História Happy Forever - Capítulo Único

Estávamos felizes naquela noite. Finalmente podíamos ficar juntos sem olhares reprovadores para a gente. Podíamos ser felizes apenas por ficarmos juntos. E não era só a gente que estava feliz. Eu olhava ao redor e via muitos outros casais felizes também.  Havia um garoto de cabelos rosas rindo ao lado de um garoto de cabelos loiros meio esverdeados. Eles estavam felizes e suas risadas acompanhavam o som da música ao fundo. Em outra extremidade, havia um garoto baixinho de cabelos acinzentados no colo de um garoto de cabelos castanhos. Havia outro baixinho no bar com os cabelos negros e a pele branquinha, conversando com o Barman com um sorriso enorme no rosto. Eu te olhei e você também me olhou. Você sorrira, mostrando seus dentes branquinhos em um sorriso retangular. Te beijei sem me importar se receberia olhares ou não, porque sabia que naquele lugar ninguém irias nos julgar. Ninguém iria estragar a nossa felicidade.

Pelo menos foi o que eu pensei. 

Até ver aquele homem entrar na boate. Eu pude perceber, apenas com o seu olhar quando entrou. Ele tinha nojo e repulsa estampados nos olhos. 

Eu sempre fui bom em adivinhar as coisas, sabe? Você não gostava disso em mim. Dizia que era muito difícil me enganar, o que me tornava chato. Eu sempre ria quando você falava isso. Foram momentos bons. 

Eu te chamei para sairmos da boate. Você não entendeu o porque daquilo, mas mesmo assim concordou. Eu peguei em sua mão e ia começar a te levar à saída, mas... Já era tarde demais. Eu ouvi. E senti sua mão soltando-se da minha. 

Virei para trás e te vi com sangue ao redor da sua camisa favorita que eu te dei de aniversário, deitado no chão. Seus olhos, antes tão brilhantes, estavam sem vida. Eu chorei. E deixei as lágrimas caírem como chuva pelos meus olhos. 

E eu não parecia o único nessa situação. O garoto de cabelos rosas que estava rindo ao lado do seu companheiro agora estava chorando ao lado do corpo de seu companheiro. O casal do cabelo cinza e castanho estavam deitados no chão com expressões assustadas e de mãos dadas enquanto o sangue escorria ao redor de seus corpos. O garoto que estava a conversar com o barmen estava aos prantos, segurando a mão do outro e gritando. 

Por último, eu me virei para onde o homem estava. Sua arma estava apontada para mim e um sorriso ladino e peverso brotou em seus lábios. E eu caí. Diferente do que eu pensava, não doeu. Porque ao cair encontrei o seu olhar. Tentei colocar minha mão sobre a sua, mas me faltava forças, então apenas alcancei seus dedos e pousei os meus ali. 

"Ei, Tae... Vamos ficar juntos para sempre, né?"

"Sim, nada nem ninguém vai nos separar."

"Nem a morte?"

"Nem a morte."