História Happiness? - 9

Pov Aurora

Depois da conversa que eu não gostaria de ter tido com Shawn na noite anterior (mas fui obrigada a ter) tudo acabou se resolvendo melhor do que eu esperava, e as coisas voltaram ao normal, ao menos, eu acho. Com excessão, claro, de eu me pegar olhando a cada cinco segundos para seus lábios, todo tempo enquanto estamos conversando, pensando sobre o maldito beijo que nunca deveria ter acontecido, e como foi bom. Tenho certeza que ele notou, mas graças a tudo que é sagrado nessa vida, não comentou nada. E espero que não comente.
Thomas só voltaria a viajar em duas semanas e eu já não aguentava a idéia de passar uma só manhã a seu lado. Agradecia por poder passar grande parte dos meus dias na universidade, e mais uma parte do tempo que sobrava dando a desculpa de estar  ocupada com assuntos de tal.
Normalmente eu acabava na casa de
Laila, mas nos últimos dias a preguiça de chegar até lá é maior, então só subo as escadas até Shawn, como agora. É sábado a tarde, e eu falei a Thom que passaria um tempo na biblioteca fazendo trabalhos para  entregar na próxima semana. Me sinto um pouco culpada por mentir a ele tão descaradamente, mas simplesmente não consigo, preciso de um tempo para mim, um tempo longe dele e das coisas que ele me fala, eu o amo e não posso me permitir desmoronar na sua frente, também porque tal não aceitaria uma coisa dessas, então, essa é a solução mas fácil e indolor para nós dois.

- Shawn, você tem pipoca em algum lugar dessa casa? - grito para ele, com a cabeça quase dentro do armário da cozinha.
- Eu acho que não - ele responde da sala.
- Como você pretende fazer uma maratona de filmes sem pipoca meu querido?? - indago
- Até que horas você pretende ficar aqui?
- Você quer que eu vá embora? - Não vou negar que sinto um aperto no peito, e faço cara de choro, mas juro que é culpa unicamente da tpm.
- Não, Sol, claro que não, mas quanto tempo você demora para ficar na biblioteca fazendo um trabalho normalmente?
- Sei lá, umas oito horas? Dois dias? - dou de ombros, ele ri.
- Aham, sei bem - está sentado do meu lado, encarando a porta aberta do armario de baixo da pia, juntamente comigo - por mim, você poderia se mudar para cá, mas imagino que seu namorado não vá aceitar isso sem uma boa de uma explicação.
Reviro os olhos.
-Ele colocaria a polícia atrás de mim.
- Então, sabe, a polícia é algo com o qual eu não gostaria de ter problemas. - Eu rio.
- Que droga, nós precisamos de pipoca - tento arrumar uma forma de sair daqui sem ter a chance de me deparar com Thomas em uma escadaria - já sei, eu preciso de um disfarce. - comento comigo mesma - talvez alguma peruca preta, boné, óculos escuros uma cal...
- Ei, ei, Aurora, foco. - Shawn chama minha atenção
- Ah, qualquer coisa eu arrumo outra desculpa, mas normalmente fico o dia todo por lá.
- Tudo bem, eu vou comprar a pipoca.
- Te amo - dou um beijinho em sua bochecha e saio saltitando até o banheiro, sem tempo de ver sua reação.
Quando Shawn volta o netflix já está ligado e decidimos fazer maratona de alguma série que nenhum de nós assistiu ainda. No caso a escolhido lá foi Scream, eu relutei e não queria assistir, muito sangue, mortes, sangue, cortes, facas, psicopata assassino, mas, ele acabou me convencendo e agora estamos aqui e eu não consigo parar mais, nunca gostei dos filmes de Pânico, mas adorei a série, menos pelo Shawn tentando me assustar uma vez a cada quinze minutos  ( e conseguindo 97% das vezes)
- Droga para com isso S, babaca, não tem graça.
- Tem sim - ele está quase rolando de rir do meu lado no tapete da sala, eu reviro os olhos .
- Ah é? Vamos ver o que é tão engraçado. - minha hora de partir para o ataque, me aproximo dele e começo a fazer cócegas em sua barriga e pescoço, agora ele está chorando de rir, tenta fugir mas eu sento em cima de sua barriga.
- Agora sim é engraçado né Shawnsinho, engraçadissimo. - olho para ele com um sorriso maligno que se contorne por baixo de mim.
- Porra Aurora, pa (pausa para risada descontrolada) ra com isso agora praga.
- Você me chamou de que? - finjo estar indignada - ah mas agora você tá ferrado nas minhas mãos garoto - é nesse ponto que parto para mais uma onde de cócegas.
- Vai ter vingança e quando tiver você vai se arrepender Aurora.
- Ah é? Vai ter é? Tô esperando pra v...
Droga.
Ele inverte nossas posições e em um golpe só  suas mãos percorrem meu corpo, não dá forma que eu gostaria, eu começo a rir descontroladamente. 
- Aaah socorro, isso não é... justo.
- Quem tá rindo agora em - está com um sorriso maligno na cara, que eu mal consigo ver por conta das lágrimas que caem do meu rosto com toda aquela gargalhada.
Então de repente ele para tudo, mas cont8nua em cima de mim, eu já não sei do que poderia estar rindo a alguns momentos atrás, sinto seu corpo fazendo pressão em cada parte do meu , com os braços apoiados um de cada lado de meu rosto, sua respiração próxima demais da minha e seus lábios quase encostando nos meus. A parte sensata de mim grita para voltarmos a um momento antes, para as cócegas, mas o restante diz que não quer nada mais que o momento seguinte, o que vai acontecer depois, minha boca anseia pelo seu toque, seus olhos castanhos encaram os meus como se pudessem enxergar dentro de mim, minha alma, e é bem provável que meu olhar não seja muito diferente sobre ele.
Então eu volto ao ataque.
Estou por cima dele de novo, mas com um pulo mudo isso, não me demoro na brincadeira, preciso de água, ar, espaço e parar de pensar no quão macios são seus labios e sobre o quão ageis devem ser as suas mãos, corro até a cozinha, enquanto ele fica deitado no tapete da sala, encarando o teto, ou não, talvez esteja com os olhos fechados pensando no que acabou de acontecer, assim como eu, encostada no balcão da cozinha, mas posso dizer. Me sinto uma idiota.