História Hard (Em Revisão) - Ciúmes de amigo não mata.

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Jackson estava se sentindo um inútil completo, e esse sentimento: o entalava a garganta, fazia seu sangue ferver como estivesse posto em uma panela no fogo alto, sem dúvidas, era desolador para uma pessoa como Jackson Wang, o melhor amigo de Mark Tuan.

Na noite passada, quando ambos já estavam se divertindo e despreocupados do mundo que os rodeavam em pleno século XXI, algo imprevisível aconteceu a seu amigo.

Quem no mundo poderia imaginar que ao estar em uma festa com os amigos iria acontecer de alguém ser drogado – Por algo que Jackson não sabia o que havia sido – para depois ser literalmente atacado por alguém nos fundos da casa, num jardim ao longe dos olhares alheios?

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— Jack!! – Tentou chamar a atenção do outro, que se mantinha concentrado demais na tela do notebook – Eu já disse para esquecer essa história! – Bufou, vendo que o outro ignorava seus pedidos, desde a hora que acordou – Já aconteceu, não temos mais o que fazer sobre isso! – Disse irritado, se ele que sofreu o ataque “digamos de passagem” queria esquecer porquê ele ia contra?

— Como, Mark? – Quase gritou, encarando o rapaz atrás de si, enrolado nos cobertores – Olha isso! – Apontou para os braços do amigo que agora cedo havia amanhecido arroxeados pelo o aperto sofrido naquela região – E eu sei que você ficou mal com isso, como eu posso fingir que estou bem? – Bufou, não conseguindo controlar a raiva que sentia por não ter conseguido evitar aquela situação.

— Você não teve culpa Jackson, você saiu por um segundo e isso ocorreu, essa é a única explicação, você não causou isso! – Disse, insistindo e tentando colocar na cabeça do mais novo que ele não poderia ter evitado aquilo.

— Eu vou descobrir quem foi – Disse, ignorando novamente aquele que agora lhe encarava cansado, voltando a se concentrar em ver quem havia vindo a festa do JB e que possuía as características que havia conseguido guardar na mente.

“Ele era alto” – Muito alto, reforçou.

Havia se passado horas e Jackson ainda não havia desistido de encontrar a tal pessoa que havia tentado se aproveitar de Mark. Por mais que ele tentasse chutar o pensamento para longe daquilo tudo ele não conseguia, o ódio e a raiva que sentia o trazia de volta para a tão implacável busca pela pessoa alta, de corpo esguio que tentava a todo custo fugir de sua memória.

Ele estava na casa de Mark, desde o acontecido, não ousou deixar o amigo sozinho, como se o tal rapaz fosse se atrever a invadir o quarto do rapaz – Ele não queria duvidar mais de nada – Mesmo Mark dizendo que estava tudo bem e que aquele assunto devia ser esquecido ele não conseguia e continuaria assim até achar a pessoa e o forçar a engolir os próprios dentes, se possível.

Agora, sentado na ponta da cama, olhando o amigo que dormia tranquilo, o fez lembrar de que aquilo realmente não poderia passar barato e que de um jeito ou de outro a pessoa iria pagar por cada lagrima que o loiro derramou e por cada medo e insegurança que lhe passou a mente naquele momento em que ele não pode se defender de tal ato, tão forçado.

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Jackson saiu praticamente correndo da casa de Mark, sem lhe dizer nada e muito menos o esperar para ir junto, seja lá para onde ele iria.

Estavam conversando, enquanto quase quebravam os botões do controle com um joguinho idiota de luta que haviam achado entres os milhares de jogos que já haviam cansado de bater todos os recordes possíveis, quando Jackson recebeu uma ligação e saiu cego de raiva, sem dizer uma palavra sequer.

Jackson era explosivo, impulsivo e totalmente fora de si quando algo roubava sua paciência de alguma forma e Mark sabia muito bem disso, e não era atoa que já havia ruído quase todas as unhas da mão enquanto ligava para o celular do felizardo desde a hora que saiu. Jackson não atendeu nenhuma delas e do meio para fim nem chamar mais chamava, apenas dava desligado.

— Porra Jackson Wang, não vá fazer besteira! – Quase suplicou, do lado de fora da casa olhando para todas as pessoas que vinham na esperança de ser ele.

Mais uma hora se passou e nada de Jackson aparecer. Já estava escuro e ele já havia perdido a conta de quantas pragas e palavrões já tinha jogado contra a pessoa que parece que nasceu para lhe tirar do sério e lhe matar de preocupação.

— Atende, desgraçado! – Seu coração só faltou sair pela boca quando o celular voltou a chamar – Por favor!! – Bateu o pé no chão, roendo a única unha que parecia ter sobrevivido – Jackson Wang, onde diabos você se meteu? – Gritou sem folga, quando o mesmo atendeu a chamada.

— Calma Mark! – Pediu, sentindo seu ouvido doer – Você pode me encontrar? – Perguntou, com uma voz um tanto estranha para o outro que quase morreu de preocupação.

— Encontrar aonde? – Gritou, mesmo se sentindo aliviado – Espero que esteja todo machucado! – Disse, impaciente.

— Desculpa, depois nós conversamos direito, mas agora eu quero que venha aqui, estou naquele deposito abandonado que fazíamos grafite, lembra? – Perguntou.

— O que diabos você está fazendo aí? Jackson, você me paga! – Gritou, encerrando a chamada sem nem antes obter uma resposta.

Mark saiu correndo, não avisou nem sua mãe que a horas lhe perguntava o que ele fazia a tanto tempo praticamente dependurado de olho na rua.

Seu coração batia a mil, tinha receio de que Jackson fizesse alguma besteira após vê-lo sair daquela forma de sua casa e só agora atender talvez a sua 55° ligação e dizer que estava em um deposito abandonado?

Sua sorte é que o tal deposito abandonado ficava a poucas quadras dali e logo ele avistava a cobertura do grande galpão isolado da vista de muitos, coisas que fazia Mark imaginar que Jackson poderia estar torturando alguém despreocupado, enquanto tomava uma água de coco.

...

Mark parou em frente ao local, tentando recuperar forças para esfolar o outro quando o encontrasse, e essa era a sua intenção mais ao entrar e ver Jackson sentado de frente para a saída e um rapaz a sua frente, de costas para a saída de cabeça baixa, o fez, temer a situação de perder sua coragem inicial.

Jackson avistou Mark, parado na entrada do local e o chamou com a mão.

Mark seguiu o caminho, até chegar perto de Jackson, mais sem ousar olhar para quem poderia estar sentado ali, talvez sendo torturado por Wang.

— Mark! – Disse calmo, segurando a mão do outro – Eu realmente não estou entendendo! – Forçou o outro a se virar para encarar o rapaz que até o momento não tinha dito uma palavra sequer.

Mark se virou, encarando o rapaz que lhe alternava entre olhar para o chão e lhe encarar e ele jurou por um momento que aquilo tudo não se passava de uma pegadinha, feita por alguém totalmente sem senso de humor.

— Que droga é essa que está acontecendo? – Perguntou, boquiaberto, sem entender nada que estava acontecendo.

— Olha Mark? – O rapaz de voz rouca se pronunciou, se levantando da cadeira e tentando encostar no corpo que foi devidamente esquivado pelo rapaz que até então estava estático.

— Não me toca! – Disse, encarando o rapaz mais alto que si – O que está havendo? É uma pegadinha Seungjun? – Sentiu o estomago embrulhar e a única coisa que desejava era poder acordar e ver que nada se passava de um sonho sem nexo.

— Mark, me escuta! – Pediu, respeitando o espaço que o outro queria – Eu juro que não fiz aquilo! – Tentou se explicar, mais sua voz era falha devido ao nervosismo.

— Como assim? Não era você quem estava o forçando contra aquela arvore? Não foi em você que eu deixei esse olho roxo? - Jackson apontou para o rapaz que tinha o olho roxo pelo golpe sofrido naquela madrugada.

— Vocês entenderam errado! – O garoto bagunçou os cabelos, deixando a cena mais confusa ainda – Eu realmente não o dopei – Apontou para Mark, que parecia a cada segundo mais vermelho de raiva – E eu não o machuquei e muito menos tentei força-lo a fazer algo comigo! – Encarou Jackson, que parecia mais descrente ainda da situação.

— Quem foi então? – Mark gritou, fazendo sua voz ecoar no deposito – Quem foi? – Perguntou mais uma vez, vendo que o outro se mantinha calado.

— Eu realmente gosto de você! – Disse, em um tom mais baixo, obtendo o olhar de Jackson que parecia não crer no que estava ouvido – Mas eu não faria isso, nunca! – disse, limpando a garganta – Eu também não lembro muito coisa que aconteceu ali, só sei que estava eu e alguns colegas bebendo e por algum motivo eu fui até o Jardim, já que precisava de ar fresco – Viu Mark lhe encarar, como quem quer descobrir a verdade e Jackson agora ao seu lado, observando cada palavra dita – E ouvi alguém gritando o seu nome – Apontou para Jackson – E quando corri para ver quem era vi Mark empurrando alguém e essa pessoa me viu, então fui ajuda-lo e foi logo ai que você chegou e começou a me bater – Sentou- se vencido e convicto de que não acreditariam na sua história.

Seungjun era um aluno novo, que compartilhava de algumas aulas com os outros dois, e com o passar do tempo eles se aproximaram, e acabou virando amigos dos dois inseparáveis.

Mark não sabia no que acreditar, sua mente estava confusa desde a madrugada. Suas lembranças não faziam sentido e o rosto da pessoa que lhe beijou, agarrou, e o machucou, mesmo que pouco não vinha a sua mente e isso só tornava a situação mais insuportável ainda.

Jackson, havia corrido, havia batido e colocado o outro contra a parede, mas nada diferente do que ele revelou a Mark foi descoberto por ele, e não estando na hora do acontecido não podia crucificar – Não mais – Alguém que parecia estar falando a verdade.

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Mark não disse mais nada, apenas saiu dali, queria apenas sair dali. Não sabia no que acreditar e no porque, queria apenas esquecer desse dia desagradável e seguir sua vida, afinal seria melhor assim.

Jackson saiu atrás do outro, correndo para poder alcança-lo e algo insistia em não sair da sua cabeça, do seu subconsciente e simplesmente ficava rodando, dando nó.

“Eu realmente gosto de você” e “Mas não faria isso, nunca”? – Porque Mark não havia mencionado que algo assim havia acontecido? Porque ele não sabia que um amigo em comum de ambos era apaixonado por ele?

Porque diabos Mark não o contou isso?

Seu peito ardia, como se algo importante tivesse sido esquecido ou perdido. Como se algo estivesse errado, e de fato estava. Seus pensamentos estavam errados, tudo.

Jackson não costumava esconder nada de Mark, se vacilar ele poderia até jurar por sua vida que nunca deixou de contar nada ao mais velhos, sobre qualquer que fosse a coisa que lhe tivesse acontecido.

Se ele comesse algo diferente ou sem o mais velho presente, assim que o encontrava dizia.

Pensar isso fazia-o se sentir meio bobo. Jackson não era bom nesses tipos de assunto, poderia ser considerado a pessoa mais rancorosa e sensível dessa terra.

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