História Hard (Em Revisão) - Eu não queria.

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Era segunda-feira e como Jackson estava de férias da faculdade, havia marcado de tomar café da manhã com sua namorada em um café que os dois gostavam de frequentar e como sempre e por incrível que pareça ele chegou primeiro ao estabelecimento.

Não havia muitas pessoas ali, ainda era um pouco cedo e ele aproveitou para sentar-se em uma das mesas que ficava ao lado da janela para olhar o movimento que crescia cada vez mais nas ruas de seoul, ao decorrer dos minutos.

Pessoas sorrindo, distraídas ou apressadas. Ele sempre gostou de observar, de longe as ações das pessoas que o rodeavam.

E ele nunca odiou tanto, observar as coisas e pessoas ao seu redor, até aquela manhã de segunda-feira.

...

— Qual é o seu problema? – Jackson puxou a garota pelo braço para fora do café que havia acabado de entrar, deixando a pessoa que a acompanhava totalmente estático para trás.

— O que foi? – Se soltou do aperto do maior, o encarando com certa descaração.

— Eu não acredito no que eu acabei de ver! – Jackson suspirou, tentando talvez acordar daquele pesadelo em que havia acabado de entrar – Como você foi capaz de fazer isso? Está com outro? – Abaixou a voz vendo que todas que passavam o encaravam.

— Eu já devia ter feito isso! – Cruzou os braços – Jackson Wang!

— Eu não acredito que você foi capaz de fazer isso! – Ficou estático, seu sangue parecia ferver dentro de suas veias – Justo com ele? – Teve vontade de simplesmente poder apagar o que acabara de descobrir – Porque fez isso com o Mark? – Gritou, arrastando a garota dali para um lugar mais reservado.

— Ele não gostava mais de mim? – Deu de ombros, sentindo seu corpo sendo empurrada contra a parede.

— Você terminou com ele? Não! – Jackson estava irritado – Ele nunca foi capaz de trair você e agora você faz isso com ele, você é realmente um demônio em forma de gente.

Ele sabia do gênio da namorada de seu amigo, nunca havia ido 100% - Não chegou nunca, nem a 40% - com a cara dela. O tempo foi passado e ele aprendeu a conviver com ela, já que além do namorado dela ser seu melhor amigo, a sua namorada era também melhor amiga da outra.

Mas uma coisa ele sempre soube, a Jina não era uma pessoa totalmente boa como demonstrava e isso infelizmente, ele acabou de confirmar hoje.

— Porque você está tão irritado? – Riu de lado, encarando o rapaz que apenas a fuzilava com o olhar – Você não tem nada a ver com isso! – Riu pela última vez e saiu de perto do rapaz.

Aquilo havia deixado Jackson fora de si, era uma injustiça, e ele sabia que se não fizesse nada ou não dissesse nada, o seu amigo seria enganado por ela, caso ela não tenha planos de terminar o namoro.

— O que eu faço? – Havia perdido o senso por um segundo e quando percebeu já estava ligando para Mark, mas antes que o mesmo atendesse ele desligou a chamada – Não, de cabeça quente não, Jackson – Voltando para o café viu a hora que Jay entrou no mesmo e quando entrou novamente viu que a mesma havia sentado em uma mesa mais no fundo, e caminhou até lá.

— Jackson! – Gritou de longe, acenando.

— Bom dia! – Jackson disse, sentando-se, emburrado, e a namorada percebeu.

— O que aconteceu? – Perguntou de imediato.

— Qual o problema da sua amiga? – Jackson e raiva, era igual a explosivo.

— Sabia que iria me perguntar isso! – Afirmou não dando muita atenção, enquanto folheava o cardápio.

— Você sabia? – Ele não acreditava, ou melhor, não queria.

— Ela é minha amiga, como não saberia? – Encarou o namorado, com um certo frio no olhar.

— Eu não esperava isso de você, Jay! – Abaixou a cabeça, tentando processar tudo que havia ouvido e visto.

— Porque está tão preocupado? – A voz da moça havia mudado, era mais interrogativa que o normal.

— Como assim? – Encarou Jay, que o encarava – O Mark é meu amigo, você achou que eu gostaria de saber que ele está sendo enganado? – Perguntou, atrás da verdade por trás de tudo.

— Então você pretende contar? – Ergueu uma sobrancelha, colocando o cardápio sobre a mesa com uma certa força, coisa que fez Jackson começar a desconhecer Jay também.

— O que você acha? – Tentou rir da situação – Você acha que eu iria conseguir olhar para ele e esconder tudo?

— Você não ouse dizer nada, entendeu? – Mandou, convicta de que sua ordem seria acatada.

— Desde quando eu obedeço, você, poderia me dizer? – Riu de lado, achando tudo mais absurdo ainda.

— Tente e eu termino com você! – Cruzou os braços, não medindo hora nenhuma, suas palavras.

— Então você é assim? – Olhou em volta, rindo, de raiva – Faça o que quiser! – Pegou a jaqueta que havia tirado e se levantou saindo dali o mais rápido que pode.

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Em dez minutos Jackson chegou a casa de Mark, agradecendo ter pedido o carro da mãe emprestado naquela manhã.

Ao parar em frente a porta da casa do rapaz sentiu suas pernas querer falhar – Ele não imaginava como iria dizer aquilo, era delicado - Aguardou um tempo para que pudesse organizar os pensamentos e a raiva que tomava conta do seu ser naquele momento. Coisa que não funcionou muito bem, já que ao entrar na casa do amigo e começar a subir os degraus pode ouvir a voz da traidora vindo lá de cima, do quarto que pertencia a Tuan.

— Deus, me dê paciência! – Pediu, tentando pensar em algo – O que eu faço agora, não posso simplesmente deixar aquela vadia engar o Mark assim, não é? – Sussurrou consigo mesmo, tentando a todo custo se convencer que aquela era a coisa certa a se fazer – Não posso! – Tentou se convencer, subindo finalmente o restante dos degraus, parando em frente a porta do quarto que por sinal estava aberta.

Mark estava sentado, assistindo alguma coisa no Notebook e não percebeu que Jackson havia chegado até que o mesmo se pronunciou, obtendo o olhar ofensor de Jina que estava sentada numa cadeira perto da cama, mexendo em seu celular.

— Jack! – Mark sorriu - “e aquilo deixou Jackson triste” - deixando o Notebook de lado e vindo até a porta do quarto – Aconteceu algo? – Perguntou, o chamando para entrar e vendo o mesmo negar, coisa que ele achou muito estranho.

— Eu preciso conversar com você! – Ergueu o olhar para a moça – A sós – Disse, quase em pedido e o outro lhe olhou estranho.

— Jackson? – A moça apareceu atrás de Mark, recebendo o olhar irritado do outro rapaz – A Jay te disse, não é? – Piscou e Jackson se lembrou do que ela estava se referindo.

“ — Tente e eu termino com você! “ – Então é assim? – Pensou, se sentindo mais irritado ainda.

— Sim, ela me disse – Riu, a deixando por um minuto ser enganada assim como ela gostava de fazer com os outros – Se você se encontrar com ela antes de mim diga “ Vá em frente – Pronunciou quase sibilado, mas não com toda a ironia que desejava.

— Jina, depois converso com você! – Disse Mark, e a garota nem disse nada e apenas saiu do quarto bufando, coisa que Mark nem desconfiou já que ele já estava acostumado com aquilo da parte dela.

Jackson entrou no quarto e sentou-se na cama de Mark, observando cada cantinho do mesmo como se fosse a primeira vez que via aquilo.

Ele queria ganhar tempo, precisava de tempo, não podia simplesmente jogar na cara do amigo que a namorada que o mesmo respeitou durante todos esses anos estava lhe traindo.

Mark ficou preocupado, não era do feitio de Jackson ficar calado e pensativo durante muito tempo, isso só reforçava que algo o incomodava e muito.

— Você está melhor? – Tentou puxar assunto, vendo que o outro não começaria a falar tão cedo.

— Sim, sou forte! – Riu, coisa que deixou Mark aliviado por alguns segundos – Mark, eu tenho algo para te contar – Encarou o amigo que esboçou uma grande interrogação no rosto.

— O que aconteceu Jack? Eu estou ficando preocupado! – Sentou-se na cama, ao lado do amigo.

— Eu tenho medo que se chateie comigo por ter me intrometido ou algo do tipo! – Viu Mark negar – Mas eu não consigo ficar calado, não dá! – Abaixou a cabeça e respirou fundo.

— Só me fala o que houve – Mark acariciou os cabelos de Jackson, que lhe encarou finalmente pronto para falar.

— Eu realmente tive vontade de quebrar ela, como se quebra uma coisa qualquer que não presta – Falou com dificuldade, sua voz era tremula e depois que conseguiu dizer aquilo abaixou o rosto para não ter que encarar o outro – Me desculpa! Eu realmente não gostaria de ter que te dizer isso – Pediu fraco, sentindo os braços de Mark em volta de seus ombros, mesmo não sabendo ainda do que se tratava.

— Me fala! – Incentivou o outro.

— Eu vi ela com outro hoje de manhã – Falou tudo de uma vez, sem pausa alguma e se Mark já não fosse acostumado com a fala apressada do amigo quando estava nervoso não teria entendido nada.

— Então ela me traiu? – Riu, sentindo raiva, da sua capacidade de ser enganado.

— Eu não iria conseguir olhar para você e não falar nada, eu vi hoje cedo e.. e – Abraçou o outro – Eu só não aguentaria deixar ela te enganar.

— Obrigado Wang puppy! – Mark não choraria por ela, não importa o quanto ela o decepcionou, ou o quanto ela tinha sido baixa  – Eu sei agora que só posso confiar em você! – Pigarreou, separando-se do abraço.

— Você sempre poderá confiar em mim! – Sorriu, apertando a mão de seu amigo que parecia abalado, mesmo não querendo demonstrar.

...

Os gritos de dor poderiam ser ouvidos por quem passasse na rua naquela hora da noite, e a mãe já havia reclamado várias vezes e de nada adiantou.

— Eu confesso que nosso relacionamento não era muito bom e que eu sou alguém grosso por natureza – Disse, enquanto assistia um filme com Jackson em seu Notebook – Mas porque trair? Só era terminar se não estava mais dando ou se queria ficar com outra pessoa! – Encarou Jackson que concordou com o que dizia.

— Eu não entendo, eu sempre desconfiei que ela era alguém tipo onça, mais eu não imaginava que chegaria a esse ponto, não é? – Quase se engasgou com a pipoca, recebendo os tapinhas do amigo nas costas.

— Exato, eu teria terminado se quisesse ficar com alguém, você sabe! – Ele estava com raiva, não por aquele relacionamento ter chegado ao estágio final e sim por ter sido assim.

“Se não quer mais só termine”

“Se quer outra pessoa, só termine”

Mark sempre teve isso em mente, e até o momento não havia traído a Jina de forma alguma.

Ele não queria olhar nem na cara, de quem, do jeito dele, dedicou quase cinco anos da vida. Ele não queria mesmo e nem precisava.

Por isso apenas ligou para ela, não quis tirar mais nenhuma satisfação ou obter um motivo dela ter feito tal coisa, ele simplesmente disse que ela estava livre para ficar com quem quisesse e que aquele relacionamento não teria mais concerto algum.

E assim fez, e não voltou a atender as outras trinta e três vezes que a garota fez até a meia-noite.

E assim fez, não saiu para encher a cara como muitos fazem em um termino, nem ficou gastando lágrimas atoa, enquanto desperdiçava lenços e muitos menos foi rever as fotos tiradas juntos. Pelo contrário, ficou em casa deitado, na companhia de seu amigo, assistindo filmes de guerra, com muito sangue e morte até pegarem no sono, sem nem ao menos encerrar o filme.

Mark acordou sentindo um peso conhecido sobre si, lembrando o motivo de isso está acontecendo depois de tanto tempo.

— Jackson, Sai de cima de mim – Tentou empurrar o amigo, mais sua força não era lá grande coisa quando despertava – Eu não estou conseguindo respirar, sai!

— Porque está gritando? – Se mexeu para o lado, tirando o corpo inteiro de cima do mais magro, percebendo que já era quase manhã – Pronto, desculpa! – Sorriu, entre os dentes, se aconchegando novamente ao corpo de Mark, mas dessa vez em um abraço.

— Porque está fazendo isso, depois de tanto tempo – Perguntou, tentando não rir com seu amigo manhoso, do mesmo jeito de como faziam a algum tempo atrás.

— Por isso mesmo, está com tempo – Riu, abrindo os olhos e observando aquele ser que mesmo com o cabelo bagunçado era bonito.

Os dois gargalharam, sentindo uma certa saudade do tempo em que dividiam a cama e passavam a noite conversando baboseiras e acabavam pegando no sono e acordando abraçados, assim como agora.

— Eu te disse para não se preocupar, não disse? – Uma voz assustou os dois rapazes, que fitaram a porta que se encontrava aberta, com uma mãe de cada lado – Eu já havia dito que quando esses malandros não dormissem em casa estavam assim, dormindo abraçados! – A mãe de Mark finalizou, cruzando os braços.

— Mãe! – Jackson quase gritou, se soltando de Mark – Você me assustou, ou melhor, as duas – Disse, fazendo um bico nos lábios.

— Você que me assustou Jackson Wang! – A Sr.Sun disse, bufando – Você saiu de casa de manhã e não apareceu mais, não faça mais isso.

— Eu te disse Sun! – A mãe de Mark se pronunciou novamente, apenas observando a cena – Não se preocupa com esses dois! – Sorriu, puxando a amiga pelo braço – Vamos deixar eles dormirem, ainda são 05:00 horas da manhã!

— Você me paga, projeto de filho! – Fechou a porta, deixando os dois sozinhos com uma grande cara de brisa.

— Me senti flagrado! – Mark brincou, gargalhando.

— Cala a boca! – Jackson tampou a boca do amigo com a mão, o agasalhando em um abraço conchinha – Eu quero dormir.

— Agora estou me sentindo violentado! – Mark tentou falar corretamente mais não deu já que a mão de Jackson permanecia em sua boca, impedindo que sua fala soasse corretamente.

Não tardou para os dois pegarem no sono novamente, e lá estavam, totalmente apagados sendo observados pelas duas mães, uma em cada lado da porta do quarto.

Dormiram bem, e incrivelmente a insônia não os atingiu naquela noite, nem madrugada. Afinal, aquilo era algo que costumam fazer e que a muito tempo não faziam.

Jackson acordou primeiro, seu celular tocou debaixo do travesseiro o acordando de susto e o pior não foi ter quase tido um ataque do coração e sim ver quem era a pessoa que estava lhe ligando tão cedo da manhã.

— O que foi Jay? – Perguntou seco, entrando no banheiro do quarto de Mark.

— Sobre ontem, eu não falava sério! – Disse a moça do outro lado da linha.

— A não? – Riu o garoto – O que fazemos então? Levei a sério – Disse irônico.

— Vamos conversar, eu estava brincando! – Tentou concertar o que havia dito ontem quando se encontrou com o que até então era seu namorado.

— Não, não há o que conversamos mais, acabou! – Ditou, sem rodeios.

— Jackson, por favor me escuta – Pediu, quase chorando.

— Estou ouvindo – Respirou fundo, buscando paciência.

— Não termina comigo, eu não farei mais o que fiz ontem, nunca mais – As palavras da garota faziam Jackson querer rir, e só não o fazia porque a hora não era para brincadeiras.

— Jay, você quem terminou, lembra? – Alfinetou, a fazendo lembrar da merda que tinha feito.

— Eu sei o que eu disse, mas... – Foi interrompida.

— Você disse que terminaria comigo se eu dissesse algo, eu disse, então estamos oficialmente terminados! – Encerrou a chamada, sem nem ouvir se a menina tinha algo a mais a dizer.

- Teve vontade de quebrar o espelho a sua frente com um só golpe, mas se segurou ao perceber que não estava em seu banheiro -.

Saiu do banheiro e se assustou ao ver seu amigo sentado na cama o olhando com uma cara irritada e de braços cruzados, e a princípio nem desconfiou o porquê daquilo, até ele se pronunciar.

— Então você e a Jay terminaram? – Perguntou, indo até Jackson e o encarando mais de perto, como quem procura uma verdade a força.

— Terminamos! – Disse firme, mesmo estando com medo da cara que Mark fazia.

— E o que você disse para ela querer terminar? – Bateu o pé no chão, fazendo Jackson que tinha desviado o olhar lhe encarar novamente.

— A Jay me desafiou, como se mandasse em mim, dizendo que se eu falasse algo para você ela terminava! – Disse tudo sem tomar folego – Daquele momento em diante ela não era mais minha namorada! – Cruzou os braços – Pronto, foi isso!

— Jack, porque é tão orgulhoso? – Mark bagunçou os próprios cabelos se perguntando o porquê do amigo ser sempre assim, se sentindo culpado por ter sido o pivô daquilo.

— Eu não sou orgulhoso! – Disse – E você não é o culpado! – Afirmou, fazendo outro lhe encarar.

— Como assim não sou? Claro que sou – Virou, se sentando na cama e jogando o corpo para trás – Tenho culpa no cartório.

— Não dava Mark, eu não aguento isso! – Caminhou até o garoto que insistia em achar que era o culpado – Vamos, levanta! – Cutucou a perna do outro – Lembra que tínhamos marcado de encontrar com JB e Youngjae hoje? – Puxou o outro pela perna, quase o derrubando no chão.

— Não quero, estou de luto! – Disse sério, porém com aquela típica cara de drama.

— Acredito! – Se jogou ao lado do garoto – Acredito tanto que irei até dizer que também estou de luto! – Brincou.

— Vamos usar preto? – Perguntou, gargalhando.

— Vamos usar preto! – Concordou – Mas agora levanta ou chegaremos tarde no cinema e Youngjae disse que se chegássemos atrasados ele tiraria nosso coro – Levantou-se, tentando ao máximo não voltar para a cama – E eu preciso me distrair e você também, levanta ou eu te jogo debaixo do chuveiro de roupa mesmo – Deu seu ultimato, vendo o amigo levantar com uma bandeira branca e um bico nos lábios.

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