História Hands to Myself - Dança para mim;

 Allison confere se já havia colocado na mochila tudo o que precisava para passar o final de semana com Scott no apartamento do Stiles novamente – desta vez sem expulsar o dono. Roupas, escova de dente, escova de cabelo e... canetas, seu caderno, livros de matemática e física. Allison reservaria um tempo para estudar, pois no próximo final de semana faria pela segunda vez a prova que lhe garantiria uma vaga na universidade que sempre sonhou. Como suas dificuldades eram na área de exatas, Stiles propôs a ajuda-la, afinal ele era ótimo nas matérias que envolviam cálculos, diferente de Scott que, assim como Allison, dominava a área de humanas.

 — Tudo aqui — murmura e sorri. Coloca a mochila nas costas e se olha no espelho pela última vez, analisando a sua aparência.

 A menina Argent ajeita a longa cabeleira negra jogando-a quase toda para um único lado e só então abandona o quarto. Desce para o primeiro andar da casa e encontra sua família na sala.

 — Ele está aí, sejam gentis, por favor! — pede Allison em alto volume de voz ao andar em passos ágeis até a porta principal da casa.

 Abre a porta e sorri ao avistar o moreno à sua frente. Cumprimenta-o com um abraço apertado e um beijo na bochecha. Segura na mão dele e leva-o para próximo aos pais.

 — Pai, este é o meu namorado... Stiles — ela apresenta-o com um sorriso no rosto, porém sua expressão muda no segundo seguinte assim que os olhos encontram a mãe. Allison franze o cenho e revira os olhos. — Mãe, desfaz este sorriso, eu só estou brincando, ele não é meu namorado, a gente só está se conhecendo, meu Deus do céu — resmunga.

 — Prazer em conhece-los, senhor e senhora Argent — o moreno de nariz arrebitado e pintinhas espalhadas pela pele clara cumprimenta-os e sorri. — Hayden — ele acena com a mão para a menina mais nova sentada em uma das poltronas ali, ela sorri tímida e acena de volta para ele. Os dois já haviam se conhecido na festa de aniversário da Allison meses atrás.

 — Stiles? — indaga Chris.

 — É assim que ele gosta de ser chamado. Tenho que confessar que eu não sei pronunciar o nome dele direito ainda. Miec... Miecz... — olha para o moreno ao seu lado pedindo por ajuda.

 — Mieczyslaw — fala Stiles.

 — Isto! — exclama Allison e ri com ele. — Um dia aprendo.

 

Horas antes (...)

 Logo ao acordar, após algumas poucas horas de sono de descanso após mais um dia de trabalho na cafeteria, Allison procura pelo seu pai e encontra-o sozinho sentado no sofá da sala, com a atenção voltada para o notebook em seu colo.

 — Pai, posso dormir fora hoje de novo? Por favor, prometo tomar cuidado e me comportarei devidamente — pede.

 — Com o mesmo rapaz da semana passada? — ele pergunta e Allison afirma com um breve movimento com a cabeça. — Se ele vier se apresentar, sim. Eu não te deixar passar outro final de semana na casa de um rapaz que eu sequer sei quem é. Eu já fui compreensivo o suficiente te liberando no final de semana passado, não acha?

 — Eu sei. Mas, pai, e-ele... — balbucia em nervosismo — ele é tímido, e nós nem estamos namorando ainda.

 — Então, sinto muito — o senhor Argent dá os ombros e volta a utilizar o seu notebook.

 Allison suspira, olha-o em silêncio, pensativa, e espreme os lábios.

(...)

 — Eu acho que já vi você — observa Victoria, olha-o com mais atenção tentando buscar na memória onde havia visto aquele rosto anteriormente.

 — Viu — confirma Allison. — Na inauguração da loja da Maya. Ele é amigo do senhor McCall, melhor amigo como irmãos — a morena dá um novo sorriso sendo acompanhada por Stiles que balança a cabeça afirmando aquilo.

 — Você é amigo do casal McCall, então já sei que é boa pessoa — se anima Victoria. Stiles e Allison se olham rapidamente com a mesma expressão no rosto que desaprovava discretamente a animação da mulher mais velha.

 — É, mãe — murmura Allison com insatisfação e remexe as pernas inquietas.

 — Onde você conheceu a minha filha? — pergunta Victoria ao Stiles.

 — Na festa do Derek — responde Allison. — Eles estudam Engenharia Civil juntos.

 — Você mora perto da universidade? — questiona Chris.

 — Sim, meu apartamento atual fica dois quarteirões de distância da universidade — ele confirma. — Hm, então, os senhores autorizam a Allie dormir comigo hoje? Prometo que irei cuidar muito bem desta menina — ele sorri e abraça a morena, que retribui o abraço no mesmo instante.

 Com a autorização concedida pelos senhores Argent, ela se despede dos pais e da irmã e, junto a Stiles, abandona a casa. Logo, vão até o carro de Stiles estacionado no outro lado da rua e entram, o homem no banco do motorista e Allison no do passageiro.

 — Se um dia vocês resolverem não ficar mais juntos depois do que eu faço por vocês, eu mato os dois — murmura Stiles, ao mesmo tempo que Scott se colocava entre os dois bancos da frente e Allison contorcia seu corpo no banco do passageiro para poder beijá-lo em cumprimento.

 — Obrigada, Stiles — agradece Allison, brincando com o cabelo dele.

 — Obrigado, bro — agradece Scott.

 Stiles dirigia seu carro, enquanto os três conversavam. Porém, em poucos minutos, Allison pede para o amigo parar.

— Posso convidar a Malia para ir conosco? Ela realmente precisa de ajuda com matemática, muito mais do que eu. Por favor! — pede, juntando as duas mãos. — E, aliás, vocês dois realmente precisam ser amigos dos meus amigos, de todos eles. Podemos começar com a Malia hoje. Tenho certeza que vocês dois irão amá-la e se darão super bem, ela é foda.

 — Eu já sou amigo da Mali — conta Stiles.

 — É? — pergunta Allison com curiosidade.

 — Sim, ela é engraçada, doidinha, um tanto agressiva às vezes — ele fala, Allison assente e os dois riem. — Eu falo com ela por mensagem desde a sua festa de aniversário. Também comecei a falar bastante com o Isaac e mais com o Derek.

 — Então, posso chama-la? — pergunta Allison e Stiles confirma. — Scott, tudo bem para você também?

 Com a confirmação do professor, Allison liga para a amiga por chamada em vídeo e não demora muito para ser atendida.

 — Allie — cumprimenta assim que a imagem da amiga aparece da tela do aparelho celular.

 — Mali, meu amor, está livre hoje? Vou estudar matemática e física com o Stiles e queria saber se você quer vir conosco.

 — Não quero não, Allie, mas obrigada.

 — Por que não? — indaga Allison.

 — Eu odeio matemática, a última coisa que eu quero é passar o final de semana vendo números e fazendo cálculos.

 — Malia Elizabeth Hale, teremos prova semana que vem, precisamos estudar! O Scott também está aqui caso queira ajuda com inglês, literatura, ou qualquer outra coisa, como a sua carta de apresentação. E, relaxa, não passaremos o tempo todo estudando. Estamos passando aí para te pegar, separa uma roupa se quiser trocar depois e escova de dente, você irá dormir comigo. Eu falo com o tio Peter quando chegarmos aí — finaliza a chamada sem dar chance para Malia pensar em protestar.

 Nos próximos minutos, os três traçaram um novo caminho em direção à moradia de Malia. Assim que chegaram, a Argent entrou rapidamente para pedir autorização ao Peter que consentiu com facilidade. E então a morena de cabelos pretos e longos arrastou a Hale até o carro.

 Allison se sentou no banco de trás, ficando entre Scott e Malia, e jogou as mochicas para frente no banco do passageiro. A menina Argent ainda envolvia Malia e Scott com os braços em um singelo abraço carinhoso. Ela fez questão que os dois se sentissem a vontade um com o outro, fazendo com que eles não se vissem como aluna e professor, mas sim como futuro grandes amigos.

 O percurso não pareceu tão demorado, pois os quatros se distraíram com a conversa descontraída.

 Logo, subiram para o apartamento do Stiles.

 — O que vamos fazer? — pergunta Allison se sentando no sofá maior.

 — As adolescentes não vão estudar? — indaga Stiles se jogando sobre a sua poltrona próxima ao sofá. Malia e Scott também haviam se sentado, um de cada lado da Argent.

 — Estava pensando em estudar amanhã. Hoje poderíamos nos distrair um pouco — sugere Allison e recebe a aprovação de todos ali presente. — O que vocês querem fazer? — questiona olhando para cada um, entretanto não recebe nenhuma resposta. — Vamos tentar de outro jeito... falem os seus hobbies preferidos, o meu é festas, séries e filmes.

 — Videogame, assistir beisebol, festas — fala Stiles.

 — Dançar, assistir séries, brincar com os meus gatos — diz Malia.

 — Eu sei o do Scott: videogame, ler, exercícios físicos, ler, exercícios físicos, videogame e mais exercícios físicos — conta Stiles e ri.

 — Exercícios são bons, porque melhoram o meu... — o homem do maxilar torto diz em tom baixo, mas se auto interrompe antes de terminar.

 — Melhoram o seu... — Stiles incentiva-o a continuar a frase.

 — Nada — murmura com um sorriso escondido no canto dos lábios.

 Allison olha para Scott, identifica o significado do sorrisinho no canto da boca do homem e sorri também. A Argent inclina-se para se aproximar ainda mais dele, até seus lábios ficarem poucos milímetros de distância da orelha masculina.

 — Melhora o seu desempenho sexual? — cochicha Allison no ouvido dele, colocando a mão na frente impedindo que alguém tentasse realizar uma leitura labial. Scott dá risada e confirma com a cabeça. — Então, nunca pare de se exercitar, por favor, professor.

 A morena dona de apaixonantes covinhas sela seus lábios com os dele para um beijo, no entanto quase imediatamente é interrompida por uma almofada que lhe atingiu a cabeça. Allison olha com indignação para Stiles e ataca de volta.

 — Melhora o que, bro? — insiste Stiles, desta vez com a sobrancelha arqueada de forma desafiadora, pois após os sorrisos decifráveis do casal já sabia exatamente a resposta.

 — A minha saúde — responde Scott e movimenta os ombros.

 — Claro — diz Stiles com ironia dando uma nova risada. — Estou feliz em ver o meu Scott romântico que adora uma putaria voltando.

 — Meu Deus, Stiles — Scott balança a cabeça em negação, e as meninas riem.

 — Eu falo sério, nestes últimos anos eu me sentia perdendo o meu melhor amigo. Das poucas vezes que a gente se encontrava você parecia sempre desanimado, calado e sério demais. Você tem sorte que você é meu irmão e eu te amo, por isso sempre fiquei ao seu lado, torcendo para esta fase ruim acabar. Felizmente, este anjo chamado Allison Argent apareceu para te trazer de volta à vida.

 — Obrigado por não ter desisto de mim e por ficar ao meu lado sempre que eu precisei de você, bro, mesmo eu sendo um péssimo amigo para você, não irá mais acontecer, prometo.

 Stiles assente e sorri para ele recebendo um sorriso de volta.

 — E, você, muito obrigado por ter aparecido na minha vida — Scott envolve a cintura de Allison em um abraço, beija-a na bochecha e deita a cabeça no ombro dela.

 A Argent sorri, eleva sua mão até o rosto do homem, acaricia-o na bochecha e tomba sua cabeça sobre a dele.

 — Então, Stiles, dentre estas coisas, o que acha que conseguimos fazer aqui? — pergunta Allison.

 O moreno pensa por alguns segundos até abrir um sorriso ao ter uma ideia. Ele se levanta, anda até a estante da sala, abre uma das gavetas e pega o que queria.

 — A Mali gosta de dançar, acredito que você também. Eu e o Scott adoramos jogar. O que acha de começarmos a noite com Just Dance? — sugere e mostra as capas do jogo para ela.

 — Você tem Just Dance! — comemora Allison já se levantando para ficar ao lado dele.

 — São todos da Brooke na verdade. Este costumava ser o nosso passatempo quando estávamos muito entediados. Mas enfim, começamos com Just Dance, depois jogamos qualquer outro jogo de videogame e, por fim, assistimos filmes... ou alguma série, se vocês preferirem. Na minha geladeira tem refrigerante, pizza, hambúrguer... — Stiles se interrompe ao olhar para o amigo. — Infelizmente, não tenho nada vegetariano para você, bro. Porém, podemos pedir algo, sem problemas.

 — Não precisa, está tudo bem.

 — Você é vegetariano? — pergunta Malia com curiosidade.

 — Tentando ser.

 — Culpa minha, eu esqueci de comprar algo para você. Desculpa, bro.

 — Nós podemos sair para comprar algo, Scott — sugere Allison.

 — Não precisa, tudo bem, sério — Scott sorri, tranquilizando-os.

 Stiles e Malia vão à pequena cozinha em busca das duas pizzas, uma sabor calabresa e outra frango com catupiry, e dos hambúrgueres. Esquentam todos os fast foods no micro-ondas e organiza-os em alguns pratos. Também pegam uma garrafa de refrigerante cheia e quatro copos.

 Scott e Allison ficaram na sala, portanto ligaram a televisão e o videogame, além disso, eles também afastaram a mesa de centro para um canto da sala, dando-lhes assim uma área maior para que eles pudessem jogar e dançar.

 — Quem vai primeiro? — pergunta Stiles.

 — Pode ser vocês dois — fala Allison apontando para ele e para Malia.

 O moreno de cabelos castanhos e pele pálida concorda e se posiciona na frente da televisão para escolher uma música.

 — Timber? — Stiles pergunta à Malia que balança a cabeça aceitando dançar a música do Pitbull com a Ke$ha. — Saiba que eu decorei a coreografia, então precisará se esforçar.

 — Neste caso, eu quero ser o panda, você é a garota — fala Malia escolhendo os personagens, a menina ainda arqueia a sobrancelha desafiando-o.

 Stiles estreita os olhos, balança a cabeça e ri.

 — Tudo bem, eu ganharei do mesmo jeito.

 A música se inicia e ecoa pela sala. Os primeiros passos de dança que eles deveriam executar começam a aparecer na grande tela da televisão.

 Logo no início, Stiles teve que realizar um passo extremamente feminino em um belo rebolar de quadris. Imediatamente, Scott e Allison, sentados no sofá assistindo-os com atenção, gargalham alto. As risadas dos dois morenos de cabelos excessivamente escuros começam a preencher a sala juntamente com a música. Os dois não faziam questão de se segurarem, riam sem parar segundo após segundo. Stiles pouco se incomodou com isto, pois também se divertia realizando cada passo de dança afeminado.

 Malia e Stiles dançaram os três minutos e meio de música com passos que se assemelhavam à dança country, em uma boa competição, ambos recebiam Perfect ou Good na maior parte do tempo. Talvez Malia tenha conseguido mais perfect que o Stiles, levando-a para a vitória.

 — Eu perco toda a minha masculinidade para o jogo roubar para você — resmunga Stiles.

 — Obviamente foi roubado, eu não danço melhor que você — diz Malia com uma voz carregada de sarcasmo e ironia.

 — Obviamente — fala Stiles e os dois dão risada. — E, vocês dois, eu não entendi as gargalhadas.

 Em uma segunda partida, Allison se levantou para jogar juntamente à Malia e ao Stiles, enquanto Scott permaneceu sentado no sofá. Os três escolherem a música Pump It da The Black Eyed Peas. Diferente da outra, nesta os passos de dança se assemelhavam ao Hip-Hop. Em uma disputa acirrada, Malia conquistou novamente o primeiro lugar, Allison se posicionou em segundo e Stiles ficou em terceiro.

 — Foi roubado novamente? — pergunta Malia ao Stiles. O moreno confirma e ri.

 — Scott, você vem agora? — chama Allison, porém o McCall nega com a cabeça. — Por que não? — A menina se senta em uma das pernas dele e envolve o pescoço dele com os braços. Faz um biquinho fofo e encara-o, aguardando pela resposta.

 — Eu não danço bem — responde, posicionando seu braço em torno da cintura dela.

 — Sem problemas, o Stiles também não — Malia provoca o homem de nariz arrebitado e sorri para ele. Scott e Allison riem. Stiles faz uma proposital cara de ofendido, mas logo ri também.

 — A minha melhor amiga já ganhou o concurso Miss Lakewood e eu era o acompanhante dela, fomos muito bem elogiados pelos jurados técnicos pela dança — conta Stiles enquanto se aproximava mais de Malia.

 Ao terminar de falar, Stiles estende sua mão direita para ela pegar. A menina Hale acha engraçado, mas mesmo assim segura. Então, Stiles ergue as mãos deles que estavam unidas e posiciona a mão esquerda na cintura dela, rodopia Malia em dois giros rápidos que juntou os dois corpos magros e altos, finalizou fazendo-a se inclinar para trás e se tornar pendente em seus braços. Quase simultaneamente e por instinto, Malia elevou suas mãos até os bíceps dele para se segurar.

 — Mandei bem? — ele pergunta, olhando-a com poucos centímetros de distância separando os rostos.

 — Mediano. Agora você já pode me levantar e me soltar.

 — Mediano? — ele repete em um tom divertido. — Confessa que eu mando bem na dança e eu te solto.

 — Ficaremos assim para sempre, então — Ela ergue a sobrancelha e encara-o.

 — Beija, beija, beija... — torce Allison em um volume baixinho de voz, mas que claramente poderia ser ouvido com perfeição por todos presentes naquela sala.

 — Stiles, não — murmura Malia.

 O Stilinski sorri ao mesmo tempo em que mordia o lábio inferior, olha para a boca dela e, em um movimento rápido que assustou-a, aproximou ainda mais seu rosto ao dela, no entanto desviou antes que seus lábios se juntassem, beijando-a apenas na bochecha. O homem enfim levanta-a e separa seus corpos. Pisca para a Hale que balança a cabeça em negação.

 — Já que a Malia não quer admitir, vamos perguntar para outra pessoa: Mando bem, Allie?

 — Sim, muito — confirma Allison e sorri para ele. — Porém, a minha amiga manda muito mais. Malia é uma dançarina, sabe dançar tantos ritmos. Fez aula de dança do ventre, Hip-Hop e jazz...

 — Dança do ventre? — se interessa Stiles.

 — Sim, você precisa vê-la dançando para valer, vai ficar hipnotizado igual eu fico quando vejo-a dançar.

 — Allison, você está exagerando — murmura Malia envergonhada.

 — Não estou. Ela até me ensinou um pouco de dança do ventre quando tivemos um concurso de dança no colégio. Dançamos Beautiful Liars, eu interpretei a Beyoncé e a Malia a Shakira. Ganhamos graças a ela e a coreografia sensacional que ela criou.

 — Ela é realmente boa — fala Stiles e sorri para a menina de cabelos curtos.

 — Ela é — confirma Allison. — Boa para caralho. Um dia pede para ela dançar Hips Don’t Lie, ou Company da Tinashe, ou...

 — Allison! Já pode parar, por favor — Malia repreende-a com o olhar e a Argent sorri.

 — Eu te amo, Malia, me casaria com você só para dançarmos juntas todo dia — descontrai Allison e manda beijo no ar para a amiga.

 — Você conseguiu deixa-la envergonhada — fala Stiles e ri.

 — Minha especialidade deixar os meus amigos envergonhados. Sei o que deixa cada um com vergonha, a Malia é só elogia-la demais. Mas como não elogiar uma mulher desta? — diz Allison.

 — Se eu fosse você se vingava, Ma — incentiva Stiles. — Vocês são amigas, deve saber o que deixa a Allie com vergonha.

 — Infelizmente para vocês, eu só tenho vergonha mesmo de uma única coisa na vida e, entre vocês três, o único que pode fazer isto é o Scott... ou poderia, se estivéssemos em outra situação.

 — O que? — pergunta Scott com extrema curiosidade e a Argent dá uma risada divertida.

 — Você sabe, não é, Malia? — olha para a amiga.

 — De beijar na frente dos seus pais — conta Malia.

 — Sério? — pergunta Scott.

 — Muito sério, principalmente na frente do meu pai, ele só me viu beijando uma vez na vida por descuido meu, eu nem tinha visto-o, mas quando parei e meus olhos encontraram Chris Argent, senti minhas bochechas queimarem pela primeira vez na vida, foi horrível.

 — Pensei que você conversava de tudo com ele.

 — Converso, porém falar e ele me assistir de fato são coisas completamente diferentes.

 — Scott, quando arrumarem toda a situação de vocês, rouba vários beijões dela na frente dos sogros, eu imploro — pede Stiles, Scott assente e os quatros riem.

 O restante da noite dos quatros morenos foi de conversas descontraídas e altas gargalhadas. Jogaram outros jogos no videogame, sempre competindo um com o outro entre provocações que terminavam em risadas.

 Por último, se acomodaram de modo confortável na sala para uma sessão de filmes com pipocas recém estouradas. Com Allison e Scott no sofá grande, Malia no menor e Stiles na poltrona, foram assistidos um total de três filmes até eles decidirem ir dormir: um de ação, um de comédia e um de terror.

 Stiles ofereceu seu quarto e sua cama para as duas meninas dormirem juntas, enquanto ele e Scott dormiriam nos sofás da sala.

 

 Na cama, após esperar por um tempo considerável, Allison passa sua mão com calma na frente dos olhos da Malia, checando se a amiga realmente dormia. Concluindo que sim, sorrateiramente, se levanta da cama e em movimentos extremamente cuidadosos e silenciosos abre a primeira gaveta do criado-mudo, pois sabia perfeitamente que ali encontraria o que precisava.

 Nas pontas dos pés descalços fazendo o mínimo de barulho, a menina anda até a sala. A televisão ainda estava ligada, em um volume médio, o mesmo que os quatros usavam para assistir os filmes anteriormente.

 Allison verificou se Stiles dormia para só então ir até Scott.

 Se abaixa para ficar na altura dele.

 — Scott — chama baixinho, usando a mão para fazer carinho no cabelo dele.

 O moreno abre seus olhos com lentidão e sorri ao visualizar a garota.

 — Quer tomar banho comigo? — cochicha e eleva sua outra mão que segurava o preservativo que pegou no criado-mudo do Stiles. Ela balança a embalagem, mostrando a ele e sorri maliciosamente.

 Scott ri baixo, leva sua mão para a nuca dela e puxa-a para um beijo rápido que terminou com Allison mordendo o lábio inferior dele.

 A Argent segura-o pela mão e, em passos calmos, os dois vão para um dos banheiros do apartamento.

 Assim que adentram o pequeno cômodo, Scott tranca a porta. No segundo seguinte, Allison ataca os lábios do moreno para um beijo caloroso saciando a sua vontade.

 — Caralho, estava louca por um beijo assim — ofega com os lábios contra os dele.

 — Eu também, você nem sabe o quanto — murmura Scott. Allison sorri e morde o próprio lábio.

 A menina se afasta um pouco dele e se despe com rapidez, ficando apenas de calcinha e sutiã.

 Os olhos escuros do homem percorrem o corpo magro da menina de cima a baixo. A luxúria cintilou nas irises castanhas. O conjunto de lingerie rendado na cor turquesa vestia com perfeição o corpo dela, a calcinha era pequena e o sutiã era modelo top, ambos indiscutivelmente sensuais. Scott chegou a pensar se ela havia escolhido a lingerie pensando nele e a mínima probabilidade que sim conseguiu deixá-lo com tesão.

 Antes de voltar a beijá-lo, Allison se abaixa e pega o celular no bolso do seu short jeans. Desbloqueia a tela, vai até o spotify e dá play em uma das playlist que ela criou. Começando com a música Love do Kendrick Lamar com o Zacari em um volume mediano, o suficiente para os dois ouvirem sem incomodar os amigos.

 — Vai dançar para mim? — pergunta Scott e sorri.

 — Faço o que você quiser, professor — sussurra e coloca o aparelho em cima da pia. E volta sua atenção para ele, enrosca seus braços em volta do pescoço dele e olha-o nos olhos. Sorri e encosta seu sorriso com o dele. — Transar com você ouvindo R&B deve bom para caralho — diz e inicia um novo beijo.

 Um beijo lento. As línguas seguiam o ritmo da música. Devagar, eles aproveitavam ao máximo cada segundo, cada movimento que as línguas realizavam juntas, cada toque executado pelas outras partes dos corpos.

 As mãos do moreno percorriam com constância um caminho entre as curvas da menina. Coxas, quadris, cintura, bunda... e foi nas costas que prevaleceu, dedilhava aquela área com suavidade, deslizava as pontas dos dedos sentindo a textura macia da pele dela.

 Allison sorri entre o beijo quando a segunda música começa. Needed Me da Rihanna. A menina desce sua mão direita, deslizando-a sobre o braço musculoso do homem. Ao chegar no antebraço, ela afasta um pouco seu corpo para trás e coloca sua mão entre eles, acariciando o pênis dele por cima da calça. Em um outro movimento, Allison coloca sua mão dentro da calça e cueca dele, e segura o membro que já demonstrava início de excitação. Scott arfa no meio do beijo com o toque.

 A Argent dá alguns passos para frente forçando-o a ir para trás até que as costas do homem se chocasse com a madeira artificialmente branca da porta. E então, começa a masturba-lo. Sua mão ia para cima e para baixo, em movimentos calmos, acompanhando o ritmo do beijo e da música. A menina remexia o corpo em uma singela e contida dança.

 Quando o pau do homem já havia conquistado a ereção, Allison para de masturba-lo para despir Scott. Começa pela camiseta dele, depois se ajoelha e abaixa a calça juntamente com a cueca de uma única vez. Deixando-o completamente exposto.

 Allison segura o membro do homem novamente e chupa-o. Passa sua língua contornando todo o diâmetro do pênis e depois brinca com o a glande, fazendo-o dar um suspiro sôfrego.

 Ao som de Overtime do Bryson Tiller, Allison se levanta lentamente, rebolando os seus quadris com sensualidade, esfregando sua pele com a dele. Quando já se encontrava totalmente em pé, a menina ataca o pescoço dele.

 Com os olhos fechados, o moreno inclinou sua cabeça para trás. Sua respiração se tornou descompassada com Allison distribuindo beijos em uma área tão sensível, enquanto roçava seu corpo no dele ao dançar.

 Allison estica seu braço para trás e tateia a pia até encontrar a embalagem do preservativo. Assim que acha, pega e coloca na mão do Scott.

 — Coloca — sussurra no ouvido dele e morde o lóbulo.

 Allison dá as costas para ele e caminha para dentro do box, sendo devidamente admirada por Scott que olhou para a bunda dela e mordeu seu lábio inferior com força.

 O homem até tentou se mover para colocar a camisinha, porém ficou paralisado e hipnotizado quando ela começou um mini strip-tease com a música Don’t também do Bryson soando pelo banheiro.

 Começa tirando o seu sutiã e sorri maliciosamente quando vê os olhos do homem fixados em seus seios expostos. O castanho escuro parecia ainda mais escuro, porém ainda assim era possível enxergar com perfeição o brilho da luxúria exalando.

 Allison usa suas mãos para massagear os próprios peitos em provocação.

 Ainda dançando sensualmente, a morena desce as mãos para as laterais da calcinha, segura ali e mexe os quadris vagarosamente e com extrema confiança. Se sentia ainda mais motivada ao notar o efeito que conseguia causar em Scott.

 A Argent começa a descer a calcinha, revelando a sua parte mais íntima que implorava para ter contato com o pênis do homem que a apreciava. Quando tira a peça pequena por completo arremessa em Scott.

 — Você vai vir aqui me foder ou não, professor? — pergunta com uma voz sexy.

 Sorri ao ver Scott voltar a se mover. O homem abre a embalagem com pressa e veste o preservativo em seu pênis, ao mesmo em que tempo Allison abria o chuveiro.

 Sem mais esperar, em passos velozes, o moreno adentra o pequeno box e ataca-a com um beijo feroz, explodindo de desejo. Chocou seus lábios com os dela sem a menor delicadeza, sua mão segurou o maxilar dela conduzindo-a para o beijo.

 A ferocidade que Scott juntou seu corpo com o dela fez com que as costas femininas se colidissem com a parede gélida, Allison gemeu com a suportável dor do impacto e pela temperatura extremamente fria que os azulejos se encontravam, porém nada que conseguisse diminuir o desejo que sentia pelo moreno.

 Os corpos ficavam cada vez mais molhados pela água quente que saía do chuveiro. O vapor no banheiro se tornava maior gradualmente.

 Scott ergue as mãos dela para cima da cabeça, impedindo que ela tocasse-o durante o beijo. E, mesmo quando o homem já não segurava seus pulsos, Allison manteve seus braços erguidos, inteiramente entregue e submissa a ele.

 Mesmo sem dizer qualquer palavra, a Argent convidava Scott para explorar o seu corpo. O homem entendendo-a com perfeição, delineia as curvas dela com as mãos firmes e precisas.

 — Você é muito gostosa — murmura Scott com a voz falha, enquanto sua mão apertava a bunda dela.

 A boca do moreno abandona os lábios femininos que agora adotava a coloração vermelha, e percorre pelo corpo magro em uma prazerosa trilha de beijos. Se foca nos seios médios beijando-os, mordendo-os levemente e sugando-os de maneira que posteriormente certamente resultaria em marcas. Simultaneamente, a mão direita estimulava-a avidamente no clitóris.

 — Me fode... agora — pede Allison, sôfrega. Enfim, abaixa seus braços e leva sua mão para o cabelo dele, introduz os dedos entre os fios e traz Scott para ela, colando seus lábios brevemente.

 Scott beija-a intensamente por mais uma vez até segurar seu pênis e roçar na entrada dela.

 — Se doer muito me fala — ele exige olhando-a nos olhos, pois sabia que a água diminui a lubrificação natural.

 Allison assente.

 Scott prensa-a mais na parede, fazendo que eles saíssem um pouco do chuveiro e que a água que caía atingisse somente as suas costas largas. Allison se segura no moreno, envolvendo seus braços em torno do pescoço dele, e se coloca nas pontas dos pés.

 O McCall posiciona seu membro na entrada dela e começa a penetra-la cuidadosamente, com calma.

 Allison deita sua cabeça no ombro dele e morde o lábio inferior com extrema força para abafar os seus gemidos. Se segurava em Scott em um abraço e cravava suas unhas de tamanho médio na pele bronzeada, enquanto sua intimidade se acostumava com o pênis do moreno.

 — Allison? — chama antes de dar continuidade, tinha medo de machuca-la.

 — Continua, Scott, está bom — fala ofegante.

 — Tem certeza? — questiona ao levar sua mão para a cabeça dela para fazer com que ela olhasse diretamente para ele.

 — Absoluta — sussurra e esboça um sorriso altamente lascivo.

 Por mais uma vez naquela madrugada ele se sentiu completamente hipnotizado por ela. Cada gota de água sobre a pele clara contribuía para deixa-la ainda mais fascinante. O cabelo longo se encontrava molhado assim como o dele. O frio do azulejo já não parecia incomodá-la. A expressão em sua face era excessivamente excitante, aquele sorriso perverso nos lábios avermelhados, aqueles olhos castanhos pidões implorando por ele em uma mistura perfeita de meiguice e putaria. A voz dela conseguia ser mais estimulante para ele do que qualquer música da playlist que ela colocou para tocar.

 O homem beija-a com volúpia e começa a remexer seus quadris, movimentando seu membro dentro dela. As mãos grandes descem para a bunda e, em um conjunto de força e impulso, o moreno ergue-a em seu colo e a faz enlaçar as pernas na cintura dele.

 Allison arfa e segura-o com mais força para manter o equilíbrio. Todo o seu peso estava sendo sustentando pelos braços de Scott, enquanto ele não parava de penetrar a sua intimidade, o que a deixou ainda mais entusiasmada. As estocadas começaram com pouca velocidade e foram aumentando gradualmente, causando a perca de sanidade da menina Argent.

 Os lábios do homem percorriam pela pele dela nas áreas mais sensíveis, onde ele já havia aprendido perfeitamente que conseguia causar maiores efeito em Allison. Ele alternava entre a boca, o pescoço e os seios.

 Os movimentos de vai e vem se tornaram mais fortes e profundos.

 A posição era indiscutivelmente cansativa para Scott, mas ele se sentia energizado cada vez que o som dos gemidos abafados dela atingia os seus ouvidos.

 Perceptivelmente vulnerável, Allison chegava ao seu limite. Todos os sinais do seu corpo magro avisavam isto.

 Sabendo ler cada linha do corpo dela, Scott se apressa em fazer um pedido:

 — Segura mais um pouco, quero que você goze comigo — manda com sua voz rouca e autoritária.

 Allison morde o lábio e balança a cabeça para cima e para baixo concordando.

 Fodendo-a gananciosamente, não demorou para o orgasmo explodir dentro dos dois, em sincronia, expelindo o quente líquido de desejo ao gemerem o nome um do outro.

 As testas coladas uniam os rostos molhados, compartilhavam as respirações ardentes enquanto tentavam recuperar o fôlego.

 Um sorriso escapa do lábio de Allison quando Scott coloca-a no chão novamente. Ela deposita um beijo rápido nos lábios de Scott, que beija-a de volta usando a língua. Insaciável.

(...)

 Um múrmuro faz Stiles despertar. O moreno de fios castanhos entreabre os olhos com lentidão e avista a menina de longos cabelos pretos abaixada em frente ao sofá que Scott deitava. Assim que os vê trocando um beijo rápido, Stiles fecha seus olhos novamente como se nunca tivesse acordado. E, logo, escuta o barulho de passos e em seguida o fechar de uma porta. Soube que Allison e Scott haviam ido para o banheiro.

 Sozinho na sala, Stiles abriu seus olhos novamente, fisgou o controle remoto e aumentou mais um pouco o volume da televisão para assistir ao estranho filme que passava. Franziu o cenho com a bizarra cena que envolvia sangue, criaturas indecifráveis e péssimos efeitos especiais. O filme estava na parte final e não demorou muito para terminar.

 Stiles sai debaixo das suas cobertas, se levanta e caminha lentamente até o seu quarto. Abre a porta com calma e fecha quando entra, trancando-a. Se deita sobre sua cama, no lugar onde Allison provavelmente estava. Olha para o rosto da linda menina de pele perfeitamente bronzeada que dormia tranquilamente. Ela estava descoberta, apenas as roupas que usava esquentava o seu corpo – blusa de frio fechada e shorts curto, porém graças ao ar condicionado ela não parecia sentir frio nas pernas. Algumas mechas do cabelo castanho caiam sobre o rosto, Stiles leva sua mão até elas e ajeita-as atrás da orelha da menina. Aproveita para fazer carinho na cabeça dela entre os fios.

 Malia acorda ao sentir o toque de Stiles entre os fios do seu cabelo.

 — Stiles? Cadê a Allie? — pergunta com a voz baixa ainda sonolenta.

 — Está transando com o Scott no meu banheiro — responde.

 — Ah — murmura e os dois riem baixinho. — E você quer a sua cama de volta, por isto está aqui — conclui.

 — Isto — ele sorri. — Mas, também quero que você durma aqui.

 — Dormir eu e você? — Malia questiona, franze o cenho e balança a cabeça em negação.

 — Qual o problema? Nunca dividiu a cama com nenhum amigo seu? — questiona e arqueia a sobrancelha de forma desafiadora.

 — Com os meus melhores amigos.

 — Então, me considere como um dos seus melhores amigos e está tudo certo.

 — Nós nos conhecemos há três meses, Stiles.

 — E daí? Eu chamava minha melhor amiga atual de melhor amiga desde a primeira semana que nos conhecemos e continuamos amigos até hoje, quase oito anos depois. E eu realmente acredito que chegaremos neste tempo de amizade um dia, eu e você, eu e a Allie, você e o Scott — fala brincando com uma mecha do cabelo dela.

 — Seria foda, se sim. Apesar do Scott ser o meu professor e ainda ser um pouco estranho, eu gosto dele, e dele com a Allie.

 — E de mim?

 — Um pouco.

 — Já começou a implicância comigo? — Stiles indaga e bagunça o cabelo dela, deixando os fios cobrindo o rosto da menina. Malia dá risada, eleva sua mão para as madeixas e tira-as da sua face, depois dá um soquinho no ombro dele em reclamação.

 — Eu gosto de você, Stiles, muito, está bom? — fala. — Mas, guarde isto na sua memória pois não repetirei mais vezes.

 Stiles exibe um belo sorriso nos lábios finos, contente com o que ouviu.

 O homem observa-a admirando cada traço facial que ela possuía. Os olhos cor de mel se fixam na boca dela.

 Malia franze o cenho e um sorriso escondido aparece no canto dos lábios. A morena se remexe e vira para outro lado, ficando de costas para o homem que a observava.

 O homem de cabelo castanho posiciona seu corpo sobre Malia. As pernas se misturarem com as dela. Os braços eram usados para sustentar seu peso. O rosto foi colocado em frente ao dela, com milímetros separando-os.

 — Você beija os seus amigos? — pergunta Stiles em um sussurro e com um sorriso sacana estampando descaradamente o rosto.

 Malia umedece seus lábios e morde o inferior, leva sua mão para o rosto dele e traz para ela, selando as bocas.

 Stiles leva uma de suas mãos para a nuca dela e seus dedos caminham entre os fios próximo a raiz, conquistando o domínio desejado. Stiles gostava de controlar a intensidade e profundidade do beijo.

 As línguas recém conhecidas, não demoraram para se adaptar e já dançavam harmonicamente, em uma incrível sintonia. Os dois exploravam a boca um do outro para obter o conhecimento de cada mínimo detalhe.

 Logo, adquirem uma nova posição, Malia fica por cima dele com as pernas posicionadas ao lado dos quadris do homem, uma das mãos continua no rosto dele, enquanto a outra se apodera do bagunçado cabelo castanho.

 — Stiles — murmura Malia assim que sente as mãos grandes anteriormente posicionadas na coxa deslizarem até a sua bunda coberta pelo short jeans.

 — Eu tranquei a porta — fala e continua a beija-la, porém Malia interrompe novamente.

 — Nós não iremos transar — diz encarando-o.

 — Por que não?

 — Porque eu não quero — ela dá os ombros.

 — Tudo bem, Mali, você que manda, faremos só o que você quiser.

 Malia sorri com satisfação por não ter que precisar repetir o ‘não’ por infinitas vezes, felizmente Stiles era um dos poucos que Malia já ficou que não ficou importunando-a para irem além do beijo, mesmo após ela ter falado que não iria rolar.

 — Mas, saiba que se quiser dançar para mim, eu amaria — Stiles pisca para ela.

 — Me dê um motivo que faria com que eu dançasse para você.

 Stiles fica em silêncio por alguns segundos para pensar.

 — Se eu fizer você tirar uma nota boa em matemática, eu ganho uma dança sua em agradecimento?

 — Talvez.

 — Talvez não. É uma proposta, senhorita, aceita ou não?

 — Aceito, porque sei que é impossível em ir bem em matemática — ela dá os ombros.

 — Não é impossível, você só precisa da pessoa certa para te ensinar, que será eu. Além de amanhã com a Allie, preciso que ligue o FaceTime comigo todos os dias desta semana durante a noite. E no sábado você estará pronta para ir bem na prova.

 Malia concorda e volta a colar seus lábios com o dele para um novo beijo que só foi interrompido por um momento ao ouvirem o barulho da maçaneta sendo mexida. Olham simultaneamente em direção à porta e riem baixinho. Stiles une os lábios novamente dando continuidade ao beijo, ignorando a porta, sabia que Allison não se chatearia nem um pouco em dormir com Scott.

 Do outro lado da porta, Allison franziu o cenho confusa quando percebeu que a porta estava trancada. Porém, não insiste pela segunda vez para abrir, em vez disto, anda até a sala onde encontra Scott se acomodando no sofá maior. Ele sorri quando avista-a.

 — Eles estão juntos no quarto, não é? — diz Scott, e Allison assente.

 Scott levanta o cobertor convidando-a para se juntar a ele e assim Allison faz, deitando com ele sobre o sofá. Além do cobertor que cobria seu corpo, os braços de Scott também envolviam-na.

 — Troca de casais — murmura Allison, bem baixinho, ao pensar alto. Scott olha para ela confuso e a menina ri. — A Brooke e o Stiles são melhores amigos coloridos, Malia e Isaac também. A Brooke e o Isaac já ficaram e agora, aparentemente, o Stiles e a Malia estão ficando — explica.

 — Malia e Isaac? Pensei que ela e o Theo tinham algo.

 — Amizade. O Theo até gosta dela, mas ela só o vê como amigo mesmo e já deixou isto claro para ele. Os dois já se beijaram, porém creio que não passará disto. Theo tem que encontrar outra pessoa, torço por isto. Agora a amizade dela com o Isaac é exatamente igual à amizade do Stiles e da Brooke, são melhores amigos, se pegam sempre quando tem vontade e não se incomodam se o outro pegar outra pessoa. Malia e o Isaac são mais discretos, quase ninguém sabe que se pegam, apenas eu, o Derek, o Boyd, a Lydia, a Kira e agora você... Você já teve amizade colorida? — pergunta com extrema curiosidade.

 — Não, amizade coloridas não funcionam para mim.

 — Por que não?

 — Porque se eu sentisse desejo e começasse a pegar alguém que já é minha amiga, certamente eu desenvolveria mais sentimentos e no final só me restaria dois caminhos: namoro ou fim da amizade. E eu só fico mais de uma vez com a mesma pessoa, se eu tiver a pretensão de namorá-la sério.

 — Você tem a pretensão de me namorar sério? — questiona em tom divertido.

 — Eu tenho a pretensão de casar contigo, Allison Argent — ele diz e rouba um beijo rápido dela. Allison dá risada.

 — Você nem me perguntou se eu tenho vontade de casar. E se eu for o tipo de garota que é contra casamentos?

 — Se você for contra casamentos, eu aceito ser seu namorado para sempre — ele pisca para ela e sorri.

 — Se um dia eu casar contigo, eu ainda quero que sejamos eternos namorados.

 — Então, você não é contra casamentos — ele conclui. Ela faz que não com a cabeça. — Que bom, não preciso cancelar tudo o que havia encomendado para o pedido.

 — Guarde tudo que encomendou por muitos anos, porque eu não irei casar com dezoito anos, nem com dezenove, nem vinte, vinte e um, vinte e dois... com vinte e três começo a pensar se quero casar mesmo.

 — Tudo bem, eu espero o tempo necessário. Vou guardar tudo direitinho para não estragar e continuar perfeito no dia do pedido — brinca. Allison gargalha. — Estou falando sério.

 — Está bom, Scott. Mas, sabia que eu só direi sim se for na praia de Los Angeles durante o pôr do sol de um dia de verão, com pétalas de rosas turquesas espalhadas pela areia e com a aliança dentro de uma concha, após você tocar no violão e cantar uma música do Ed Sheeran. Se planejou outra coisa, nem precisa pedir. E se não sabe tocar violão, tem todos estes anos para aprender.

 Eles riem juntos desta vez.

 — Tudo bem. Assim que estiver pronta para casar me avisa. Eu compro as rosas turquesas, a aliança e a concha. Violão eu já sei tocar, só preciso aprender uma música do Ed. Esperamos o verão e eu te levo para uma praia de Los Angeles.

 — Sabe tocar violão mesmo? — pergunta Allison com animação. Scott afirma. — Me ensina?

 — Ensino... — ele sorri — um dia, porque eu não tenho mais um violão. Eu perdi muitas coisas que eu amava, depois deste casamento. Sem violão, sem moto, sem cachorros, sem videogame...

 — Que merda, Scott — murmura. — A Maya te privou de tudo isto?

 — Cachorros, moto e videogame sim. O violão foi eu mesmo que tirei, pois se eu continuasse com o meu violão, sei que ela viveria insistindo que eu tocasse para ela, talvez até em público, e eu evitei isto antes mesmo que acontecesse.

 — Do violão eu não a culpo, se eu fosse casada com você eu também viveria enchendo o seu saco pedindo para você tocar para mim.

 — Você é diferente, eu tocaria sempre para você, sem você precisar pedir — ele diz e beija-a. Allison sorri entre o beijo.

 — Scott, a Maya não te impediu de dormir fora por mais um final de semana?

 — Eu não a avisei que iria dormir fora.

 — Ela deve estar bem brava.

 — Provavelmente.

 — Isso não lhe trará problemas?

 — Talvez sim. Na verdade, eu sei exatamente o que irá acontecer. Ela ligará para o meu pai, ambos brigarão comigo quando eu aparecer novamente, a Maya gritará no meu ouvido e meu pai por telefone. Ela ameaçará meu pai obrigando-o a conversar comigo para que não se repita. Eu peço desculpa aos dois, me finjo de arrependido e pronto. E, também, eu estive pensando muito esta semana enquanto eu estava sozinho, e cheguei a uma conclusão que eu deveria ter chegado a muito tempo.

 — Qual?

 — Ela não quer se separar de mim e não irá querer mesmo que eu durma fora todos os finais de semana desde que mantenhamos as aparências. Pensa comigo: ela faz de tudo para que as pessoas pensem que a vida dela é perfeita e a invejem, você acha que ela permitirá que descubram que é tudo uma farsa? Será muito humilhante para ela. O máximo que ela fará é ameaçar o meu pai, para me afetar e me controlar.

 — Você acha que ela não cumprirá as ameaças de verdade?

 — Apenas se eu foder com a imagem que ela criou do nosso falso casamento perfeito publicamente, como por exemplo se Beacon Hills descobrir que eu e você estamos juntos. Mas, estas minhas saídas, se ninguém souber e não prejudicar a imagem do nosso casamento, ela não fará nada, só ameaçará.

 — Isto quer dizer que você poderá me ver quase todo final de semana? — Ela sorri de orelha a orelha e o intenso castanho dos seus olhos cintilam. Scott fascinado pelo sorriso preferido dele, sorri e balança a cabeça afirmando.