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História Hands to Myself - Epílogo;


Escrita por: AllieMaddox

Notas do Autor


Hello, hello ♡
Aqui está o epílogo! Ou seja, a finalização oficial de hands to myself! Tem algumas referências no epílogo, quem pegar pegou (como por exemplo nomes de certas pequenas pessoas não foram escolhidos aleatoriamente).

Vou começar agradecendo quem continuou comigo até aqui e não abandonou a história no meio. Obrigada por todos os comentários que vocês me presentearam e por todos os favoritos, chagamos em +250 e isto foi o maior número de favoritos que tive até agora. Minha fanfic mais “conhecidinha” (as outras eu exclui, haha). Leitores fantasmas, obrigada também, mesmo que nunca tenham aparecido nos comentários, ter lido a história até o final já o suficiente para me alegrar.
Sei que não agradei todo mundo em todos os sentidos, talvez porque queriam que certo personagem tivesse aparecido mais ou que certo ship acontecesse, mas, é a minha última fanfic de teen wolf e eu quis seguir o que me dava vontade de escrever, escrever algo que eu não estou a fim só para agradar alguém é ruim demais. :( Mas, olha, tem tantas outras fanfics de tw, com qualquer outro ship ou amizade que queira. Espero que não tenham ficado chateados por algum motivo assim.
Sobre escrever uma fanfic tão longa: não aconselho, vocês não sabem quantas vezes eu pensei em desistir. Várias vezes cogitei excluir a história. Várias mesmo. Como eu já disse, deus me dibre escrever outra fanfic tão longa quanto htm, agora só escrevo fic de no máximo do máximo 20 capítulos. Mais que isto tou fora, pego minhas short-fics e vou embora. Caso queira ler minhas próximas histórias fica à vontade, só me seguir, ou me adicionar como amiga, ou não sei, haha

Enfim, mesmo a fanfic sendo considerada um “clichê” espero que tenham gostado e se divertido. Eu pelo menos amei escrever. É isso, obrigada de novo por tudo ♡

Capítulo 38 - Epílogo;


 A tarde havia acabado de chegar quando Allison dirigia seu carro pelas ruas de Los Angeles. Um sorriso sincero nasce nos lábios avermelhados no momento que os olhos castanhos avistam a fachada que dizia: Clínica Veterinária True Alpha. Ela estaciona na primeira vaga, sai do carro e adentra a clínica. Encontra Malia e Summer sentadas confortavelmente nas poltronas brancas da recepção, ambas mantinham as pernas para cima apoiadas na mesa de centro. As duas mulheres acenam para a Argent. Allison acena de volta e senta-se no sofá.

 — Cadê o Scott? — pergunta Allison por não vê-lo ali com as duas.

 — Está lá em cima, atendendo — diz Malia.

 — Ainda? Hoje vocês três não iriam trabalhar apenas até à uma hora da tarde?

 A True Alpha era a clínica que Malia, Scott e Summer abriram assim que cada um finalizou a graduação. Os três se deram incrivelmente bem trabalhando juntos e não demoraram para fazer a clínica ser muito bem reconhecida em Los Angeles, principalmente com a ajuda de Allison, Isaac e Theo que divulgavam fortemente a True Alpha em cada canto que podiam – e até mesmo onde não podiam.

 — Iríamos, mas, enquanto nós três estávamos esperando você chegar, apareceu uma cliente choramingando dizendo que o cachorro dela parecia mal e pediu para o Scott examinar — a Hale explica.

 — E, pela demora, aposto que o motivo dela estar aqui não é apenas pela saúde do cachorrinho, até porque a Malia ofereceu para examinar e ela negou dizendo que queria o Scott — conta Summer. — E não é a primeira vez.

 — Ah, entendi, mais uma assanhada — comenta Allison.

 — Mais uma — confirma Malia e as três riem.

 — Acho que vou lá perguntar ao Scott quanto tempo ele ainda vai demorar. — Allison pisca para as amigas e levanta-se. Vai em direção à escada e sobe para o andar superior. Logo, através do vidro, ela vê o moreno dentro da sala acompanhado da tal cliente, uma mulher jovem, cabelo longo e no tom castanho claro, usava um vestidinho e salto alto.

 Scott avista Allison fora da sala e sorri para ela, fazendo a mulher de cabelo castanho virar curiosa para trás para ver quem o moreno olhava. Allison pôde perceber então que ela também possuía olhos esverdeados e uma boca bem desenhada.

 — Posso entrar? — pergunta Allison ao parar na porta aberta.

 Scott assente e abre o braço esquerdo, convidando-a. Allison sorri, anda até ele e envolve-o na cintura usando braços, enquanto ele passa o braço esquerdo em volta dos ombros dela.

 — Oi — a Argent cumprimenta a mulher.

 — Oi — ela responde secamente, encara Allison com uma cara nada convidativa e cruza os braços sobre o peito, evidenciando ainda mais o decote do vestido.

 Allison arqueia a sobrancelha, porém ri internamente.

 — Como ele está? — Allison olha para o pequeno Maltês em cima da mesa.

 — Ele está bem — informa Scott e percorre carinhosamente sua mão direita entre os pelos branquinhos do filhote. — Estou falando para a Jessie que ela não precisa se preocupar, não há nada de errado com ele.

 — Mas, doutor, ele parece estranho, eu acho... — Jessie começa a falar, voltando a olhar apenas para o homem.

 — O Scott disse que não há nada de errado, então não há nada de errado. Pode ter certeza que ele não iria se enganar, o meu marido é um ótimo veterinário, se duvidar até mesmo o melhor de Los Angeles... bom, para mim ele é o melhor do mundo de qualquer maneira. Pode confiar no Scott, Jessie. Este neném está bem — Allison brinca com o filhotinho ao mexer no nariz dele.

 — Tem certeza, doutor?

 — Ele tem certeza — confirma Allison.

 — Tenho certeza, Jessie, ele está bem — Scott confirma e só então a mulher assente. — Qualquer problema que ele aparentar ter, você pode voltar aqui, quando quiser.

 — Tudo bem, doutor, eu certamente voltarei. — Jessie sorri e pega o seu cachorrinho no colo.

 — Claro, volte sim — Allison diz e sorri. Jessie olha para ela e estreita os olhos.

 — Tchau, Scott, tenha um bom sábado.

 — Tchau, Jessie, bom sábado para você também — o homem se despede.

 — Tchau, Jessie, bom sábado — Allison acena com a mão, dando um tchauzinho.

 Jessie exibe um sorriso amarelo e sai da sala.

 — Allison, Allison — murmura Scott olhando para a mulher dele.

 — O que? — ela indaga, fazendo-se de desentendida, e abre um largo sorriso que mostrava todos os dentes. Scott ri e balança a cabeça em negação. — Ela estava nos atrasando, nós precisamos ir logo, amor. A noite de hoje será mais uma conquista para mim, para nós.

 Ele assente e eles sorriem um para o outro.

Não poderia estar mais orgulhoso de você, amor. — O McCall abraça-a forte e beija-a.

(...)

 O pôr do sol lá fora denunciava a chegada da noite. Mais uma memorável noite. Allison não poderia estar mais feliz e Scott também não poderia estar mais feliz por ela. Ele sentia-se imensamente feliz por poder ter a honra de presenciar cada sonho dela que se tornava real, assim como acontecia ao contrário, Allison satisfazia-se com cada objetivo atingido do amado.

 Os olhos transbordando admiração fixavam-se na esposa. Sentado sobre a grande cama de casal, Scott assistia a mulher terminar de se arrumar em frente ao grande espelho. Mesmo após anos juntos, ele nunca se acostumou com tamanha perfeição que ela possuía, sempre ficava impressionado com o quão linda ela era.

 — Está bom? — ela questiona ao finalizar. Dá uma volta completa para mostrar todos os detalhes do seu visual. Usava um vestido longo na cor preta com uma fenda que deixava a perna direita à mostra, e uma sandália de salto alto da mesma cor. Seu cabelo negro estava solto e volumoso com ondas perfeitas. A maquiagem clean destacava cada traço do rosto dela que Scott amava. O pescoço carregava um colar delicado e na mão, além da aliança de casamento, tinha também um outro anel.

 — Eu sou casado com a mulher mais linda do mundo — diz Scott carregando um sorriso apaixonado nos lábios.

 — Eu sou casada com o melhor homem do mundo... em todos os sentidos — pisca para ele e sorri. — Vamos, amor? — estica a mão, convidando-o para segurar e assim ele faz quando se levanta e entrelaça seus dedos com o dela com exatidão.

 Juntos, eles abandonam o quarto e caminham para a grande sala.

 — Você acha que a sua mãe não virá mesmo? — pergunta Scott.

 — Acho que não — murmura Allison. — Ela está com a Hayden e não autorizaram a Hay viajar de Londres até aqui por causa da gravidez, ela já está perto de ganhar o bebê. Então acho que infelizmente minha mãe também não virá.

 Os dois param na entrada da sala ao se depararem com aquela cena. Eles olham um para o outro e um sorriso divertido nasce nos lábios de ambos.

 — Aria McCall-Argent — Allison chama a atenção da pequena. Aria dá um pulo assustado e esconde-se atrás da poltrona, deixando só o topo da cabeça visível para os pais. Allison solta a mão de Scott e anda até a poltrona. — O que foi que você fez com o seu irmão?

 Aria move a cabeça para cima até conseguir visualizar a mulher.

 — Eu só estava arrumando ele, mamãe. Agora ele está muito mais estiloso. — Aria sai de trás da poltrona.

 O bebê agora tinha seus cabelos todo arrepiados em um topete bagunçado feito por Aria, além do blazer estar aberto e com as mangas dobradas também resultado da arrumação da irmã.

 — Não está, papai? — a pequena menina de cabelos escuros como a noite, mira seus olhos de jabuticaba em direção ao pai e exibe seu sorriso tão encantador quanto o da mãe.

 — Está — Scott confirma e ri. Allison estreita os olhos, encara o marido e balança a cabeça em negação.

 — Meu amor, eu acho que você deveria deixar o seu pai mais estiloso também. Arruma o cabelo dele, faz um topete bem lindo igual ao do seu irmão — incentiva Allison, arqueia uma das sobrancelhas ainda encarando Scott e sorri de lado.

 Aria balança a cabeça para cima e para baixo com animação. Corre até o pai e gesticula para ele abaixar para que ela pudesse arruma-lo.

 — Eu bem que queria, filha, no entanto estamos atrasados — Scott diz.

 — Não estamos não, dá tempo — contrapõe Allison, provocando-o. Scott entreabre a boca.

 — Só se depois você arrumar o da sua mãe.

 — A mamãe já está linda — fala Aria. E Allison sorri vitoriosa.

 — E eu estou feio? — Scott faz um bico triste.

 — Não, papai, mas o senhor pode ficar ainda mais lindo.

 — A mamãe está enganada, estamos atrasados sim, outro dia eu deixo você arrumar o meu cabelo, está bom? Eu prometo — Scott se abaixa e traz a pequena para os seus braços. Ele enche-a de beijos e faz a menina gargalhar com as cócegas que sentia.

 — Mamãe! — exclama Aria em desespero quando vê Allison ajeitando o cabelo do bebê. — Deixe-o assim, por favor!

 Allison olha para a filha que fazia aqueles olhos pidões irresistíveis e suspira.

 — Se a sua vó perguntar o que aconteceu, eu vou dizer que foram vocês dois que arrumaram o Ezra.

 — A vovó vai amar! Papai, tem certeza que você não quer também? Eu faço rapidinho. A festa é da mamãe, nós podemos chegar a hora que quisermos.

 — Podemos mesmo, filha. A vovó McCall vai gostar muito mais de vê-lo com um topete estiloso, não é?

 — É! — Aria abre um largo sorriso.

 — Eu ajudo a Aria, amor, ficará lindo. — Allison olha para o marido e também abre um largo sorriso, idêntico ao da filha.

 — Vocês são duas pestinhas com os sorrisos mais lindos do mundo — murmura Scott. — Porém realmente precisamos ir, outro dia vocês me arrumam. O Isaac, a Malia e a Luna estão nos esperando.

(...)

 Os olhos castanhos de Allison mantinham-se marejados desde o momento que ela chegou. O sorriso estampado em seu rosto não foi embora por um segundo sequer. Depois de anos trabalhando duro, finalmente, agora ela encontrava-se na Première da primeira série de televisão que ela podia chamar de sua. A série policial que ela escreveu, dirigiu e produziu com tanta dedicação iria ser disponibilizada para todos amanhã em um popular serviço de streaming e ela não poderia estar mais feliz.

 O elenco principal posava para os fotógrafos no tapete vermelho e Allison acompanhava tudo de perto.

 Seus olhos só se arregalaram quando ela viu a filha correr, juntando-se ao elenco, levando consigo a menina que escondia o oceano nos olhos assim como o pai, dona de belos cachos dourados e de sorriso impressionantemente meigo.

 — Luna! Aria! Voltem aqui! — Isaac aparece em desespero e chama pelas meninas.

 — Deixa essas princesas tirarem foto conosco — Marie fala e ri. Sim, Marie, a mulher de cabelos de chamas que estudou com Allison, fazia parte do elenco da série. A ruiva abraça as duas e posa para os fotógrafos com elas.

 — Você não consegue segurar duas crianças, Isaac — Allison zomba do amigo e balança a cabeça em negação.

 — Não são duas crianças, uma é filha da Allison Argent e a outra é a filha da Malia Hale e Isaac Lahey — o loiro dá os ombros e sorri. — Estas duas cismaram que querem ser atrizes famosas, elas estavam implorando para eu te convencer a coloca-las em um filme.

 — Elas também vêm me pedindo sempre. Porém elas são muito novas, a Aria só tem cinco anos, a Luna tem quatro. Não quero que elas percam a infância delas. E, aliás, isto é a coisa de criança, elas nem sabem o que querem da vida.

 — Mas se elas insistirem neste assunto, ano que vem quando a Luna fizer cinco anos poderíamos colocar as duas juntas no teatro infantil, será bom para elas, elas vão brincar e se divertir lá, nada sério.

 Allison concorda.

 — Desinibidas as duas já são — diz Allison e volta a olhar para as crianças que faziam caras e bocas. A Argent e o Lahey acabam rindo. — Aria, Luna, a gente vai lá sentar, vocês vêm?

 — Daqui a pouco a gente vai, mamãe — responde Aria e Luna balança a cabeça concordando.

 — Eu cuido delas, Allie — Marie fala e Allison assente.

 A mulher morena e o homem loiro andam em direção à mesa redonda onde Scott, Ezra, Malia, Chris, Peter, Summer, Theo, Melissa e Noah estavam. A morena franze o cenho quando vê Scott sentando no chão e Ezra engatinhando ali. Malia, Chris, Summer, Theo, Peter, Noah e Melissa mantinham seus olhos fixos neles e sorriam.

 — Está tudo bem? — pergunta Allison sem entender o que eles faziam no chão.

 — Ele deu os primeiros passos sozinho, amor — conta Scott com alegria.

 — E ninguém me chamou?! — Allison abre a boca formando um círculo perfeito.

 — Foi muito rápido, Allie — fala Melissa.

 — Ah, não, não acredito que eu perdi. — A Argent senta-se de cócoras no chão, sem se importar com o vestido ou com qualquer postura que supostamente deveria manter. — Será que ele consegue de novo? Por favor! — Allison olha para o filho e depois para o marido.

 — Vamos tentar — diz Scott, coloca o filho em pé e solta-o com calma. O pequeno fica durinho parado no mesmo lugar.

 — Vem para a mamãe, meu amor — Allison chama com uma voz meiga e abre os braços convidando-o. O pequeno Ezra foca seus olhos escuros na mãe, abre um pequeno sorriso, abre os bracinhos imitando-a, porém, antes de dar o primeiro passo, ele cai de bunda no chão e solta uma gargalhada gostosa de ouvir. Logo, ele começa a engatinhar até chegar na mãe. Allison sorri para ele e abraça-o, carregando-o em seus braços, porém estava frustrada por ter perdido os primeiros passos do seu bebê.

 — Ele vai andar de novo, amor, só esperar — conforta Scott. Allison assente e espreme os lábios ainda desanimada, por isso o homem se aproxima, abraça-a e distribui um beijo carinhoso na bochecha dela. — Para com esta carinha.

 Scott faz um carinho no cabelo da esposa.

 — Te amo — ela diz a ele bem baixo para que ele só ele escutasse.

 — Te amo também.

 Eles sorriem um para o outro.

 Ambos saem do chão e vão sentar-se devidamente sobre a cadeira. Allison segurava o filho no colo e não demorou para ele dormir em seus braços. Malia, Isaac, Summer, Theo, Scott, Allison, Peter, Chris, Melissa, Noah conversavam descontraidamente. As duas pequenas haviam voltado, Luna sentava-se no colo do vovô Hale, e Aria acomodou-se no colo do vovô Argent.

 Em alguns minutos, Allison se alegra ao ver o novo grupo de pessoas que acaba de chegar: Elena e Stiles; Derek e Paige com o filho; Octavia com o Lincoln e a filha; E, também, Lydia, Kira e Brooke com os devidos esposos. Todos estes agora moravam em New York. Allison e todos na mesa que residiam em Los Angeles não via-os há um tempo considerável. A saudade ali era gigantesca. Os cumprimentos foram longos e calorosos. Muito beijo, abraço, palavra e contanto.

 Stiles concentrou-se principalmente no pai e no melhor amigo, enquanto Elena depositou quase toda a sua atenção na mãe e na sobrinha. Derek foi o primeiro a ir até a melhor amiga para matar a saudade e para parabeniza-la pela conquista e também dizer quão orgulhoso estava.

 As melhores amigas Brooke e Octavia cumprimentaram todos rapidamente e, logo em seguida, deram seu total foco para as crianças: Luna, Aria, Katherine, a filha de Octavia, e Dylan, filho do Derek. Brooke amava-os, considerava-os todos como sobrinhos e adorava ser chamada de tia por eles, mimava cada um.

Octavia conheceu Luna e Aria em uma das festas de aniversário do Stiles. Ela apaixonou-se pelas duas e também sentiu-se imensamente feliz por Scott. Na adolescência, ela escutou por diversas vezes que ele queria ser pai e ter uma família, e agora ele tinha isto, tinha o que sempre quis, assim como ela. Os dois voltaram a conversar e retomaram a amizade que nunca morreu de verdade. Eles também ficaram animados por Katherine e Aria se darem bem e se considerarem como amigas.

 Kira e Lydia foram abraçar Malia primeiro e, quando Derek enfim largou Allison, elas foram conversar com a amiga Argent, também parabenizando-a pela conquista.

 Logo, eles dividiram-se em quatro mesas próximas que Allison reservou especialmente para os seus convidados. Na primeira sentavam-se: Melissa McCall, Chris Argent, Noah Stilinski, Stiles, Elena e Scott. Na segunda: Peter Hale, Malia, Isaac, Derek, Paige e Allison. Na terceira: Theo, Summer, Kira e Lydia e seus parceiros. E na última: Brooke e Octavia com os maridos, e as quatro crianças.

 — A gente precisa marcar de viajar juntos, sem crianças! — fala Allison. — Meu pai e a Melissa ficam com a Aria. A Katherine fica com a mãe da Octavia. E, você, vovô Hale, fica com a Luna e com o Dylan. — Ela pisca para o Peter.

 — Eu não sei se confio o Dyl sob os cuidados do Peter — murmura Derek, zombando do tio que revira os olhos e balança a cabeça em negação.

 — As crianças me amam — Peter diz e balança os ombros.

 — Claro, pai, você deixa elas fazerem o que querem, parece até que você que as obedece e não ao contrário — comenta Malia. — É só a Luna fazer um biquinho que você cede a qualquer vontade dela.

 — O que eu posso fazer se ela é a primeira com sangue Hale que é toda meiga? — indaga Peter.

 — Isto, porque a Luna puxou o pai aqui — Isaac fala, pisca e sorri.

 — Com certeza — Derek diz com tom de ironia após ouvir a frase que o melhor amigo acabara de proferir. E eles riem.

 — Nem dá para acreditar que aquela menininha que parece um verdadeiro anjo saiu de vocês dois — Paige diz olhando para a pequena sentada na outra mesa, ela estava quietinha com os cotovelos apoiados na mesa e o queixo nas mãos. Mechas dos encaracolados fios dourados caídos tampavam o olho esquerdo.

 Allison concorda com Paige.

 — Nossa filha é linda mesmo — Isaac passa o braço em volta da esposa.

 — Ela é — confirma Malia e sorri.

 — Ei! Luna! — Isaac chama pela filha que mira aquelas íris intensamente azuis para ele na mesma hora. — Te amo!

 Luna abre um sorriso, desapoia o queixo para deixar suas mãozinhas livres e poder formar um coração com elas. Como tradição, Malia e Isaac também formam um coração com as mãos para a filha.

 Já na outra mesa, Ezra era o centro das atenções. O penteado dele ainda era motivo de gargalhadas. Melissa até tentou convencer Aria deixar que ela mudasse o penteado, mas a menina de cinco anos não permitiu e falou que o irmão estava lindo e estiloso assim.

 O bebê estava sentado sobre a mesa, sorria e batia palminhas com a música infantil que Stiles e Elena cantavam para ele. Quando termina a música, Elena não se segura e pega o sobrinho nos braços, ergue-o no ar e beija a barriguinha dele.

 — Como eu amo este gordinho! — ela exclama, não aguentando tanta fofura.

 — Será que ele se dará bem com a Britt? — questiona Stiles olhando para Elena.

 — Stiles! — ela repreende-o com o olhar.

 — Que Britt? — pergunta Scott, confuso.

 — Fala agora, amor, para que esperar mais? — Stiles faz um carinho no cabelo da mulher. Ela suspira e move a cabeça concordando.

 — Mãe, senhor Stilinski... — começa Elena. — Vocês sabem que eu e o Stiles estávamos nos planejando financeiramente, o Stiles trabalhando em muitos projetos de engenharia em NY, eu trabalhando no hospital da Brooke, compramos a nossa casa do sonho e... chegamos juntos à conclusão que estamos no momento certo para aumentar a família... a Brittany está a caminho, eu estou grávida... — conta.

 — Você finalmente vai ser pai, parabéns, bro — Scott sorri e abraça o melhor amigo.

 Nos segundos seguintes, lágrimas também faziam parte daquela mesa. Melissa abraçou a filha mais nova, enquanto seus olhos se emocionavam pela notícia que acabara de receber. Melissa chorou a mesma intensidade quando soube que iria ser vó pela primeira vez. Chorou pela segunda e agora pela terceira. Se fosse vó pela quarta vez, acreditava que viria a chorar também, a felicidade era exatamente a mesma e jamais diminuiria.

 — Está tudo bem, pai? — Stiles pergunta por ver os olhos do homem mais velho marejados.

 — Está, claro que está, eu sempre via a Melissa, o Chris e até o Peter com os netos, e eu me sentia tão ansioso para ter o meu também...

 — Sua vez chegou, vovô Stilinski — Stiles diz e sorri para o pai que sorri de volta.

 — Ser vô é a melhor experiência que eu já tive — comenta Chris. — A Aria e o Ezra foram o melhor presente que eu recebi. Agora vem o bebê da Hay. Eu não me importaria em ter mais netos.

 — Tem que ser da Hayden, porque, infelizmente, a Allison não quer mais engravidar — fala Scott.

 — Você queria ter mais filhos, bro? — questiona Stiles.

 — Queria. Se dependesse apenas de mim, eu abriria uma creche com a Allison — Scott brinca.

 — Você é louco — Stiles ri.

 — Eu apenas amo ser pai.

(...)

 Allison agora conversava com a produção da série, com parte do elenco e com alguns jornalistas convidados para fazerem a cobertura da première. Ela dava pequenas entrevista, respondendo perguntas sobre a série, a escolha do elenco, expectativas e detalhes dos bastidores.

 — Senhora McCall — uma voz grossa chama-a, Allison olha para trás e encontra John, um rapaz que cuidava da entrada dos convidados. Allison pede licença para o grupo de pessoas que estava e vai até John.

 — Argent — corrige-o. — Me chame de Argent, John, ou Allie mesmo.

 — Estou brincando, Allie... — ele sorri. — Enfim, tem uma mulher querendo entrar, ela disse que te conhece, mas o nome dela não está na lista. Ela disse ser Maya Werneck. Devo autorizar a entrada dela?

 — Ah, você só pode estar brincando — resmunga consigo mesma e revira os olhos. — Deixa eu ver o que ela quer.

 Caminha a passos pesados até a entrada, encontrando Maya ali.

 — Oi, Allie — a loira cumprimenta-a com simpatia.

 — O que você quer? — questiona Allison sem rodeios.

 — Fiquei sabendo da pré-estreia da sua série.

 — Hm. — Allison arqueia a sobrancelha desconfiada e cruza os braços sobre o peito. — Amanhã cedo estará disponível ao público se quiser assistir.

 — Você não vai me deixar entrar?

 — Por que eu deveria?

 — Porque o passado fica no passado, aquela Maya não existe mais, desculpa por tudo, eu sou uma nova Maya agora.

 — E quem me garante que eu vou gostar da nova Maya? — indaga Allison, ainda sem depositar a sua confiança na loira.

 — Allison, guardar rancor não é bom.

 — Isto não é rancor, estou me prevenindo, eu não sei quais são as suas intenções e não estão a fim de arriscar. Você não vai estragar a minha noite.

 — Eu não tenho nenhuma intenção ruim, eu só vim te prestigiar. Me desculpa pelo o que eu fiz no passado, mas é injusto você me julgar para sempre — murmura Maya, com uma estranha voz acanhada e um tanto calma. — Scott, oi... — ela sorri.

 Allison olha para trás e avista o marido se aproximando. Ele tinha uma expressão confusa no rosto. Involuntariamente, pelo instinto protetor, Scott envolve Allison com seus braços e a traz para trás, criando uma distância maior entre ela e Maya. A loira desfaz o sorriso e comprime os lábios quando os olhos claros miram nos braços do homem em volta da cintura da Argent.

 — O que você está fazendo aqui? — questiona Scott.

 — É a pré-estreia da série da Allie e eu...

 — Certo — ele interrompe-a. — E a estreia é amanhã, você pode assistir tranquilamente da sua casa.

 — Vocês não vão me perdoar pelo passado? Eu mudei, eu juro, não vim aqui com más intenções. Eu só quero a amizade de vocês, a amizade de todos vocês.

 — Nossa amizade? — pergunta Allison. — Eu sinceramente não estou te entendendo. Você está perdendo o seu tempo aqui. Por que não vai encontrar os seus amigos e nos deixa em paz?

 — E-Eu não tenho amigos — a loira diz em múrmuro quase inaudível.

 — Tanto faz... amigos, seguidores, sei lá como você os chama. — Allison revira os olhos.

 A loira suspira e abaixa a cabeça, deprimida. Allison e Scott se olham, confusos, não compreendiam o porquê da loira estar ali e muito menos a postura defensiva que ela adotava. A voz dela era baixa e insegura. Parecia ter pouca energia e eles não puderam encontrar nenhuma expressão positiva no rosto dela, apenas pequenas doses de desanimo e tristeza.

 — Eu acabei de passar por uma fase ruim. Problemas de saúde que me fizeram ficar quase um mês internada no hospital — conta Maya, ainda de cabeça baixa.

 — Oh, você está bem agora? — pergunta Allison.

 — Estou — ela exibe um pequeno sorriso no canto dos lábios.

 — Que bom, então — a Argent dá a ela um singelo sorriso de apoio. Maya assente.

 — Contudo isso me fez ver que vocês estavam certos — continua Maya com uma voz falha. — Neste mês eu não recebi nenhuma visita que não fosse a minha mãe, mas ainda assim ela veio poucas vezes por causa do trabalho. Ninguém que se dizia meu amigo me visitou ou me ligou. Quando eu sai do hospital sequer se deram ao trabalho de fingir que se importaram comigo. Eles só se importam de verdade com o dinheiro dos meus pais. Eu nunca vivi nada real, nunca vivi nada que não tivesse algum interesse no meio, e eu... eu quero viver isto agora. Eu quero ter um amigo de verdade, um amigo que se importe comigo, não com o que eu tenho, um amigo que eu sei que não me abandonaria nem se minha conta do banco zerasse... Eu admiro a amizade que você tem com o Stiles, Scott, e todas as suas amizades, Allie. Eu só quero ter um amigo também. Então, eu pensei que talvez vocês poderiam me dar uma chance. Eu não quero morrer sozinha!

 — Tá — diz Allison. — E por que a gente?

 — Porque vocês são umas das poucas pessoas que eu sei que não seriam meus amigos por interesse.

 — Sinto muito, Maya, mas amizade se constrói, não é assim de um dia para o outro. Principalmente confiança. E não é segredo para ninguém que a gente não confia em você — fala Scott.

 — Eu sei — ela suspira novamente. — E por isto vocês não vão me deixar entrar... — conclui. — Tudo bem.

 Allison olha para Scott procurando por respostas, entretanto ele parecia tão perdido quanto ela. Em uma comunicação silenciosa, apenas por olhares, eles chegam em uma conclusão juntos. A mulher de cabelos negros respira fundo e volta sua visão para a loira.

 — Se você fizer uma só coisinha suspeita ou incomodar qualquer pessoa, você será imediatamente arrastada para fora pelos seguranças! — a Argent profere com dureza e alto nível de seriedade para que Maya não duvidasse das suas palavras.

 — Eu não vou! Eu me comportarei! — garante Maya.

 — Ok. Ok. Entra aí. — Allison autoriza a entrada dela.

 A loira sorri e passa pelo casal abraçados, andando para dentro do local onde ocorria a première.

 — Eu não confio nela — sussurra Scott.

 — Eu também não. Mas talvez ela esteja mesmo tentando mudar. Todos merecem o benefício da dúvida. Você me ensinou isto, lembra?

 — Hm, lembro — ele arqueia a sobrancelha direita. — Então agora vamos ser amigos dela?

 — Não. Não mesmo — nega Allison. — Eu não estou nem um pouco a fim de ter Maya como amiga, porém não é por isso que eu vou trata-la mal. Não significa absolutamente nada eu ter deixado ela entrar, apenas não fará diferença nenhuma para mim a presença ou a ausência dela aqui... pelo menos eu espero que não faça.

 Scott assente, no entanto era visível o ar de desconfiança em sua feição.

 — Está tudo bem, amor — Allison tranquiliza-o.

— Promete tomar cuidado? Senão eu terei que ficar a noite inteira abraçado com você, como um segurança, prevenindo o risco da Maya estar mentindo para no fim fazer alguma merda hoje.

 — Prometo tomar cuidado. — A mulher sorri e distribui um beijo rápido nos lábios dele. — Toma cuidado também.

 Os dois vão na mesma direção que Maya e encontra a loira ainda parada ali, totalmente perdida. Ela parecia não saber para onde deveria ir. Seus olhos claros corriam pelo local e não encontravam um destino. Os olhares que recebeu das pessoas conhecidas não foram nem um pouco convidativos.

 — Scott, Allison — a loira se aproxima deles depressa quando avista-os. — Será que eu posso ficar com vocês?

 — Hm, eu estou meio que trabalhando — diz Allison. — Tenho que voltar a falar com os jornalistas.

 Maya assente e muda sua visão para Scott, buscando uma resposta. Scott entreabre a boca, olha para a esposa que dá os ombros, dizendo que tudo bem qualquer resposta dele. O homem resmunga mentalmente.

 — Pode — rende-se Scott.

 — Eu vou lá... se cuida, amor — Allison faz um carinho no rosto do marido.

 Antes de deixá-la ir, Scott segura no rosto da amada e traz para ele até suas bocas se encontrarem em um breve beijo. Scott sorri para ela ao separar os lábios e recebe um sorriso de volta. O sorriso permanecia no rosto do homem enquanto ele via Allison se afastar, ele admirava-a e só desviou a visão quando sentiu sua perna direita sendo abraçada.

 — Papai, eu preciso da sua ajuda — a pequena diz mirando seus olhos jabuticabas em direção ao pai.

 — Com o quê? — ele abaixa-se e pega-a no colo.

 — Eu quero escrever uma cartinha para a mamãe, de presente de aniversário, me ajuda?

 — Claro.

 — Agora? — ela sugere, como um pedido.

 — O aniversário dela é só semana que vem, meu amor, temos muito tempo ainda.

 — Tudo bem... Eu queria saber escrever sozinha — suspira Aria.

 — Eu ainda vou te ensinar, está bom? — Scott diz e a pequena balança a cabeça para cima e para abaixo animada.

 — Sua filha é muito linda — a voz de Maya ressurge e Scott lembra-se que ela estava logo ali ao lado dele.

 — Eu sei, puxou a mãe — ele diz como resposta.

 — Eu acho que ela puxou você. Será que se tivéssemos um filho ele seria moreno igual você ou loirinho igual a mim?

 Scott olha para a mulher, sem acreditar no que acabara de ouvir, ele revira os olhos e respira fundo.

 — Já se passaram nove anos, Maya, você quer voltar mesmo com aquela história de filho?

 — Não, eu já disse que a antiga Maya ficou no passado, eu me arrependi, Scott... Eu inventei aquela história por medo de te perder. Quer saber quem era o pai de verdade?

 — Na verdade, não me interessa. — Scott dá os ombros.

 — Do que vocês estão falando? — pergunta Aria.

 — Nada importante, meu amor.

 — Eu amava o seu pai.

 Novamente Scott encara Maya, sem poder acreditar nas palavras que ela proferira. A irritação já começa a dar sinais de vida no corpo moreno. O arrependimento por ter permitido que ela entrasse nascia.

 — Mas... — balbucia Aria, olha confusa para o pai e depois para Maya — Não pode. O papai é o príncipe da minha mamãe, eles são amor verdadeiro — fala com uma pureza que faz Scott sorrir e esquecer por um momento quão irritado estava com Maya por ela dizer aquelas asneiras. A inocência e a meiguice dela eram o remédio perfeito para qualquer problema que ele enfrentava, desde os mais simples para os mais complexos.

 — É, eu sei... — murmura Maya e espreme os lábios.

 — Você não tem o seu amor verdadeiro? — questiona Aria à Maya.

 A loira fica em silêncio por um momento. Seus olhos claros vão em direção ao rosto do McCall. Ele por sua vez olha-a com indiferença. Maya então abaixa a cabeça novamente, suspira e balança a cabeça, negando.

 — Ah — murmura Aria. — Um dia você encontrará o seu príncipe... ou não precisa se não quiser. Minha mãe disse que podemos encontrar o nosso final feliz de diferentes maneiras, com a família, com os amigos, com nós mesmos... está certo, papai?

 — Está, filha. Você é muito esperta.

 — E você e a mamãe encontraram o final feliz com tudo isto!

 A pequena abre um sorriso em sintonia com o pai, assim que ele move a cabeça confirmando o que ela acabara de dizer.

(...)

 — A noite foi perfeita — comemora Allison ao deitar-se na cama, após um longo e imensamente relaxante banho.

 A mulher aconchega-se mais ao apoiar a cabeça no peitoral desnudo no marido que naturalmente leva sua mão para o rosto dela distribuindo um carinho ali. Scott admirava os traços daquele rosto perfeito e seu sorriso se abre quando ele encontra o dela.

 — Minha mãe acabou de me ligar — conta Allison com animação. — Ela disse que sentia-se orgulhosa de mim e estava feliz por mim, falou que mal pode esperar para assistir todos os episódios. A Hayden também me disse as mesmas coisas. Também contou que está bem e depois que o bebê nascer, eles virão nos visitar.

 — Saudades do Liam e da Hayden — murmura Scott.

 — Eles também estão sentindo a sua falta, inclusive mandaram um abraço. A minha mãe também disse para te dar um oi.

 Scott sorri e assente.

 — Ainda bem que a Aria fez com ela parasse de me odiar finalmente, agora ela pelo menos me aceita.

 — É. Para ela, a Aria acabou sendo uma prova do sentimento que temos um pelo outro. Ela amou a Aria desde o primeiro momento que a viu, nossa pequena amoleceu o coração dela. Aliás, quem é que resiste àquela menina? É impossível.

 — Meu pai resiste. Em cinco anos, ele nunca fez questão de vê-la — lamenta Scott. — Perdi as esperanças de ter o meu antigo pai de volta. Eu cansei de correr atrás dele para ele me tratar com indiferença e só me tratar bem quando precisa de dinheiro. Acho que ele não deve nem saber da existência do Ezra ainda.

 — Seu pai não sabe o que está perdendo, amor. E, além do mais, o meu pai praticamente te adotou como filho, né? Ele gosta muito de você.

 — Graças à Aria e ao Ezra também.

 — Não, antes deles nascerem ele já gostava muito de você. Lembra o quanto ele nos ajudou e nos apoiou quando estávamos começando nossa vida em LA como universitários? E lembra quão animado ele ficou por saber que você cursaria veterinária? No fundo, ele queria que eu ou a Hayden tivéssemos escolhido esta profissão.

 — Lembro — ele sorri. — Seu pai é foda.

 — Ele é. — Ela sorri também. E pensa. — Amor...

 — Fala...

 — Só falta uma coisa para a noite ficar ainda mais perfeita.

 — O que? — questiona Scott.

 Allison solta uma risada curta, baixa e extremamente gostosa de ouvir. Ela vira-se para adotar uma nova posição. Move-se até seu corpo deitar-se completamente sobre corpo moreno do marido.

 — Tem certeza que você não sabe? — ela indaga com um sussurro ligeiramente erótico. O sorriso, que antes transpassava felicidade pelo sonho realizado de hoje, agora adotava um escancarado ar sensual, a mordida no lábio inferior evidenciava isto ainda mais. A malícia da mulher contagiou Scott no mesmo instante.

 O homem leva sua mão para a nuca dela e puxa-a para ele, fazendo os lábios se colidirem. As línguas procuraram por contato e se envolveram em sensual dança quando se encontraram. Os dedos masculinos seguraram com maestria os longos fios de cabelo perto da nuca bem rente a raiz e tentava trazê-la cada vez mais perto a cada segundo.

 O beijo se tornou intenso e caloroso em questões de segundos. A outra mão do moreno deslizou pelas curvas da mulher até estacionar na bunda coberta apenas pelo shortinho de malha extremamente curto. Ele apertou aquela região com força fazendo a pele clara adotar uma coloração avermelhada.

 — A Aria virá para cá daqui a pouco — lembra Scott quando eles cessam o beijo por um momento pela falta de ar nos pulmões. A voz dele era falha devido a respiração.

 — Maldito Isaac que deixou ela e a Luna assistirem aquele filme — reclama Allison, ofegante. Scott concorda e solta uma risada.

 — Pelo menos ele está passando o mesmo que a gente — diz Scott. Luna também passou a dormir com os pais desde o filme.

 — Mas ele merece, a culpa é dele.

 — A Malia não merece — contrapõe Scott, defendendo a melhor amiga.

 — Malia escolheu casar com ele, eles dividem a culpa e as consequências agora. A Aria não está dormindo no quarto dela há uma semana. Não podemos nem transar mais — reclama.

 — A gente só não transou hoje, amor. — Scott dá risada do drama que a esposa fazia. — Felizmente, nós somos criativos e arranjamos outros lugares e horas. Na clínica, no meu carro, no seu carro, no banheiro do set de gravações do filme que o Jackson está produzindo...

 — Está bom, você está certo — ela se rende e ri com ele. — Somos mesmo criativos, mas eu estou sentindo falta do conforto da nossa cama... Quem sabe hoje teremos sorte e a Aria dormirá mesmo no quarto dela. Vamos tentar, por favor.

 Scott assente, sorri, passa a língua nos próprios lábios para umedecê-los e busca pela boca da amada com urgência. Desta vez as duas mãos apertavam a bunda da mulher como um ato de posse. Allison por sua vez apoderava-se dos fios do cabelo dele, segurando e dando leves puxadas eventualmente.

 O desejo e atração que eles sentiam um pelo outro não diminuiu nem um pouco, pelo contrário, apenas aumentou. A chama que cercava-os nunca se apagou e estava mais quente que nunca. Eles procuravam sempre inovar e experimentar coisas novas para nunca deixar o relacionamento que eles cultivavam cair na rotina.

 Entretanto, como presumiam, a interrupção chegou antes mesmo que eles pudessem ir além dos beijos quentes. As batidas na porta e a voz fina que chamava-os fizeram eles cessarem o beijo.

 — Me lembre de matar o Isaac amanhã — resmunga Allison ao sair de cima do marido. Scott concorda e dá risada. — Pode entrar, filha — ela autoriza e em segundos a porta do quarto é aberta pela pequena.

 — Posso dormir com vocês? — Aria pergunta. Seus olhos pareciam esbugalhados e assustados. E seus braços abraçavam fortemente o lobinho de pelúcia.

 — Pode, amor, vem aqui — convida Allison.

 A menina corre e pula no meio dos pais, aconchega-se entre os dois e termina apoiando a cabeça nos peitos da mãe, logo fecha os olhos para tentar voltar a dormir, pois o sono dominava-a. Scott e Allison ficam em silêncio, observando a filha com um sorriso no rosto, eles a amavam mesmo quando a pequena atrapalhava “certos momentos importantes”.

 Aria volta a se mexer, apoia a cabeça no travesseiro e passa a deitar com a barriga para cima. Ela abre seus olhos e também um grande sorriso.

 — O que foi? — pergunta Scott, curioso para saber o motivo do sorriso da filha.

 — O que o senhor dará para a mamãe de presente? Eu acho que você deveria dar uma viagem para a Disney!

 — Uma viagem para a Disney? — Scott arqueia a sobrancelha e encara-a.

 — Sim! E, então, poderíamos levar a Luna, a Katherine e o Dylan também! — ela falava com um alto grau de animação.

 — O presente é para a sua mãe ou para você, mocinha?

 — Para a mamãe, ela é uma princesa, onde mais ela iria querer ir? — Aria sorri, sapeca.

 — Vegas — responde Allison com uma voz baixinha e Scott ri.

 — Vegas? — pergunta Aria. — Em Vegas tem princesas e castelos?

 — Não, mas tem outras coisas bem boas — murmura Allison.

 — Tipo o que? — Aria fixa sua visão na mãe, curiosa.

 — Tipo... — Allison olha para o marido. Ele balança a cabeça em reprovação, ainda carregando um ar de riso dos lábios. — Deixa para lá. Enfim, eu acho que podemos ir para a Disney.

 — Sério, mamãe? E eu posso levar os meus melhores amigos?

 — Pode, porém tem uma condição — fala Allison. — Nós só vamos para a Disney quando você voltar a dormir sozinha no seu quarto.

 — Eu tenho medo. — Os lábios de Aria formam um biquinho.

 — Você confia em mim?

 — Confio, mamãe.

 — Então, acredita que não tem porquê ter medo. Nada ruim vai te acontecer, eu jamais deixaria. Eu prometo. Eu sempre vou te proteger... Você tem que pelo menos tentar, está bom?

 — Está bom. Mas, posso dormir só hoje aqui com vocês?

 — Pode.

 — Obrigada. Boa noite, mamãe. Boa noite, papai. Amo vocês. — A pequena dá um beijo doce na bochecha de cada um, sorri, volta a deitar a cabeça nos peitos da mãe e fecha os olhos para tentar dormir, enquanto recebia um carinho no cabelo feito pelo pai.

 Allison e Scott permaneceram acordados em silêncio até a menina pegar no sono.

 — Vamos mesmo para a Disney em Orlando? — pergunta Scott com um tom de voz baixinho para não acordar a filha.

 — Vamos, será legal, as crianças vão se divertir e nós dois nunca fomos para a Disney ainda. A Octavia e o Derek vão deixar eles irem conosco, eles confiam na gente. A Malia e o Isaac não precisaremos nem perguntar, é obvio que eles autorizarão a Luna viajar conosco.

 — Então, vou ter que cuidar de cinco crianças e um bebê?

 — Você acha que a gente não consegue? — questiona Allison. — Espera... — Ela franze o cenho e encara-o com confusão. — Cinco crianças e um bebê?

 — O bebê é o Ezra... e as crianças são a Aria, a Luna, a Kathy, o Dyl e uma tal de Allie. Mas, tudo bem, acho que eu consigo. Apesar que a última certamente dará muito trabalho. — Ele pisca para ela e sorri.

 — Trouxa. — Allison ri baixo. — No entanto, a Disney é justamente o lugar para voltarmos a ser criança. Quando formos para Vegas agimos como adultos. — Ela sorri com malícia.

 — Nós vamos para Vegas também?

 — Vamos, Scott, por favor. Nós precisamos. É o meu aniversário. Disney é presente para as crianças, Vegas é um presente para mim — choraminga.

 — De novo, amor? Você nunca se cansará de Vegas, não?

 — Obviamente não. Lá se tornou o meu lugar favorito para férias, porque o que acontece em Vegas, fica em Vegas — pisca.

 — Não no nosso caso. A primeira vez que fomos para Vegas você acabou engravidando, na segunda vez fomos para casar, e na terceira vez você engravidou de novo.

 — Nada melhor saber que os nossos dois filhos foram fabricados em Vegas. Vamos ir fabricar o terceiro? — ela balança as duas sobrancelhas de forma sugestiva. — Eu estou brincando, deste corpinho não sai mais bebê.

 — Eu queria ter outro filho e seu pai quer ter outro neto — o homem fala com uma voz meiga e com olhos pidões.

 — Claro, não é vocês que sentiram a dor que eu senti na hora, antes e depois do parto.

 — Mas, valeu a pena, não valeu?

 — Claro que valeu, a Aria e o Ezra são a minha vida. Contudo, eu não tenho a pretensão de engravidar pela terceira vez.

 — Você não tinha a pretensão de engravidar na primeira vez e muito menos na segunda — Scott lembra-se das duas gravidezes não planejadas que eles passaram.

 — Agora os cuidados foram redobrados, não irá acontecer de novo. Eu estou muito bem e satisfeita com a minha Aria e com o meu Ezra. Porém, eu estou disposta a adotar. — Ela sorri largo para ele. E Scott se anima com a possibilidade de ser pai de mais crianças.

 — Sim, adotar é igualmente bom.

 — Mas, agora não, só quando o Ezra tiver maiorzinho.

 — Está bom, amor, já vamos treinar para ver se conseguimos cuidar de muitas crianças ao mesmo tempo com a viagem para a Disney.

 — Nós conseguiremos, Scott. Sempre conseguimos tudo o que queremos. Somos fodas, bebê.

 O silêncio volta novamente. Não era um silêncio que incomodava, era um silêncio bom que trazia paz e tranquilidade. Eles estavam em um nível de relacionamento onde apenas a consciência que possuíam um do outro os faziam feliz. Não precisavam procurar desesperadamente por palavras para dizer a todo momento, pois a presença do outro bastava. Bastava um abraço, um beijo, uma carícia ou um mínimo toque qualquer. Seus corpos eram imãs que possuíam uma grande força de atração. Eram magnéticos. A conexão era tanta que eles se tornaram um só. Qualquer tempo que passavam afastados era uma tortura, afinal era uma parte importante de si faltando, todavia a explosão de sentimentos bons que acontecia ao se reencontrarem recompensava cada segundo separados.

 Se completavam e transbordavam. Compartilhavam sonhos, conquistas, experiências, desejos, prazeres e sentimentos. Quando ela sorria, ele sorria, pois achava o sorriso dela o mais lindo do mundo. Quando ela chorava, ele estava ali para secar as lágrimas e dizer que tudo ficaria bem. Quando ela estava perdida, sempre se encontrava nos braços dele. E as mesmas coisas acontecia ao contrário. Ele era o motivo de todas as alegrias dela. Ela estava sempre ali para apoia-lo quando precisasse, ela estava sempre ali para encoraja-lo nos momentos em que ele sentia medo. Ele era a âncora dela e ela era a âncora dele.

 As brigas obviamente aconteciam, pois elas fazem parte de qualquer relação, porém o amor deles passava por cima de qualquer desavença. Sempre finalizavam uma discussão com um beijo digno de uma cena de cinema, resultando depois em uma bela e longa noite de sexo. Eles fizeram o acordo de nunca dormirem brigados, todas as vezes que acontecia uma discussão antes de irem para cama era regra conversar e resolver o problema. Se um dos dois ainda estivesse muito bravo, haviam prometido que lembrariam cada momento bom que passaram juntos e lembrariam também os incontáveis motivos que faziam eles se amarem. Compreensão, companheirismo, sinceridade, respeito, confiança, diálogo: tudo isto fazia com que o relacionamento deles fosse saudável e perfeito.       

 Além de marido e mulher, eles eram amigos. Melhores amigos. Eles brincavam, se zoavam e se provocavam frequentemente como adolescentes, e também se divertiam como tal, não tinham a intenção de deixar a criança dentro de si morrer.

 — A gente conquistou muita coisa — ela quebra o silêncio, após se recordar mentalmente de todos os sonhos que eles já realizaram.

 — Graças a você.

 — Graça a nós — ela corrige-o.

 — Mas se você não tivesse aparecido na minha vida para trazer a minha felicidade de volta, eu não sei como eu estaria agora. Com você eu estou tendo tudo o que eu sempre sonhei.

 — Então, na nossa história eu fui a princesa encantada salvando o príncipe indefeso — ela diz em tom descontraído, brincando com o esposo e com o fato de Aria sempre relacioná-los como príncipe e princesa. Scott balança a cabeça concordando e eles acabam soltando uma risada juntos e em sintonia. Aria abre seus olhos lentamente olha para a mãe e depois para o pai, brava por eles terem a acordado. A menina coloca o indicador gordinho sobre a boca e reproduz um “shhh”, pedindo por silêncio.



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