História Hard Love Hard Sex - Sorry

Zayn P.O.V.

“Espera, não vás. Tenho medo”

Ouvi-a dizer com algum tremor na voz. A cada trovão ela encolhia-se cada vez mais.

- Já que aqui estamos, podemos ficar em minha casa. Só até a luz voltar e a trovoada acalmar, por favor. – Disse ela apertando a minha mão com mais força fazendo-me dirigir o olhar até elas.

Assim que ela viu o meu olhar dirigido às nossas mãos, o contacto desfez-se. Não sei porquê mas não queria que aquilo acontecesse. O frio fez-se sentir de novo na minha mão antes aquecida pela mão dela, por isso a fechei, tentando manter o calor.

- Nem penses – respondi – vamos para a minha casa e é se queres. Gosto do meu espaço e das minhas coisas.

Ela ficou com um ar pensativo. Um ar pensativo de mais e a minha paciência estava a escassear.

- Como é que é? Vens ou ficas? - Falei interrompendo-lhe o pensamento.

Apenas vi a cabeça dela acenar num sim um pouco receoso.

Não disse mais nada, apenas virei costas e comecei a andar. Rapidamente ela pousou a vela já sem chama nas escadas e veio atrás de mim.

Chegámos a minha casa e quando abri a porta senti imediatamente o ambiente perfumado por causa das velas.

Um cheiro bem feminino. Ótimo. – Pensei ironicamente.

Deixei que ela entrasse e fechei a porta.

Sabrina P.O.V.

Entrei na casa dele com algum receio de ir contra alguma coisa. A sala estava levemente iluminada com algumas velas, mas não o suficiente para eu ver tudo.

- Ali é o WC- disse-me apontando a luz do flash para o local – Podes ir tomar banho.

E agora? O que digo? Eu não quero ir tomar banho ali, está demasiado escuro.

- Ahm.. É que… Eu.. M-mas..

- Mas o quê caralho? – Perguntou-me num tom intimidante.

- É que eu.. Eutenhomuitomedodoescuro – Respondi-lhe tão rápido que ele ficou com cara de parvo a olhar para mim.

- Han?

- É que.. Eu.. Eu tenho muito medo do escuro e pavor de trovoada – disse baixando a cabeça deixando o cabelo cair para a frente tapando-me a cara.

Fiquei um tempo à espera da resposta mas a única coisa que ouvi foram alguns risos nasalados. Fiquei com tanta vergonha que comecei a chorar.

Como estava perto da porta, virei-me e dei uns passos em direção à mesma, mas antes tive de literalmente gritar o que sentia:

- Eu sabia que não podia confiar em ti! Na tua ajuda! Tu és um FALSO ARROGANTE QUE SÓ SE PREOCUPA COM A SUA PRÓPRIA INTEGRIDADE. NÃO POSSO CONFIAR EM TI NEM EM NINGUÉM! DESDE QUE O MEU PAI MORREU QUE EU NÃO TENHO NINGUÉM PARA ME PROTEGER DOS MEUS MEDOS. ERA ELE QUE FICAVA ACORDADO NOITES INTEIRAS SÓ PARA ME ACALMAR, SÓ PARA ME VER ADORMECER, SÓ PARA EU ME SENTIR SEGURA. MAS ISSO TUDO ACABOU! DESDE QUE ELE MORREU TUDO ACABOU! ASSIM COMO A MINHA FELICIDADE. E EU JÁ SABIA QUE NÃO ME IAS AJUDAR, EU JÁ SABIA QUE DEVIA FICAR SOZINHA COMO SEMPRE FIQUEI DESDE ENTÃO! – Disse tudo num só fôlego, nem sabendo bem como, mas disse.

Virei-me novamente para a porta mas senti-me a ser puxada e quando dei por mim estava com a cara num sítio quente. Um sítio que guardava um coração palpitante. Um sítio que até me conseguia fazer sentir protegida. O sítio era o peito dele.

Não disse nada, apenas chorei. Conseguia sentir perfeitamente os fortes braços dele à minha volta e a sua mão a apertar a minha cabeça contra o peito de quem me agarrava com força e me tentava acalmar. Como antigamente.

- Desculpa- sussurrou ele passando a mão pelo meu cabelo.