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História HARMONY (Namjin) - Dezessete


Escrita por: NotDanceMonster

Notas do Autor


OI! Muitos de vcs me perguntaram como é a tal casa, então ela está acima ou abaixo (visão frontal da casa)👆👇
Para os personagens irem para a tal varanda pelo lado de fora, eles precisam dar a volta nesse casarão todo, entendem? A primeira imagem é a visão da varanda para fora e a segunda é de fora para a varanda.

Claro que não é exatamente assim, okay????? A imaginação de vcs decidem os detalhes, foi só para ter uma ideia! #BoaLeitura 💛

Capítulo 18 - Dezessete


Fanfic / Fanfiction HARMONY (Namjin) - Dezessete

Namjoon

O jantar havia terminado e dessa vez não fiquei com a louça, deixei que Yug e Jimin se divertissem com os pratos. Jackson, Jaebum e Jin bebiam vinho na copa, Jisoo e Jungkook jogavam xadrez no chão da sala de estar, Tae e Bambam cuidavam do lagarto e o restante assistia um reality na TV enorme da sala de estar.

Aproveitei essa oportunidade mágica em todos estavam tranquilos e distraídos e meu celular com dois pontos de sinal para fazer uma ligação na varanda de trás, já que era o único lugar onde não poderiam me ouvir. A rede telefônica ali era péssima, todo dia alguém passava algum perrengue, a única coisa que salvava era que a internet que, por algum milagre divino, não era de todo mal.

Passei pelo corredor extenso, abri as portas, sentei-me na ponta do banco acolchoado da varanda e fixei meus olhos no matagal. O silêncio daquele lugar era estranho, mas de certa forma confortável.

Seria bom ter uma casa próxima a de Jackson, Chim ia gostar de estar próximo da praia. Sorri com a ideia e disquei os números, fui atendido no terceiro toque.

Alô. 

— Oi, é o Monster, como vão as coisas? — Encosto minhas costas no banco.

Ei, e aí, Monster? Recebeu minhas mensagens?

— Recebi. — Suspiro pesado. — Conte-me direito.

Ok, tive um avanço! — Aquilo era bom. — Eu não tinha encontrado nada naquele desenho, mas ainda assim não me conformei, então achei melhor levar a um especialista. Encontrei um resíduo de saliva no desenho que você me deu, quem fez aquele desenho sinistro deu um beijo no boneco menor.

— Kookie! — Meu coração se apertou só de pensar em um maníaco atrás do meu filho.

Antes que pergunte, eu levei para um amigo meu que é perito, o Kyungsoo, conhece? Ele trabalha no departamento do Jackson. — A calma de Chanyeol era irritante.

— Você me apresentou a ele uma vez, na despedida de solteiro do Yoongi. — Meus pensamentos estavam em Jungkook. — Continua.

Ele descobriu fácil o resíduo, por ser algo bem comum, mas temos um problema. — Merda, eu já podia imaginar o que era.

— Que problema?

Como seu caso não é oficial, hm, digo, não temos autorização para checar os registros no banco de dados. — Chanyeol suspirou, ele não era um cara muito paciente no trabalho. — Por esse motivo o resultado poderá demorar, pode ser semanas, meses e talvez quase um ano.

— Você não pode apressar isso? — Levanto-me, andando de um lado para o outro. — Eu sei que é difícil, mas pode falar com algumas pessoas.

Eu até posso, mas para isso eu terei que dar satisfações do motivo e a quem se refere ao governo. — Merda, mil vezes merda. — Você sabe como é a burocracia, vou ter que entrar em contato com o departamento local e...

— Isso chegaria nos ouvidos do Jackson. — Completei. Porra! — Eu sei. 

Sinto muito, cara. — Estalou a língua. — Mas eu descobri uma coisa hoje a tarde.

— Fala logo! 

Ok, ok. — Riu baixo e isso me irritou. — Você não leu os anexos que eu enviei pelo visto, lá tem boletins em andamentos de alguns casos de invasão, respectivos de alguma queixa de agressão infantil.

— É daí?

— É daí? — Bufou, xingou alguma coisa, mas o áudio não estava muito bom. — E daí, Monster, que um dos acusados possui uma propriedade próxima ao campus da universidade onde seu filho, Kim Jungkook, estuda.

— Qual é a ficha do cara? Eu quero tudo!

Encostei meu ombro em uma pilastra e olhei de relance para a entrada da casa, eu não queria ser ouvido. Meu corpo tremia um pouco, meus filhos eram um assunto mais que sério.

Brian Micheal Park, vinte e oito anos, dupla nacionalidade, mãe americana, pai coreano, ambos mortos há dez anos em um acidente de carro na Califórnia. — Repeti mentalmente as informações. — A ficha completa está em seu e-mail, enviei hoje, mas resumindo: o garoto teve uma infância difícil e uma adolescência pior ainda, nunca foi envolvido com drogas ou crimes. — Chany parecia mastigar. — Hm, depois da morte dos pais ele veio morar na Coreia para cuidar de um tio doente, Kwon Park Sungmin, o cara estava com apendicite. — Pareceu engolir o que comia. — Bom, depois disso o tal Brian não voltou mais para a América e ainda mora com o tio.

— E a parte que dele está na sua lista? — Ele não se mancava que o assunto era sério?

Ah, sim. — Às vezes eu queria poder matar o Chany. — No final da faculdade Brian e uns amigos invadiram a casa de uma senhora por causa de um jogo de verdade ou desafio, ela estava com o neto de sete anos em casa e o menino viu a invasão, eles ficaram desesperado e deram calmante para o garoto dormir. — Agora ele parecia irritado.

— Foi lesão corporal, então?

Não, homicídio culposo e invasão de domicílio, os irresponsáveis erraram a dose do remédio e mataram o pobre menino. — Chany sempre perdia o controle quando o caso envolvia crianças. — Brian ficou preso durante três anos, foi solto há pouco tempo, ele estudou no mesmo ano em que Luhan, na mesmo universidade em que seus filhos estão matriculados.

— Vou dá uma olhada, quero acompanhar tudo de perto, vou ver se consigo voltar ainda essa semana. — Sentei-me novamente. — Vai ser uma barra, Jin já não reagiu bem quando eu falei sobre o resort e vai ser ainda pior ter que voltar tão cedo. 

Mas você não vai, nesse fim de mundo não tem Tv? — Ele riu.

— O que quer dizer?

— Uma tempestade se aproxima do litoral, a meteorologia notificou os jornais e pediu para que os cidadãos evitassem pegar estrada por causa dos ventos e das pancadas repentinas que podem causar deslizamento nos morros da Serra. — Chany toma fôlego. — A Serra está fechada até segunda ordem.

 

— Nossa, você ensaiou tudo isso?

Não, seu canal do tempo que é muito bom, acho que você é a única pessoa que assina esse pacote.

 Ri brevemente, até que eu raciocínio compreendeu as palavras com coerência. O quê?

— Espera, você está na minha casa?!

Sim, briguei com Baek faz uns dias e precisei de um lugar para ficar, espero que não se incomode. — Mastigou mais alguma outra coisa. — Sabe, as vezes eu acho que ele dá muito importância para o que a mãe dele fala, aquela mulher é uma lunática!

— E você ainda está comendo da minha comida?!— Eu quis mandar ele ir embora e dizer que eu não estava nem aí para o que a sogra dele tinha a dizer, mas então ouvi as risadas que vinha da casa e um passo vindo em minha direção. — Vou ter que desligar, mande um beijo para Baek quando ligar chorando de saudade.

Ei, eu não faço mais isso, sou um homem com dignidade.  — Resmungou.

— Tá, tanto faz, fighting!

Fighting! 

Encostei-me totalmente no banco, minha cabeça apoiada no encosto e meus olhos fechados. Respirei fundo, já exausto de algo que nem comecei.

As novas informações não foram nem um pouco tranquilas, na verdade só aumentaram meu nível de estresse. Aspirei aquele cheiro de mato e soltei tudo pela boca, na tentativa de me acalmar pelo menos para voltar para dentro.

Só de pensar em alguém observando meu caçula meu corpo estremeceu, Jimin também não fica fora dessa, também estava no maldito desenho. Meus filhos, ninguém toca nos meus filhos!

Jin ficaria tão assustado se soubesse, comunicaria Jackson que me afastaria do caso. Não, eu não podia ficar longe.

Senti um peso em minhas pernas e uma umidade em meu pescoço, não precisei abrir os olhos ou ser um advinha para decifrar quem se aproveitava do meu corpo em meus segundos de meditação. Ele mordeu meu maxilar e apoiou as mãos em meus ombros, montado em mim, enchendo meu rosto de beijos firmes até que eu abrisse meus olhos.

Sorriu e tomou meus lábios, cheio de pretensões e desejo, vingativo por eu tê-lo tocado em seu banho depois da praia. Sorri de volta quando seu quadril pressionou o meu,segurei firme em sua cintura, subindo devagar até que minhas mãos adentrassem sua camisa de gordão rosa.

Essa cor combinava com sua pele levemente bronzeada. Eram quase iguais 

— Papai, vamos ver Vigadores. — Jungkook gritou de dentro da casa. — Vem, sai desse celular!

Jin tampou minha boca antes que eu respondesse e desfaz o laço do cadarço de minha calça moletom, mordendo fraco meu pomo de Adão. Arfei, por reflexo esmaguei sua cintura em minhas mãos, fazendo-o gemer sob minha pele.

Seus dedos estavam gelados e me apertavam lentamente, seu polegar pressionou minha glande. Grunhi abafado pela mão que pressionava meus lábios.

O desgraçado sorriu e gemeu em meu ouvido, estava se divertindo às minhas custas.

— Pai! — Jungkook gritou mais alto.

— Shh, você sabe como funciona, já fizemos isso antes. — Jin mordeu meu lábio inferior. — Se fingirmos não escutar, ele para.

Riu com os olhos vidrados nos meus, arfando por me ver sem fôlego. Porra, eu o queria e queria agora. 

Seokjin aumentou a pressão com os dedos, ainda lento, e ataca meu pescoço e clavícula para me entorpecer aos poucos. E conseguiu, pois um gemido sussurrado me escapou quando retirou a mão de minha boca.

 Eu ia ceder, eu está quase cedendo, mas toda vontade foi embora quando minha razão resolveu gritar mais alto que o tesão. Convenhamos, Jungkook estava chamando por mim na sala, o que me fazia lembrar do infeliz a solta que está atrás dele.

Agora eu teria que estar com ele durante o maior tempo possível. Eu teria que vigiá-lo, protege-lo.

Abri os olhos e me senti péssimo, meu marido estava lindo com sua expressão de desejo, com toda sua vontade e paixão, mas infelizmente hoje eu seria seu balde de água fria. Eu já me sentia mal por ter que mentir, mas interromper nosso momento era algo novo entre nós, novo e péssimo. 

— Jin. — Chamei, seus lábios encostavam nos meus. — Amor, eu... — Prendi o gemido. — Não! Para!

Afastei seu corpo do meu e o encarei, seu olhar estava perdido, ele ainda estava cego de tesão. Depois de alguns segundos, quando finalmente entendeu o que eu fiz, sua expressão ficou séria, meio preocupada.

— Tudo bem, Joonie?

— Ham, tá. — Respirei fundo, precisava de ar. — Eu só, sei lá, não acho que aqui seja um local apropriado.

Ele sorriu e revirou os olhos, mais relaxado, pois o local nunca foi um empecilho para nós dois, éramos bons nisso. Beijou minha boca e depois meu pescoço, mas não permiti que sua mão voltasse para dentro da minha calça.

— Ei, o que foi?

— Não tô... afim. — Precisei desviar o olhar.

 Foi a pior desculpa que eu podia usar. Qual é? Eu sempre estava afim.

— Tá me rejeitando? — Sua voz veio baixa.

Eu esperava raiva e gritos, mas ele apenas mantinha seu olhar pacífico em mim. Odiava isso, quando não conseguia prevê-lo, ou decifrá-lo.

— Não, babe, claro que não. — Abracei seu corpo. — É que o Kookie pode vir atrás da gente, todos estão por perto e eu só achei que-

— Tudo bem. — Levantou-se, ainda sereno. — Só acho que não precisava ter falado assim, okay? Como se eu fosse um estranho, ou um qualquer, como se eu não fosse o seu marido.

— Jin! — Fui até ele, que caminhava em direção às portas duplas da varanda, consegui segurá-lo a tempo. — Ei, amor, eu não quis dizer isso! Não assim, eu só...

— Tudo bem, Joonie. — Beijou minha testa e forçou um sorriso.

— Não, não está! — Tentei puxá-lo para mim, dessa vez ele resistiu. — Meu amor!

— Pai! PAPAI! — A voz de Kookie parecia que ia quebrar os vidros de tão alta. — Já começou!

— Vai lá, papai.

Jin sorriu outra vez e me beijou antes de entrar na casa. 

 

(...) 

Jimin

Já estava tarde, na verdade já era madrugada, appa e Kookie dormiam abraçados no sofá depois de maratonarem filmes da Marvel, Jisoo estava capotada no outro e eu estava deitado no tapete fofo, olhando para o teto. Acabei ficando sem dono de tanto beber Coca-Cola e não queria ir para o quarto sem Jisoo, além de não querer acordá-la também, então acabei ficando por ali.

A televisão estava desligada, tudo estava apagado, com exceção das luzes medianas do corredor. Escutei alguém descer a escada e sentei-me imediatamente pelo susto, ri de mim mesmo ao perceber que era apenas o Yug com uma blusa rabiscada, uma calça larga e suas pantufas fofas de um animal que eu não soube identificar.

 Ele sorriu para mim e colocou o indicador nos lábios, pedindo meu silêncio. Chamou-me com a outra mão, essa que tinha um molho de chaves que fez um barulho horrível e acabou com todo seu plano de ser silencioso. Pus a mão na boca para não rir alto.

Levantei depressa e fui até ele, que me puxou até a porta lateral perto da cozinha e destrancou com uma das chaves. Ele estava fugindo? Não fazia sentido, pois não estava vestido de maneira correta para uma fuga.

— Para onde está me levando? — Cochichei.

— Para a varanda, está meio quente hoje.

Assim que conseguimos sair, Yug me levou para a varanda de trás, lá tinha dois bancos compridos e acolchoados e uma mesa que completava o conjunto, mas mesmo assim decidimos nos sentar no chão. Ele se encostou nos pés do banco e eu pus meus pés sobre o acolchoado do sofá, deitando-me no chão.

— Insônia? — Perguntei, encarando a telha da varanda.

— Sim. — Deu de ombros. — Sabe, esse lugar não tem muitos o que fazer e acaba colocando você para pensar.

— Hm. — Tentei fazer um olhar malicioso, mas acho que deu certo porque ele riu. — Yugyeom está pensando, o que será que se passa nessa sua mente?

— Qual é, hyung? Não tire uma com minha cara. — Tentou sorrir, mas seu descontentamento era evidente. — Dói. — Sussurrou, forçando uma cara de desdém.

— Só me diz o nome que eu vou lá e acabo com ele. — Sentei-me corretamente, de frente para ele. — Diz!

— Eu não consigo, se eu disser isso em voz alta vai ser humilhante, porque eu mesmo estou detestando sentir isso. — Bufou e apoiou a cabeça no banco. — Está sentindo essa brisa quente?

— Uhum. — Eu nunca sabia o que dizer nessas situações. — Está mudando de assunto?

— Não, porque ele é quente como essa brisa de verão que faz você querer sair para algum lugar e se refrescar. — Umedeceu os lábios, desviando o olhar.

Era uma droga ver meu Yug assim, ele era tão legal e alto-astral que era impensável vê-lo triste. Mas ali estava ele.

Houve um tempo em que eu gostei dele, gostei mesmo, mas eu era muito tímido, gostava de ser mais reservado e ele era o oposto de mim. Só que naquele tempo eu não falava muito sobre essas coisas do coração, o sentimento surgiu assim que entrei para a faculdade, então Yug nunca soube do que eu sentia e passou a preferir os veteranos.

Além disso, Jisoo estava se aproximando a cada vez mais de mim, então tudo ficou para trás. Acabou não rolando, então Taetae e eu tivemos um caso antes de eu começar a namorar Jisoo novamente, mas nada mais que transas. Era estranho que hoje eles fossem meus melhores amigos, mas quem se importa? Estávamos bem, eu acho

Tudo bem que a rotina da faculdade nos separava às vezes, mas ainda assim éramos um trio, agora um quarteto contando com Jungkookie, ou quinteto com Jisoo. Ah, sim, ela sempre esteve no meio de nossas confusões, desde que éramos pequenos.

Às vezes eu ficava me perguntando se ainda seríamos amigos caso eu tivesse contado a ele sobre meus sentimentos do passado, eu tinha a leve sensação de que não acabaríamos bem se terminássemos, como aconteceu uma vez com Jisoo e eu no ensino médio. Acho que com Yugyeom seria mais intenso, seria tudo ou nada, pois éramos opostos e tínhamos personalidades fortes.

— Eu sinto muito. — Consegui dizer depois de um tempo.

Cheguei mais perto, não precisei de muito para trazer seu copo para meus braços, apoiando meu queixo no topo de sua cabeça. Tá, eu era menor que ele, mas ainda era o hyung e sabia como consolá-lo.

— É por isso que você está tão distante nessa viagem? — Apertei seus braços um pouco mais, pois a brisa se transformou em um vento forte.

— Eu sou transparente, não é? — Sorriu forçado. — Odeio isso.

— Ei, isso é legal.

— Ah, para. — Rimos um pouco. — Acho que, sei lá, talvez aqui eu sinta mais falta de estar a sós com ele, Chim, aqui dói mais.

— Ele é da nossa faculdade? — Assentiu. — Eu o conheço?

— Você é muito enxerido. — Dessa vez ele riu para valer. — Para.

— Tá, foi mal. — Seu cabelo estava crescendo rápido, então tirei uma mecha de sua testa. — Mas quer ouvir uma coisa engraçada pra ficar melhor?

— Por favor, faça as honras. — Rimos de novo.

— Hm, no fim do ensino médio, assim que a gente entrou na faculdade, eu era afim de você. — Pensei que ele ia me acompanhar, mas eu ri sozinho dessa vez.

— Ham, sério? — Levantou a cabeça para me encarar. — Em que intensidade?

— Isso importa? — Franzi o cenho e ele assentiu serenamente, fazendo-me revirar os olhos. — Tá, eu gostava de você, tipo muito. Apaixonado.

Sem dizer nada, ele voltou a olhar para frente, o vento forte que começava a esfriar logo trouxe gotas grossas que atingiram o telhado da varanda, fazendo um barulho alto e gostoso de chuva. Na verdade, era um temporal, um temporal de verão.

Voltei a apoiar meu queixo em sua cabeça e senti um frio em meu estômago, pois eu me sentia meio exposto por ter revelado isso a ele, era mio constrangedor. Yugyeom devia estar me achando um idiota agora e eu, de repente, passei a me importar com isso.

— Quer entrar? — Perguntei sem escutar minha própria voz por causa das gotas. — Yug-ah?

Precisei repetir a pergunta, só assim seus olhos encontraram os meus. Não consegui ver nenhum tipo de reação em seu rosto.

— Quero. — Li seus lábios, não escutei sua voz.

Ele levantou primeiro e estendeu a mão para me ajudar, guiando-me pela lateral escura da casa, para retornamos para dentro. Merda, eu devia ter ficado calado, agora eu não me sentia confortável com sua presença.

Será que ele me achava um idiota?

Olhei de relance para trás e vi a luz de sempre, mas dessa vez a vi se acender. Inédito. Eu não estava louco afinal, havia de fato uma luz naquele matagal.

Talvez aquilo fosse um sinal de que eu precisava tomar uma atitude, sei lá, só estava ansioso e precisava extravasar. Veja bem, eu tinha uma dúvida em minha mente e tinha que tirar a prova, mas o medo bobo e a timidez sempre me impediam. Agora era minha hora, até aquela maldita luz me incentivava.

Então eu fui.

Quando estávamos quase chegando na porta, puxei seu braço e ele acabou se desequilibrando, acabou escorregando e tropeçando cambaleante na área descoberta casa, caindo sentado sob a chuva grossa. De imediato, fui até ele e me agachei para verificar se estava bem.

Minha nossa, até nisso eu me atrapalhava.

Yugyeom não havia se machucado, mas a situação era embaraçosa, então antes que ele pudesse me perguntar o motivo de tê-lo puxado tão de repente, tomei coragem e fiz o que eu queria no início do plano. É, eu beijei ele, era meio idiota, mas fiz.

Óbvio que ele se assustou e manteve-se paralisado, apenas me retribuiu quando eu levantei seu corpo, colocando-o de pé, mas sem desgrudar nossas bocas. Por um instante senti seu sorriso no nosso beijo e aos poucos seus baços me envolveram com cuidado, isso me deu coragem para ir de encontro a sua cintura.

Tudo bem, ele era mais alto que eu, mais não tive dificuldades em ditar nosso ritmo. E, nossa, eu estava certo, Yug era especial.

Um simples beijo me deixou com vontade de explorá-lo, meu nariz curioso alisou seu pescoço por conta própria para verificar o cheiro doce e abrir caminho para minha língua que lambeu a pele clara. Seu gosto era bom, misturado com a chuva parecia melhor.

Mas o que estava acontecendo? Eu não fazia aquelas coisas.

Yugyeom pareceu ler minha mente e separou meus lábios de sua pele, dando espaço apenas para nos encararmos. Seus olhos negros buscavam algum vestígio de humor ou piada de minha parte, mas eu mesmo me surpreendi quando ele não encontrou.

Eu estava bêbado de Wang Yugyeom e estava adorando isso, porque era inédito! Eu nunca havia me senti dessa forma antes, nem com Jisoo.

Oh, não, Jisoo... 

— Estamos ensopado. — Falou rente aos meus lábios, eu só conseguia enxergar algumas partes de seu rosto por causa da pouca iluminação daquela parte da casa. — Jimin, eu...

— Yug, fizemos isso de maneira errada, eu sei, mas eu não me arrependo. — Sorri seu queixo bonito parecia implorar por um beijo, então deixei um ali. — E você, tá arrependido? — Ele negou, escondendo a em meu ombro. — Você confundiu minha mente, para com isso.

— Foi você quem me beijou. — Falou abafado.

— Isso não muda a confusão na minha cabeça. — Ri um pouco. — Eu estou sentindo algo, mas não sei o que é.

— Seu coração está acelerado? — Levanta a cabeça, endireitando a postura. Sua mão me puxou pela cintura e eu gostei disso.

— Parece uma bateria punk, tá saindo pela boca. — Ele riu de mim.

— Isso não é justo com Jisoo. — Saiu de meus braços e olhou para baixo.

— Não, não é. — Suspirei com pesar, chegando mais perto. — Vem, se eu te deixar doente tio Mark me mata.

Ele me olhou, eu o olhei, não sei dizer o que foi aquilo, mas foi alguma coisa. E, deus, eu nunca tinha reparado como o sorriso dele era bonito, acabei sorrindo de novo.

 Entrelacei nossas mãos e fui em direção à porta, deixei que ele entrasse primeiro porque suas roupas serem mais pesadas. Antes de entrar, dei uma última olhada para o matagal.

A luz não estava mais lá.


Notas Finais


Bjs, até a próxima. #Fighting


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