História Hard (Em Revisão) - Opostos.

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Era manhã de domingo e como de costume Mark apenas dormia até a hora que bem entendesse e isso era uma das coisas que ele mais presava em seus graciosos dias de domingo. Mas por algum motivo, sua namorada apareceu em sua casa sem avisa-lo e ainda por cima planejando passar a manhã toda, coisa que eles nunca costumaram fazer – Tirando uma ou duas vezes que ele cedeu, já que a mesma não o deixava em paz - e sendo a esse auge do namoro lhe causou um certo desconforto.

“Tudo parecia mais errado do que sempre”

Ele apenas encarou aquela cena como “Isso está acontecendo, sério? “ Sem nem ao menos mudar de sua posição inicial que era coberto por lenções e com os olhos semicerrados por conta do sono que ainda lhe consumia por ser muito cedo da manhã. Mas como nada são mares de rosas sua namorada sentou-se na cama tentando desenrola-lo e não conseguindo pois dali ninguém o tiraria.

— Oppa! – Cansou de tentar descobri-lo daquelas infinitas camadas de pano.

— Eu não vou me levantar Jina! – Avisou quase implorando, voltando a fechar os olhos.

— Aish! – Suspirou fundo para não gritar com ele tão cedo da manhã – Você está cada vez mais chato!

— É para me igualar a você, amor! – Respondeu a garota a sua frente com a mesma ironia nas palavras.

“Os dois eram cão e gato”

— O que você tem de errado garoto? – Gritou, era costume – Você tem mudado cada vez mais e infelizmente tenho que dizer que não é para melhor! – E mais uma DR era iniciada.

— Estou apenas me adaptando ao novo ambiente – Sorriu de lado e não era qualquer sorriso – Evolução! – Suas palavras eram carregadas de alfinetes, que a princípio eram inofensivas - Já ouviu falar?

— Que saco Mark, você é um idiota! – Ela estava irritada, ele sabia que algo andava errado naquela relação.

— Eu só estou com sono amor! – Se embrulhou mais ainda nos lenções, manhoso – Você nunca costumou fazer visitas aos domingos pela manhã! – Sua voz ainda carregava todo o sono e preguiça daquela manhã.

— Não posso? – Cruzou os braços, esperando uma resposta daquele que parecia querer dormir mais que tudo.

— Até pode, mas é estranho já que você nunca fez isso, sem ao menos me avisar! – Sinceridade era o ponto forte de Mark.

— Sempre passa os Domingos com seu amigo – Se referiu a Jackson com um certo desagrado e Mark percebeu, não era bobo.

— Não posso? – Perguntou irônico.

— É estranho! – Disse com contragosto.

— Novamente com ciúmes de Jackson? Isso é sério? – Perguntou em surpresa, aquilo era desconfiança demais para si – Sabe que isso é uma grande idiotice, não é? – Sentou-se, pelo visto aquela história iria render.

— Idiotice é você continuar me fazendo de boba!! – Se levantou, pegando a bolsa que havia jogado perto da cama – Vá se ferrar! – Saiu sem dizer mais nada, deixando um Mark estático para trás.

— Aish!! – Gritou de raiva se jogando na cama – Ela está me deixando louco, que droga! – Se esperneou na cama, logo tendo sua mãe na porta lhe encarando como se fosse um doido.

— Terminaram? – Se assustou pelos gritos que ouviu do andar debaixo.

— Infelizmente não!! – Desejou que tivesse sido assim, pois só assim não continuavam machucando um ao outro.

— Vocês são loucos! – Suspirou – Ah – Deu meia volta, parando novamente na porta -  lembrei-me – Entrou no quarto para pegar algumas roupas sujas – A Sun disse que Jackson não estava passando bem hoje.

— O Jack? O que ele tem? – Achou estranho, seu amigo não costumava ficar doente assim do nada e ontem ele estava bem.

— Febre e dores no estomago – Falou preocupada, Jackson era como um filho – Ela disse que ele não quer ir no médico, devia ir lá e obriga-lo com uns bons bofetes! – Riu de lado, as vezes a senhora Tuan era assustadora.

— Mãe, ele está doente e você quer que eu bata nele? – Perguntou enquanto arqueava levemente a sobrancelha.

— Não, filho – Riu, tentando concertar o que havia dito – Quis dizer para tentar convencê-lo de qualquer jeito!

— Ah – Fingiu desagrado – Era só isso? – Brincou de sério, fazendo sua mãe lhe encarar como se quisesse o bater.

— Vai logo peste! – Deu um sorriso largo e doce, totalmente diferente de suas palavras de a pouco.

Mark realmente ficou preocupado, seu amigo pulava e corria pela chuva enquanto ele estava de em casa, de cama a vários dias só por ter pegado uma pequena chuva.

Jackson sempre fora mais forte que ele e isso realmente tirou-lhe todos os resquícios de sono que ele ainda poderia ter naquela manhã e assim só lhe restou fazer uma visita ao morador do lado já que ele não conseguiria pregar o olho até confirmar se amigo ainda respirava.

...

Após uma ducha rápida desceu para comer algo e ficou extremamente satisfeito ao ver que a mesa estava posta e havia várias coisas que gostava de comer e que normalmente não comia aos domingos por ser seu dia de hibernação, e que por sinal não aproveitou hoje por conta da preocupação que o fez logo dar um pulo na casa ao lado.

— Jackson? – Bateu na porta, avisando que estava entrando e ao entrar seu humor que não estava bom desceu para pior ao ter sua namorada o encarando com cara de velório.

Ele não sabia se falava com ela ou apenas ia até seu amigo que era o que ele havia vindo fazer.

— Mark – Ouviu a voz da namorada pelo quarto, antes mesmo de entrar – Achei que estava dormindo! – Mark sentiu a ironia na voz dela e apenas sorriu de lado.

— Não consegui mais dormir! – Disse se aproximando da cama onde o amigo estava deitado – Doente? – Cutucou Jackson que apenas sorriu fraco – Então você também adoece... – Sentou-se na cama – Olá para você também Jay – cumprimentou a namorada do amigo que com certeza não havia lhe cumprimentado por ter ouvido algo de sua namorada.

— Mark... – Tentou sorrir, mas o sorriso era falso demais para ser sustentado por muito tempo.

— Que clima é esse? – Jackson perguntou baixo a sua namorada que apenas fingiu não ouvir e o encarou tentando obter respostas.

— Jay, vamos? – Jina se levantou e caminhou até onde a amiga se encontrava – Temos que ir naquele lugar!

— Tudo bem! – Beijou a testa do namorado que parecia saber estar a par do “Lugar” ao contrário de Mark que boiou naquele assunto.

— Depois conversamos, Mark, se você quiser é claro! – Disse ao sair do quarto, nem esperando resposta do namorado.

— Vocês terminaram? – Jackson perguntou ao ver todo aquele clima estranho.

— Ainda não... – Bagunçou os cabelos, percebendo a cara de mal-entendido do amigo.

— Brigaram hoje, já? – Quis rir mais parando antes de fazê-lo pois sua barriga doeu.

— Não se esforce! – Alisou os cabelos do amigo – E respondendo a sua pergunta, sim, brigamos hoje e adivinha por causa de quem? – Arqueou a sobrancelha enquanto esperava uma resposta.

— Não me diga que está de rolo com alguém? – Não passou nem perto da resposta que Mark tinha.

— Quem dera! – Gargalhou – O pivô da DR de hoje foi você! – Quis rir da cara que Jackson fez.

— Eu? Porque eu? – Sua reação havia sido a mesma de Mark quando Jina havia vindo com esse assunto.

— Você não sabia? – Fez suspense.

— Do que? – Entrou no suspense, estava se divertindo com aquilo.

— Ela tem ciúmes de você e a Jay me tratou daquele jeito porque ela já devia ter contado tudo para ela! – Cruzou os braços, balançando a cabeça em confirmação.

— Eu estou sem palavras! – Fez drama, Jackson era o rei dos dramáticos.

— Vamos ao médico? – Olhou em volta, suspirando pesadamente e mudando de assunto antes que sua raiva voltasse ao lembrar daquilo.

— Nem pensar! – Deitou e se cobriu por completo com o edredom.

— Não banque a criancinha Jackson Wang! – Cutucou o amigo na tentativa de causar cocegas.

— Não estou! – Se desenrolou finalmente, e apenas ficou parado encarando seu amigo.

“Por algum momento, aquela cena pareceu parar no tempo. Foi desconfortável”

As vezes Mark não conseguia explicar, nem para si mesmo, como o olhar penetrante de Jackson o deixava desconcertado e ao mesmo tempo como se adrenalina pura corresse em suas veias. Era estranho.

“Mark desviou o olhar, foi um reflexo e ele o agradeceu”.

Jina nunca entenderia a amizade que ele tem com Jackson, em sua cabeça nunca passou de uma bela amizade, eram como verdadeiros irmãos. Mas Jina não aceitava isso, sempre achou que tinha algo a mais naquela amizade que os dois se dizia ter.

Para Mark, Jackson era como um irmão que não pode ter em sua própria família, e para Jackson Mark não era diferente. No fim as considerações eram as mesmas.

Desde sempre havia sido assim, tratados como irmãos, até por seus próprios pais que não conseguia ver nada diferente disso e por isso ficou. Desde pequenos, vivendo juntos e dividindo até os mesmos brinquedos sem nem um pouco de rivalidade.

Ser criança, deve ser a fase mais fácil da vida de todo mundo, e acostumados a viver assim, sem desgrudar por um só instante até eles se convenceram de que eram irmãos de verdade, ou melhor, descobriram que poderiam ser sim irmãos, a mentalidade era essa.

Continuou sendo assim por muito tempo e eles eram felizes e se sentiam a cada dia mais completo com o laço que tinham construído.

...

Amizade inabalada, irmandade acima de tudo, era o que definia o que tinham.

De fato, era assim, e de fato, eles continuam os mesmos.

Jackson e Mark, era de se ter inveja e assim foi por muito tempo, até que chegaram no ensino médio e tudo mudou, mesmo que pouco, quando uma pessoa chamada Jina apareceu e começou a ocupar pequenas partes de Mark, o amigo inseparável de Jackson.

Jackson não conseguia aceitar que seu amigo, irmão de todas as horas estava se ocupando com alguém que não era ele, e isso o deixou triste durante muito tempo e Mark não sabe disso pois Jackson nunca demonstrou isso em sua presença, ele não queria atrapalhar ou deixar o amigo preocupado com o que poderia estar acontecendo consigo. Não queria fazer Mark pensar que ele estava triste por conta de seu tão inesperado namoro com Shin Jina, a garota nova da escola, a modelo, que resolveu voltar a estudar e que por acaso se apaixonou por Mark, seu amigo.

Ele percebeu que haviam crescido e que tudo ao seu redor teria que mudar uma hora ou outra, é a lei da vida.

“Nada continua sendo como sempre, em algum momento da vida as coisas têm que mudar e evoluir e nem sempre causa felicidade plena”.

Para Jackson, por um bom tempo, ele pode sentir como se seu mundo tivesse sendo despedaçado aos poucos, e de pouco a pouco ele se sentia vazio, e até hoje não podia explicar o que realmente sentiu naquela época.

(..)

FlashBack On:

— Jack, eu preciso muito falar com você! – Dizia o mais velho – Desculpa por ter ligado a essa hora, você pode sair um pouco, estou aqui fora.

— Aconteceu algo? – Disse, vestindo uma blusa de capuz para encontrar o rapaz na porta de sua casa – São 05:00 da manhã, está tudo bem?

— Está sim, estou aqui na porta – Riu, envergonhado de levantar seu amigo a essa hora da manhã.

Mark desligou a chamada e ficou esperando o amigo sair. Por mais que tivesse tentado dormir não conseguiu, ele sentia que precisava falar com Jackson antes de decidir qualquer coisa e isso o fez correr de ansiedade para a porta do amigo.

— Mark? – Jackson saiu, e viu o amigo sentado no último degrau da pequena escada – Você está louco? Quer pegar um resfriado com essa roupa fina? – Deu bronca na pessoa que usava uma blusa fina de manga comprida e shorts em pleno inverno.

— Vem, entra!! – Chamou, vendo o outro correr para entrar.

Os dois subiram para o quarto para que pudessem conversar sem ter que congelar de frio e assim fizeram, Jackson sentou-se e esperou Mark começar a falar, quase se mordendo de curiosidade.

— Jack, eu ia esperar amanhecer, mais não consegui – Dizia, enquanto estralava os dedos e mordia os lábios “Hábitos de ansiedade de Tuan”.

— Mark, fala logo – Ficou preocupado, chegou a pensar que era caso de vida ou morte.

— Eu não sei se deveria ou se é precipitado – começou a falar, encarando Jackson finalmente – Eu acho que vou pedir a Jina em namoro! – Disse, vermelho igual pimenta.

— Namoro? – Jackson sentiu como se estivesse flutuando, porém, seu corpo pesou ao ver a seriedade no olhar do amigo.

Mark precisava falar com Jackson antes de fazer algo, era um habito que adquiriu desde o começo da amizade, era como se a concordância de Jackson soasse como passe livre para o certo, se caso o amigo negasse a ideia, era um sinal de que aquilo era errado e não iria dar certo.

E Jackson, realmente não sabia como poderia opinar naquele caso. Ele realmente não fazia ideia do que dizer, e se aquilo era algo bom ou ruim para Mark e o certo, e o que ele se perguntou foi: Isso é o certo para mim? – Ou melhor – Isso é o certo para nossa amizade? – Tudo virou uma grande bola de neve em sua cabeça.

Ele imaginou que Mark começando a namorar alguém iria lhe esquecer e o deixar de lado. Que a amizade que os dois tinham iria acabar e Jackson e Mark amigos e irmão viraria poeira do dia para noite.

Mas mesmo assim, se esforçou para dar forças ao amigo, e o incentivar para fazer o que planeja, afinal o que ele mais queria era que Mark fosse feliz, mesmo que isso significasse perder um pouco dele a cada dia.

E desde então se foram uns bons anos.

E desde então, Mark e Jackson passaram a ser mais amigos ainda, se é que era possível existir o “Mais” e “Menos na amizade dos dois.