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História HARMONY (Namjin) - Dezesseis


Escrita por: NotDanceMonster

Notas do Autor


#boaleitura 💛

Capítulo 17 - Dezesseis


Namjoon

Tínhamos chegado tarde da praia, a orla era tão bonita que esquecemos da hora. Durante o tempo em que ficamos por lá, tentei a todo custo levar Jin para um lugar mais reservado, mas não deu, ele gostava de jogar com resistência.

Depois de tantos anos juntos, eu ainda tinha reações adolescentes ao vê-lo de sunga, se é que fui claro. Confesso que houveram momento em que ele quase cedeu, mas aí Bambam pediu sua ajuda para se equilibrar na prancha, já que seus pais estavam em uma bolha de romance e Jackson não estava sendo um bom professor.

Outro que estava meio emburrado era Jungkook, ele nunca gostou muito de praia, detestava areia e sempre fazia manha para ir para casa quando era pequeno. Essa característica ainda o pertencia, tivemos que ir embora depois de seu escândalo por causa de um pequeno corte no punho ao tentar subir em uma pedra.

Ok, esse nem foi o motivo principal, já estava para escurecer e todos já estavam cansados. Meu filho era um mimadinho oportunista.

Fiquei também preocupado com Jimin e Jisoo que estavam em um grude particular, rindo, se beijando e cochichando pelos cantos. Qual é, eu era um pai jovem ainda, não era? Sentia que ainda era muito cedo para ter uma cópia do meu filho em meus braços, teria que pedir para irem com calma.

Muitas coisas atraíram minha atenção, mas o que realmente me deixou intrigado foi Yugie que amava praia, mas não largava o celular em nenhum momento, nem com as broncas de Mark, ou com Tae implorando por um mergulho de cinco em cinco segundos. Ficou assim até dar a hora de ir embora, sentado sob o guarda-sol, coberto de protetor solar, sem o sorriso lindo e exagerado, só com o raio do smartphone na mão.

Crianças.

Em casa, Taehyung desceu as escadas meio frustrado, mas logo entrou em uma conversa aleatória com Jimin depois de dizer que Hobi já estava descendi com Yoongi. Foi inevitável, todos os mais velhos se entreolharam, talvez aquele papel pálido estivesse fazendo algo certo, afinal, pois caso não estivesse teria a garganta cortada pelos próprios amigos.

Sim, faríamos isso sem dó.

Yongjae e JB subiram para descansar antes do jantar, Jisoo foi tirar a roupa de praia e Yug sumiu pelo corredor, assim como Mark e Jack, sobrando eu, Jin e minhas crianças, claro, meu afilhado também era a minha criança. Ele estava tão feliz com o que tínhamos achado que ignorava Jungkook completamente, o que deixou meu caçula irritado, fazendo com que Jimin sofresse com seu mal humor.

Jin se juntou a mim na mesa da cozinha e pousou a cabeça em meu peito, morto de cansaço. Eu sabia que aquele olhar esguio significava algo.

— O que foi? — Beijei seus cabelos salgados pelo mar.

— Acho que não foi uma boa ideia, meu amor. — Riu baixinho.

Acompanhei sua risada da mesma forma que ele me beijou, com calma. Sorri no meio do beijo ao notar o gosto salgado ali também, mordi seu lábio inferior ao me perguntar se seu corpo inteiro estava daquela forma.

Ele vestia uma camiseta e uma bermuda, as peças completamente úmidas, o que facilitavam o contato de minhas mãos em seu corpo. Pousei meus dedos em sua coxa e pus uma de suas pernas sobre a minha, queria que ele estivesse bem próximo. Separei nossos lábios por um instante, apenas para tocar seu pescoço e maxilar com meu nariz para ter certeza do seu cheiro de maresia.

Jin fechou os olhos com força e soltou um muxoxo em meu ouvido, tombando a cabeça para trás para que eu pudesse aproveitá-lo melhor. Era isso que ele queria o tempo todo, eu também.

— Hrum. — Abri os olhos assim que ouvi aquele pigarro. — Espero que você não tenha me arrumado outro pássaro.

Era Yoongi, ele já estava sentado sobre a mesa da cozinha, bem na nossa frente e Hoseok estava logo atrás, com o ombro escorado no batente do corredor, com as bochechas em chamas e um sorriso forçado. Jin me abraçou de lado e sorriu rente ao meu pescoço, mas não tive certeza se ele estava realmente envergonhado por ter sido interrompido, pois não éramos assim com Hobi e Yoongi.

— Não, é muito melhor que um pássaro. — Relaxei meu corpo no encosto da cadeira.

— Você sabe que é proibido animais no campus, não é? — Suga cruzou os braços. — Tae deixará sob nossos cuidados e eu não quero responsabilidade, Namjoon.

— Então essa regra é nova porque você se formou lá também. — Tentei me fazer de desentendido, mas acabei rindo. — Fala sério Yoongi, ele não será tão ruim, Taetae gostou tanto, você tinha que ver o sorriso dele.

— Ele? — Hobi suspirou, colocando o cabelo para trás. — Então já sabem até o sexo do bicho?

— Hobi-ah, eu tentei impedi-los, mas Taetae e Namjoon são impossíveis juntos, você sabe. — Jin se levantou rindo.

— Não pode ser tão ruim como naquele natal que Nam chegou com o leitão vivo. — Hobi fingiu-me um olhar bravo, ou não, aco que ele estava mesmo furioso.

— Ei, vocês ficaram empolgados que eu lembro!

— Não, ficamos apavorados, Tae tinha apenas dez anos e não nos deixou doar o porco. — Yoongi se exaltou. — Sabe a quantidade de comida que o Bacon comia? Foram os piores nove dias da minha vida!

Foi a gota d’água, caímos na risada instantaneamente, pois lembrávamos daquele episódio com perfeição. Naquela época tudo era mais fácil, casamentos e empregos estáveis, as crianças eram pequenas e as preocupações eram quase nulas. Assim que os risos cessaram, Jin nos puxou para um abraço em grupo e encheu Yoongi de beijos só por ele ter reclamado.

— Vamos logo, hoje eu que vou preparar o jantar. — Reclamou, ainda agarrado ao amigo baixinho.

Fomos para a sala e encontramos Jimin largado no sofá assistindo um filme de ação, violento demais em minha opinião, Jungkook estava sentado no chão com a com a cabeça perto do irmão, em uma tentativa de impedi-lo de assistir por implicância. Taehyung estava esparramado no tapete, de costas para nós, brincando com seu mais novo presente.

— Ok, filho, estamos aqui. — Hobi avisou.

Os meninos olharam para nós quase que no mesmo instante, percebi que meus filhos se afastaram de Taehyung com receio, enquanto ele mesmo sorria. Comecei a ponderar se fiz bem entregar aquilo para meu afilhado, seu sorriso animado chagava a ser medonho.

— Eu acho que o tio Hope não vai gostar. — Jungkookie cochichou meio alto.

— Kookie, você está do lado de quem? — Tae resmungou.

— Eu não sei — Jimin ria. — mas aposto que o Kookie não está do lado dessa coisa, Taetae.

Hobi chegou mais perto, ele era o ser mais curioso daquela sala e o mais medroso também. Jin pareceu saber o que estaria por vir, então veio para mim e me abraçou por trás, segurando o riso na curvatura de meu pescoço, enquanto observávamos a cena.

— Papai, conheça o seu novo neto. — Taehyung sorriu.

Depois dessa frase, a única coisa a se ouvir foram os gritos de Hoseok e todo seu alvoroço. Meus filhos quase choravam de rir, Jin me apertava a cada vez mais e Yoongi ainda não entendia o que estava acontecendo. Era muita informação naquela sala de estar.

Hoseok correu e por reflexo se escondeu atrás de Yoongi, mesmo sendo mais alto que ele. Jin me cutucou na costela, logo entendi o que ele queria dizer, então assenti. Aqueles toques diziam que alguma coisa havia acontecido entre eles, afinal, antes da viagem eles ao menos se olhavam e agora estavam até se tocando.

Minha nossa! Fiquei feliz.

— Meu filho você vai ter que devolver, não pode ficar com isso. — Reclamou com os olhos arregalados.

— Mas, pai, ele é um bebê e está sem casa. — Tae levou seu pet para mais perto e essa foi a vez de Yoongi se assustar.

— Namjoon te deu uma lagartixa grande? — Colocou os braços para trás, como se quisesse proteger Hoseok.

— Não é uma lagartixa, é um dragão-barbudo. — Corrigi indiganado, aquele idiota não sabia nada sobre répteis. — É um lagarto muito raro de se achar assim e muito caro no mercado de animais, seu imbecil.

Tae veio para meu lado com o bicho nas mãos, fazendo Hoseok se escolher todo ao passar por ele. Eu havia encontrado o pobre dragão entre duas pedras, sozinho naquela praia deserta, era meu dia de sorte.

Meus meninos não eram lá muito fãs de répteis e Jin muito menos, era inviável tê-lo em casa. Soube que ele era de cativeiro quando cheguei perto e o coloquei em meus ombros, o coitado nem na defensiva entrou.

Eu não fui capaz de deixá-lo naquele mundo selvagem para morrer, assim que mostrei a todos Jackson ficou empolgado, mas Yug e Mark negaram no mesmo instante, porém Taehyung já foi tirando o pobre dragão de minhas mãos. Os olhos dele brilhavam tanto que por um segundo eu pensei que ele havia se tornado o menininho faminto de anos trás, não resisti, entreguei-o de bandeja.

Garanti estar responsável pelo veterinário, documentação legal e pelos cuidados extras, deixei em suas mãos apenas a alimentação e o nome do lagarto. Ele ficou tão feliz que nem aproveitou o fim do passeio, só queria mimar e brincar com o réptil.

— O nome dele é Grão. — Sorriu e colocou-o sobre os ombros. — Diga oi para seus avós, Grão.

— Eu te odeio, Namjoon, é oficial, eu te odeio muito. — Yoongi suspirou. — Tae, você não pode leva-lo para o campus e nem nós podemos ficar com ele em casa, acho que terá que dizer adeus.

— Sinto muito, pai, não vai rolar, eu vou ficar com o Grão. — Deu de ombros e se agarrou ao lagarto. — Não se preocupem, eu serei um excelente pai.

— De uma lagartixa grande, meu filho? — Hobi estava apavorado, sala inteira caiu na risada.

— Ah, tio Hobi, você é pai do Taetae, está acostumado com animais selvagens, não seja injusto. — Jimin pediu com carinho e recebeu um tapa de Jungkook.

— O papai ensinou que não podemos jogar na cara de alguém os seus defeitos. — Fingiu cochichar. — Taehyung está bem ali.

Os garotos entraram em uma discussão e aquilo começou a piorar, pois o pobre lagarto se viu ameaçado com todo aquele alvoroço e abriu toda a extensão de pele de baixo de seu queixo. Ele estava exibindo sua ‘barba’ para se proteger.

Jin ficou assustado e apertou minha cintura, Jimin parou de rir e Taehyung se irritou. Nossa, aquele réptil era incrível.

— Viram só? Vocês deixaram meu bebê irritado. — Tae revirou os olhos. — Vou subir e tentar improvisa um terrário enquanto estamos aqui, você me ajuda Kookie? Porque eu tenho certeza que o Yug não vai querer. — Riu breve.

— Tá, mas se ele fizer isso de novo eu saio correndo. — Kookie respondeu de olhos arregalados e braços cruzados.

Os dois mais novos foram subindo as escadas despreocupados, enquanto nós os observávamos. Aquele animal poderia até gerar algum problema, mas no ruim de tudo meu afilhado estava feliz, era só isso que me importava.

Como se tivesse notado a maneira como estava agarrado ao marido, Hope foi se soltado aos poucos, ficando completamente desconsertado pela situação. Ajeitou as roupas evitando os olhos de Yoongi e subiu depois de uma mensura.

Jin beijou meus lábios e foi atrás dele.

— Vou tomar um banho. — Jimin levantou do sofá, desligou a TV. — Desço às oito para o jantar, tá?

Beijou minha testa, depois a de Yoongi e subiu.

— Ei. — Chamei meu hyung antes que ele subisse também.

— O que mais você quer? — Eu sabia que essa irritação toda era falsa.

— Nada, só quero dizer uma coisa. — Cheguei mais perto. — Eu não sei o que você está fazendo com o Hobi, mas está funcionando, então apenas continue.

Sua expressão confusa era impagável, mas não dei a oportunidade para que me respondesse. Segui meu caminho para meu quarto, apostando em ter Seokjin nu em uma ducha quente.

 

(...)

Jimin

Saí do banheiro quase ensopado, mas não me importei, eu ainda não vestia minha camiseta, apenas uma calça cinza de algodão, então tinha conforto para me secar no caminho. Não era tão fácil assim, meu cabelo estava crescendo de pressa e a franja pingava por mais que eu secasse, só o papai Jin sabia como fazer aquilo direito, então enrolei minha toalha na cabeça.

Jisoo estava na escrivaninha com o notebook aberto, ela falava com algumas amigas e bisbilhotava o Twitter, ou seja, estava se atualizando sobre o que estava acontecendo na faculdade. Fui bem devagar por trás dela, vi que postava uma foto nossa de hoje na praia.

Beijei sua orelha pequena e a ouvi bufar pelo susto, ri em seu ouvido, já puxando outra cadeira para me sentar ao seu lado. A imagem não tinha filtro, mas estávamos bem, ou melhor, eu estava bem, pois ela estava incrível.

— O que quer pôr na legenda, babe? — Perguntou, esfregando o rosto no meu.

— Hm... — Fingi pensar, assim conseguia me aproveitar do seu cheiro bom. — Meu biquíni amarelo deixou meu oppa constrangido na frente de seus pais. O que acha?

— Você é péssimo, Jimin-ah. — Riu. — Como Hobi-oppa reagiu ao lagarto?

— Você precisava ver, ele ficou apavorado. — Cheguei mais perto. — Mas Tae pediu a ajuda do Kookie para arrumar um terrário.

— Hm. — Ela sorriu. — Já perguntou a Jungkookie sobre isso?

— Não, quando começar a ficar envergonhado, ele virá até a mim para pedir ajuda. — Beijei a ruguinha que aparecia entre suas sobrancelhas quandi ela ficava pensativa. — E eu estava falando sério sobre a legenda, okay?

Ganhei um tapa estalado no braço, mas tudo bem porque com ele veio uma risada boa.

— Deixei meu oppa constrangido? — Dobrou os joelhos e colocou os pés na cadeira. — Desculpa.

Virei sua cadeira para mim e toquei nossos lábios devagar, nós não nos beijávamos com tanta frequência, pois meus pais estavam sempre por perto e ela era tímida demais. Ok, eu também era.

Com isso eu tive que aproveitar a oportunidade, coloquei minhas mãos em seu maxilar suave e puxei seu rosto para mim, fazendo questão de sugar seu lábio inferior. Seus braços vieram para meus ombros e suas mãos cravaram suas unhas curtas em minha nuca, o que gerou meu arfar durante o beijo.

Fomos interrompidos por minha toalha, que caiu de minha cabeça e bateu na testa dela. Era gostoso sentir seu sorriso em minha boca.

— Desculpe.

Jisoo respirou fundo e virou a cadeira para o computador novamente, envolvi meu braço em sua cintura e ali ficamos, vendo as postagens de nossos amigos em comum. Seu cheiro estava bom e me trazia um pouco de paz interior.

 Logo notei que já eram quase oito, então comecei agitar as coisas para descermos.  Tirei a toalha de meu cabelo, sequei o que ainda estava úmido, abri a janela e deixei que a luz do luar e a brisa quente entrassem. Queria ter uma vista boa, mas meu quarto dava para as costas do terreno, onde só havia o matagal escuro.

Era meio engraçado.

Inclusive acho que estou com uma fixação por em luzes, pois sempre fico confuso se há uma no meio daquela floresta, assim como vi no acampamento. Talvez fosse algum problema de vista, ou de pressão arterial que me faz imaginar esses pontos luminosos.

Ya! Tenho que me lembrar de falar isso com o papai Jin.

Vesti minha camiseta e baguncei meu cabelo para que ele não parecesse tão errado assim, alguns fios claros caíram em minha testa, mas decidi não esquentar. Quando olhei para trás vi que Jisoo já havia trocado de roupa, agora usava um vestido curto, florido e solto em seu corpo que realçava muito bem suas curvas suaves e as bochechas vermelhas pelo bronzeado hoje.

— Está pronto, oppa?

— Estou.

Beijei sua testa e segui para a porta do quarto com nossas mãos entrelaçadas, quando cheguei na metade do corredor senti um ardência nos olhos. Eram por três motivos: pouco protetor solar no rosto, mergulhar de olhos abertos na água salgada com Jungkookie e falta do meu velho e querido óculos.

— Babe. — Ela sorriu para mim. — Pode ir descendo? Eu preciso dá uma procurada por meus óculos.

— Está sentindo dor, não é? — Assenti, ela revirou os olhos. — Eu tinha avisado.

Beijei sua testa, acabamos rindo um pouco.

— É, você tinha sim. — Sorri. — Não vou demorar, guarda um lugar para mim, tá?

Jisoo desceu e eu corri até meu quarto, meio apressado, olhei para a cama e não o encontrei, na mesa não, na cadeira não e no banheiro também não. Chequei em gavetas e até embaixo da cama, mas ele não estava lá.

Eu estava prestes a desisti quando olhei de relance para a pequena varanda, pois é, lá estava ele, perigosamente livre sobre a sacada. Ah, sim, eu estive ali noite passada.

Coloquei rapidamente, de maneira quase instantânea senti a dor se aliviar, mas havia uma coisa estranha. Eu jurava que, além do óculo, eu havia deixado meu relógio favorito também, pois era nele que eu checava as horas enquanto folheava Orgulho e Preconceito que papai comprou para mim.

Será que estou ficando gagá já na fase dos vinte? Talvez, pois o romance estava no meu criado mudo naquele exato momento e eu nem me recordava de tê-lo guardado ali. Estranho.

Deixei minhas paranoias para lá e fechei a porta de vidro da sacada, dando uma última olhada para o ar livre. Ri ao perceber que a tal luz imaginária estava bem mais perto do que da última vez. Agora era real, eu estava ficando gagá, cada vez mais míope e talvez um pouco disléxico.


Notas Finais




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