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História Happy End - Dias de Guerra


Escrita por: KamiKaseBear

Capítulo 2 - Dias de Guerra


  Foi em um luar de sexta-feira.

  Em uma cerca da estrada, ele deu a notícia, e sob a forte luz prata as estrelas faziam sombra, não era uma noite feliz para os dois jovens amantes, ele iria para a guerra.

  Saiu cedo e sem despedir-se, na mesa deixou um bilhete que só seria lido pela familia quando já estivesse a muito tempo balançando no mar, ansioso pela volta.

  A primeira visão que teve foi de uma costa cinzenta, ao fundo linhas de fumaça negra faziam um código de barras no céu, e na praia as barracas afundavam na areia.

  Ganhavam uma comida fria e sem gosto, corriam com roupas feias e gastas, passaram dias frios e desgastantes.

  Vieram os primeiros tiros.

  Os pensamentos anestesiados, as balas cortando o ar, se matou não sabia, outros apareciam no lugar e qualquer pausa para diálogo era recebida com fuzis ou granadas.

  O chumbo riscou-lhe o braço direito, lavou a lama da camisa com sangue e suor, as ataduras teriam que esperar, não tinha problema, era canhoto.

  Roubou do bolso de um inimigo caído um lenço, notou o nome bordado caprichosamente que o decorava, o homem não era um guerreiro, era como ele, um amante.

  Em sua tropa começaram rumores que o apontavam como um louco, revirava cadáveres atrás de pistas, descobriu ao menos um diploma e três bíblias, e seu mais recente achado, uma foto de uma mulher com duas crianças.

  Quando enfim acabou foram três dias de comemoração.

  Na primeira noite, esvaziaram mais garrafas do que pentes de munição nos últimos meses.

  Na segunda tarde, desfilaram em uma rígida linha para receberem as premiações.

  Na manhã do terceio dia, já haviam entrado nos barcos antes dos primeiros raios de luz surgirem no mar.

  A brisa marinha do porto trazia o cheiro da grama verdejante, a barba coçava no queixo antes liso, o fuzil firme embaixo do braço, detalhe que não passou despercebido pela família.

  Correu para a casa da mulher que prometeu a tanto tempo que voltaria para vê-la, antes de ser percebido, de longe a viu com outro homem e um filho, sussurou para o vento que a fizesse feliz, e voltou sozinho sem ser notado.

  Não se vence todas as guerras, endurecera quase tanto quanto o ferro da arma que era agora sua constante companheira.

  Uma manhã ao sair para caminhar derrubou com um poderoso soco um bandido que tentava assaltar uma jovem vendedora de flores.

  Os dias quentes amoleceram seu coração mais uma vez, sobreviveu a chumbo e fogo para se ver vítima de rosas e um sorriso, e o único metal que passou a acompanhá-lo foi o da aliança.



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