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História Hands to Myself - Eu gosto de você;


Escrita por: AllieMaddox

Notas do Autor


➳ heeyy, como é que vocês estão? Pulando o carnaval? Estão com o samba no pé? Nos trios elétricos curtindo os axés? Cantando as marchinhas nos bloquinhos de rua? Ou são como eu que está curtindo o carnaval de pijama, na cama, com netflix, celular & computador? :3 hahah

➳ Antes do capítulo, quero dizer que estou muito feliz com a fanfic e com vocês. Nunca recebi comentários tão lindos & é imensamente bom saber que vocês estão gostando da história nem que seja só um pouquinho, muito obrigada por estarem acompanhando e recebendo tão bem, ~abraço coletivo~ ♡

Capítulo 15 - Eu gosto de você;


Fanfic / Fanfiction Hands to Myself - Eu gosto de você;

 Os próximos dias demoraram mais que o normal para passar. A cada minuto, a sexta-feira parecia misteriosamente mais distante. Nestes dias, Allison e Scott até queriam um momento a sós em qualquer intervalo de tempo entre as aulas no colégio, porém Kira e Lydia pareciam estar sempre atentas e empenhadas em descobrir com que a Argent estava trocando beijos nestes últimos dias. Allison sentia os encantadores olhos esverdeados de Lydia e os olhos escuros com traços asiáticos de Kira observando-a o tempo todo. A menina de covinhas não se incomodou nem um pouco com isto, a única reação que tinha quando se encontrava sendo observada pelas amigas era rir, achava imensamente engraçado vê-las curiosas.

 Obviamente, Allison foi obrigada a redobrar os cuidados, uma vez que ainda não queria que mais gente soubesse sobre ela e o professor de inglês. Ela acreditava que quanto menos pessoas soubesse, melhor era, e muito mais seguro também. Se proibiu de olhar para o professor por mais de cinco segundos consecutivos e quando queria perguntar algo a ele referente à matéria, pedia à Malia que perguntasse por ela.

 Scott sabia exatamente o que ela estava fazendo e a acompanhou na ideia de se ignorarem, mesmo que a missão não fosse tão fácil de ser seguida para ele. Às vezes seus olhos lhe traiam e ele acabava apreciando a menina por tempo demais. Isto acontecia com mais frequência quando via que todos os seus alunos estavam distraídos o suficiente fazendo os exercicios e não se preocupariam em avaliar o que ele fazia ou para quem ele olhava.

 Agora, sexta-feira, já se passava das dez horas da noite quando a menina Argent escutou batidas no vidro da janela do seu quarto, era ele. Era o moreno que ela esperava ansiosamente, contando cada segundo que se passava, enquanto tentava se distrair assistindo um filme qualquer na televisão do seu quarto. De maneira esperta, e pensando nos mínimos detalhes para não ser pega, a morena deixou o volume da televisão excessivamente alto, camuflando qualquer barulho ou conversa que ela viria a ter com o Scott.

 Vestindo um short jeans e um blusão, a morena se levanta da cama e seus pés descalços a levam rapidamente até a janela, logo visualiza o moreno através do vidro. Ele esperava com as mãos no bolso da calça e o capuz da blusa moletom cobria a sua cabeça, impedindo que qualquer pessoa que por acaso passasse na rua reconhecesse a sua identidade. Sem pensar muito, ela abre a janela para ele entrar e assim ele faz, abandonando o telhado e adentrando o quarto da menina.

 — Bem-vindo ao meu quarto — ela fala assim que fechava a janela novamente. Scott sorri para ela e retira o capuz do moletom da sua cabeça. — Quanto tempo temos?

 — Espero que a noite toda — responde Scott, enquanto vagava por ali para conhecer o quarto da menina. O que mais lhe chamou atenção foi que uma das paredes do quarto dela era inteiramente coberta por fotos. Ele passa seus olhos castanhos por ali, analisando-as com atenção. — Gosta de fotografia?

 — Gosto, eu já quis trabalhar na área e viajar o mundo fotografando tudo — conta Allison, se senta na própria cama e fica observando o homem que analisava curiosamente cada canto daquele local.

 — Mudou de ideia?

 — Sobre seguir a carreira de fotografa, sim. No entanto, ainda sonho em viajar o mundo e fotografar o que mais me atrair, como um hobby, sabe?

 Ele assente.

 — Vai cursar cinema, não é? Onde? — Ao ver uma claquete em miniatura, Scott se recorda de ter lido em uma das redações que ela entregou a ele falando o que escolheu cursar na faculdade.

 — Eu quero estudar em uma que fica em Los Angeles, porém também tentarei em outra, em New York, como segunda opção. Se tudo der certo serei aceita na de Los Angeles mesmo, estou me dedicando para isto.

 — Fez o SAT?

 — Vou fazer o de dezembro e o de janeiro, se eu for mal nos dois, tento nos próximos até conseguir uma nota boa.

 — Em leitura e, principalmente, em redação você vai conseguir uma nota boa, né? — Scott olha para ela e estreita os olhos encarando-a, como se exigisse que ela fosse bem nestas áreas, afinal estavam ligadas diretamente à área que ele dava aula a ela no colégio.

 Allison gargalha com a pergunta intimidadora.

 — Eu não sei — responde ainda com resquícios de riso preso nos lábios.

 — Não sabe? — ele se mostra ofendido, em brincadeira. — Eu não estou sendo um bom professor?

 — Você é ótimo, mas talvez eu não esteja sendo uma aluna boa o suficiente.

 — Se você for mal na primeira vez, o que eu duvido muito, eu vou te dar aulas particulares.

 O homem se senta na cama ficando ao lado dela.

 — Minha nossa, isto definitivamente é um incentivo para que eu ir mal. Quem em sã consciência não iria querer ter aulas particulares com você, professor?

 — Não. Se você ir mal nos passaremos nosso tempo juntos só estudando, se você for bem podemos passar nosso tempo juntos fazendo outras coisas melhores. — Ele esbanje um sorriso totalmente provocante e insinuante, fazendo a sanidade da menina desaparecer em segundos.

 — Porra, Scott — arfa antes de inclinar o seu corpo para alcançar a boca dele, iniciando o primeiro beijo do dia.

 Allison não conseguia explicar a forte atração que sentia por ele, qualquer mínimo sorriso dele a deixava imensamente atordoada, assim como qualquer movimento simples e bobo que realizava. Ouvir a voz dele proferindo palavras sujas e frases com sentidos sexuais era intensamente excitante para ela.

 Não demorou muito para Scott deitar o corpo da menina na cama ficando por cima dela, sem mesmo parar o beijo. Nem sequer separaram suas línguas quando o homem se livrou da sua blusa moletom: ele apenas abriu o zíper e Allison tratou de fazer o resto do trabalho retirando a blusa dele por completo.

 Incomodada com a camiseta que ainda cobria o corpo dele, em um rápido movimento, Allison gira-os se colocando em cima do moreno. Sem esperar e com a ajuda dele, retira aquela peça de roupa inútil revelando o corpo perfeito dele. Porém, o sentimento que a atingiu não foi o esperado, em vez do desejo transparecer em seu rosto, ela suspirou e espremeu os lábios.

 — O que foi? — ele pergunta com certa preocupação, sem entender o que se passava na cabeça dela naquele momento.

 Allison não responde com palavras, apenas passa o dedo indicador suavemente sobre os arranhões no abdômen dele feitos por ela há alguns dias. Já estava clarinho, quase imperceptível, muito em breve a pele do rapaz já estaria completamente livre de qualquer rastro. Mas o que realmente a atingiu negativamente foi que os arranhões fizeram com que a imagem da mulher loira passasse em sua mente.

 — Você está conseguindo um jeito de esconder isto da Maya mesmo. Eu fiz questão de te deixar marcado porque eu tinha a esperança de que com isso você iria contar a ela ou talvez ela mesmo descobrisse que você a trai e, assim, vocês se resolveriam enfim. Mas, pelo visto você não quer isto — diz com um desanimo evidente.

 — Allison...

 — Eu sei, você quer fazer as coisas no seu tempo, tudo bem... eu acho. Desculpa tentar te apressar. Mas enfim — ela tenta mudar a expressão de desanimo do rosto, colocando um meio sorriso nos lábios —, se você não passou maquiagem no abdômen e peitoral, quer dizer que você não tirou a camiseta na frente dela esses dias, o que significa sem sexo entre os dois, o que significa também que se eu te deixar marcado toda semana vocês nunca mais vão transar? Ou então, você irá acabar com o estoque de maquiagem dela para isto. No entanto, mesmo com maquiagem tem o relevo dos arranhões que ela perceberá se os dois tiverem transando, não é? — a menina refletia. — Shhh, não fala! Não quero saber. Não quero imaginar essa cena.

 Allison balança sua cabeça de um lado para o outro afastando esses pensamentos que apareceram só para importuná-la, porém o nome Maya insistia em permanecer na sua mente.

 Scott até queria dizer alguma coisa a ela, porém não sabia que palavras deveria usar, então apenas se calou infeliz. Ele puxa-a para baixo novamente, fazendo com que ela deitasse sobre ele e então abraça-a, ao mesmo tempo que sua mão grande afagava o longo cabelo negro. Os olhos da menina se fecharam e ela sentia o toque carinhoso do homem, enquanto usava o peitoral dele como um travesseiro.

 — Scott, eu não quero acreditar que você é um babaca, porque você parece ser tão bom comigo. Ou quem sabe, você apenas finge muito bem — murmura baixinho.

 — Eu não estou fingindo com você, Allison. Eu prometo que eu não serei um babaca contigo, eu quero estar sempre aqui oferecendo o melhor de mim para você. E eu sei que é impossível nesta situação e você pode achar loucura, mas você pode confiar em mim.

 — Ainda bem que você tem consciência que é impossível — ela ri baixo. — Sabe o que eu reparei e estava pensando esses dias? Você não usa aliança, mas a Maya usa um anel, foi o anel de casamento que você deu a ela, não é? Você deve ter feito mil juras de amor e está aqui comigo agora, enquanto ela está na sua casa. E também tem o buquê de rosas que deu a ela recentemente na inauguração da loja dela, na frente de todo mundo. Entende porque eu não quero nenhum presente ou ação romântica de você?

 — Allison, olha para mim... — ele pede com uma voz suave e dócil e a morena assim faz. Remexe a cabeça e seus olhos encontram os deles. — Eu gosto de você, essa é a coisa mais sincera que eu posso te dizer. Eu não estou brincando com os seus sentimentos. A última coisa que eu quero é te machucar. Eu quero sempre estar do seu lado, e estarei, é só você querer também.

 — Mas, eu sei que você pode dizer as mesmas coisas para a Maya, talvez palavras até mais bonitas que estas... — ela murmura e logo espreme os lábios.

 — Hm — Ele para pensar por alguns segundos. — Você é esperta o bastante para saber que nem todo casamento é feliz de verdade, mesmo que as pessoas que só veem de fora pensem que é. Aparentemente são perfeitos quando estão em público, porém não existe nenhum sentimento bom e verdadeiro entre eles.

 — Está me dizendo que é o que acontece com vocês dois — Allison conclui em um pensamento alto e ele assente. — Mas, Scott, isto eu já sei. Eu sei que o casamento de vocês não é perfeito, apesar de todo mundo nesta cidade achar isto. Eu sei que você não a ama, porque se você a amasse, não estaria comigo. A questão é que você deveria se separar, porém ao contrário disto está brincando com os sentimentos da Maya, enganando-a, e se ela realmente te ama de verdade e confia que você sente o mesmo?

 — Ela não me ama — contesta Scott na mesma hora com firmeza e uma expressão séria no rosto. Allison franze o cenho e encara-o, se assustando com a seriedade que ele proferiu aquelas palavras.

 — Tudo bem — ela suspira. — Se nenhum dos dois se amam, por que permanecem juntos, presos um ao outro, quando deveriam estar procurando alguém por quem possam compartilhar sentimentos verdadeiros?

 — Muitos casais estão juntos sem se amarem, esta é a realidade.

 — Eu sei disto, no entanto, vocês são jovens, Scott! Não podem estragar a vida de vocês assim! Eu só consigo ter um pouco de compreensão com casais mais velhos, que mesmo estando infelizes com o relacionamento não se separavam por causa de filhos, ou por medo de jogar fora tudo o que construíram juntos ao longo dos anos, ou, não sei, por medo de ficarem sozinhos. Mas nenhum destes motivos parecem se encaixar com você e com a Maya.

 — Você está certa, entretanto eu tenho outros problemas. E eles não envolvem só a mim, o que complica a situação, por isto eu não consegui resolvê-los ainda. Só peço calma da sua parte, me dê um tempo. Está bom?

 — E-Eu, eu... estou confusa — balbucia e volta a posição que ela estava anteriormente, deitando a cabeça no peitoral do moreno. A menina fica pensativa e em completo silêncio, apenas o volume alto da televisão preenchia o quarto naquele momento.

 — Você quer que eu vá embora? — Scott pergunta.

 — Não — responde e se aconchega ainda mais nos braços dele, pedindo silenciosamente que ele continuasse abraçando-a e assim ele faz, envolvendo-a ainda mais entre seus braços. — Eu não acredito que quando finalmente você está disposto a me dar o que eu quero, eu estou pensando na Maya e fodendo com tudo — resmunga baixinho.

 Scott escuta, contudo não diz nada, apenas continua acarinhando as costas da menina deitada sobre ele. Não queria força-la a nada e nem apressa-la, então permaneceu aguardando o tempo dela, até a morena decidir o que queria fazer.

 — Scott — ela murmura após um tempo. Se remexe sobre ele, deslizando seu corpo para cima, para o seu rosto ficar em frente ao dele. — Só me beija — diz enfim, fitando os lábios do homem.

 Allison queria-o tanto e seu corpo pedia por ele, queria expulsar Maya dos seus pensamentos e sabia que só o beijo do rapaz era capaz disto naquele momento, afinal o beijo dele lhe transmitia a melhor sensação que já sentira em toda a vida, conseguindo fazer com que ela esquecesse do mundo em sua volta.

 A merda toda já estava feita e não tinha como voltar atrás, a traição já aconteceu e mesmo se quisessem não tinha a opção de desfazer, já se beijaram várias vezes e já tiveram toques muitos mais íntimos. Então, antes de ter que enfrentar as consequências que apareceriam, ela queria aproveitar enquanto ainda podia, queria senti-lo em contato com o seu corpo.

 Os lábios macios da menina atacaram os deles exasperadamente, sem paciência para começar com um beijo calmo. A língua dela invadiu a boca dele sem pedir licença e foi recebida de muito bom grado.

 As mãos do homem rapidamente deslizaram das costas para outras partes mais interessantes do corpo dela. Enquanto uma seguiu um caminho até a coxa, a outra percorreu até a nuca. Seus dedos agarraram com firmeza os longos e lisos fios próximos a raiz, conquistando o domínio do movimento da cabeça dela, podia controlar a intensidade e a profundidade do beijo. Sabia usar este controle da melhor forma, proporcionando prazer para ambos.

 Assim como Allison previa, o beijo excitante do homem conseguiu apagar completamente a mulher loira dos seus pensamentos. O desejo era a única coisa que preenchia o seu corpo naquele momento.

 A Argent cessa o beijo e levanta o tronco do seu corpo novamente, ficando sentada sobre ele. Encara-o com um sorriso pervertido antes de tirar o seu blusão com rapidez, revelando o sutiã preto e simples que usava. Um sorriso satisfeito e igualmente pervertido surge nos lábios do moreno.

 Novamente a morena para e visualiza o corpo perfeito do homem, no entanto diferente da primeira vez, nesta ela não se preocupava com os arranhões, seus olhos se ocuparam em apreciar os braços desnudo do homem.

 — Eu gosto das suas tatuagens — ela fala com um sorriso no rosto, analisando cada um dos desenhos presentes na pele dele, passava as pontas dos seus dedos calmamente sobre as áreas tatuadas no braço do homem. — Tem mais?

 — Tem mais algumas nas pernas — conta a ela.

 — Um professor todo tatuado, excitante — ela pensa alto, fazendo-o sorrir. — E o melhor — continua e sobe seu olhar para o rosto dele —, eu sou uma das poucas entre as suas alunas que terá o privilégio de ver todas elas, já que você está sempre de calça e blusa de manga comprida. Escolhe suas roupas para ir ao colégio, pensando em escondê-las, não é?

 Ele assente confirmando. Scott sabia que um professor com muitas tatuagens não era bem visto pelas pessoas mais tradicionais e por isto sempre usava roupas que cobriam-nas em ambientes mais formais. Seu pai e Maya também não gostavam nem um pouco que ele fizesse tanta tatuagem, porém como um pequeno ato de rebeldia e liberdade ele fazia mesmo assim, pois amava.

 — No primeiro dia que a gente se viu, na festa, além de você ser lindo e ter um corpo sensacional, eu também fiquei ainda mais atraída por ti por causa das suas tatuagens... e o seu maxilar torto, não podemos esquecer — confessa e dá uma risada baixinha. — O que te fez ficar atraído por mim para ter me escolhido entre todas as outras mulheres da festa?

 — Tudo — ele diz e sorri. Suas mãos procuraram pelas dela e, quando encontra-as, segura entrelaçando os seus dedos com os dedos finos da menina.

 — Tudo o quê? — indaga querendo uma resposta mais completa.

 — Me senti atraído por tudo em ti, você é linda dos pés à cabeça. Quer mesmo que eu fique descrevendo cada uma das suas características perfeitas?

 — Na verdade, eu queria. — Ela diz com um sorriso. — Mas, para poupar nosso tempo hoje, eu aceito você falar uma só coisa que gosta em mim... fisicamente.

 — Eu gosto do seu cabelo longo e escuro como a noite, que sempre está lindo e combina perfeitamente com você. Eu gosto da sua boca, principalmente quando você está sorrindo, porque eu sou apaixonado pelo seu sorriso, ainda mais com as suas covinhas irresistíveis complementando-o e, também, amo sua boca quando você morde o lábio, como está fazendo agora.

 Allison só então percebe que estava mordendo o lábio involuntariamente, enquanto ouvia com extrema atenção cada palavra que saia da boca do moreno. Ela solta o lábio preso entre os dentes e sorri, assim como ele. A Argent urgentemente abaixa seu tronco novamente para poder alcançar a boca dele.

 — Você é muito gostoso, e lindo, e cheiroso, e sexy. — A Argent sussurrava com a boca colada a dele, intercalando um beijo rápido entre cada adjetivo que atribuía a ele, fazendo-o sorrir. — E seu beijo é tão bom.

 Ela abre os olhos procurando pelos dele e sorri quando os dois se entreolham. Scott definitivamente amava este sorriso perfeito que ela possuía.

 Em um movimento rápido, ele gira-os ficando por cima dela, e não espera para atacar a boca da menina novamente. Apoiava-se sobre os seus cotovelos, sustentando o peso do seu corpo. Allison enlaça o pescoço dele com os braços trazendo-o mais para perto. Suas pernas se flexionaram e não demorou muito para envolver o quadril dele.

 O beijo intenso e imensamente molhado só foi interrompido quando eles escutaram o senhor Argent chamando pela filha.

 — Pode falar, pai — berra Allison assim que cessa o beijo, sem sair da posição em que estava com Scott, e sem deixa-lo se mover também.

 — A irmã do Theo caiu de moto quando voltava para o campus da universidade, está no hospital.

 — O quê? Foi grave?

 — Eu não vou ficar conversando com você assim. Deixa de ser preguiçosa, levanta desta cama e abre a porta — ordena o senhor Argent.

 A menina finalmente solta o homem que prendia usando seus braços e pernas.

 — Entra no banheiro — sussurra para ele e aponta para a porta do banheiro do quarto.

 Assim como ela orientou, Scott sai de cima dela e se levanta da cama para ir até o banheiro. Allison também se levanta e volta a colocar o seu blusão, corre para abrir a porta, porém, antes de fazer tal ato, volta e joga a blusa moletom e a camiseta do moreno debaixo da cama, escondendo-a, para só então abrir a porta para conversar com o seu pai.

 — Foi grave? — pergunta demonstrando preocupação.

 — Não sei ao certo, o Theo e os pais dele foram para lá, a Malia também está com eles, prometeram mandar notícias.

 — Por que ninguém me chamou?

 — Quer que eu te leve? — oferece.

 Allison paralisa por um momento, pensando no moreno que estava dentro do seu banheiro. Fecha os olhos e resmunga em pensamento, frustrada. Suspira antes de abri-los novamente e balança a cabeça fazendo que sim.

 — Em cinco minutos eu desço — avisa Allison.

 O senhor Argent assente e deixa a filha sozinha. Allison fecha a porta e tranca, chama baixinho por Scott que sai do banheiro.

 — Scott — ela começa, pensando em quais palavras deveria usar para se desculpar.

 — Não precisa se explicar, está tudo bem — Scott tranquiliza-a. E sorri calmo para ela, dizendo que entendia.

 — Obrigada. — Ela abraça-o forte. — Lembra aquele dia que eu disse que o Scott só me decepciona e que eu preferia você sendo o Tyler? Hoje em dia, você não está me decepcionando mais, nem um pouco, e eu estou adorando tudo o que você está demonstrando ser comigo.

 Scott não diz nada, pois o sorriso em seu rosto já dizia tudo. Allison sorri com ele e beija-o rápido antes de desfazer o abraço.

 A morena procura por um tênis e se senta no chão para coloca-los. Em contrapartida, Scott já havia se sentado novamente na beirada da cama dela.

 — Allison, está frio lá fora — diz Scott se referindo ao short curto que ela usava.

 A morena assente, larga seu tênis no chão e corre até o guarda-roupa do quarto para procurar alguma calça. Em segundos, acha uma preta simples e decide vesti-la. Abaixa o short, tirando-o, logo começa a colocar a calça. Quando fechava o zíper, olha através do espelho e encontra o homem moreno perdido admirando-a. Allison sorri, pega os tênis, se senta sobre uma das pernas dele, se equilibra e começa a calçar seus pés.

 — Promete que não ficará chateado? — pergunta enquanto amarrava o cadarço.

 — Prometo, pode ir, ele é seu amigo e deve estar precisando de apoio — ele sorri e beija a bochecha dela.

 Ela sorri e, quando terminar de calçar seus tênis, se levanta, não sem antes beijar a boca dele pela última vez naquela noite.

 — Sua camiseta e blusa estão embaixo da cama. Tchau, professor — ela se despede. Desliga a televisão e abandona o quarto, fechando a porta quando sai.

 Scott se levanta e fica em frente à parede de fotos do quarto dela. Observava com extrema atenção e curiosidade cada foto colada ali. Passava seu olhar por cada uma delas com calma. Um sorriso fixou em seus lábios e teimava em não ir embora, apenas ficava ainda maior ou dava espaço para breves risadas baixas.

 Scott pôde saber que ela sempre foi linda, suas várias fotos de quando era criança confirmava isto: uma linda garotinha de franjinha sempre com um sorriso gigantesco no rosto.

 Uma das imagens que ele mais gostou foi uma que ela, ainda pequena com no máximo quatros anos, vestia-se de branca de neve, a fantasia combinava perfeitamente com sua pele clara e seu cabelo extremamente escuro. Na foto ela não fazia uma pose de princesa, em vez disto fazia uma engraçada: mostrava a língua e equilibrava uma maçã sobre a cabeça. Allison certamente era a criança mais fofa que ele já vira em todo o mundo.

 Outra foto que chamou a atenção do homem foi uma onde mostrava Sulley e Mike ainda filhotes sendo segurados por Hayden e Allison.

 Havia muitas fotos ali e Scott pode ver o rosto de várias pessoas diferentes, a maioria ele já viu em algum lugar, no colégio ou nas ruas de Beacon Hills, porém alguns ainda eram totalmente desconhecidos por ele. Todos os amigos dela que ele conhecia estavam ali: Theo, Malia, Derek, Lydia, Kira, Erica, Cora, Aiden, Ethan, Danny, Liam, Mason, Corey e... Stiles. Sim, até mesmo Stiles estava ali. Pelo inesquecível vestido preto que ela usava e o boné do Stiles, deduziu que aquela foto era do dia que ele foi jantar com a família Argent. Uma loira muito bonita acompanhava os dois na foto e Scott não fazia a menor ideia de quem era ela.

 Scott se deita na cama da menina em uma posição confortável para si e permanece assim por algum tempo, em silêncio e pensativo. Seus olhos escuros percorriam com calma cada canto do quarto de tamanho médio. O guarda-roupa com portas espelhadas, a cômoda, a escrivaninha pequena e a cama grande eram os únicos móveis que preenchiam o cômodo. Cinza, preta e branca eram as cores que predominavam na decoração, inclusive todas as fotos na parede também seguiam o padrão preto e branco. Em cima da cômoda havia algumas miniaturas como a de uma moto, uma arco e flecha, uma claquete, uma câmera e alguns de seus personagens ficcionais preferidos. Era perceptível que cada detalhe ali foi escolhido a dedo por Allison, pois transpareciam com exatidão os seus gostos e a sua personalidade.

 O homem se remexe e se coloca deitado de barriga para baixo, afundando o rosto no travesseiro e, imediatamente, o aroma do perfume da menina invadiu suas narinas, fazendo-o sorrir mais uma vez.

 Despreocupado, Scott ficou deitado na cama dela por incontáveis minutos. A sensação que sentia era tão boa que ele aproveitava cada milésimo de segundo. O único ponto negativo era que ele sabia que não poderiam ficar ali para sempre esperando por Allison, logo teria que voltar para a casa que morava e deitar na sua cama com a mulher de cabelos loiros ao lado.

 A cama que ele dormia diariamente era indiscutivelmente uma das melhores à venda no mercado, talvez a mais confortável, afinal cada móvel da casa era de alta qualidade e, consequentemente, alto valor. Porém não era disto quê Scott precisava. Dormir com Allison, até mesmo que fosse em um chão frio, parecia ser mil vezes mais agradável para ele e certamente o faria imensamente feliz.

 Depois de um tempo, Scott se remexeu e se colocou de pé, pronto para ir embora. Vestiu a camiseta, a blusa e olhou para as fotos na parede mais uma vez.

 Andou até a escrivaninha do quarto e pegou uma caneta de ponta grossa do porta-canetas. Voltou para frente da parede e procurou por uma foto em que ela estivesse sozinha. Encontrou uma foto, aparentemente recente, em que ela estava de corpo inteiro em um fundo branco.

 Tirou a tampa da caneta e desenhou na foto um boneco de palito ao lado dela com a intenção de representa-lo. Escreveu as letras inicias do seu nome e fez uma seta direcionando-a ao boneco. Agora ele também fazia parte do painel de fotos do quarto dela. Deu risada e colocou a caneta de volta no lugar.

 A última coisa que fez antes de sair do quarto, foi procurar pelo boné do Stiles, e não foi difícil achar já que ele viu-o dentro do guarda-roupa quando a menina abriu para pegar a calça.

 Vestiu o boné, colocou o capuz do moletom e então pulou a janela para sair da casa, da mesma maneira que fez para entrar. Andou até o carro que estacionou a alguns metros de distância dali e dirigiu de volta para a casa.

 Assim que passou pela porta principal, ouviu os passos da loira indo ao encontro dele.

 — Aonde você estava? — pergunta com a cara emburrada.

 — Fazendo caminhada — ele dá os ombros e caminha em direção a cozinha, abrindo a geladeira para pegar uma garrafinha de água.

 — Caminhada a essa hora? E foi de carro? — indaga.

 — Sim, qual o problema? — ele ergue as sobrancelhas ao encara-la, ao mesmo tempo que tomava água direto da garrafa de plástico.

 — Nenhum sinal de suor — a loira chega ainda mais perto para analisa-lo, poucos centímetros de distância separavam-nos agora. — Fez caminhada e continua impecavelmente cheiroso?

 — Obrigado. — Fecha a garrafa e coloca-a de volta na geladeira. Desvia da mulher para subir até o quarto.

 — Scott, eu vou ligar para o seu pai! — berra irritada parada no mesmo lugar, enquanto ele se afastava.

 — Ah, Maya, estou cansado. Se quiser ligar, ligue. E por favor, avise-o para ele me ligar só amanhã de manhã, porque agora estou com sono e irei dormir — responde sem mesmo olhar para trás.

 A loira permanece parada ali por mais algum tempo, pega o seu celular que havia deixado sobre a mesa de centro da sala e disca os números do senhor McCall para reclamar sobre o filho dele. Tenta duas vezes seguidas, mas sem sucesso. Não foi atendida em nenhuma das vezes, concluiu que o sogro já estivesse dormindo e bufou irritada por isto. Então, escreveu uma enorme mensagem de texto pedindo que ele conversasse com o filho sobre isto.

 Quando terminou subiu para o segundo andar. Andou em direção ao quarto principal, mas Scott não estava ali. Caminhou então até o quarto de hospede, pois sabia que o encontraria lá.

 Abriu a porta com calma e visualizou o moreno já dormindo, seu corpo estava totalmente coberto pelos lençóis, mas pelas roupas que ele vestia anteriormente estarem no chão, sabia que ele estava só de cueca.

 Maya deu mais alguns passos e se abaixou próximo as roupas dele. Mexeu nas peças e encontrou uma embalagem de preservativo ainda fechado no bolso da calça. Instantaneamente flashbacks passam em sua cabeça como um filme: o jantar na casa da família Argent, o baile de outono do colégio Beacon Hills e o dia seguinte na sua loja. Pensa por um instante. Coloca o preservativo de volta no bolso da calça, se levanta e sai do quarto. 


Notas Finais


➳ ~MUSIQUINHA DE SUSPENSE~ o que acham que vai acontecer no próximo capítulo?
➳ Ooopa, parece que temos alguém apaixonadinho, já? Não disse quem 🙈🙊

➳ E, quem estava esperando hot, não me matem. Precisamos de tudo isto para desenrolar todas as próximas coisas que devem acontecer.
➳ Novamente, ele não fala para ela ainda, pois ele pensa no PAI dele. Mas, calma, muito em breve isto deverá acontecer. E pensem comigo, não é melhor eles transarem de fato, quando ela não estiver insegura ou em dúvida quanto a relação deles? :3
➳ Eu achei importante ter esta conversa no começo das universidades, afinal ele é o professor dela e não podemos esquecer disto. Eu não sei muito sobre o processo seletivo para se entrar em uma faculdade no EUA, mas pesquisei algumas etapas que estou colocando aqui na história, como por exemplo a carta de apresentação, as de recomendação e o SAT (o SAT, é como o Enem daqui, mas abrange três áreas: matemática, redação, leitura crítica. Tem sete vezes ao ano se não me engano, e você pode ir tentando, se quiser pode fazer 1, 2, 3, 4 vezes, até ir bem, conquistar a nota necessária para a faculdade que queira cursar. Caso queiram saber mais tem no google&youtube).
➳ As tatuagens que o Scott tem aqui, são as tatuagens do T-Posey, menos a das máscaras teatrais na costela, porque é muito tatuagem de ator e o Mascott aqui não é ator. Poderia deixa-lo sem tattoo na história, mas acho pessoas tatuadas tão lindas <3
➳ De desenhar na foto me inspirei mesmo no meu otp que eu mais amo nessa vida Delena e ninguém pode me julgar, auhauah. (Se tem algum Stelena que lê, shippo e amo Stelena também <3 hhsahad~sçha).
➳ Ah, os capítulos podem citar coisas que aconteceram em outros caps, como aconteceu neste, então vamos todos prestar atenção, hein u_u hah

➳ Acho que é isso, gente linda. Até o próximo ♡


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