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História Happy B-day Drizão - Peripécias em um apartamento


Escrita por: Gizaaxd

Notas do Autor


Parabens Drizão eu te amo molier

Capítulo 1 - Peripécias em um apartamento


Eu estava no meu primeiro dia de mudança, o que não seria tão exaustivo já que, como eu ainda era aluna, não teria tantas coisas para arrumar, Além de uma cama, uma mesinha de estudos e o minúsculo guarda-roupa que eu havia herdado de minha mãe quando eu a convenci que seria capaz de viver sozinha em um país completamente diferente do meu costume ao invés de ter que voltar pro Brasil com o resto da família.

Minha sorte foi ter contratado pessoas competentes que além de carregarem os moveis – junto com alguns caixotes -, ainda fizeram a gentileza de montarem pra mim, assim não sobraria nada pra fazer além do básico, que era deixar as roupas em ordem no guarda-roupa, decorar o quarto com os livros e acessórios que eu havia trazido fora arrumar os cômodos da casa que já aviam mobília. A casa não era enorme, embora tivesse mais de um quarto – o que é extremamente esquisito, pois em Seul casas com mais de um quarto custam muito mais de 30736383.58 Wons por mês (igual a 900 reais no Brasil)– a entrada era um corredor com três portas, no lado direito havia uma porta, aonde se encontrava a dispensa, com algumas prateleiras que seriam usadas pra colocar as compras do mês, na parede da esquerda do corredor ficavam as duas outras portas, na primeira estava uma lavanderia, com uma maquina de lavar pouco perto da porta, um tanquinho na parede, uma pequena bancada que separava as maquinas da pequena área separada para um varal improvisado, que até combinava com o ambiente e na segunda porta, havia o banheiro, que em minha opinião era bem comum, ao lado da porta uma prateleira de aço polido - que eu pude usar para guardar algumas toalhas, escovas de dente e maquiagem -, a pia logo ao lado, junto do vaso sanitário a uns cinqüenta e cinco centímetros ao lado da mesma, na frente um buraco na parede arquitetado para disfarçar o espaço, nele se ocupava uma banheira pequena, com a opção de um chuveiro junto. Quando o corredor chegava ao fim, podia se ver um espaço amplo o bastante para der dividido em três cômodos, no canto direito já estava feita uma sala meio improvisada, um sofá de um tom amarelo claro encostado na parede da janela junto de uma mesinha de centro logo a frente, e nos dois únicos degraus que separavam os cômodos da entrada para os quartos, ficava a TV de quarenta e duas polegadas que foi me dada de aniversario no ano passado, no meio, uma mesa branca com quatro cadeiras e um enfeite barato para dar um charme, na copa improvisada, no lado esquerdo uma bancada branca com a superioridade feita de um mármore escuro dava o efeito de separar a cozinha dos demais cômodos, uma pia extensa que mantinha um cooktop de 5 bocas - que eu sempre tinha sido apaixonada - e no final uma geladeira antiga century toda restaurada, na cor de um preto grafite, que quebrava todo o aspecto branco de purgatório que a casa apresentava. Após os degraus que ficavam em frente à copa e a sala, duas portas para os respectivos quartos... Foi um tanto cansativo, mas para minha felicidade, eu pude terminar antes de ter indícios de que o céu já perdia sua claridade e o sol se escondia por trás da paisagem do horizonte – mesmo tendo passado desde a parte da manhã arrumando tudo -, com tudo terminado eu resolvi tomar um banho antes que a noite chegasse.

Entrei em meu quarto, procurando um pijama em uma das gavetas do guarda-roupa, tentando não bagunçar parte do meu trabalho de organizadora, mesmo que eu tivesse certeza que ainda não iria dormir eu o peguei e sai do meu quarto, andei em passos curtos passando pela copa e sala – apreciando o meu tal trabalho de decoradora, o que, por sinal não estava nada grotesca ou banal, a decoração era boa para uma pessoa bipolar que trocava o lockscreen do celular a cada meia hora -, ao chegar ao corredor de entrada, mesmo ainda estando pouco confusa com os cômodos da casa, abri a segunda porta a minha esquerda, pelos céus eu acertei e logo de cara vi a pia lisa e branca, coloquei o pijama sobre a prateleira de aço polido e fui me despindo aos poucos... Embora estivesse um árduo silencio, em minha cabeça era como se rolasse uma tomorrow land de kpop, eu estava agitada, talvez por ser o dia da minha “independência”.

Entrei no Box já ligando o chuveiro, a água morna fazia um leve contato com minha pele e aos poucos conseguia sentir todos os músculos do meu corpo relaxando... Segundos depois eu pude ouvir um barulho, minha intuição dizia que estava vindo da porta de entrada, foi então que eu apenas desliguei o chuveiro com rapidez, me enrolando na toalha se me queixar que estaria encharcando a mesma. Penso que se alguém realmente estivesse invadindo meu apartamento, eu não teria como me defender, pois assim que minha primeira reação foi pegar o rodo que estava parado ao lado da porta ficando em posição de um mestre jedi.

No momento que abri a porta sorrateiramente vi um vulto passando do corredor onde eu estava para aonde seria a sala – então, sabe quando te dos aqueles 5 segundos de coragem? -, o que foi o que eu fiz? Com toda aquela adrenalina eu sai do banheiro correndo com o rodo na mão e a toalha cobrindo meu corpo nu, ao ver o possível intruso, me aproximando o maximo possível para dar rodadas nele, meus olhos estavam fechados só sentia a movimentação de meus braços ao se chocar com algo solido, eu só os abri depois de ouvir.

- PARAAA!!!! – parei em posição de ataque, caso ele tentasse alguma coisa. Porem fiquei muito confusa ao ouvir – PORQUE TEM UMA DOIDA NO MEU APARTAMENTO, ME BATENDO AINDA POR CIMA!!

Pude ver seu rosto, tinha as bochechas pouco gordinhas o que me fazia ter a impressão de que ele parecia mais um pãozinho de melão do que um intruso perigoso, os olhinhos bem puxados com uma pintinha chamativa abaixo do olho, que em minha opinião dava um ar mais fofo a ele, eram pouco mais alto que eu, digamos que um pouco mais de uns sete centímetros. Ele usava uma jaqueta de couro preta com uma blusa branca lisa por baixo, calça jeans e um daqueles tênis escuros de skatistas, talvez fosse um típico estilo de bad boy, mas ficava engraçado nele pelo fato dele ter uma carinha de bolinho e perninhas que lembravam a fragilidade de um bebê.

 - Desculpa? - Como assim? Ele tinha dito “meu apartamento” e ainda teve a audácia de me chamar de louca na cara dura? – ESSE APARTAMENTO É MEU SEU PERVERTIDO!!!

Quando eu falei sobre o apartamento ser meu, ele me encarou com uma cara surpreendentemente confusa, como se realmente não entendesse que aquela era minha casa. Por um momento disperso pensei naquela situação estranha e abaixei minha cabeça olhando para a mão do intruso, nela se encontrava um chaveiro de couro preto em forma de retângulo com o numero 305 afundados no meio, que realçavam os detalhes mesmo sendo difícil enxergar o numero, o mais espantoso é que por algum motivo não conhecido... Era idêntico ao meu

- Espera como você pode ter isso? – peguei seu pulso levantando-o, na esperança de ser obvio o motivo de minha pergunta, ambos olhamos pra chave balançando em sua mão.

- Como eu posso ter isso? Fácil, talvez seja porque esse apartamento é meu, eu sinceramente não sei como você conseguiu entr...  – No mesmo momento ele fez uma cara de deboche balançando a cabeça, acho que foi ai que ele pode ver a mesma chave, pertencente a mim, encaixada na fechadura do quarto à frente  – Não, isso não é possível

Ele fez uma cara desapontada por um tempo, mas a mesma foi desfeita quando ele começou a procurar desesperadamente algo nos bolsos de sua jaqueta, após por a mão em um de seus bolsos interno, ele tirou um papel embrulhado e me entregou sem pestanejar. Peguei o papel de sua mão e um movimento rápido, desembrulhei o mesmo em pouco tempo por conta de minha ansiedade, mas acabei ficando espantada, olhei para o rosto do intruso, possivelmente ele havia reparado em meu espanto, segurei o papel com força em minha mão e segui rapidamente para meu quarto, o deixando confuso, já dentro de meu aposento eu vasculhei na mesinha de estudos e achei o que seria o contrato da casa. Ao voltar para sala aonde o desconhecido de olhinhos bem puxados e cara de pãozinho se encontrava com cara de descontente com a situação, entreguei a ele o contrato que comprovava minha morada e não demorou muito pra sua expressão emburrada virar surpresa.

- Isso não pode estar acontecendo... – ele olhava pro papel abismado, mas talvez ao bater o olho em outro ponto ele começou a ficar pensativo – Isso aqui, o que quer dizer isso?

Ele aponta pra uma letra miúda, que se encontrava no final do penúltimo parágrafo, olhei no mesmo conto do papel idêntico que estava em minha mão, o mais estranho é que eu não me lembrava daquelas letrinhas no dia que tive de assiná-lo. Nas letrinhas miúdas se lia: “Após a ativação do contrato da casa por 30736383.58 wons ao contrario de 61472767.16 por mês, solicitaremos um segundo morador para a divisão do aluguel”. O pensamento que martelava em minha cabeça agora, era sobre não temos sido vitimas de um golpe, mas sim da burrice.

- Parece que não foi uma boa idéia optar pelo preço mais baixo – Disse cabisbaixa passando a mão no rosto, como um sinal de desaprovação para ambos

- Parece que sim, mas eu não posso sair daqui, eu já pague não tenho pra onde ir – falou ele inquieto – E pelo jeito, você também não pode, se não teria pagado pelo apartamento inteiro...

Ele estava completamente certo, parte do acordo com meus pais era, não gastar mais de 900 reais, convertidos para won em Seul, bem que eles ficaram espantados quando disse sobre meu apartamento ser tão barato assim. Não tive escolha, por mais que não parecesse uma boa idéia, fui tomada pelo calor do momento ou talvez só por um pequeno impulso.

- Talvez devêssemos morar juntos – disse revirando meus olhos – nós não temos pra onde ir mesmo, pelo menos acharmos outro lugar pra ir...

Era um fato a se pensar, já que estávamos juntos naquela situação, ele não tinha lugar pra ir e muito menos eu, ambos já tinham pagado o aluguel e até mesmo um de nós – no meu caso – efetuado a mudança inteira. Porem minha idéia não era ruim, a não ser pelo fato dele poder ser um maníaco ou até um assassino perigoso, será que aquela carinha de pãozinho de melão estava pronto pra me dar o bote?

- Como assim morar juntos, eu não posso morar com uma estranha como você – disse com um pouco de desdém em sua voz

- Ok então coreaninho viado, dorme no Rio Han, compra um barquinho inflável e vai lá infeliz – disse irritada com uma pequena elevação na voz

Agora o mesmo me olhava ofendido com tais palavras, talvez ele tenha entendido minhas intenções de um modo errado ou talvez ficado com medo da minha pessoa, porque qual é a gente nem se conhece. Ele abaixou a cabeça e creio que ficou pensando por poucos segundos, mas não fiquei encarando para visualizar sua reação.

- Não quis dizer que tenho repúdio de você, mas sim que eu não te conheço e que... - ele parecia sincero pelo que eu podia ouvir, mas daquele momento em diante seu tom de voz foi abaixando até ficar inaudível, o rosto gordinho juntamente das bochechas se exibia vermelho de uma forma perturbante, pelo menos era o que dava para ver por cima de meu ombro e assim como uma fênix ressurge das cinzas sua voz teve o mesmo efeito - PORQUE VOCÊ ESTA NUA???

Dei-me conta de o motivo de estar olhando ele por cima de meu ombro era porque ao começo da pequena discussão eu não estava a fim de olhar aquela cara pensativa – que mais parecia um cãozinho abandonado de preocupação – então me virei de costas, não fiz nenhum movimento brusco ou coisa assim, mas foi o bastante para fazer a toalha deslizar suavemente por meu corpo e cair no chão, sem me fazer perceber nada – e pelo jeito nem ele percebera -. Eu até conseguiria imaginá-lo olhando para o meu corpo como um pervertido, não porque já tivera atraído muitos olhares assim, mas acontece que os “gringos” olham de um modo diferente para as brasileiras com o corpo padrão a uma rainha de bateria do beija-flor, não que meu corpo fosse tudo aquilo, mas ele tinha curvas bem acentuadas o que realçava bem o que se diz de um “padrão Brasileiro”. Eu estava paralisada, queria muito pegar a toalha e sair correndo para meu quarto ou talvez para dentro de um buraco, o que me escondesse melhor, mas eu sabia que se me curvasse para pegar a toalha mais coisas ficariam visíveis, já estava sendo exposição de mais, não é mesmo querida? Então eu voltei a olhá-lo por cima do ombro e confirmar minha idéia de que ele fitava meu corpo, mas como diz aquele ditado eu acabei caindo de cara, ele não estava mantendo o olhar em nenhuma parte de meu corpo, pelo contrario ele estava com a face escondida atrás das palmas das mãos, que eram praticamente engolidas pela jaqueta folgada usada pelo mesmo.

Em meio aquela cena eu me agachei pegando a toalha, correndo em seguida para o quarto, empurrei a porta com força que resultou em um barulho pouco estrondoso, minhas bochechas que queimavam cada vez mais quando eu pensava na cena, minhas costas se chocaram com a porta do quarto, fazendo-me deslizar pela mesma ate atingir o chão e abraçar meus joelhos ainda ansiando uma idéia de conseguir olhar pra cara do bolinho de melão outra vez.

Algum tempo depois – de 30% da vergonha passar - quando fui me trocar e ouvi alguns barulhos no quarto ao lado, eu pude me certificar de que ele ficaria – e por obsequio não poderia evitá-lo –, lastimável era a palavra que distinguia meu sentimento por ter que olhar para a cara dele. Após inspirar fundo eu girei a maçaneta e abri a porta, percebendo que o mesmo estava parado segurando uma caixa – que provavelmente era a ultima de sua mudança oficial – o nó na garganta cresceu, era fato que ele também estava pouco abismado com a situação, era com certeza muito constrangedor, mesmo que não tenha nem chegado aos pés do que era explicito em vista dos  primeiros episódios de “Orange is the new Black”, já com o olhar direcionado pra baixo e os braços juntos - como se fosse uma criancinha que quebrou o vaso preferido da mãe e agora iria lhe pedir desculpas – umedeci os lábios e o encarei voltando a sentir minha bochechas ganharem uma tonalidade puxada para o rosa.

                - Já que você vai ficar... – ainda estava nervosa e as palavras acabavam saindo como se eu estivesse engasgada - eu preciso que você se esqueça do que viu...

                Ele soltou um riso que me pareceu estar debochando da minha atual conjuntura, mas apenas balançou a cabeça em concordância seguindo para dentro do quarto ao lado ao meu, que agora lhe pertencia.

...


Notas Finais


Espero que tenha Amadorado


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