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História Hands to Myself - Imune ao ciúme?


Escrita por: AllieMaddox

Capítulo 36 - Imune ao ciúme?


Fanfic / Fanfiction Hands to Myself - Imune ao ciúme?

 Vinte e seis de dezembro. Em pouquíssimos dias mais um ano se encerrará. Um ano com altas emoções para Scott, tanto boas como ruins. Dias memoráveis e dias que ele simplesmente queria apagar da memória. Porém, independentemente, tudo acabou fazendo bem para ele. Este ano certamente ele obteve um crescimento pessoal. Evoluiu positivamente. E uma das grandes responsáveis por isto certamente foi Allison.

 Allison ajudou-o na segurança e na autoconfiança. Ela também o fez sair da rotina, sair daquela vida monótona, totalmente sem graça. Ela o fez ter experiências completamente novas e, principalmente, se arriscar. O doce gosto do perigo e do proibido é realmente interessante e todos deveriam experimentar pelo menos uma vez na vida. Sair da zona de conforto, do comum, do tradicional.

 Até mesmo os longos meses que ele passou longe da Argent fizeram bem para ele no fim. Ele aprendeu a ser independente. Scott passou a vida inteira sendo inteiramente dependendo de alguém, acreditando que só encontraria a sua felicidade em outra pessoa, e esquecia completamente de procurar a felicidade em si próprio primeiro. Entretanto, agora ele conseguiu isto. Ele sentia-se feliz, livre e completo. Sim, completo. Ele já ouviu Allison dizer que adorava a frase: “Não procure alguém que te complete. Complete a si mesmo e procure alguém que te transborde.” E, Scott, finalmente pode reconhecer o quão certo isto era. Ele estava completo e agora estava aqui, ansioso na fila de uma balada, em busca de transbordar com Allison.

 Após a noite de natal, Scott havia ido para LA, juntamente à Melissa e ao Stiles. Os três hospedaram-se no apartamento que Elena dividia com duas amigas. Impaciente e imensamente ansioso não tardou para Scott ligar para Malia e implorar para ela dizer onde Allison estava. Sentindo-se incapaz de recusar o pedido do amigo que choramingava, Malia relevou que elas estavam indo à uma balada e passou o endereço da mesma sem contar nada à Allison a pedido de Scott, pois ele temia que ela deixasse de ir apenas para não encontra-lo. Ele precisava vê-la antes que ela fosse viajar.

 Scott não foi sozinho. Stiles, Elena e as suas amigas, Caroline e Bonnie, o acompanharam. Os cincos acomodaram-se no carro do McCall e em quinze minutos eles chegaram.

 A música alta invadia os ouvidos deles sem qualquer suavidade, a batida era agitada e forte, eventualmente aparecia uma voz cantada, perceptivelmente se tratava de uma música remixada. A iluminação era pouca, o grande salão era iluminado apenas pelas luzes psicodélicas que acompanhavam o ritmo frenético da música, a fumaça também não facilitava uma visão clara. Scott passou os olhos por ali e pareceu uma missão quase impossível encontrar Allison entre as centenas de rostos.

 — A Malia ali! — exclama Stiles em tom alto de voz. Scott olha para a mesma direção que ele, porém, infelizmente não encontra Allison ao lado dela. Malia tinha a companhia apenas de Isaac, Theo e uma mulher que Scott não conhecia, porém supôs que fosse a namorada do Theo, já que este abraçava-a por trás e mantinha seu queixo apoiado no ombro dela.

 O Stilinski chama as garotas e anda em direção aos quatro. Scott segue-os logo atrás, sem parar de tentar achar Allison em meio às outras pessoas.

 — Hey! — Stiles chama atenção da loira e, assim que ela vira, Stiles cumprimenta-a com um abraço.

 — Hey! Como você está? Bem? — Malia pergunta.

 Stiles confirma com a cabeça e, sem pedir permissão, pega o copo da mão dela, experimentando a bebida que tinha ali. Malia não se importa e apenas ri. Stiles também cumprimenta Isaac com um toque de mãos, e depois Theo e Summer com um aceno.

 — Elena! Finalmente conseguimos nos ver pessoalmente! — Malia sorri.

 — Finalmente! — confirma Elena e surpreende Malia com um abraço. Malia, mesmo não adepta a este tipo de contato, não recusa por um segundo e abraça-a de volta.

 As duas falavam-se por FaceTime toda vez que Stiles ou Scott ligavam para ela. Elena achou Malia extremamente divertida desde a primeira conversa e quando Stiles contou que Malia dançava como ninguém, Elena se animou e disse que as duas precisavam sair juntas para dançar em algum dia.

 — Isaac! — Elena, assim que finaliza o abraço com Malia, vai abraçar o loiro que ela também conhecia através do FaceTime, pois o loiro quase sempre estava junto à Malia e também participava das conversas.

 Eles continuam os cumprimentos. Elena apresenta as amigas para eles e Malia finaliza apresentando Theo e Summer para elas.

 — E você? — Malia dá um soquinho no ombro do McCall atraindo a atenção dele, uma vez que este não participou das saudações por estar muito distraído. Scott muda sua visão para Malia.

 — Cadê a Allison? — pergunta Scott à Malia, em uma ansiedade que ele não podia se segurar.

 — Oi para você também — resmunga Malia em uma voz descontraída.

 — Desculpa. — Scott balança a cabeça. — Oi, Malia. — Ele dá um abraço rápido na amiga. — Eu adoraria falar com você por horas e horas, você foi tão minha amiga nestes últimos meses e eu não quero ser ingrato, obrigado pela sua amizade, mas, por favor, agora, eu preciso da Allison.

 — Eu sei. Tudo bem. Estou brincando. — Ela ri. — Ali! — Malia executa um aceno com a cabeça, indicando uma direção. Scott, depressa, acompanha com o olhar e encontra a garota em meio a uma multidão. Imediatamente, seus lábios esboçam um sorriso.

 Ela estava linda como sempre. Cantarolava e remexia seu corpo no ritmo da música. O longo cabelo prendia-se em um rebelde e alto rabo de cavalo, os fios negros estavam ondulados e volumosos. O corpo era coberto por uma grande t-shirt que pelo tamanho cobria por completo o curto shorts jeans que só aparecia quando ela erguia os braços. Nos pés tinha um vans preto, exatamente igual ao modelo de vans que Scott usava agora. Allison também tinha em mãos um copo de plástico vermelho.

 — É melhor você se apressar, enquanto ela ainda está no primeiro copo — avisa Malia. Scott assente, sem tirar seus olhos sobre Allison.

 Sem mais esperar, o McCall anda a passos apressados até a Argent e, ao se aproximar, não se intimida em dar um forte abraço nela, pegando-a de surpresa. Allison só percebeu a presença de Scott quando já estava envolvida pelos braços dele.

 — Scott — murmura Allison e ergue seu braço que segurava a bebida, equilibrando o copo para não acabar derrubando-o. Apoiou a mão disponível na cintura dele e tentou afastá-lo para trás, porém fracassou. Scott parecia não querer soltá-la. Allison revira os olhos e rende-se, fica estática, sem se mover, apenas esperando pela vontade dele de enfim soltá-la. Contudo, quando percebeu que demorava demais, ela tenta novamente: — Scott! — inclina o seu corpo para trás.

 — Que saudade eu estava de você. — Ele sorri, olhando-a. Seus braços permaneceram em volta da cintura dela e ele parecia não ter a menor pretensão de tirá-los dali.

 — Posso saber o que pensa que está fazendo aqui?

 — E-Eu... eu vim te ver e conversar com você — fala, vacilante. Não era está a reação que ele esperava receber dela.

 — Me pedisse para me ver antes. Eu não estava preparada para isto, Scott.

 — Eu resolvi toda a minha vida, Allison, eu não tenho mais nenhum problema que possa nos atrapalhar.

 — Tudo bem, mas hoje não. Eu não quero conversar sobre isto hoje. — Allison espreme os lábios, segura no braço dele e tira-o da sua cintura. Logo, dá dois passos para trás criando uma distância dele.

 Scott faz uma cara confusa.

 — Você não quer mais ficar comigo?

 — Não é isso, Scott, eu só não quero conversar hoje... — Ela olha para o chão, suspira e se abraça. — Eu estou em um dia ruim.

 — O que aconteceu, amor? — ele questiona com uma voz preocupada.

 Allison volta sua visão para o homem, encara-o por segundos em silêncio, e deixa uma risada baixa escapar da boca. Ele ainda chama-a de amor e Allison lembrou-se o quão bom era ouvir a voz dele chamando-a assim. Ela amava o lado carinhoso do McCall, mesmo nas vezes que ele exagerava no carinho como uma típica pessoa carente. Ele era um doce, mesmo quando ela era amarga.

 — O que? — pergunta Scott sem poder compreender a risada dela. Contudo, acabou sorrindo também, ele estava com saudade da risada dela, do sorriso perfeito, e vê-los agora lhe deu uma imensa sensação de satisfação.

 — Nada. — Ela balança a cabeça, sem tirar o singelo sorriso dos lábios. — Está tudo bem, sério, não precisa se preocupar — mente para não ser bombardeada de perguntas de um assunto que ela queria esquecer pelo menos por esta noite. — Eu só preciso me distrair um pouco.

 — Eu sei como fazer você se distrair. — Scott exibe um sorriso com claras segundas intenções e faz Allison rir novamente.

 — Minha distração será dançar até cansar e beber até cair... sem você. E relaxa que eu não vou ficar com ninguém.

 — Sem mim?! — indaga.

 — Infelizmente — confirma Allison.

 O McCall sente-se decepcionado e não se esforça para esconder isto. Deixa seu desapontamento explícito no rosto. Seus olhos exalam tristeza e seus lábios formam um biquinho.

 — Scott, por favor, para de fazer esta cara, que nervoso — murmura Allison e balança a perna, inquieta. Entretanto, o moreno continua com a expressão frustrada no rosto, ele apenas abaixa a cabeça, aumentando o nervosismo de Allison. A garota passa a mão na própria testa e fecha os olhos. — Você certamente faz isto de propósito — resmunga e, sem poder aguentar ver aquela carinha que Scott fazia, ela se aproxima dele, eliminando qualquer espaço que separava-os, e abraça-o forte.

 Allison afunda seu rosto no pescoço dele, após dar um rápido beijo naquela região. Com a mão que não segurava o copo, ela acarinha o cabelo dele.

 — Não faça com que eu me sinta uma pessoa horrível, por favor, eu não quero ser grossa, mas eu estou em um dia ruim e eu não me sentirei confortável se eu ficar com você hoje, espero que entenda. — Ela fala calmamente com a boca próxima ao ouvido dele, enquanto seus dedos magros percorriam carinhosamente entre os fios negros. Scott retribuía o carinho ao deslizar suas mãos nas costas dela.

 — Eu estou envolvido de alguma maneira por você estar em um dia ruim? — Ele questiona também com a boca próxima ao ouvido dela, para que mesmo com a música alta, eles não fossem impedidos de conversar.

 — Não precisa se preocupar, Scott, relaxa. Eu só preciso de um pouco de álcool.

 — Allison — ele murmura, insatisfeito —, garanto que eu sou melhor que álcool. Álcool não resolverá o seu problema seja ele qual for, mas eu posso tentar, é só você me falar o que está acontecendo.

 — Eu não estou esperando que o álcool resolva, a minha intenção é esquecer tudo por uma noite, apenas.

 — Eu posso te ajudar a esquecer se quiser e, o melhor, não te deixarei com uma ressaca fodida amanhã — ele diz em tom descontraído e escuta o incrível som da risada da garota em seu ouvido. Ele sentiu tanta falta desta risada que acabou sorrindo.

 — Você certamente não me ajudará a esquecer — ela responde ainda com algum resquício de riso na voz.

 — Não te ajudarei por que eu sou o problema?

 — Não, Scott.

 — Então, me fala qual é! — ele implora.

 — Eu não quero conversar sobre isto agora. Você, por favor, poderia respeitar a minha vontade?

 Scott executa um longo suspiro e balança a cabeça, afirmando. O homem aperta mais o abraço, querendo senti-la, após tanto tempo que passou sem poder ter nenhum contato com ela, ele precisava disto. O seu corpo precisava do dela. Ele beija-a na bochecha, um beijo demorado e excessivamente doce.

 — Eu te amo muito, tá? Nunca se esqueça, por favor — Scott diz. Allison sorri e assente. — Aproveita a noite, amor. — Ele desfaz o abraço, indo contra a sua vontade de ficar grudado com ela a noite inteira. — Eu vou indo, quando tiver melhor é só me ligar.

 — Você vai embora?!

 — O único motivo de eu estar aqui é você, se quer passar a noite sem mim, não há nada para eu fazer aqui.

 — Como assim? Tem sim, você pode se divertir aí, Scott.

 — Eu não estou a fim de beber, não sou fã de ficar dançando, você é a única pessoa por quem eu me sentirei atraído, então não irei ficar com ninguém. O que eu ficarei fazendo em uma balada? Ainda mais sozinho, pois o Stiles e a Elena estão flertando e eu não quero atrapalhá-los. — Scott move seus ombros.

 — O Stiles está pegando a sua irmã? Stiles não perde uma.

 — É que a minha irmã é muito gata. Genética, né? — Ele pisca para ela.

 — Disso eu não posso discordar. Sua irmã é linda, você é lindo, sua mãe é linda. Amém família McCall. Aquela foto de vocês três que você me enviou está foda.

 Scott sorri.

 — Mas, eles ainda não estão se pegando. Estão apenas no caminho — explica Scott —. A Elena não é a favor desta coisa de ficar, ela quer ter uma única pessoa e que esta pessoa seja só dela também... acho que está no sangue — Ele dá uma risada baixa. — E o Stiles... bem, o Stiles é parecido com você, com a Brooke...

 — Em nossa defesa, nós apenas queremos aproveitar a vida enquanto não encontramos a pessoa certa, e não há nada de errado nisso. Trabalhamos com a verdade e não brincamos com o sentimento de ninguém. Quando estamos a fim apenas de trocar uns beijos ou transar deixamos isto bem claro e a pessoa aceita se quiser, assim como eu fiz com você no começo ao dizer que queria só o seu corpinho. Errado é iludir e enganar.

 O McCall movimenta a cabeça concordando com o que ela acabara de dizer.

 — Você já encontrou a sua pessoa certa? — ele questiona, após segundos de silêncio. Allison franze o cenho e estreita os olhos, confusa com a pergunta.

 — Você deveria saber esta resposta — ela fala.

 — Eu apenas suponho. Você poderia me confirmar.

 — Se você sabe, por que quer que eu fale? — Allison dá os ombros.

 Scott cruza os braços sobre o peitoral e revira os olhos.

 — Você é muito difícil às vezes, sabia? — Ele reclama.

 — Scott — ela também cruza os braços sobre os peitos —, eu estou em um dia ruim e me esforçando para fingir que nada está acontecendo porque não quero acabar sendo má de alguma forma com você.

 — Me fala o problema que resolvemos juntos, Allison!

 — Não é com você! — Allison descruza os braços e suspira. — Minha família não está em um clima bom, apenas isto.

 — Eu sou responsável de alguma forma neste clima ruim na sua família?

 — Não, Scott, eu já disse que não precisa se preocupar. Eu não vim até aqui para ficar discutindo a minha vida familiar com ninguém.

 O homem morde o lábio, fecha os olhos e respira fundo. Quando abre os olhos novamente, encara Allison por segundos e balança a cabeça em negação.

 — Tchau. — Ele murmura e desvia dela, percorrendo um caminho até a saída da balada. Scott não estava bravo, estava frustrado. Queria ter tido um reencontro com ela totalmente diferente. Queria que ao menos ela parasse de ignorá-lo e voltasse a conversar com ele normalmente, mas tudo que recebeu foi um “quero me divertir sem você”.

 O homem de maxilar torto passa pela porta sem olhar para trás, porém para de andar quando chega na calçada da rua. O vento gelado entra em contato com a pele morena e ele arrepia-se com o frio. Ele olha para o carro dele estacionado no final da rua e resmunga mentalmente ao lembrar-se de Stiles, Elena, Bonnie e Caroline. Scott trouxe-os e eles ficariam bravos se fossem deixados para trás e também não ficariam nada felizes se Scott chamasse-os para irem embora da balada que acabaram de chegar. O McCall dá os ombros e decide mandar uma mensagem informando-os e dizendo que quando quiserem ir embora era só ligar que ele buscava.

 Scott saca o celular do bolso da calça jeans, desbloqueia a tela, entretanto, antes mesmo de ir nas mensagens, Allison aparece na frente dele. Scott olha para a morena de braços cruzados em sua frente, e ergue uma das sobrancelhas.

 — Scott, para de frescura! — ela resmunga, brava. Sua testa estava franzida e seus lábios era dominado por um bico emburrado.

 — Que frescura, Allison? Você disse que quer se distrair sem mim, estou apenas respeitando a sua vontade.

 — Você está bravo comigo! Você está com aquela sua cara! Scott, eu só não quero conversar sobre a Maya, sobre o seu pai ou qualquer coisa relacionada hoje, é um direito meu!

 — E é um direito meu não ficar contente. — Ele guarda o celular de volta no bolso e suspira. O homem dá alguns passos para o lado e escora-se no muro mais próximo. — E não é porque você não quer conversar sobre estas coisas — ele diz em uma voz baixa e desanimada.

 — Qual o motivo, então? — Ela segue-o e para na frente dele. — Eu dizer que quero me distrair sem você hoje?

 — Porque eu estou no escuro, Allison. Estamos há mais ou menos seis meses separados, eu não sei o que está acontecendo com a sua vida, aliás, não sei o que está acontecendo com o seu coração. Eu não posso deduzir sozinho sobre os seus sentimentos justamente por eu não ter estado ao seu lado nos últimos meses, e se você não me falar, eu continuarei nesta angústia de não saber o que você sente ou deixou de sentir. Eu não sei se você ainda tem interesse em ficar comigo ou perdeu-o, se ainda sente atração por mim ou não, se quer tentar ter algo comigo ou deseja ser apenas minha amiga. E, talvez, eu possa estar aqui apenas te importunando. Talvez você não me quer mais e não me diz porque não quer me magoar. E, no fim, estarei aqui somente perdendo o meu tempo e também estarei fazendo você perder o seu. Então, por favor, me diga.

 — Você não está me importunando. — Ela se aproxima mais e segura em ambos pulsos do homem, já que as mãos ele guardava no bolso da calça jeans. — Eu ainda gosto de você.

 — Tá. Eu também gosto de você... e gosto do Stiles, da minha irmã, da minha mãe, da Malia, da Brooke, do Isaac, de muitas pessoas que já foram meus alunos, gostar a gente gosta de muita gente.

 — Você entendeu o sentido de gostar que eu quis dizer, Scott. Ainda tenho interesse, me sinto atraída e.... meus sentimentos continuaram os mesmos.

 — Até o sentimento de dúvida sobre se somos apenas romance passageiro ou se eu sou mesmo o homem que você quer ao lado para sempre? — Scott encara-a e Allison recua. A garota dá um passo para trás e solta-o.

 — Você está esperando que eu diga aquelas três palavras? — ela indaga.

 — Agora não mais, porque não será mais espontâneo e dizer forçado é a mesma coisa que nada — Scott dá os ombros e espreme os lábios um contra o outro.

 — Então, me fala, o que você quer que eu faça agora.

 — Nada. Não estou exigindo que faça nada. Eu só quero que você faça o que sentir vontade de fazer. E se a sua vontade é ficar sozinha hoje, tudo bem, né.

 O silêncio volta a envolve-los mais cruelmente que o ar gélido. Os dois observam-se sem dizer uma palavra sequer, somente os pensamentos eram barulhentos.

 — Scott, eu acho que você deveria procurar outra pessoa — balbucia Allison.

 — Como assim? — ele mostra-se confuso.

 — Você é muito príncipe e eu não sou uma princesa. Você merece viver um romance que eu não vou conseguir te dar.

 — Para de falar besteira.

 — Eu estou falando sério. Péssima escolha se apaixonar por mim. Você combina com alguém que seja mais... meiga. Eu tenho uma amiga que eu conheci na minha sala, ela é ótima, o nome dela é Alice, vocês se dariam bem.

 — Acho que a Malia se enganou quando me disse que você estava apenas no primeiro copo. — Scott dá uma risada baixa e balança a cabeça em negação.

 — Eu não estou bêbada. É sério. Você devia namorá-la, ela é melhor que eu.

 — Está bom, me passa o telefone dela. — Scott fala, simplesmente.

 — Sério?

 — Sério.

 — Hm, tá. — Allison dá os ombros. A morena pega seu celular do bolso de trás do short jeans e vai em contatos procurar o número dela, assim que acha mostra ao Scott que salva o número no celular dele. O homem coloca o número para chamar.

 — Alice, né? — ele questiona já com o telefone na orelha. Allison confirma e mantém seus olhos curiosos fixos nele. — Oi, Alice, tudo bem? — Scott diz assim que é atendido e Allison presta ainda mais atenção. — Scott McCall, amigo da Allison Argent. Ela me deu o seu número e disse que combinamos... sim, a cara dela fazer isto... mas, eu também sei que ela é uma ótima cúpido e sempre acerta, portanto não quero desperdiçar esta oportunidade de encontrar a minha princesa... A gente podia marcar de sair um dia... hoje? Sim, estou livre agora... não precisa ficar tímida, Allie.

 Allison entreabre a boca quando escuta Scott chamando Alice de Allie. O apelido que ele nunca chamou-a e agora está chamando uma pessoa que nem conhece. Allison continua com a expressão indignada no rosto e encara-o. Scott vira-se, dando as costas para Allison, e continua a sua conversa com Alice.

 — Eu te pego, só passar o endereço por mensag... — Ele sequer consegue terminar a frase, pois Allison arranca sem delicadeza o celular da mão dele, em um visível desespero para finalizar aquela ligação, porém, imediatamente, percebe que não havia nenhuma chamada em execução ali. Scott dá risada da feição dela e recebe um soco no braço.

 — Idiota! — resmunga e aproveita para apagar o número da Alice que ele realmente havia salvo.

 — Bom saber que você não é imune ao ciúme — ele zomba.

 — Quando o medo de te perder é real, eu sinto sim. A Alice combina com você de fato, se vocês se encontrassem, você iria preferir ela a mim. — Ela devolve o celular colocando direto no bolso da calça dele.

 — Para de ser trouxa. Você combina comigo. É você quem eu amo. E é bom saber também que você tem medo de me perder.

 — Tenho. — Em um impulso magnético, Allison junta seu corpo ao de Scott para mais um abraço naquela noite. — Fica comigo hoje. Você é mesmo melhor que álcool, ficar de ressaca amanhã realmente não valerá a pena. Porém, por favor, eu ainda não quero conversar sobre aqueles assuntos. Nós podemos nos distrair e esquecer tudo, juntos, pelo menos por hoje.

 — Esquecer tudo o quê?

 — Scott! — reclama.

 — Está bom. — Ele faz um carinho no cabelo dela.

 — Então, hm, o que você quer fazer? — ela questiona ao soltá-lo do abraço.

 — Com você faço qualquer coisa — ele move os ombros, sem se importar.

 — Menos sexo a três — ela zomba.

 — Você também não quer! — Scott protesta.

 — Mudei de ideia.

 — Mudou?

 — Mudei, acho que pode ser interessante. — Allison pisca para ele e sorri.

 — Então, tá, vamos, quem será a terceira pessoa? — Scott diz em tom sério de voz, mas, logo, os dois gargalham juntos.

 — Olha, podemos dançar juntos, cantar ou apenas ficar em um canto conversando e rindo das cenas engraçadas que acontecem em toda balada — ela sugere e Scott concorda.

 Allison segura na mão de Scott e leva-o de volta para dentro da balada. A morena procurou por uma mesa e animou-se quando viu que Theo e Summer estavam sentados em uma, juntamente com o irmão de Summer. Allison juntou-se a eles, levando Scott consigo.

 O pequeno grupo alimentava conversas descontraídas e cultivava gargalhadas frequentes. Elena também havia chegado para participar da conversa, principalmente para conhecer Allison, a garota que Scott tanto falava, e Elena amou-a. As duas até já começaram a se chamar de cunhada.

 — Jackson — Allison diz em um múrmuro e, logo, seus lábios formam um singelo sorriso. Ela abandona a conversa sem dar satisfação aos amigos e corre até ele.

 Scott franzia a testa e estreitava os olhos desde o momento que ouviu a voz dela pronunciando o nome masculino. A sobrancelha arqueou-se quando o sorriso estampou os lábios avermelhados. E uma expressão emburrada dominou-o quando Allison correu para abraçar o loiro de olhos azuis.

 O abraço foi longo e intenso, revelando que eles possuíam um grau de intimidade. Scott acompanhou com extrema atenção cada mínimo movimento que eles faziam. Os sorrisos trocados, os olhos fixos ao outro em uma alta proximidade, as bocas movendo-se quando eles trocavam palavras em uma conversa animada e notou, principalmente, os caminhos que as mãos de ambos faziam. A mão dela percorreu para o cabelo loiro, desceu até o rosto e estacionou-se na nuca dele, enquanto a outra posicionava-se no quadril do homem. Já ambas as mãos do tal Jackson seguravam na cintura da morena.

 O McCall cerrou o punho quando as mãos do loiro deslizaram da cintura para o quadril dela ao mesmo tempo que carregava um sorriso no rosto por receber uma mordida de Allison na bochecha. Sem poder se segurar, Scott levanta-se e anda em passos apressado até lá. Assim que se aproxima, ele segura na mão da mulher e puxa-a consigo.

 — Scott! — resmunga Allison. — O que você pensa que está fazendo?!

 Scott não responde, apenas continua a puxa-la para longe dali.

 — Scott! — Allison balança seu braço tentando se soltar, porém falha miseravelmente, ele possuía muito mais força que ela e ela não podia lutar contra isto. — Eu mereço uma coisa destas — murmura impaciente e rende-se. Já não lutava contra e apenas deixava-se ser guiada por ele.

 Scott leva-a para o banheiro masculino da boate, empurra-a para dentro de uma das cabines livres e, logo, tranca-se junto a ela.

 — Você quer realmente ficar com ele? — questiona Scott ao virar-se para ficarem frente a frente.

 — Do que você está falando? — Ela franze o cenho e cruza os braços sobre o peito.

 — Eu pensei que não queria ficar com ninguém hoje.

 — Ah tá, entendi, está falando do Jackson. Scott, vamos deixar claro que ele é meu amigo e ele também...

 — “Amigo” — murmura Scott, interrompendo-a.

 Allison revira os olhos, impaciente.

 — Se eu sentir vontade de ficar com alguém, eu estou proibida porque você está aqui? — bufa.

 — Você, infelizmente, tem liberdade para ficar com quem quiser. Mas...

 Ele se aproxima ainda mais e espalma a mão direita na parede atrás dela. Scott exibe um sorriso perverso e olha-a nos olhos, fazendo Allison estremecer e perder a postura séria. A garota dá dois passos para trás e sente suas costas entrarem em contato com a parede gelada.

 — Eu te garanto que nenhum homem aqui vai saber como te satisfazer como eu sei, pois eu conheço com perfeição cada centímetro do seu corpo. — Ele leva sua mão esquerda à coxa dela e percorre um caminho sinuoso para cima até chegar na cintura, tocando a pele clara por baixo da t-shirt. — E também todos os seus pontos de prazer. — Leva seus lábios para o pescoço dela e deposita um beijo ali.

 Todos os pelos do corpo da garota eriçam em um eletrizante arrepio. Atordoada, Allison continua imóvel, sem reação. Sim, Scott sabia os pontos fracos dela e não iria poupar este conhecimento. Impulsionado pela saudade que sentia dela e pelo ciúme que sentiu ao vê-la intima com o rapaz loiro, Scott não desistiria de tê-la hoje mesmo. Como ele bem se lembrava, este método funcionou anteriormente quando ela estava brava com ele e queria-o longe, portanto ele iria seguir o mesmo caminho para destruir esta barreira que ela estava criando entre os dois, barreira a qual ela reprimia os seus desejos.

 O homem sobe sua boca para a orelha feminina e, com os lábios roçando naquela região, sussurra:

 — E se eu não me engano, eu estou te devendo uma foda... e eu posso começar te dando o primeiro orgasmo da noite agora mesmo.

 O McCall separa seus lábios do contato com a orelha dela e, lentamente, move-se até fazer seu rosto ficar bem em frente ao dela de modo que as pontas dos narizes se encontrassem. Scott procurou por respostas em cada centímetro do rosto feminino e ficou imensamente satisfeito com o que obteve. Ela desejava-o como sempre desejou, quem sabe até mais por conta da saudade.

 Allison já havia perdido o controle da respiração. Ambas as mãos espalmavam-se na parede atrás de si, em uma batalha interna para não tocar naquele corpo que ela era apaixonada. Seus olhos castanhos encaravam o sorriso safado que ele ostentava e sem perceber sua cabeça ia para frente, como se os lábios deles fossem imãs sendo atraídos. Allison fecha os olhos com força, resistindo a tentação, e eleva sua visão para cima, procurando um ponto de fuga para encarar.

 — Scott, você está muito perto, está me deixando sufocada, eu preciso de espaço.

 — Eu diria que sufocada não é a palavra correta — ele sussurra, segura no rosto dela e faz ela olhar para ele novamente.

 — Acho que estou com medo de perguntar qual seria a palavra correta — ela balbucia com nervosismo, tentando não encara-lo nos olhos, muito menos encarar a boca dele.

 — Eu diria que... — Scott percorre sua mão direita para o short jeans que ela usava e abaixa o zíper. — Estou te deixando excitada.

 Allison estremece novamente, sua voz some e ela apenas arfa.

 Scott desliza sua mão para dentro do short jeans.

 — Como eu imaginava, você já está molhada e eu nem fiz nada ainda.

 Não tarda para o homem empurrar a calcinha que ela usava para o lado e começar a movimentar seus dedos indicador e médio pressionados contra o clitóris inchado.

 Allison fechou os olhos e se contorceu no primeiro contato direto que a mão dele teve com a sua parte íntima. A Argent colou ainda mais suas mãos na parede atrás de si, sem saber onde poderia coloca-las.

 Scott brincava com o clitóris dela em movimentos lentos e circulares, empenhava-se para deixa-la ainda mais excitada.

 — Scott — ela murmura, ainda com os olhos fechados e controlando-se para não perder por completo a firmeza da voz —, você tem que parar de sentir ciúmes dos meus amigos do sexo masculino. Você simplesmente me puxou e me fez deixar o Jackson lá sem entender nada.

 — “Amigo” — zomba Scott novamente, sem parar de masturba-la. — Vocês estavam quase se agarrando ali.

 — Se eu ficar com você, eu terei que manter metros de distância dos meus amigos homens? — ela questiona.

 — Você ficaria satisfeita se eu te namorando ficasse agarrado com uma outra mulher?

 — Eu não estava agarrada com ninguém... — Allison resmunga, ofegante. — E, desculpa, nós não somos namorados.

 Scott franze a testa e olha para a mulher que permanecia de olhos fechados enquanto recebia seus toques. O homem tira a mão de dentro do short dela, abruptamente. Allison abre os olhos enfim e encara-o sem entender.

 — Tudo bem, não somos namorado. Desculpa. Pode ir lá com o seu amigo — ele diz com um tom áspero na voz.

 — Você não pode ficar bravo comigo por isto, eu que deveria estar brava com você. Eu não te puxei para longe de nenhuma amiga sua.

 — Já pedi desculpa. Volta lá.

 — Vou voltar mesmo. — Allison leva a mão até o short e fecha o zíper. Ajeita sua camiseta. — Licença — pede.

 Scott dá espaço para ela passar e assim ela faz, destranca a porta e abandona a cabine em que eles se encontravam. A garota dá o primeiro passo e lembra-se que estava no banheiro masculino ao ver alguns homens usando o mictório. Allison ignora-os e mantém seus olhos para frente, andando em direção a saída, entretanto, antes mesmo que chegasse até lá, sente alguém atrás dela, ela vira-se e encontra Scott.

 Sem dizer qualquer palavra, o homem passa lentamente os dedos indicador e médio nos lábios da Argent. Justamente os dedos que ele usara para masturba-la minutos atrás e que ainda encontravam-se ligeiramente melados com o líquido de prazer dela. O moreno exibe um sorriso safado e pisca para ela de modo extremamente provocante. Depressa, ele sai do banheiro e deixa-a para trás.

 Allison limpa a própria boca com o antebraço.

 — Filha da mãe — murmura e balança a cabeça em negação.

 A morena sai do banheiro e procura por Jackson. O loiro sentava em uma banqueta do bar e conversava com o barman. Ela senta-se ao lado dele e pede uma bebida ao barman.

 — Desculpa, Jack. Scott e o seu ataque de ciúmes. Acredita que ele disse que eu estava me agarrando com você? Agora eu não posso abraçar ninguém mais. — Revira os olhos.

 — É compreensível. Você não falou que eu preferia estar agarrado com ele do que com você? — Jackson ri.

 — Não. Ele deveria confiar em mim ou pelo menos ser mais educado e não me puxar assim com um ataque idiota de ciúmes. — Allison pega a bebida que o barman entrega a ela.

 — Depois de tanto tempo sem se verem, vocês vão passar a noite assim?

 Allison balança os ombros, dizendo não se importar.

 — Nem sei porque vim até aqui hoje, Jack, pensando em ir embora já.

 A garota leva o copo até a boca e bebe um longo gole. Vira seu corpo sobre a banqueta e olha para o local, identificando o que cada amigo fazia agora.

 Summer e Theo estavam em um canto isolado da multidão, os dois curtiam a música juntos, conversavam com as bocas roçando uma na outra, sorriam e trocavam alguns beijos com frequência.

 Stiles e Elena estavam no meio da pista, o Stilinski envolvia a garota com seu braço direito e deixava a boca próxima ao ouvido dela para que eles conseguissem conversar entre a música alta. Ele era o que mais falava, e parecia falar algo divertido, pois uma risada nova escapava dos lábios finos da garota segundo a segundo.

 Malia e Isaac estavam em um sofá posicionado em um canto estratégico do salão. Em uma vibração completamente sensual, a Hale fazia um belo lap dance no namorado. Ela rebolava em um lindo movimento e, com as testas coladas, mantinha seu rosto altamente próximo ao rosto do namorado. Os dois pareciam não importar se importar com a presença de mais ninguém, era apenas ela e ele.

 — Está divertido assisti-los? — a voz de Jackson desperta Allison do transe que ela encontrava-se. Allison percebe que ficou assistindo o lap dance dos amigos por tempo demais e dá risada por isto.

 — Será que eles são a favor do poliamor? Talvez me aceitem como terceira pessoa do relacionamento. — Ela diz em tom descontraído. O loiro balança a cabeça e ri. — Eles são muito lindos. Não sei quem tem mais sorte ali. Pensando melhor, o Isaac tem mais sorte.

 Allison volta sua atenção para o casal. Com a troca de música, o lap dance foi finalizado. Eles continuavam na mesma posição, porém agora os lábios estavam unidos e as línguas dançavam juntas ao mesmo tempo que as mãos de ambos percorriam pelo corpo do outro.

 — Você está realmente interessada — fala Jackson.

 — É que eu acho fascinante a intimidade de um casal. O desenho que dois corpos fazem quando se encaixam é tão bonito. Eu até prestava atenção nestes detalhes, mas depois que comecei a faculdade tudo se intensificou, minhas disciplinas favoritas estão sendo as que envolvem fotografia e direção de arte, e agora tudo anda atraindo minha atenção e me fazendo sentir inspirada. Acho que estou ficando louca.

 — Então, estamos ficando. Eu também me sinto assim — ele confessa.

 — Sente?! — ela finalmente volta a olhar para o amigo sentado ao lado. Um sorriso animado estampava o rosto por saber que ele compartilhava do mesmo sentimento que ela. — Você vê algo e pensa que aquilo viraria uma bela cena nas telas? Aí começa a reparar nos mínimos detalhes, movimentos, energia, sentimentos, e até mesmo na iluminação?

 — Sim — ele confirma. — Essas devem ser as consequências de estudar cinema.

 — Consequências ótimas, eu estou amando!

 — E o que você tem a dizer daquele casal ali? — pergunta Jackson e acena com a cabeça, apontando para uma direção. Os olhos castanhos de Allison percorrem o caminho e chegam até Scott.

 Escorado a uma das paredes e com as mãos guardadas no bolso da calça, o McCall conversava com uma mulher de corpo malhado, pele morena, alta e um lindo e chamativo cabelo cacheado.

 Os olhos escuros do McCall encontram o de Allison e ele sorri de lado, provocando-a.

 — Vá em frente — ela gesticula com a boca para Scott e dá os ombros. Logo, volta a olhar para o loiro.

 — Você é louca — Jackson ri.

 — Ele quer me deixar com ciúmes.

 — Está conseguindo?

 — Não. Ele só vai ficar blefando e, se ele pensa que vai conseguir me enciumar, está muito enganado. — Allison coloca o copo no balcão, após dar o último gole.

 — Tem certeza? — questiona Jackson.

 A Argent olha para trás novamente e avista Scott aos beijos com a mulher. Allison entreabre a boca, incrédula.

 — Você disse vai em frente e ele foi — murmura Jackson.

 — É eu disse — ela confirma, ainda com os olhos fixo naquela troca de salivas. — Está tudo bem, nós não namoramos.

 — Então, tá. Ainda bem que você não está nem um pouco incomodada. — Jackson se diverte com a cara que a morena fazia ao assistir o beijo que Scott trocava com a cacheada.

 — Não estou mesmo. — Ela cruza os braços sobre o peito. — Tudo bem, ele ganhou, eu estou! — ela confessa e em um pulo sai da banqueta e coloca-se de pé. — Agora este beijo patético já pode acabar!

 Allison marcha em direção deles e escora-se na mesma parede que Scott, apoiando-se com o ombro direito. De frente para os morenos, ela crava suas íris castanhas em direção aos lábios movendo-se e às línguas que ficavam expostas eventualmente.

 Exausta daquela cena, ela chuta o pé do McCall para chamar a atenção dele. O homem cessa o beijo e olha para a pessoa que o chutara.

 — O que foi? — ele questiona, fazendo-se de desentendido.

 — Desculpa atrapalhar, mas eu preciso conversar com você.

 — Precisa ser agora? Estou meio ocupado — ele diz e acarinha os fios cacheados da mulher que olhava confusa e curiosa para Allison.

 — Precisa, é importante — Allison fala, quase rangendo os dentes.

 — Vai demorar muito? — Scott questiona, segurando-se para manter sua pose séria e não rir da expressão brava que Allison carregava no rosto.

 — Vai — responde, secamente.

 — Tudo bem para você? — O homem desliza sua mão para o rosto da mulher à sua frente e com o polegar acaricia a pele morena.  A mulher olha para Allison, depois volta para ele e balança a cabeça concordando. — Eu te ligo depois.

 Scott dá o último selinho nela antes que ela fosse embora, e Allison revira os olhos. O McCall acompanha a morena se afastar e, em seguida, muda sua visão para Allison.

 — Fala.

 — “Fala” — resmunga Allison. — Não sabia que você sabia ser cínico também. Essa ceninha para me fazer ciúmes foi horrível.

 — Como assim? Qualquer pessoa que eu ficar agora é para te fazer ciúmes e não porque eu fiquei com vontade, é? — Ele arqueia a sobrancelha.

 — Não é qualquer pessoa, mas ela certamente foi!

 — Isto é você quem está dizendo. — Scott dá os ombros.

 — Você sentiu vontade de ficar com ela? — indaga Allison.

 — Senti — ele confirma.

 — Tá. Era só isto o que eu tinha para conversar mesmo. Pode ir lá voltar para ela.

 Scott assente e corre os olhos pelo local à procura da morena de cabelos cacheados. Assim que encontra-a, ele sorri e começa a andar. Allison abre a boca formando um perfeito círculo, cerra os punhos e fuzila-o com o olhar.

 No meio do caminho, Allison corre até ele e impede-o da melhor maneira possível. A Argent coloca-se na frente dele, segura-o pela nuca e sela seus lábios com o dele, pegando-o desprevenido. Como primeira reação, Scott deixou escapar um sorriso quando sentiu os lábios da garota contra os seus após tanto tempo afastados. Em seguida, ele já sentia a língua dela pedindo passagem e ele cedeu de imediato. O McCall passou os braços em volta dela e pressionou-a contra ele. Os corpos uniram-se e encaixaram-se com perfeição.

 — Nunca mais faça isto — ela murmura ao cessar o beijo por um momento, mas ainda mantendo o seu rosto próximo ao dele.

 — O quê? — ele questiona.

 — Beijar outra boca que não seja a minha.

 Allison abre os olhos lentamente e percorre sua mão direita pelo rosto dele de forma carinhosa, sentindo cada mínimo detalhe que ela tanto sentiu falta. Ela foca sua visão nos lábios dele e calmamente passa o polegar ali, em seguida, sobe sua visão até encontrar os olhos escuros.

 — Por favor, Scott.

 — Isso é um pedido injusto já que eu não posso pedir o mesmo para você.

 — Pode sim. Eu prometo. Não vou beijar outras bocas além da sua.

 A Argent expõe um sorriso pequeno e tímido, porém que consegue contagiar Scott. O homem sorri e junta seus lábios com o dela novamente em dois beijos rápidos, depois ele abraça-a mais forte e deita a cabeça no ombro dela.

 — Então, por que você continua me afastando? Por que não podemos ficar juntos logo? Para quê complicar? — ele questiona.

 — Porque... — Allison dá um longo suspiro, fazendo Scott levantar a cabeça e voltar a olha-la com atenção, esperando pela resposta. — Porque os meus pais ainda não vão gostar de nos ver juntos. Eu não quero voltar a ter um relacionamento escondido deles e, principalmente, eu não estou a fim de começar novas discussões agora, em pleno fim de ano.

 — Eu falo com eles, amor.

 — Não! Não! — Ela balança a cabeça repudiando a ideia. — Vai piorar tudo!

 Scott encara-a por alguns segundos em silêncio.

 — Eles me odeiam? — ele questiona por fim.

 — Não, não é odiar, é só... — ela se embola nas próprias palavras, portanto se cala e espreme os lábios.

 — Eles me odeiam — Scott afirma.

 — Não... É que a minha mãe ainda está dando ouvidos àquela sonsa. E a Maya está fazendo todo o vitimíssimo dela para influenciar a minha mãe a nunca aceitar um relacionamento entre mim e você, e também... — ela interrompe-se.

 — “E também” ...? — Ele incentiva-a a continuar

 — Nada.

 — Fala, amor.

 — Não quero. Não quero falar sobre isto agora. Eu tinha vindo aqui para esquecer exatamente estes problemas, não quero ficar falando sobre eles.

 — Então, o dia ruim é porque os seus pais estão brigando com você por causa da Maya, por minha causa, por causa de nós dois. Certo?

 — Scott, eu não quero conversar. — Allison diz com a voz firme, não mostrando-se flexível.

 — Tudo bem — ele rende-se ao pedido da menina.  — Mas, por favor, para de me afastar. Eu preciso te sentir. Eu preciso falar com você. Eu preciso de você.

 — Se minha mãe imaginar que eu estou com você nem sei o que pode acontecer — ela pensa em voz alta e deita a cabeça no ombro dele.

 — Tá, sua mãe me odeia. E o seu pai?

 — Não.

 — Menos mal.

 — É, menos mal — ela murmura bem baixinho. — Podemos falar de outra coisa agora?

 Scott silencia-se por um momento pensando. Ele queria resolver este problema logo, queria que ela desabafe tudo com ele e conversasse. Entretanto, sabia também sobre a vontade dela e quis respeitá-la. Se ela precisava se distrair, ele podia fazer isto por ela.

 — Agora que você disse que não irá mais beijar outras bocas, estou mais aliviado em relação a essa sua viagem para Miami com as meninas — ele diz, descontraído. Allison levanta a cabeça, olha para ele, balança a cabeça e solta uma risada.

 — Eu não sei se eu vou mais. Não estou no clima.

 — Para de falar basteira. Você vai sim, amor.

 — Hm. Quer ficar longe de mim, é? — Ela estreita os olhos e encara-o.

 — Eu quero sempre estar perto de você. Porém, você me disse que ama viajar e conhecer lugares novos, então é uma boa maneira para você se distrair e se divertir. Você merece isto.

 — É, talvez. — Ela move os ombros. — E você? Onde passará o ano novo?

 — Não sei. Acredita que eu, o Stiles, a Elena, a minha mãe e o pai do Stiles ainda estávamos decidindo para onde ir? Stiles sugeriu que fossemos para Miami também, mas não, não iremos atrapalhar a viagem de vocês.

 — Vocês não iriam atrapalhar.

 — Iriamos sim. — Ele ri baixo. — Temos até o dia trinta para decidir. E, claro, torcer para encontrarmos passagem e hospedagem de última hora. Senão, tudo bem também, passaremos por aqui na Califórnia mesmo.

 Allison assente.

 — E o seu aniversário que está chegando, será que eu posso passar com você de novo?

 — Óbvio. Ficaria triste se você não passasse comigo — ele diz e ambos sorriem.

 — Foi bom o seu último aniversário, né? Foi a nossa primeira transa e, também, foi meio quando a gente decidiu ficar junto.

 — Meu melhor aniversário.

 — Melhor até agora — ela corrige-o. — Agora que sei o dia, posso preparar algo especial para ti.

 — Não precisa, eu não ligo muito para aniversário.

 — Precisa sim. O que você quer de presente?

 — Você. — Ele responde sem hesitar e pisca para ela.

 — Você quer de presente uma coisa que já é sua?

 — Espero que isto signifique o que eu acho que significa — Scott murmura com um fundo de alegria na voz.

 — Significa que depois que eu conversar com os meus pais e eles disserem ok, a gente pode ficar junto como um casal enfim.

 — E se eles não concordarem?

 — Aí mais conversa. Quanta conversa for necessária para eles verem que a gente se gosta de verdade e a única coisa que queremos é ser feliz sem fazer mal a ninguém.

 — E a gente não pode ficar junto até que isto aconteça?

 — Scott, vai dar tudo certo. Assim que eu voltar da viagem com as meninas, eu vou falar com a minha mãe e com o meu pai.

 — Eu não aguento mais ficar longe de você — ele murmura, frustrado.

 — É por um bom motivo. — Ela espreme o lábio um contra o outro e faz um carinho no cabelo dele.

 Os lábios do homem formam um bico descontente.

 — Será que essa noite você pode passar junto comigo pelo menos? — ele pede.

 — Estamos juntos.

 — Estou falando a noite inteira. — Scott olha-a, porém apenas recebe em resposta um silêncio seguido de um suspiro. — Está bom. Já que não terei você a noite inteira, tenho que aproveitar o pouco tempo que tenho.

 Scott abaixa-se ligeiramente, segura as coxas dela e traz a garota para o colo dele. Sustentava todo o peso da morena em seus braços e fez com que ela enlaçasse a cintura dele com as pernas. E, imediatamente, ele ataca a boca dela, iniciando um beijo com urgência.

 O moreno caminha com ela em seu colo até chegar em um sofá redondo e, então, deita-a ali com calma e fica por cima dela, sem interromper o beijo caloroso. Scott percorria a mão na coxa dela, apertando a região com força, de modo que a pele clara adquirisse uma coloração vermelha.

 A intensidade do beijo era tão alta que Allison perdeu o fôlego com rapidez. Ela separou os lábios em uma busca desesperada por ar, e Scott insaciável passou sua boca para o pescoço dela, distribuindo beijos e chupões ali.

 — Scott, para! Scott! Eu preciso de ar — Allison coloca as mãos contra o peitoral dele e empurra-o. Em um ágil movimento ela sai de baixo dele e coloca-se sentada. Seu peito descendo e subindo descontroladamente revelava a respiração desregulada.

 Scott resmunga algumas palavras indecifráveis e também coloca-se sentado, posicionando-se logo ao lado dela.

 — Para de fugir de mim, amor — ele pede e segura o rosto dela, fazendo ela olhar para ele.

 — Se continuarmos assim acabaremos nus em uma cama.

 — E isto não é bom? Eu adoraria finalizar a noite nu na cama como você.

 — Para de atentar, Scott. — Ela desvia o olhar para qualquer ponto que não fosse o homem ao seu lado. Precisava de um refúgio. — Eu estou tentando fazer o certo.

 — Por que a gente transar seria errado? — ele questiona e novamente traz o rosto dela para ele.

 — Nesta circunstância é errado — Allison olha para a boca dele ao falar. Sua voz era falha e quase não saia da boca.

 — Por quê?

 — Porque é! — Ela fecha os olhos com força, buscando resistir a vontade que seu corpo sentia de tê-lo.

 — Você está me deixando confuso, Allison.

 — Eu sei. Eu também estou confusa comigo mesma. Eu preciso... — Ela balbucia e pausa para pensar, buscando por uma saída. — Eu preciso dançar.

 — Então, dança para mim. Eu prometo que não contarei aos seus pais. Garanto que eles nem saberão que a gente se viu hoje. — Ele passa seus braços em torno da cintura dela e beija-a no pescoço.

 — Ótimo, continuarei mentindo para eles — ela murmura e remexe seu corpo, tentando se soltar.

 — Então, a gente fala a verdade. Peço perdão novamente pelo começo incorreto que tivemos, mas peço também para eles não nos julgar tanto pelo passado e peço para me darem uma nova chance. Eu digo que te amo, que você é a mulher da minha vida. Falo que eles não precisam se preocupar, porque eu nunca te magoaria e tudo o que eu quero é cuidar de você, te proteger, te amar, te fazer a mulher mais feliz do mundo.

 — Primeiro eu falo com eles, depois a gente transa. — Ela segura os braços dele e tira-os dali, livrando-se.

 — Tá. Mas, dançar não é transar. — O homem fala e sorri com perversão. — Além do mais, esta realmente é uma boa música para isto.

 Allison, enfim, presta atenção na música que tocava ao fundo e identifica de imediato: uma versão de Pony do Ginuwine. E ela não podia negar aquela realmente era uma ótima música para uma dança sensual.

 — Ah, Scott. — Allison leva as duas mãos para o próprio rosto.

 — Por favor! Presente de aniversário adiando! Vamos, amor, antes que troquem por uma eletrônica de novo.

 A Argent olha para o McCall e encara-o por segundos, cogitando se deveria realizar aquele pedido.

 — Eu me lembro de uma festa que fomos uma vez, eu mal dancei com você e você ficou todo envergonhado, agora quer que eu dance sensualmente para você em público? — ela questiona. — Sua irmã está aí, os meus e nossos amigos também, as amigas da sua irmã, qualquer um deles pode nos assistir.

 — Eu era trouxa naquela época. Eu não me importo mais. — Scott balança os ombros e sorri.

 — Wow! — Ela também exibe um sorriso, contente. — Não sei o que aconteceu com você, mas eu definitivamente prefiro você assim, sem timidez boba. Fiquei até animada para dançar para ti agora.

 Ela levanta-se e coloca-se em frente ao Scott, encara-o com intensidade ao mesmo tempo que passa a língua pelos lábios para umedecê-los e finaliza com uma mordida lenta no lábio inferior. A garota se aproxima mais até ficar entre as pernas do homem e vira-se ficando de costas para ele. Abaixa-se ligeiramente de modo que sua bunda obtivesse contato com a parte mais intima dele coberta pelos tecidos da cueca e do jeans e, então, ela começa a rebolar lentamente com alto teor erótico.

 A bunda empinada para ele executava extraordinários movimentos, hipnotizando o moreno que mantinha seus olhos fixos no corpo magro e sequer tinha coragem de piscar. O quadril dela era fascinante, movia-se como uma impressionante naturalidade para a esquerda e para a direita ao ritmo da música. Cada centímetro do corpo dela parecia dançar em perfeita harmonia.

 A t-shirt que ela usava era cumprida e chegava a cobrir o short curto, por isso, procurando proporcionar uma dançar melhor para Scott, Allison levantou um pouco a t-shirt, exibindo assim uma maior área do seu corpo para ele. Scott logo arfou quando avistou a bunda da menina coberta pelo curto short jeans e que por ela estar empinada, deixava transparecer parcialmente a polpa da bunda.

 No último refrão da música, Allison vira-se de frente para ele, ajeita suas pernas deixando-as paralelas aos quadris masculinos de modo que seus corpos continuassem encaixados com perfeição. A garota leva ambas mãos para a nunca dele e aproxima-o mais, fazendo o rosto do homem atingir seus seios. Ele ofega e ela sorri.

 A Argent não poupou sensualidade, confiança e energia. Executava movimentos firmes e precisos. Concentrava-se em rebolar no colo dele para provoca-lo ao limite. Esfregava seu corpo no dele sem qualquer pudor. Dava o melhor de si para agradá-lo.

 No fim da música, Allison segura o maxilar torto, leva sua boca para a bochecha dele passa a língua ali, em uma sexy lambida. Então, a garota esbanje uma risada divertida e sai do colo dele, jogando seu corpo no sofá.

 Scott leva sua visão para a menina esparramada ao seu lado no sofá, e recebe um sorriso dela.

 — Gostou? — ela questiona e arqueia a sobrancelha.

 Scott dá uma risada baixa. Pega a mão esquerda dela e guia para a região do pênis dele.

 — Acho que isto responde a sua pergunta — ele fala ao fazer a morena sentir a ereção existente por baixo do jeans.

 Allison ofega, fixa seu olhar em direção ao local que segurava, e morde o lábio inferior. Após alguns longos segundos vibrada ali, ela sobe sua visão para a boca do homem e, em seguida, para os intensos olhos castanhos que encaravam-na. Scott ergue as sobrancelhas, sugestivamente, e sorri.

 — Que Deus me perdoe, mas a gente precisa transar urgentemente — ela murmura por fim.

 — Hm. — Scott liberta a mão dela, entretanto ela continua com sua mão repousada na região íntima dele. — Você não precisa se não quiser — fala.

 — Eu quero. — Allison, abruptamente, levanta o tronco do seu corpo e fica sentada ao lado dele. Ela encara-o e move sua mão para a mão dele e segura. — Você não?

 — Quero. Óbvio que quero, você não sabe o quanto. — Ele entrelaça seus dedos aos dela. — Só estou falando que eu não estou te forçando, não quero que você se arrependa depois e talvez diga que eu te atentei a isso.

 — Scott, eu não sou inocente e muito menos finjo que sou. Eu sei muito bem o quero e tenho plena consciência do que eu faço.

 — Mas você disse que não queria transar sem nos resolvermos com os seus pais.

 — Eu sei o que eu disse. E, sim, estou me contradizendo. Quero fazer o que eu disse minutos atrás que era errado. Eu tenho dezenove anos e só faço merda. Acho que preciso de mais tempo para amadurecer. Ou talvez eu deva me conformar que eu nunca serei uma pessoa correta. Porém, pecado maior é você ter me atiçado a noite inteira e agora deixar que eu me alivie sozinha. — Ela olha para a boca dele e morde o próprio lábio. — Vamos? Eu preciso transar.

 Ela sobe sua visão até alcançar os olhos dele. Demorou algum tempo para Scott processar qualquer resposta, pois ele se perdeu nas íris castanhas que transbordavam luxúria. Quando conseguiu falar, apenas um múrmuro quase indecifrável saiu da boca dele e, apesar de tudo, Allison conseguiu entender.

 — Onde?

 — Não sei, não pode ser no meu apartamento, pois o meu pai está lá — ela fala.

 — No apartamento da Elena? — ele sugere.

 — Tem muita gente lá. Tem a sua mãe e depois chegará o Stiles, a Elena e as amigas dela.

 — E daí? Seremos silenciosos. E eu peço para a Elena me emprestar o quarto dela esta noite, ela não recusará um pedido meu.

 — Tem certeza? — ela questiona e Scott assente. — Tudo bem.

 E, então, Scott e Allison se levantam. Os dois procuram por Elena e encontram-na sozinha no bar.

 — O que você está fazendo aí sozinha? — pergunta Scott à irmã e brinca com o cabelo dela.

 — Seu amigo disse que já voltava, pois ia me trazer uma “surpresa” — ela faz aspas com os dedos — e estou aqui esperando ele aparecer.

 — Faz muito tempo?

 — Desde que vocês dois — ela aponta para o irmão e para a Allison — estavam se curtindo naquela dança super sensual.

 Scott entreabre a boca. Allison olha-o e dá uma gargalhada com a cara que ele produzia.

 — Vai ficar tímido agora, neném? — A Argent zomba e aperta a bochecha dele. — Você também é envergonhada assim, cunhada?

 — Eu acho que não — ela responde e ri.

 — É sim — diz Scott. — Bem, na verdade, eu e a Elena temos a timidez de uma pessoa normal, é você que é muito descarada. — O homem encara a Argent e ergue uma sobrancelha.

 — É, talvez eu seja, mas ainda bem que eu sou descarada, senão não teríamos vivido a metade do que vivemos e seriamos apenas mais um casal tedioso. Você deveria agradecer por eu ser assim.

 — Eu agradeço. — Scott abraça-a e deposita um beijo rápido na bochecha dela. — E, Elena, eu tenho um pedido...

 — Só dizer.

 — Será que você poderia nos emprestar o seu quarto esta noite? Para mim e para a Allison. Por favor! — ele pede com uma voz meiga e junta as duas mãos como se implorasse. Elena olha para ele, depois para Allison e depois volta a visão para o homem.

 — Para quê? — a irmã mais nova de Scott questiona e estreita os olhos.

 — Você sabe.

 — Eu não sei. Em vez de me fazer adivinha, você poderia me dizer logo... — ela murmura fazendo uma expressão confusa.

 — Meu Deus, Elena — resmunga Scott e revira os olhos. Já Allison ria por saber que a garota zoava com o irmão mais velho.

 — O quê? — Elena questiona. — Espera... — ela abre a boca formando um perfeito círculo, coloca a mão em frente aos lábios e arregala os olhos, reproduzindo uma cara chocada. — Você está pedindo para transar no meu quarto, Scott McCall?!

 Allison solta uma risada ainda mais alta e faz Elena perder a postura séria, a McCall também cai na gargalhada. Já Scott balança a cabeça em negação.

 — Idiotas — ele murmura e bagunça o cabelo de ambas.

 — Idiota — Elena ainda rindo empurra o irmão e, logo, passa os dedos entre os fios dos seus cabelos para ajeitá-los. — Podem usar o meu quarto. Só não acordem a Mama, ela provavelmente estará dormindo no quarto ao lado.

 — Obrigado. Não vamos fazer barulho — fala Scott. — Pelo menos não muito. Mas, enfim, quer que fiquemos com você até o Stiles voltar?

 — Não precisa. Vão se curtir, vocês precisam e merecem. — Elena sorri e pisca para o casal.

 — Então, tá. — Scott assente. — Tchau. Te amo. — Ele se despede da irmã dando um beijo no topo da cabeça dela.

 — Tchau, te amo também. — Elena sorri.

 — Obrigada, cunhada. — As duas se abraçam em despedida.

 — Quando vocês quiserem ir embora... — fala Scott, porém é interrompido antes de terminar a frase.

 — A gente dá um jeito, Scott, não se preocupa — Elena tranquiliza-o.

 Scott e Allison abandonam a balada por fim.

 Scott leva-a para o apartamento que Elena dividia com as amigas, no entanto que agora estava vazio, apenas Melissa fazia-se presente, mas pela escuridão devido a todas as luzes estarem apagadas, Scott presumiu que a mãe já dormia.

 Os dois vão para o quarto da McCall e trancam a porta sem demora.

 Allison percorre os olhos por cada canto dali quando Scott acendeu a luz. Era um belo quarto, com muitos livros e alguns ursos de pelúcia. A Argent sorri ao ver um porta-retratos com uma foto da Elena e do Scott juntos e abraçados. Os olhos castanhos logo percorrem para outras fotos, avistando Elena de líder de torcida, a menina com os amigos na formatura e também uma foto dela com a Melissa.

 — Sua mãe está dormindo no quarto ao lado — murmura Allison sem pensar.

 — Não vai me dizer que Allison Argent está tímida.

 A morena dá uma risada baixa. Se aproxima mais do homem, segura na barra da camiseta dele e puxa para cima, arrancando a peça de roupa por completo com a ajuda dele. Allison espalma sua mão no peitoral dele e desliza até o abdômen que parecia ainda mais definido desde a última vez que ela o viu. A garota morde os lábios, deliciando-se com a visão do paraíso. Ela sobe seus olhos até chegar nos dele, sorri perversamente e, então, empurra-o, fazendo com que ele caísse na cama.

 — Não — ela fala. — Allison Argent está extremamente excitada.



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