1. Spirit Fanfics >
  2. Hands to Myself >
  3. Você é o meu amor;

História Hands to Myself - Você é o meu amor;


Escrita por: AllieMaddox

Capítulo 25 - Você é o meu amor;


Fanfic / Fanfiction Hands to Myself - Você é o meu amor;

 Pouco mais da meia-noite, Allison se aconchega na cama pronta para dormir assim como todos as pessoas da sua casa.

 Com banho recém tomado, ela vestia penas um conjunto de lingerie rendado muito bonito na cor preta. O ar condicionado aquecia o quarto permitindo que ela dormisse com poucas roupas.

 A menina se remexe na cama por alguns minutos, porém o sono não se fazia presente. Entediada, surge-lhe uma ideia que a faz sorrir e morder o lábio. Se senta sobre o colchão, pega o celular que havia deixado ao lado do travesseiro e digita uma mensagem para Scott pedindo que o mesmo fosse para o banheiro e ligasse para ela por FaceTime.

 Para a não-surpresa dela, não demora mais que cinco minutos para o aparelho vibrar avisando-a da chamada em vídeo. Allison aceita e, no mesmo instante, aparece a fascinante imagem do homem na tela do seu celular.

 — Puta merda, você é muito gostoso, professor — ela diz ao ver o moreno sem camisa e com o cabelo bagunçado que conseguia deixa-lo ainda mais sexy para Allison.

 — Digo o mesmo. — Ele sorri e pisca para ela, mesmo que só estivesse conseguindo ver o rosto dela no vídeo e sequer suspeitava das poucas roupas que ela usava, Allison era naturalmente linda e sensual para Scott.

 — Eu só queria lhe desejar boa noite. Durma bem e, se quiser, pode sonhar comigo — descontrai.

 — Com certeza irei... como em todas as noites.

 Uma risada baixinha escapa da boca dela e, consequentemente, ele sorri, afinal era impossível não sorrir ao ver aquele sorriso perfeito acompanhado das covinhas no mesmo nível de perfeição.

 — Eu também queria contar que eu estou indo dormir, mas antes... — ela continua em um sussurro desta vez. Abaixa um pouco o celular permitindo que a câmera do aparelho capturasse mais do seu corpo, ou mais especificamente, além do rosto, agora ele também podia ver os seios dela cobertos pelo sutiã rendado. — Antes eu vou me tocar pensando em você — sussurra sensualmente, sorri maliciosa e morde o lábio inferior lentamente.

 A respiração do moreno se torna descompassada imediatamente.

 — Não — ele arfa.

 — Não? — ela pergunta.

 — Eu estou indo aí e farei isto para você.

 Allison sorri em satisfação com a resposta que recebera.

 — Você tem dez minutos para chegar.

 — Eu não consigo chegar em dez minutos.

 — Problema seu, arruma um jeito. Se não chegar em dez minutos, eu irei gozar sozinha. Contando a partir de agora, tchau, Scott. — A morena faz um biquinho com os lábios para mandar um beijo antes de finalizar a chamada.

 A Argent sorri e volta a se deitar sobre a cama. Aguarda ansiosamente pelo moreno.

 Felizmente, ele não demora muito a chegar.

 — Conseguiu chegar no horário — diz Allison ao ver o moreno entrar pela janela, e fechá-la novamente quando já estava dentro do quarto.

 Pela pressa ele não se preocupou muito com a vestimentas, Scott se cobria apenas com uma bermuda e uma blusa moletom de frio, sem mesmo usar uma camiseta qualquer por baixo, além disto os seus pés estavam descalços.

 — Espero não ter levado nenhuma multa por excesso de velocidade.

 Allison dá uma risada baixa.

 Scott sobe em cima dela na cama, cumprimentando-a com um beijo demorado.

 — Você reclamou que o Stiles me chamou de amor, você tinha prometido para mim que não iria ficar com ciúmes, Scott — ela murmura ao cessar o beijo, repreendendo-o.

 — Você não é o amor dele, você é o meu amor. — Scott dava selinhos nela entre cada palavra que proferia. — E se eu não posso te chamar assim, ele também não pode.

 — Quem disse que você não pode? — ela encara-o com uma sobrancelha arqueada.

 — Hm. Eu achei que você não gostaria e reclamaria dizendo que eu estou apressando as coisas. — Scott deixa seu corpo cair ao lado dela, aconchega sua cabeça no mesmo travesseiro que ela usava, sem deixar de aprecia-la. Seu braço direito permanecia em torno do corpo magro que vestia apenas lingerie.

 — Você pode me chamar de amor se quiser — ela olha para ele e sorri.

 — Posso? — pergunta animado.

 — Pode — ela dá os ombros. — Nós estamos em um nível de relacionamento que permite isto.

 — Em que nível nós estamos? — ele questiona curioso para saber a resposta dela, cheio de expectativa.

 — Em um alto — ela responde simplesmente. Scott estreita os olhos e pensa por um instante, em silêncio.

 — Como você definiria o que nós dois somos? — reformula a pergunta.

 — Amantes. — Ela ri. — Brincadeira. Duas pessoas que estão se conhecendo, ficantes, ou... — ela pausa para pensar por segundos — não sei.

 — Namorados? — ele sugere.

 — Não. Para ser meu namorado tem que ser só meu, sem terceira pessoa. E, por enquanto, eu tenho que te dividir com aquela... argh! — Allison fecha a cara e cerra o punho, voltando a se irritar por se lembrar daquela mulher loira e terrivelmente odiável. — Quando se livrar dela e se tudo der certo, podemos tentar ser oficialmente namorados.

 Scott assente, entretanto era visível em seu rosto a imensa insatisfação com a resposta dela. Ele queria ouvir outras palavras saindo da boca dela e não conseguiu esconder sua frustração.

 — Para com esta cara, Scott — resmunga Allison. — Não precisamos nos rotular para sermos felizes um com o outro. Eu sou apaixonada por ti e isto não mudará comigo sendo classificada como sua namorada ou não.

 — É apaixonada por mim? — ele pergunta baixo e sorri olhando-a com os olhos escuros cintilando.

 — Não se faça de desentendido, você sabe muito bem que sim — murmura.

 — Mas, você nunca disse.

 — Como se precisasse — Allison revira os olhos e muda sua visão para o teto. — Você não sabe decifrar os sinais de uma garota, professor?

 — Sei decifrar os seus sinais para saber que você está bem mal-humorada.

 — Claro, minha mãe está puta comigo e me deixou de castigo. Quando vocês foram embora ela continuou brigando comigo. Felizmente, o Stiles e a Hayden conversaram com ela e tentaram me defender, senão seria muito pior.

 — Eu queria ter te defendido também, desculpa — lamenta e suspira.

 — Tudo bem — diz Allison, ainda olhando para o teto.

 — Hm, qual o castigo?

 — Inicialmente, sem sair de cada pelos próximos quatro finais de semana.

 — Em todos eles eu venho aqui para ficar contigo e te trago surpresas. — Ele beija a bochecha dela e encaixa sua cabeça na curvatura do pescoço dela.

 — Espero que sejam surpresas que não custem dinheiro, eu já falei para parar de gastar comigo.

  — Você é um pouco difícil quando está nervosa — ele murmura.

 — Eu sou muito difícil, insuportavelmente chata. Há a opção de se acostumar ou fugir, você não é obrigado a me aturar assim, não guardo rancor. As pessoas à minha volta geralmente escolhem a segunda opção.

 Scott olha-a e espreme os lábios. Allison para de encarar o teto e olha para ele ao se sentir observada, a morena ergue uma sobrancelha pedindo silenciosamente para que ele dissesse logo o que queria.

 — Allison, o que te acalma? — ele pergunta enfim.

 — Orgasmos — responde. — Aliás, não é para isto que veio aqui? Estou esperando.

 — Só me quer aqui para te fazer gozar? — questiona Scott bem baixinho com sua carinha tristinha, porém fofa. Allison olha-o, se não estivesse nos seus piores dias, certamente já teria mordido aquele biquinho nos lábios dele e o enchido de beijos logo em seguida.

 — Eu te quero aqui, porque eu gosto de você e, consequentemente, qualquer coisa que eu faça contigo será obrigatoriamente bom, independente do que seja. Orgasmos são ótimos, ainda mais quando eles são com você. Mas, se quiser apenas conversar comigo hoje, tudo bem. Seu abraço também consegue me acalmar e é tão bom quanto um orgasmo — fala Allison.

 — Ah tá, gosto assim — ele sorri satisfeito e rouba-lhe um beijo.

 — Eu não acredito que você está revelando a Allison romântica escondida dentro de mim que nem eu mesma conhecia.

 A morena dá um meio sorriso.

 Scott se remexe e volta a ficar em cima dela, sustentando seu peso em um único antebraço. Ele volta a beijá-la, mas Allison interrompe novamente. A menina segura no maxilar torto e afasta o rosto dele.

 — Scott, você e a Maya transam? — Ela indaga olhando-o com uma cara nada simpática.

 — O quê? Por que isto agora?

 — Me responde, eu não vou ficar brava.

 — Você já está brava.

 — Eu não estou brava, Scott.

 — A força com que está segurando o meu maxilar me diz ao contrário — ele murmura, Allison diminui a força que segurava o rosto dele, mas não o solta.

 — Não desvia de assunto, eu quero saber, Scott, me conta, por favor.

 — Hm — ele suspira. — Teoricamente somos casados, para ela pelo menos, então...

 — Com que frequência? — ela questiona antes mesmo que ele terminasse a frase. — A verdade, Scott!

 — Quando ela sente vontade — o moreno responde, vacilante.

 — Com que frequência ela sente vontade?

 — Allison, para que falar disto?

 — Scott, saiba que eu ficarei mais brava se você não responder.

 — Poucas vezes, Allison.

 — Defina poucas vezes... — ela pede.

 — Desde que te conheci, eu devo ter transado com ela no máximo umas cinco vezes.

 — E como ela é na cama? — Allison continua com as perguntas curiosas.

 — Ela é boa.

 — Boa? — arqueia uma sobrancelha e encara-o, apertando mais o maxilar dele, talvez com até mais força que anteriormente. — Melhor que eu?

 — Quanto mais idade mais experiência, né. Você é muito nova ainda.

 Allison empurra o rosto dele. E não apenas o rosto, ela empurra-o por inteiro, jogando-o para fora da cama. O que não foi difícil, pois o moreno estava despreparado e imensamente distraído para lutar contra, e ela ganhou a força que não tinha graças à sua irritabilidade naquele momento. Totalmente pego de surpresa, ele sequer entendeu o que aconteceu, apenas sentiu seu corpo entrar em contato com o chão.

 — O que foi isto? — pergunta ainda no chão.

 — Não sobe aqui.

 — Eu me lembro de você ter dito que não era uma pessoa ciumenta — ele se senta no chão e olha-a.

 — Não confunda ciúmes com raiva — rezinga Allison, se vira para o outro lado dando as costas para ele. A menina ainda puxa o lençol cobrindo seu corpo até o pescoço.

 — Eu só estava zoando contigo, Allison.

 — Não se zoa uma mulher que está brava, usando a dona do motivo que a deixou brava. Se não tiver mais nada de interessante para fazer e quiser testar o meu ciúme, teste de outra forma! Da próxima vez que me zoar com ela, eu vou arrancar o seu pinto fora.

 Uma risada escapa dos lábios de Scott por achar a última frase pronunciada extremamente engraçada.

 — Eu não estou brincando, experimenta para ver — murmura Allison ao ouvir o som da risada dele. — É uma puta falta de respeito e consideração, eu só brigo com ela para te defender, se ela não te fizesse mal eu estaria pouco me fodendo para ela.

 — Me perdoa, amor — pede com uma voz calminha, e leva sua mão para a cabeça dela, acarinhando o cabelo liso.

 — Perdoo, mas tchau. — Afasta a cabeça da mão dele, interrompendo o carinho que recebia. Para maior birra, ela ainda cobre a cabeça com o lençol.

 — Você quer mesmo que eu vá embora? Foi uma brincadeira, desculpa, não fica brava comigo, por favor, amor.

 — Eu não estou brava com você, só preciso dormir, você trabalha em algumas horas e eu tenho aula.

 — Eu não vou embora, Allison — diz Scott, com firmeza.

 — Então, fica aí, mas eu vou dormir, boa noite.

 Allison, Allison... por que há dias que você se torna uma pessoa tão difícil? Enquanto em outros é a pessoa mais fácil de conviver do mundo? E por eu ainda sou inteiramente apaixonado por você nestes seus dois estados? pensa Scott.

 O moreno olha o corpo inteiramente coberto pelo lençol e suspira. Ele se levanta do chão e, sem cogitar outra opção, volta a se deitar na cama ao lado dela. Acarinha o corpo dela por cima do lençol e Allison continuava imóvel.

 Scott se aproxima ainda mais do corpo magro da menina e abraça-a mesmo com o lençol atrapalhando-o.

 — Você é perfeita em tudo para mim, amor. Você sempre será a minha melhor em qualquer coisa que seja — ele começa a falar baixinho, mas em um volume suficiente para ela ouvir cada palavra com perfeição. — Você transa como ninguém. Eu queria ser casado com você para que pudéssemos foder todos os dias. Desejo que sejamos marido e mulher muito em breve, ou pelo menos namorado e namorada. Eu quero ser o único responsável do seu prazer, porque você já se tornou a minha única. Desde que te vi no primeiro dia no colégio, é a sua imagem que aparece na minha mente quando eu sinto prazer, porque você se tornou a causa dele. Todas as vezes que me toco sozinho, é em você que eu penso. E das poucas vezes que fui para cama com a Maya nestes últimos meses eu também pensava em você, involuntariamente. Pensar em você é a única maneira que conseguia fazer para não ser um sexo tão ruim, pois eu e a Maya não temos química, sintonia, conexão, nada. E, eu tenho tudo isto com você, só com você, Allison. Eu sinto que você foi feita para mim e eu fui feito para você. Você me completa como ninguém jamais completou. Eu sou apaixonado pelo seu corpo, pela sua beleza, pelo seu sorriso, pelas suas covinhas, pelo seu beijo, pela sua personalidade, pelas suas muitas qualidades e pelos seus poucos defeitos, sou apaixonado por você até mesmo quando você está brava querendo matar um. Eu amo te ver dançar, amo ver a amizade que você cultiva com cada amigo seu, amo ver você sendo carinhosa com a sua irmã e o seu bom relacionamento com o seu pai. Amo ver o castanho dos seus olhos cintilando quando você fala de Los Angeles ou de qualquer coisa referente ao cinema. Eu fico nos imaginando morando juntos em Los Angeles, em um apartamento perto da praia...

 Ele para de falar ao se perder no novo devaneio com um futuro com Allison. Um sorriso dominou os lábios sem que ele percebesse. Quando acorda do devaneio, desfaz o sorriso lentamente ao perceber que a menina permanecia quietinha sob o lençol.

 — Allison, você não quer mesmo me dar nem um beijo de despedida para eu poder ir embora? — ele pergunta. — Me dê tchau pelo menos.

 — Tchau — ela murmura simplesmente.

 Scott estreita os olhos e faz um novo bico. Suspira frustrado. Fica mais um minuto inteiro sem dizer nada e sem se mover. Ele tinha mesmo que ir embora. O moreno então tira seu braço que a abraçava e se remexe na cama pronto para levantar, porém franze o cenho e respira. Impaciente, o McCall sobe em cima dela.

 — Allison — chama. Não obtendo nenhuma resposta, ele puxa o lençol que cobria o corpo dela por inteiro, descobrindo-a até metade da barriga.

 Allison olha para ele e encara-o com a testa franzida, repreendendo-o.

 — Fala comigo, Allison — pede.

 A menina fecha os olhos novamente e respira fundo.

 — Não transe mais com ela, Scott, inventa qualquer desculpa quando ela quiser. Em último caso, seja muito ruim de cama com ela, seja bom só comigo. E em último caso mesmo! E faça com que eu não saiba, senão ficarei puta e não irei disfarçar — Ela abre os olhos novamente enfim, voltando a encará-lo. — Eu estou começando a odiar profundamente esta história de ter que dividir você.

 — Desculpa por isto, amor — ele espreme os lábios um contra o outro, se sentindo culpado.

 — Eu entendo — a menina suspira. — Mas, por favor, venha passar todos os finais de semana comigo, não me deixa ficar com saudade de você.

 — Não vou, amor. Eu prometo — ele acarinha o cabelo dela novamente e se abaixa para dar um beijo rápido nela que a faz sorrir.

 Allison enlaça o pescoço dele com os braços trazendo-a para ela. Abraça-o forte e enterra seu rosto no pescoço dele, sentido o aroma do homem que ela passou a amar.

 — Nós realmente temos que acordar em algumas horas — ela murmura. — Você precisa ir.

 Allison desfaz o abraço e dá mais um beijo em Scott.

 — Até no colégio — diz Allison.

 Scott assente, beija-a novamente como um beijo de despedida antes de se levantar. Allison observa o homem caminhando até a janela e assim que ele coloca a mão ali para abrir, ela chama-o, fazendo-o olhar para trás.

 — Senta aqui — ela pede. Scott atende-a sem contestar, sentando-se sobre o colchão no local que ela havia indicado com a mão. Allison aconchega sua cabeça na perna dele, usando-a como travesseiro. — Fica até eu conseguir dormir?

 O McCall concorda e sorri. A morena fecha seus olhos novamente para tentar pegar no sono, enquanto isto era agraciada por um delicioso cafuné do moreno.

 — Eu estou odiando e amando isto ao mesmo tempo — ela murmura de repente, após alguns minutos de silêncio.

 — O quê? — pergunta Scott.

 — Nós. Este nosso relacionamento — responde.

 — O que está odiando?

 — Deixa para lá.

 — Me fala. Quero te entender. Por favor.

 — Scott — ela suspira. Se levanta do colo dele e se senta com as pernas cruzadas de frente para ele. Aprecia cada traço do rosto dele com atenção, mesmo com a pouca luz do quarto dificultando tal ato. Abaixa a cabeça olhando para as mãos, enquanto estralava os dedos em nervosismo.

 — Fala, amor — pede Scott com a voz serena e acolhedora. O moreno ainda segurou nas mãos dela confortando-a.

 Allison morde o lábio inferior e suspira mais uma vez.

 — E-Eu permiti que você entrasse no meu coração e pela primeira vez eu estou me sentindo... dependente de alguém. Não sei se estou conseguindo lidar com isto direito ou até quando conseguirei. Eu quero estar contigo a todo instante. Quando ficamos distantes por muito tempo eu sinto uma imensa saudade e eu odeio sentir saudade. E, de repente, eu não sinto mais desejo por ninguém além de você mesmo que eu tente. Eu jamais tive que lidar com todo esse sentimento antes... está sendo ótimo, eu realmente estou amando isto. Mas, então, eu começo a pensar como será se você ir embora da minha vida. Eu nunca tive o coração partido antes, mas pelo o que eu ouço falar, é horrível e eu não quero ter esta experiência, eu sempre evitei qualquer mínima possibilidade disto acontecer, trancando o meu coração e os meus sentimentos. Porém, você apareceu para quebrar toda a proteção que eu construí — desabafa e, com os olhos castanhos ligeiramente marejados, olha para ele observado o que o rosto dele transmitia naquele momento.

 — Eu não irei ir embora da sua vida, está bom? Eu prometo. Porque eu...

 — Shhh... — ela coloca o indicador contra a boca dele, impedindo-o de falar. — Não fale esta frase.

 — Você nem sabe o que eu iria falar.

 — Pior que eu sei, Scott — ela sorri.

 — Sabe? Por acaso você lê os meus pensamentos? — Scott ri baixo.

 — Quase — ela também ri.

 — Se já sabe, qual o problema de eu falar que eu te... — ele insiste, mas novamente é calado por Allison, que desta vez cala-o com seus próprios lábios depositando um beijo na boca dele.

 — Eu também... — ela sussurra ao cessar o beijo, com os olhos ainda fechados e com a testa colada à dele. Compartilhavam a respiração quente, enquanto ela acariciava o rosto dele com o polegar. — Mas, agora não, por favor. Vamos esperar o tempo certo, quando só houver eu e você, sem terceira pessoa. E, então, poderemos repetir isto a todo instante.

 — Você também? — ele sorri e abre os olhos.

 Ela abre os olhos também, sorri para ele e confirma em um breve movimento com a cabeça.

 Entretanto, logo, fecha os olhos com força e afasta seu rosto do dele.

 — Você não acha que estamos nos precipitando? — questiona com alguma pitada de aflição e nervosismo.

 — Acho que não.

 — Nós nos conhecemos a muito pouco tempo — murmura vacilante.

 — Em oito meses eu já pude ter certeza de todo o meu sentimento por você — ele sorri e puxa-a para perto para outro beijo rápido.

 — Oito meses?

 — Sábado fez oito meses desde que nos reencontramos no colégio, no dia primeiro de agosto — pisca para ela.

 — Você guarda datas — observa.

 — As datas importantes — ele dá os ombros.

 — E é importante por minha causa ou por ser o seu primeiro dia dando aula?

 — Os dois. Mas, com você eu guardo muito mais datas importantes, como no dia dezessete de setembro que nos beijamos no banheiro masculino dos professores, você é muito corajosa e louquinha — ele ri e ela também.

 — Aquele beijo foi realmente bom — ela diz e ele concorda.

 — Depois teve o baile de outono quando eu me vi apaixonado por você pela primeira vez — diz Scott. Allison olha para ele confusa e um tanto curiosa, não sabia disto. — Quer saber o porquê ou acha que é melação demais para você?

 — Melação demais. — Os dois riem. — Entretanto, eu quero ouvir mesmo assim.

 — Primeiro, eu me recordo que você chegou ao colégio vestindo uma calça jeans, moletom e tênis, mas terminou o dia com um vestidinho vermelho e salto alto, e inexplicavelmente eu amo isto em você, você veste qualquer tipo de roupa que estiver com vontade e consegue ficar extraordinariamente linda em tudo. Segundo, você é autossuficiente, como você mesma disse: você não precisava de um acompanhante, e mesmo sem ter um parceiro no baile você parecia muito mais satisfeita e confiante que qualquer garota ali, e isto me leva ao terceiro: eu sou perdidamente apaixonado pela sua confiança, talvez esta seja a qualidade que eu mais amo em você. Além de ser confiante, você vive aumentando a confiança das pessoas à sua volta, o que só aumenta a minha admiração por você. Quarto, você tenta animar qualquer pessoa triste, como fez com o treinador. Quando você conversou com ele, tentou animá-lo e puxou-o para dançar, eu te vi com outros olhos, eu vi seu outro lado, percebi quão fascinante você é e quis te conhecer mais. Conhecer o seu interior, pois o exterior eu já conhecia, que você linda, gostosa, sexy, beija bem para caralho. Quinto, seus professores falaram muito bem de você, disseram quão boa você é e eu não duvidei por nenhum segundo. E sexto e último, sua animação é contagiante e não há palavras boas o suficiente para descrever você rindo, sorrindo, dançando, cantando, tanto que eu não consegui tirar os olhos de você por um minuto sequer, tudo o que eu queria era ter curtido o baile ao seu lado. E de repente se tornou mais que apenas atração física.

 Ele termina e sorri ao encontrar os olhos castanhos marejados novamente.

 — Ah, Scott — ela sorri, tampa o rosto com as mãos e deita a cabeça no dele. — Você tem que ir embora — murmura e abraça-o forte ainda sem olhar para ele.

 — O quê? — pergunta desacreditado.

 — Eu estou muito sensível hoje, se você continuar aqui eu vou acabar chorando e eu odeio chorar — fala baixinho.

 — Choro bom?

 — Sim.

 — Então, não tem problema chorar, amor.

 — Eu também não gosto que me vejam chorando — fala. — Ah, caralho, eu estou um saco esses dias, meu Deus, nem eu estou me aguentando. Desculpa, Scott.

 — Para mim, ainda continua perfeita.

 Allison solta-o e dá uma risada.

 — Não precisa mentir para me agradar — dá um soquinho fraco no ombro dele.

 — Não estou — ele sorri.

 — Está bom — a menina fala ainda não acreditando. — Tchau, Scott.

 — Tchau, amor — ele dá um último beijo nela. — Se cuida.

 — Posso ficar com a sua blusa? — pede Allison, com um biquinho nos lábios para tentar convencê-lo. Scott sorri e assente. Tira sua blusa moletom e dá a ela, que no mesmo instante veste. Sem nenhuma peça de roupa cobrindo a parte de cima do seu corpo, o homem abre a janela e vai embora do quarto enfim.

(...)

 Segunda-feira de manhã, Allison caminhava no corredor em direção ao seu armário com os amigos Theo e Malia ao lado. Os três com extremo sono que transparecia explicitamente no rosto. Cada um deles escutava música através do fone de ouvido e, por isto, não mantinham uma conversa entre si.

 Eles param em frente ao armário da Argent para a menina poder pegar o seu material.

 A morena das covinhas coloca a combinação e, assim que abre, arregala os olhos ao tomar um susto. Diversas barras de chocolate preenchiam seu armário, dos mais variados tamanhos, marcas e tipos. A quantidade era tanta que assim que ela abriu, alguns caíram do armário indo até o chão, mesmo com Allison tentando segurar.

 — Meu Deus do céu — murmura Allison ao se abaixar para pegar os chocolates que caíram no chão.

 — Scott McCall? — pergunta Theo e ri.

 — Certamente — responde, se levanta com as barras de chocolate na mão. — Peguem — a menina distribui as barras que havia pego do chão para os dois amigos, pois sabia que não iria comer tudo aquilo sozinha.

 — Tem um motivo? — pergunta Malia com a voz sonolenta devido ao sono.

 — Vou descobrir agora.

 Allison retira o seu celular do bolso e digita uma mensagem de texto para o moreno.

 Allison: Como conseguiu a combinação do meu armário?

 Scott: Privilégios de ser professor.

 Allison: Entendi. E por que dos chocolates? Estamos comemorando algo especial que eu deveria lembrar?

 Scott: Estarmos juntos não é um motivo especial o suficiente a se comemorar todos os dias?

 Allison: Fala sério, Scott.

 Scott: Estou falando.

 Allison: Scott!

 Scott: Está bom. Eu também fiz uma suposição.

 Allison: Qual?

 Scott: Espertos não fazem esta pergunta ou dizem esta frase às mulheres, porque elas tendem a ficar bravas, ou mais bravas. Porém, espero estar certo. De qualquer maneira aproveite os chocolates, amor.

 Allison: Tensão pré-menstrual. Você supôs certo. Obrigada por me aturar nesta fase e pelos chocolates. Estou ainda mais apaixonada por você... o que é assustador. Estou começando a acreditar que realmente podemos ser algo como soulmates.

 Scott: Você está começando a acreditar? Eu já tive esta certeza há muito tempo.

 

 Um sorriso incontrolável e radiante brota nos lábios de Allison. A menina se escora no armário ao lado e morde o lábio ainda sorrindo pronta para digitar uma nova mensagem, entretanto se interrompe quando os olhos castanhos sobem por um instante e encontram os dois amigos encarando-a, ambos com um sorriso nos lábios. Allison franze o cenho e desfaz o sorriso.

 — O que foi? — indaga.

 — Nada — diz Malia ainda com o sorrisinho no rosto.

 — Não estou entendendo vocês — murmura Allison. — Ei! — berra quando Theo pega o celular da mão dela.

 — Podemos ler? — questiona Theo.

 — Vocês são muitos curiosos.

 — Olha quem fala — Theo dá risada. — Podemos?

 — Vocês sabem que sim, eu não escondo nada dos dois. Apesar que eu não deveria deixar, pois sei que me encheram a paciência — fala, mas Theo e Malia já liam as mensagens no celular dela.

 — Amor? Apaixonada? Soulmates? — questiona Malia sem acreditar no que havia lido.

 Allison dá os ombros como se não entendesse o problema.

 — Eu vivi para ver Allison Argent apaixonada... e ainda admitindo isto — diz Theo.

 — Todo mundo se apaixona um dia, por que comigo seria diferente?

 — “Eu prometo que se por acaso um dia começar a envolver sentimentos, e coloque um grande se nisto porque eu acho muito difícil, eu fujo como sempre.” — recita Theo em uma tentativa falha de imitar a voz da amiga. Malia dá risada.

 — Por algumas pessoas vale a pena quebrar a promessa.

 — Roubaram a nossa Allie — zomba Theo.

 — Vá se foder, Theo. Me dá o meu celular aqui!



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...