas as provocações dela e não podia dizer ao contrário.

 Balança a cabeça em negação antes de pegar a meia que havia deixado ali ao lado dela. Gentilmente e com calma, ele coloca a meia novamente no pé dela, ajustando-a até a coxa da menina, aproveitou o contato da sua mão naquela região para acarinha-la, fazendo-a sorrir com o toque. Por fim, colou a bota nela, exatamente com o mesmo cuidado.

 — Obrigada. — Ela volta a deslizar para a beirada da mesa e inclina seu tronco para beijá-lo, porém antes de fazer tal ato recua ao ouvir vozes e passos de pessoas se aproximando. Scott também recua dando alguns passos para trás, para criar uma distância maior entre eles. Allison se mantem olhando para a porta de entrada do refeitório, aguardando o dono dos passos aparecer enfim. O que não demora muito a acontecer.

 — Tio! Treinador! Venham aqui — chama Allison. Era o treinador juntamente com o senhor Yukimura, professor de história e pai da Kira, por este motivo Allison se acostumara em chama-lo apenas de tio.

 Scott olha para ela sem entender o que ela pretendia, depois abaixa a cabeça.

 — O que aconteceu com seu olho? — o treinador pergunta com o seu jeito peculiar, e analisa fazendo uma cara engraçada, arrancando uma risada de Allison.

 — Gostou, treinador? Ficou assustador o suficiente para o Halloween?

 — É melhor nem comentar.

 Allison gargalha mais uma vez.

 — O senhor McCall está me orientando como eu devo escrever a minha carta de apresentação para enviar às universidades... aliás, treinador, cadê a carta de recomendação não vai escrever mesmo?

 — Não.

 — Treinador!

 — Não.

 Allison sabia que o treinador não escreveria e jamais contou com isto, apenas gostava de irrita-lo e se divertia imensamente com ele. O treinador certamente era a pessoa mais engraçada que ela já conhecera em toda a sua vida e a menina amava o jeitinho dele.

 — Obrigada. Então, já terei duas cartas, a sua — aponta para o senhor Yukimura, que já havia escrito uma carta de recomendação a ela — e agora a do treinador, obrigada por concordar.

 — O quê? Eu disse “não”.

 — Você disse “sim”, eu escutei, treinador. Você está doido? Eles também escutaram — aponta para o senhor Yukimura e o senhor McCall. — Ele não concordou?

 Olha para os outros dois professores, pedindo pelo olhar que eles entrassem na brincadeira. E assim eles fazem, balançando a cabeça para cima e para baixo afirmando e dão risada. O treinador franze a testa e duvida de si mesmo.

 — Argent, eu sei o que está fazendo e não irei cair nisto! Toma cuidado com esta menina, novato McCall, ela gosta de enlouquecer as pessoas, principalmente agora com estas cartas para enviar às universidades.

 — Ei, quanta difamação! — ela resmunga. — Eu não estou te enlouquecendo, senhor McCall, estou?

 Olha para ele esperando a resposta e sorri. Seu sorriso estava carregado de segundas e terceiras intenções, assim como a sua pergunta estava carregada de duplo sentido.

 — Um pouco — Ele dá um meio sorriso para ela, mas logo desvia o olhar antes que parecesse suspeito demais.

 — Eu só quero ser aceita na universidade — ela dá os ombros. — E quem melhor que o meu professor de inglês para me ajudar com as cartas? Não irei te deixar em paz até eu ser aceita, senhor McCall.

 — Boa sorte com esta menina louca — deseja o treinador ao homem de maxilar torto, dando tapinhas nas costas dele como se sentisse dó.

 Scott e Allison se entreolham novamente, dão uma risada baixinha e abaixam a cabeça.

 Depois da breve conversa no refeitório, Scott se despediu dos dois colegas de trabalho e da aluna e foi embora para a casa, desviou de todas perguntas da Maya referente à demora, trocando de roupa e deitando para dormir, enquanto ela falava em seu ouvido, apenas ignorou-a e rapidamente pegou no sono.

 Allison voltou para o ginásio onde o baile de halloween acontecia sendo acompanhada pelo treinador e o senhor Yukimura. Assim que pisou no local, avistou o olhar intimidadores da japonesa e da ruiva, em contrapartida Malia sorria para ela por saber exatamente o motivo do sumiço.

 A Argent se despediu dos professores e se aproximou das amigas, já esperando ser bombardeada de perguntas.

 — Aonde você estava este tempo todo? — a japonesa pergunta.

 — Resolvendo o negócio das cartas, por enquanto eu só tenho a carta de recomendação que o seu pai escreveu, não quero deixar tudo para última hora. E aproveitei para irritar um pouco o treinador. Vocês não viram eu chegando com eles? — indaga. Allison realmente usou os dois professores como álibis para tentar fugir de qualquer suspeita.

 — Eles não ficaram nem vinte minutos fora do ginásio. Você alegou que iria ao banheiro há... — a ruiva olha para cima como se pensasse, ironicamente — quase duas horas.

 — Que exagero, não faz tudo isso de tempo. Eu só tive alguns imprevistos, que já resolvi.

 — Não vai nos dizer o nome dele mesmo? — Lydia questiona.

 — Dele quem, Liddy?

 — De quem deixou sua boca excessivamente inchada. É o mesmo de semanas atrás quando você sumiu no intervalo?

 Ok, a Argent tinha sido pega. Como ela poderia esquecer deste detalhe importantíssimo? Depois de tanto beijar intensamente o professor, era claro que os seus lábios ficariam inchados ou no mínimo vermelhos.

 — Ok, eu estava com alguém — confessa Allison. — No entanto, não posso dizer ainda, sério, me perdoem.

 — Então, você está ficando com alguém deste colégio — deduz Kira. — Pensei que você só ficasse com homens mais velhos, mudou os padrões, Allie?

 Depois de ouvir o que Kira acabara de proferir, Allison apenas olhou para Malia e as duas seguraram o riso.


Notas Finais


– Quem chegou até aqui merece um abraço apertado ♡
– Leram tudo de uma vez ou leram em partes? Me contem nos comentários a(s) parte(s) preferida(s) de vocês deste capítulo.
– Allison só vai se deixar permitir sentir algo a mais por ele, quando ele dizer a ela porque ele está com a Maya ainda.
– Sobre as FANTASIAS: eu fiquei com preguicinha de ficar decidindo a fantasia de todos, então vocês mesmo podem imaginar individualmente a fantasia dos favs de vocês. As duas fantasias que descrevi são a da Malia (de Alice, porque eu sempre achei as fantasias de Alice tão lindinhas) & a da Allison (chapeuzinho me veio na cabeça por causa da Crystal como Marie-Jeanne e o capuz que ela usava, hahah). Aqui estão:

Roupa da Allison: http://www.legavenue.com/costumes/fairytales/captivating-miss-red.html
Maquiagem da Allison: https://www.youtube.com/watch?v=J_8En_LbS4g&t=5m14s
Maquiagem da Malia: https://www.youtube.com/watch?v=V8YDhSurAOk&t=10m34s (não está dísponivel para celulares infelizmente, tentem pelo computador).

– É isso, até o próximo e não desistam de mim, por favor <3


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