História Harry e Tom Potter - Uma nova história - O Ciúme - Especial.

POV: Tom

 Tem algo errado acontecendo.

 Eu e Harry sempre fomos bem próximos, compartilhávamos tudo, até mesmo algumas opiniões.

 Mas, a algum tempo, ele tem se afastado de mim.

 Tudo começou num dia em nossa escola. Era intervalo, e todos gostavam de fazer brincadeiras em conjunto, mas tinha uma regra: alunos de anos diferentes não podem brincar juntos.

 Durante um bom tempo, aquela regra nunca nos prejudicou, afinal, sempre brincávamos apenas eu e ele.

 Mas isso começou a mudar quando Ellen, nossa vizinha de sangue ruim, começou a estudar em nossa escola. Uma criancinha de apenas 6 anos, tá nem tão criancinha assim, ela é apenas dois anos mais nova que eu, mas enfim, ela é um tormento.

 No início não achava ela lá tão ruim assim, mas, nesse dia, nesse intervalo, comecei a odiá-la. Eu e Harry lanchávamos tranquilos, até que um garoto ao nosso lado pergunta:

 – Harry, você vai brincar com quem hoje?

 O garoto mal terminou de falar e eu já comecei a dizer, num tom de voz baixo:

 – Puff, mas é claro que é comi...

 – Vou brincar com a Ellen!

 Fiquei embasbacado. Como assim? Ele vai me trocar por essa sangue ruim?!

 – Ah, quer brincar comigo então, Tom?

 O garoto me perguntou, acenei com a cabeça concordando, não tinha nenhuma outra opção, de toda forma.

 A brincadeira com ele foi tediosa. Ele é um burro mestiço, perdeu todas as partidas! E olha que eu nem estava me concentrando nelas, preferi observar Harry e Ellen jogando e conversando. Eles estavam se divertindo muito. Isso me irrita.

 Passei o resto do dia ignorando Harry, mas ele nem pareceu perceber, estava ocupado demais falando com a sangue ruim estúpida.

 No dia seguinte, resolvi ignorar o acontecido, voltei a falar e agir normalmente com Harry, ele até voltou a brincar comigo nos intervalos. Os dias se passaram, e tudo estava conforme os padrões.

 Mas, um dia acabei chegando mais cedo do integral (Harry não participa do integral porque não gosta de ficar estudando para coisas que ele não é obrigado a saber) e vi os dois brincando e correndo alegremente pelo quintal. Questionei minha mãe sobre isso, e ela estranhou, falando que eles sempre se encontravam para brincar durante a tarde.

 Senti-me enfurecer. Quer dizer que todo esse tempo ele estava aqui, com ela? Por isso ele parou de brincar com ela na escola, poderia fazer isso aqui.

 Ele está me trocando por ela. Como ele pode?

 Fico no quarto dele até tarde, esperando ele voltar. E quando finalmente voltou, o perguntei:

 – Você gosta mais dela do que de mim? Você está me trocando por ela?

 Ele arregalou os olhos, como se estivesse extremamente surpreso com a pergunta, mas logo em seguida pareceu ficar com raiva.

 – Mas é claro que não! Lógico que gosto mais de você do que dela! Eu não te trocaria por nada no mundo!

 Senti meu coração se aquecer. Sim, era isso que eu precisava ouvir.

 Os dias seguintes passaram leve e tranquilamente, mesmo sabendo que ele passava todas as tardes com ela, eu sabia que ele não iria me trocar por aquela imunda.

 Mal percebi quando a semana de meu aniversário chegou. Acordei feliz quando o dia chegou, pronto para receber aquele abraço apertado que sempre ganhava de Harry em meus aniversários.

 Mas ele não estava lá.

 Resolvi ignorar isso, ele deve estar com a mamãe na cozinha, ajudando a preparar o café da manhã.

 Mas ele não estava lá.

 Suspirei, já começando a me entristecer. Será que ele se esqueceu do meu aniversário?

 Fui até o quintal para me acalmar um pouco olhando as belas flores que plantamos no último verão.

 Porém, o que encontrei lá, só acabou com todas minhas esperanças.

 Harry estava lá, conversando alegremente com Ellen. Estavam próximos, como se em poucos segundos fossem se beijar.

 Não aguentei mais. A raiva me dominava. Essa sangue ruim vai pagar. Não vou deixar que ela leve o que me pertence

 – Eu sabia. EU SABIA QUE ERA MENTIRA. Como você pode? EM? COMO PODE FAZER ISSO COMIGO?!

 Gritei me aproximando deles. Automaticamente eles se afastaram, Harry virou para a sangue ruim e falou algo, provavelmente pedindo que ela fosse embora, pois logo após ela saiu correndo.

 – NÃO ME IGNORE!! RESPONDA HARRY! COM A SINCERIDADE QUE VOCÊ NÃO TEVE DA OUTRA VEZ!

 Ele foi se aproximando de mim. Não tinha nada em seu olhar. Nem raiva, nem culpa, nem alegria, nem tristeza. Aquele foi o olhar mais vazio que eu já o vi dar.

 – O que quer que eu te responda, Tom?

 – O que ela tem que eu não tenho?

 Perguntei ríspido.

 – Hãn, tá né. Sangue ruim, burrice, feiura, chatice, ignorância..... Está bom ou preciso continuar com a lista?

 Falou ele com ironia.

 – Pare com ironias. Se é assim, então por que me trocou por ela?

 – Te trocar? Eu nunca te troquei!

 – Então por que só fica com ela? Por que em vez de me abraçar como sempre faz em meu aniversário, você estava quase a beijando? Só falta ter esquecido do meu aniversário!

 – Eu não esqueci! Como poderia esquecer!

 Ele falou com confiança.

 – Então por que estava aqui com ela?

 Já estou perdendo a paciência. Por que ele não fala de uma vez?

 – HURRR, você estragou tudo!! Aff, não tem como esconder nada de você!

 Eu? Eu estraguei tudo?

 – Então vai confessar agora?

 Perguntei com ironia.

 – Vou, mas não isso que você pensa. Vem, me segue.

 Ele pegou minha mão e ficou me puxando até a garagem da casa de Ellen.

 – Ah, então é aqui que vocês se pegam escondido?

 Já estou confuso com meus sentimentos. Tristeza, raiva, não sei qual é o mais forte.

 – Cala a boca e entra logo!

 Ele me empurrou, fazendo com que eu entrasse, mesmo sem querer, na garagem.

 Inevitavelmente acabei olhando para frente, tendo maior visão do que havia lá dentro.

 Fiquei mortalmente surpreso com que encontrei.

 Dentro de um tipo de jaula de vidro, havia uma enorme e linda serpente.

 – Feliz aniversário, Tom!

 Harry fala enquanto me abraça por trás.

 – Mas como você conseguiu isso?

 A raiva se dissipou completamente. O animal a minha frente é uma raríssima espécie de cobra albina, uma das espécies que mais admiro.

 – Descobri que o pai de Ellen é dono do maior zoológico da cidade. Um pedido cá, outro lá, e consegui convence-lo a trazer esse lindeza pra cá!

 Falou sorrindo orgulhosamente.

 – Quer dizer que só andou com a Ellen para trazer a serpente?

 Perguntei surpreso.

 – Mas é claro! Por qual outro motivo você acha que eu iria aguentar aquela sangue ruim estúpida me atormentando toda hora?

 Ri alegremente. Então ele fez tudo isso, só para me alegrar? Ai ai, e eu desconfiando dele...

 – Mas espera, por que você estava quase beijando ela quando eu cheguei?

 – Ah isso.....

 Ele cora levemente.

 – Eu prometi que se ela conseguisse trazer a serpente, eu daria um beijo nela.

 – Você não pretende cumprir isso, né?

 Falei em tom de ameaça.

 – Mas é claro que não! Não imagina o quanto fiquei feliz quando você apareceu e me impediu de beijar ela!

 – Harry Potter, o enganador de criancinhas inocentes. Como pode ser tão cruel?

 – Perguntei com malícia e ironia.

 – Ah, sabe como é né, eu aprendi com o mestre.

 Sorrimos um para o outro.

 E, mais tarde, na noite de meu nono aniversário, eu e Harry prometemos nunca nos separarmos.